Microcitoses: Volumes Reticulocitários ... - NewsLab

Introdução
M
icrocitose eritrocitária é a
presença de volumes eritrocitários
menores do que o normal,
sendo considerada a alteração
morfológica mais prevalente em
resultados laboratoriais (1).
Na medula óssea, na seqüência
de maturação das células eritropoiéticas
para alcançar o estágio
de hemácia, estas são as células
que antecedem a hemácia:
proeritroblasto eritroblasto basófilo
eritroblasto policromatófilo
eritroblasto ortocromático
à reticulócitos hemácia ou eritrócitos.
O reticulócito é considerado
uma hemácia imatura.
Sendo o reticulócito o estágio
celular que antecede a hemácia, as
suas modificações – na qualidade
e ou na quantidade – deverão ter
relações com as alterações que
encontramos nas hemácias.
Em condições normais a grande
maioria dos reticulócitos está
na medula óssea para completar
a sua transformação em hemácia,
porém, sempre alguns reticulócitos
são liberados para a circulação
sangüínea, circulam entre 24
a 48 horas no sangue periférico,
onde também acontece a transformação
em hemácia. As principais
etapas de transformação do
reticulócito em hemácia são:
a) Término da complementação
da produção dos 20% restantes da
síntese da hemoglobina que é necessária
para o funcionamento das
hemácias normais (2).
b) Diminuição do volume, porque
os reticulócitos são cerca de
20% a 25% maiores do que as hemácias
(2, 3, 4).
c) Eliminação das granulações
reticulocitárias, sendo estas uma
das principais características que
diferenciam reticulócitos das hemácias.
Mesmo que o volume reticulocitário
já esteja com o tamanho
de uma hemácia normal, mas, a
partir da presença de no máximo
duas granulações, a célula será
identificada (através de metodologia
por automação) como reticulócito.
Este tipo de identificação reticulocitária
foi conseqüência da padronização
oficial (5, 6, 7).
A microcitose surge em conseqüência
da alteração na relação
entre a síntese da hemoglobina no
interior dos eritroblastos e as divisões
celulares (8, 9). Quando no
interior dos eritroblastos, a concentração
da hemoglobina sintetizada
está em torno de 25% do total da
hemoglobina que a hemácia normal
necessitará, já deve ter acontecido
no máximo quatro divisões
celulares e é este valor de 25% de
hemoglobina sintetizada que “bloqueia”
o mecanismo de divisões nos
eritroblastos posteriores (8).
Quando existe deficiência de
substâncias essenciais para a síntese
da hemoglobina, após a quarta
divisão dos eritroblastos, ainda
não existem os 25% de hemoglobina,
então, outras divisões celulares
acontecem e, deste modo, surge
o teor crítico de 25% de hemoglobina,
porém, aparecerão reticulócitos
com volumes menores do
que o normal (8, 10). Por este motivo
a presença de reticulócitos
menores que o normal é um indicador
precoce do desenvolvimento
de anemias microcíticas (4, 9, 11).
As microcitoses podem estar
acompanhadas da presença de
micrócitos e de menor percentagem
de reticulócitos na circulação
periférica, ou seja, de reticulocitopenias.
Micrócitos são hemácias muito
pequenas com volumes abaixo de
70uu 3 , podendo ter ou não modificação
na sua espessura (12, 13,
14, 15). Quando os eritrogramas
são executados por automação,
na presença de uma ou mais de
uma destas três condições, aparece
a emissão do alarme micrócito:
1) microesferócitos que surge
após o envelhecimento natural
da hemácia normal; 2) hemácia
com a forma bicôncava característica,
porém, muito pequena
por causa do excesso das divisões
celulares, geralmente presente
nas anemias microcíticas e 3) na
esferocitose hereditária, que é
uma anemia genética em conseqüência
de um defeito na membrana
eritrocitária.
O número de reticulócitos no
sangue periférico depende de: a)
do nível de transformação dos eritroblastos
em reticulócitos; b) do
grau de imaturidade dos reticulócitos
liberados; c) do tempo que os
reticulócitos levam no sangue periférico
para se transformarem em
hemácias (16, 17, 18, 19).
Através de métodos manuais,
raramente se detectavam as reticulocitopenias,
que passaram a ser
mais evidentes após a existência
de resultados da avaliação por automação
(20).
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NewsLab - edição 67 - 2004