Ergonomia - Faccamp
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1. H i s t ó r i c o d a E r g o n o m i a<br />
Carlos Alberto Diniz Silva<br />
Médico do Trabalho e Ergonomista<br />
Ex-agente de inspeção do MTE<br />
A ergonomia nasce da constatação de que o Homem não é uma máquina como<br />
as outras, diferentemente do que propôs Descartes e La Mettrie no século XVII pois:<br />
B ele não é um dispositivo mecânico;<br />
B ele não transforma energia como uma máquina a vapor;<br />
B seu olho não funciona como uma célula fotoelétrica;<br />
B seu ouvido não é sensível aos sons apenas como um microfone e um amplificador;<br />
B sua memória não funciona como a de um computador;<br />
B os riscos a que está submetido no trabalho não são análogos aos de um<br />
dispositivo técnico, apesar de termos análogos aplicados ao Homem e à<br />
máquina: fadiga, desgaste, envelhecimento, polias, válvulas, juntas, bombas,<br />
tubos.<br />
E quando é que se começou a pensar que o homem era uma máquina como as<br />
outras? Até o século XV o homem, na tradição cristã, ocupava o centro do universo. Tinha<br />
sido criado à imagem e semelhança de Deus e seu corpo sempre foi objeto de respeito. A<br />
dissecação de cadáveres era rigorosamente proibida pela Igreja Católica. Todo o restante do<br />
universo tinha sido criado especificamente para seu uso e gozo.<br />
Com a demonstração, por Galileu, de que a terra não era mais o centro do universo,<br />
a verdade revelada perde sua importância. Um intenso ceticismo toma conta de todos<br />
os pensadores pois tinha ficado patente que os nossos sentidos podem nos enganar. Afinal,<br />
nossos sentidos sempre nos indicaram de que era o sol que se movia ao redor da terra. E<br />
nem mesmo a nossa razão foi capaz de corrigir este erro. Logo, lança-se uma dúvida sobre<br />
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