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carta ao leitor
reunião de pauta desta edição provavelmente
foi um retrato de tantas
A
outras reuniões que têm ocorrido nas
empresas, nos governos, nas instituições
de pesquisa. Nós, os conselheiros da Locus,
tínhamos várias sugestões de assuntos
a abordar, pessoas a entrevistar, reportagens
a produzir. Mas um tema era
recorrente, permeava todos os demais: a
crise. O cenário econômico atual nos
obriga a incluir a crise em toda e qualquer
análise que se faça, em diversos setores
e segmentos. Não poderia ser diferente
em nosso movimento.
Então decidimos tratar da crise na matéria
de capa. Porém, sob um enfoque
pouco presente no emaranhado de informações
que nos bombardeia a todo instante:
como fazer da inovação um instrumento
anticrise Das pretensões de
Barack Obama à realidade das empresas
brasileiras, investigamos as saídas apontadas
por especialistas para enfrentar a
turbulência internacional. Infelizmente,
constatamos que o Brasil pode ficar para
trás nessa corrida. O corte no orçamento
do Ministério da Ciência e Tecnologia, a
demora na revisão da legislação sobre o
tema e a incerteza que paira sobre as empresas
revelam o risco de retrocesso. Mas
a reportagem que inicia na página 28
também mostra que ainda há tempo de
corrigir os erros e acelerar processos, fortalecendo
o sistema nacional de inovação,
que tanto avançou nos últimos anos.
Além do reforço nas políticas públicas,
a saída para a crise está na coragem dos
empreendedores, na decisão das empresas
de continuar investindo em pesquisa
e desenvolvimento, de não interromper
projetos inovadores. E o estímulo pode
vir de exemplos, como a empresa que
protagoniza a seção Sucesso desta edição.
Nascida no Parque
Tecnológico de São
Carlos (SP), a Opto
transformou em realidade
– empregos,
renda e inovação – o
projeto de seis pesquisadores
da área
de Física. Hoje com
24 anos, a empresa
comprova que a
união entre ciência e
empreendedorismo,
respeitadas as especificidades de cada
um, tem tudo para dar certo.
Colabora com esse casamento o modelo
de open innovation, tema da seção Gestão.
Abertas à cooperação com outras
empresas e instituições de pesquisa,
MPEs inovadoras têm fortalecido as atividades
de P&D, alavancando negócios. E
por falar em interação, a seção Negócios
traz uma reportagem sobre o setor de serviços,
especialista no contato direto com
o cliente. Mais do que isso, o antigo setor
terciário da economia vem quebrando paradigmas,
ao gerar postos de trabalho
cada vez mais qualificados e movimentar
bilhões todos os anos.
Alcançar tamanha pujança é o desejo
dos empreendedores que já atuam ou ainda
planejam ingressar no mercado de semicondutores,
esperançosos com a inauguração
recente do Centro de Excelência
em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec),
em Porto Alegre. Apesar do entusiasmo
dos fundadores, críticas ao projeto
questionam se vale a pena investir tanto
dinheiro público para entrar em uma área
dominada por gigantes multinacionais.
Na reportagem da seção Oportunidade,
Locus tenta encontrar a resposta.
Boa leitura!
Con s e l h o Ed i t o r i a l
Locus • Abril 2009
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