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Discursos 1977 - Paulo Egydio

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PRONUNCIAMENTO DO GOVERNADOR PAULO EGYDIO EM<br />

ARAÇATUBA, DIA 02/09/77<br />

Muitos poderão pensar que a minha presença, neste fim de tarde, aqui em Araçatuba, se<br />

prende a um desejo do Governador de homenagear pura e simplesmente sua esposa e a<br />

equipe que com ele trabalha. Muitos poderão pensar também que aqui vim para rever<br />

esta Araçatuba querida que nos idos de 66, conferiu-me o primeiro título de cidadão<br />

honorário; que aqui vim para rever velhos amigos, encontrar os prefeitos, e que volto a<br />

São <strong>Paulo</strong> após ter cumprido esta visita. Enganam-se. Aqui vim para dizer o que penso<br />

desse trabalho de integração comunitária. E o digo como Governador de estado. E o<br />

digo com a responsabilidade de homem público, de político que está atuando e pretende<br />

continuar atuando na vida pública desse Estado e desse país.<br />

Creio, que tão importante ou mais que eu chegue no fim do meu mandato arrolando<br />

listas e estatísticas de obras entregues ao nosso povo, que eu apresente os quilômetros<br />

de canos de água ou de coletores de esgotos, que eu lhes diga que já temos<br />

comprometidos trinta e oito bilhões de cruzeiros no saneamento básico de São <strong>Paulo</strong>,<br />

que eu lhes diga que essa cifra implica na realização de um programa que nunca foi<br />

feito, em época alguma, em país algum do mundo.<br />

Que eu lhes diga que esses canos enterrados, lá estão cumprindo com o seu serviço<br />

porque a taxa de mortalidade infantil, há mais de dez anos crescente, em São <strong>Paulo</strong> não<br />

apenas está decrescendo, como julho foi o mês de Julho de toda história de São <strong>Paulo</strong><br />

onde esta taxa apresentou seu menor índice. Não pretendo chegar no fim do meu<br />

governo recitando as salas de aulas entregues dizendo dos quilômetros de estradas ou<br />

dos hospitais das Clinicas, de Ribeirão Preto, da Unicamp, da Usp, de Pinheiros, do<br />

novo Instituto do Coração ou do novo Instituto de Ambulatórios. Ou que em Março<br />

deste próximo ano o problema carcerário de São <strong>Paulo</strong> estará definitivamente<br />

equacionando com as novas alas da Casa de detenção e as novas penitenciárias e,<br />

principalmente, com as milhares de casas de albergados já implantadas com a<br />

colaboração de todas as comunidades.<br />

Creio que há algo mais importante a ser dito, creio que uma mera comparação estatística<br />

de números oficiais é uma forma por demais pobre para que o Governador de São<br />

<strong>Paulo</strong>, Estado líder desta nação, preste contas da sua missão de governar. Governar é<br />

mais do que isto. Governar é pregar idéias, governar é unir homens, governar é fazer<br />

com que as comunidades despertem e passem ativamente a interpretar a vontade<br />

nacional.<br />

Assistimos, no mundo hoje, a um espetáculo para o qual eu chamo de uma maneira<br />

particular a atenção deste Oeste paulista, desta nova fronteira do desenvolvimento<br />

paulista. Vemos países superdesenvolvidos, que já ultrapassam a era da industrialização,<br />

que já ingressam na era da pós industrialização países com grande liberdade e<br />

diversidade de credos e ideologias, países enfim que realizaram neste século XX, entre<br />

outras façanhas extraordinárias, a exploração do cosmo, antes só vislumbrada nos<br />

romances de Júlio Verne. E quanto mais desenvolvida a civilização, quanto maior a<br />

cidade, mais o homem se sente só. Há uma falácia, um equívoco, um engano profundo<br />

numa visão distorcida de desenvolvimento econômico crescente, como se ele, por si só,

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