Ergonomia - Faccamp
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PLAT & CUNY, 1977:60). Ela define quem faz o quê, como e em que tempo. É a divisão<br />
dos homens e das tarefas.<br />
Tentou-se organizar o trabalho cientificamente. A Organização Científica do<br />
Trabalho dividiu rigidamente a concepção do trabalho da sua execução. Alguns poucos concebem<br />
e planejam e outros executam. Projetam-se tarefas fragmentadas sem levar em conta<br />
que os homens preferem iniciar e finalizar a fabricação de um produto, entender o que estão<br />
fazendo, criar novos processos, ferramentas mais adequadas etc.<br />
Em outras palavras, a Organização Científica do Trabalho impondo uma hierarquia<br />
rígida não conseguiu a necessária cooperação dos trabalhadores. Com a introdução<br />
das linhas de montagem tentou-se assegurar a produção impondo o tempo de execução, mas<br />
não se conseguiu a motivação dos trabalhadores como sublinhado acima. Breve tornou-se<br />
necessária a introdução de prêmios de produtividade em tarefas fragmentadas. Um recurso<br />
eficiente a curto prazo, mas de efeitos danosos ao longo do tempo.<br />
O taylorismo, prescrevendo tarefas a serem executadas em tempos rígidos e<br />
invariáveis para todos, pressupõe uma estabilidade dos homens, das máquinas, das matérias<br />
primas, estabilidade que não existe na prática. As avaliações para estabelecimento dos tempos<br />
e movimentos (como se deve executar a tarefa e em quanto tempo, também denominada<br />
cronoanálise) são realizadas em trabalhadores cujas capacidades não são representativas das<br />
reais capacidades da população trabalhadora em geral.<br />
Por exemplo, essas avaliações são feitas durante um intervalo de tempo muito<br />
curto e em trabalhadores com um ótimo grau de aprendizado. Isto por si só já induz ao estabelecimento<br />
de altas cotas de produção. Cotas difíceis de serem atingidas, já que a atividade<br />
humana sofre flutuações ao longo do tempo: ao longo do dia, da semana e mesmo ao longo<br />
da vida laboral. Um mesmo ritmo não pode ser tolerado igualmente durante toda a jornada<br />
de trabalho. Além da variação fisiológica circadiana, há de se levar em conta a fadiga acumulada<br />
que pode tornar penoso, no fim da jornada, um ritmo suportável no seu início.<br />
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