R$ 5,90 - Roteiro BrasÃlia
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aimundo<br />
ribeiro<br />
comunicacaoraimundoribeiro<br />
@gmail.com<br />
O direito<br />
dos fumantes<br />
espaçocidadão<br />
As leis não podem ser excessivamente<br />
provisórias. Mesmo sabendo-se que<br />
o Brasil é um país em permanente<br />
revisão, é preciso que os instrumentos legais<br />
tenham maturação de alguns anos antes de<br />
serem mudados. Caso contrário, o Parlamento<br />
se banaliza. Passa a ser um ambiente onde<br />
as decisões são momentâneas, sem a mínima<br />
perenidade.<br />
O raciocínio cai perfeitamente sobre a Câmara<br />
Legislativa, quando esta Casa discute uma<br />
nova lei de restrição aos fumantes, sabendo-se<br />
que está em vigor a lei distrital 4.307/2009,<br />
desde fevereiro passado, que trata de limitações<br />
para o fumo no Distrito Federal, numa<br />
escala suportável para aqueles que ainda não<br />
conseguiram se libertar desse hábito.<br />
A Lei do Fumo em vigor já foi um grande<br />
avanço e rapidamente foi absorvida pela população.<br />
É claro que houve um período de adaptação,<br />
com as compreensíveis reações, mas é<br />
uma realidade. As pessoas hoje podem fumar<br />
em lugares públicos, desde que haja separação<br />
de ambientes e exaustão adequada.<br />
A permissão para a existência de fumódromos<br />
representa um avanço e serve para inibir o<br />
consumo do tabaco. O livre arbítrio é mantido<br />
e cabe ao cidadão decidir se deve ou não continuar<br />
consumindo cigarros ou charutos, sem<br />
que o Estado interfira nesta sua decisão.<br />
A princípio, parece-me inconstitucional<br />
uma iniciativa que impeça os homens e mulheres<br />
de exercerem a prerrogativa pessoal de<br />
fumar. O que deve se evitar é o incômodo aos<br />
não-fumantes, situação que fica assegurada<br />
com a criação de ambiente próprio para o<br />
consumo de cigarros ou charutos.<br />
Não podemos simplesmente aplicar em<br />
Brasília a experiência proposta pelo Governo<br />
de São Paulo, que tanta polêmica causou.<br />
A nossa geração ainda mantém o hábito do<br />
fumo, gradativamente abandonado, mas ainda<br />
persistente na sociedade brasileira. Poucos<br />
países, a maioria deles na Europa, já adotaram<br />
medidas tão duras quanto essas em debate na<br />
Câmara Legislativa do DF.<br />
Outra argumentação refere-se ao impacto<br />
que uma medida muito dura terá no desempenho<br />
comercial dos bares e restaurantes<br />
da cidade, que já se adaptaram e convenceram<br />
seus clientes fumantes a preservar os<br />
direitos dos não-fumantes. Portanto, diante<br />
de tantos argumentos de difícil contestação,<br />
creio que esta nova Lei do Fumo, radical<br />
e precipitada, não deverá ser aprovada na<br />
Câmara Legislativa.<br />
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