Pneumo Atual - Unifesp
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muito maior para diagnóstico. O médico pode solicitar a prova funcional respiratória e acrescentar a<br />
observação: se normal incluir teste de broncoprovocação.<br />
Em indivíduos com distúrbio aparentemente restritivo na espirometria, pode-se descobrir obstrução<br />
inaparente se houver elevação significativa do VEF 1 (acima de 0,2 l) após Bd.<br />
22 - Quando a resposta ao Bd é considerada significativa na espirometria?<br />
Em normais, o VEF 1 pode se elevar até 10% do seu valor inicial após Bd. Portanto, se a<br />
espirometria é normal, estes valores devem ser excedidos para caracterizar reversibilidade.<br />
Nos pacientes com obstrução ao fluxo aéreo, considera-se que elevações do VEF 1 de 0,2 l e da<br />
CVF de 0,35 l excedem a variação ao acaso (dada por placebo), de modo que esta resposta é<br />
considerada significativa do ponto de vista então estatístico.<br />
A espirometria sugere mais asma do que DPOC se o VEF 1 se elevar 10% ou mais do valor<br />
previsto, em geral mais do que 0,3 l.<br />
A ATS (American Thoracic Society) considera como resposta broncodilatadora positiva uma<br />
elevação de 12% da CVF ou VEF 1 pós em relação ao pré e 200 ml em termos absolutos.<br />
23 - Como explicar a melhora clínica após Bds relatada por pacientes com DPOC, sem que o VEF 1<br />
mude?<br />
VEF 1 é um parâmetro derivado do início da manobra expiratória forçada e portanto reflete o<br />
esvaziamento de unidades pulmonares com vias aéreas mais permeáveis . Além disso a manobra<br />
expiratória forçada comprime dinamicamente as vias aéreas. Estas se tornam mais compressíveis<br />
pelo efeito do Bd. A obstrução em DPOC se dá nas vias aéreas periféricas. O aprisionamento de ar<br />
resulta em hiperinsuflação que é a causa fundamental da dispnéia. A redução do ar aprisionado<br />
(volume residual) após o Bd irá resultar em aumento da CV lenta e da capacidade inspiratória CI,<br />
que não é avaliada rotineiramente nas espirometrias.<br />
24 - Quais são as implicações deste achado e como valorizá-lo?<br />
A elevação da CV e da CI acima de 0,4 e 0,3 l, respectivamente, associam-se à melhora clínica em<br />
portadores de DPOC, o que não ocorre com o VEF 1 . A implicação é que todos os estudos que<br />
avaliam a eficácia de agentes para a obstrução ao fluxo aéreo em DPOC, através do VEF 1 , tem<br />
escassa relevância clínica. Isto inclui comparações entre diferentes tipos de Bds e corticóides<br />
inalados.<br />
25 - Qual o papel da espirometria na avaliação de risco cirúrgico pré-operatório?<br />
Todos os candidatos a cirurgia de ressecção pulmonar devem realizar avaliação funcional préoperatória.<br />
Dependendo dos resultados espirométricos, difusão de CO, gasometria e testes<br />
cardiopulmonares de exercício podem ser necessários.<br />
Em outros procedimentos cirúrgicos os testes devem ser indicados seletivamente. Em geral, o risco<br />
de complicações geralmente declina à medida que a distância do tórax ao local cirúrgico aumenta .<br />
Cirurgias de abdome superior e torácica sem ressecção pulmonar são associadas com risco<br />
aumentado de complicações pulmonares.<br />
Pacientes que serão submetidos a cirurgia abdominal baixa, onde se estima prolongado tempo<br />
cirúrgico, e a cirurgia de cabeça e pescoço, que envolve freqüentemente grandes fumantes, devem<br />
ser incluídos nas indicações.<br />
História e exame físico cuidadosos são fundamentais para avaliar o risco pulmonar no préoperatório.<br />
Tosse crônica, dispnéia e intolerância ao exercício devem ser questionadas. Idade<br />
avançada, obesidade, e tabagismo, sem outros achados pulmonares não são indicativos para<br />
espirometria pré-operatória. O exame físico pode identificar achados de doença pulmonar não<br />
reconhecida. Entre tais achados, dados indicativos de obstrução ao fluxo aéreo merecem<br />
destaque, como roncos, sibilos e redução do murmúrio vesicular.<br />
26 - Como é classificada a gravidade do distúrbio espirométrico obstrutivo?<br />
O distúrbio obstrutivo é classificado em distúrbio leve, moderado e acentuado.<br />
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ISSN 1519-521X