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Fechamento Percutâneo de Comunicação Interatrial com Prótese ...

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Oliveira EC, et al. <strong>Fechamento</strong> Percutâneo <strong>de</strong> Comunicação <strong>Interatrial</strong> <strong>com</strong> Prótese Amplatzer. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3):<br />

198-205.<br />

a associação <strong>de</strong> clopidogrel em casos <strong>de</strong> CIAs gran<strong>de</strong>s<br />

são condutas que po<strong>de</strong>m diminuir os riscos <strong>de</strong> embolia.<br />

Em três pacientes <strong>de</strong> nossa série, nos quais observamos<br />

quadro <strong>de</strong> disartria, hemiparesia e alterações<br />

visuais transitórias, não i<strong>de</strong>ntificamos trombo na prótese<br />

ou em cavida<strong>de</strong>s cardíacas, nem alteração à tomografia<br />

ou à ressonância magnética.<br />

Embolização da prótese 31,32<br />

A medida correta do diâmetro da CIA, a i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> suas bordas e <strong>de</strong> sua relação <strong>com</strong> estruturas<br />

vizinhas, a correta escolha do tamanho da prótese e<br />

as manobras para verificação <strong>de</strong> seu bom posicionamento<br />

praticamente eliminam a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> embolia<br />

da prótese. Entretanto, algumas vezes po<strong>de</strong>rá ocorrer<br />

tal embolização, mesmo após o cumprimento rigoroso<br />

<strong>de</strong>ssas etapas. A Figura 5 mostra um dos nossos casos<br />

em que se verificou embolização para VD <strong>de</strong> uma<br />

prótese número 40, após duas horas <strong>de</strong> um implante<br />

consi<strong>de</strong>rado seguro. A paciente em questão inicialmente<br />

apresentou taquicardia ventricular intermitente e coinci<strong>de</strong>nte<br />

<strong>com</strong> o movimento da prótese para VD.<br />

Após embolização da prótese, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> retirála<br />

no cateterismo ou <strong>de</strong> enviar o paciente para a<br />

cirurgia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da experiência do Serviço, do material<br />

disponível e da localização da prótese. Quando<br />

se optar pela retirada da prótese no cateterismo cardíaco,<br />

sua fixação <strong>com</strong> outro cateter e o emprego <strong>de</strong> bainha<br />

2 a 4F maior que a previamente utilizada facilitam o<br />

procedimento. O caso <strong>de</strong>scrito anteriormente foi encaminhado<br />

para a cirurgia, pois a prótese era gran<strong>de</strong> e<br />

localizada em ventrículo direito e as manobras para<br />

tentar retirá-la apresentariam risco <strong>de</strong> lesão da valva<br />

tricúspi<strong>de</strong>. Ocasionalmente, a embolização po<strong>de</strong> ocorrer<br />

dias ou meses após o implante.<br />

Figura 5 - Embolização <strong>de</strong> prótese número 40 para o VD.<br />

Perfurações 33,34<br />

Encontram-se na literatura relatos <strong>de</strong> alguns tipos<br />

<strong>de</strong> <strong>com</strong>plicação após o fechamento percutâneo <strong>de</strong><br />

CIA, entre os quais se incluem fístula aorta-AE e perfuração<br />

cardíaca, <strong>com</strong> manifestações clínicas variáveis<br />

e óbito. Ainda não está bem <strong>de</strong>finida qual seria a<br />

opção mais segura nesses casos: se o sub ou o superdimensionamento<br />

da prótese. Em nosso Serviço, temos<br />

optado por próteses <strong>de</strong> tamanho suficiente para envolver<br />

a aorta, pela imagem ecocardiográfica.<br />

Sangramento<br />

Sangramento no local da punção po<strong>de</strong> ocorrer,<br />

principalmente em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> punção aci<strong>de</strong>ntal da<br />

artéria femoral. Nesses casos, <strong>de</strong>ve-se dispensar tempo<br />

maior para a <strong>com</strong>pressão local e monitorizar o paciente<br />

pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> pseudo-aneurisma.<br />

As manobras para introduzir a sonda do ecocardiograma<br />

transesofágico <strong>de</strong>vem ser cuidadosas e <strong>de</strong>licadas<br />

para evitar lesão ou mesmo perfuração <strong>de</strong> esôfago<br />

e conseqüente sangramento digestivo. Lubrificação das<br />

sondas e manobras suaves e orientadas por visão direta<br />

através <strong>de</strong> laringoscópio diminuem esse risco.<br />

Comparação <strong>com</strong> a cirurgia 35-37<br />

O fechamento cirúrgico e o fechamento percutâneo<br />

<strong>de</strong> CIA apresentam resultados semelhantes quanto ao<br />

índice <strong>de</strong> fechamento <strong>com</strong>pleto (maior que 97%), à<br />

diminuição das câmaras direitas e à normalização da<br />

classe funcional. Evi<strong>de</strong>nciam-se, porém, algumas diferenças<br />

importantes quando se <strong>com</strong>param as duas técnicas.<br />

O fechamento cirúrgico <strong>de</strong> CIA tem sido realizado<br />

há mais <strong>de</strong> 50 anos, <strong>com</strong> diminuição progressiva da<br />

mortalida<strong>de</strong>, sendo esta menor que 1% nos últimos<br />

10 anos. Entretanto, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> circulação extracorpórea,<br />

<strong>de</strong> incisão cirúrgica, <strong>de</strong> manipulação do<br />

coração e do pulmão, <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> vários cateteres<br />

para monitorização e <strong>de</strong> permanência em unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

terapia intensiva, entre outros fatores, tem mantido<br />

uma incidência alta <strong>de</strong> <strong>com</strong>plicações, que po<strong>de</strong>m ser<br />

leves, mo<strong>de</strong>radas e graves. Complicações leves, <strong>com</strong>o<br />

problemas gastrointestinais, infecção urinária, febre,<br />

<strong>de</strong>rrame pleural e/ou pericárdico, atelectasia pulmonar<br />

e infecção da ferida cirúrgica, ocorrem em mais <strong>de</strong><br />

70% dos pacientes. Complicações mo<strong>de</strong>radas — pneumonia,<br />

<strong>de</strong>rrame pleural e/ou pericárdico <strong>com</strong> necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> drenagem, taquicardia juncional e dissociação<br />

atrioventricular — ocorrem em mais <strong>de</strong> 10% dos pacientes.<br />

Entre as <strong>com</strong>plicações graves encontram-se<br />

problemas neurológicos, sepse, insuficiência renal, sangramento<br />

requerendo reoperação, tamponamento cardíaco,<br />

síndrome pós-cardiotomia e bloqueio atrioventricular<br />

<strong>com</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> marca-passo <strong>de</strong>finitivo.<br />

Além disso, a cicatriz cirúrgica é <strong>de</strong>finitiva.<br />

Por sua vez, o fechamento percutâneo <strong>de</strong> CIA,<br />

iniciado há mais <strong>de</strong> 25 anos, difundiu-se amplamente<br />

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