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A coesão textual na tessitura do texto: a ... - Celsul.org.br

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uma seqüência. É importante lem<strong>br</strong>ar que a coesão pode auxiliar no estabelecimento da<<strong>br</strong> />

coerência, embora, às vezes, a coesão nem sempre se manifeste explicitamente por meio<<strong>br</strong> />

de marcas lingüísticas, o que faz concluir que pode haver <strong>texto</strong>s coerentes mesmo que<<strong>br</strong> />

não tenham coesão explícita.<<strong>br</strong> />

Segun<strong>do</strong> Koch (1997) a coesão é o fenômeno que diz respeito ao mo<strong>do</strong> como os<<strong>br</strong> />

elementos lingüísticos estão presentes <strong>na</strong> superfície <strong>textual</strong>, se encontram entrelaça<strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />

por meio de recursos também lingüísticos, forman<strong>do</strong> seqüências pelas quais vinculam<<strong>br</strong> />

senti<strong>do</strong>. Por meio, então, de elementos lingüísticos pode-se tecer informações,<<strong>br</strong> />

entrelaçan<strong>do</strong>-as, forman<strong>do</strong> assim um <strong>texto</strong> coerente e coeso.<<strong>br</strong> />

Marcuschi (1983) também define os fatores de coesão como “aqueles que dão<<strong>br</strong> />

conta da seqüenciação superficial <strong>do</strong> <strong>texto</strong>”. Este autor também concorda que os<<strong>br</strong> />

elementos lingüísticos é que formam o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>texto</strong> através da <strong>tessitura</strong> formada.<<strong>br</strong> />

Mondada e Dubois (2003), ao tratarem so<strong>br</strong>e referenciação privilegiam a relação<<strong>br</strong> />

entre as palavras e as coisas, defendem uma abordagem diferenciada em relação aos<<strong>br</strong> />

elementos lingüísticos e o sujeito presentes no <strong>texto</strong>. Portanto uma visão dinâmica<<strong>br</strong> />

precisa ser considerada, que leve em conta um sujeito socialmente constituí<strong>do</strong>, que tem<<strong>br</strong> />

uma relação direta entre os discursos e o mun<strong>do</strong>, capaz de adequar seus discursos a cada<<strong>br</strong> />

situação, a cada fi<strong>na</strong>lidade comunicativa, crian<strong>do</strong> e recrian<strong>do</strong> suas atividades sociais de<<strong>br</strong> />

acor<strong>do</strong> com as versões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> publicamente elaboradas. Tal mudança de perspectiva<<strong>br</strong> />

é assi<strong>na</strong>lada pela substituição <strong>do</strong> termo referência por referenciação, visto que o<<strong>br</strong> />

processo de referenciar é concebi<strong>do</strong> como uma atividade de linguagem realizada por<<strong>br</strong> />

sujeitos históricos e sociais em interação, sujeitos que constroem mun<strong>do</strong>s textuais cujos<<strong>br</strong> />

objetos não espelham fielmente o “mun<strong>do</strong> real”, mas são constituí<strong>do</strong>s em meio a<<strong>br</strong> />

práticas sociais, ou seja, são objetos-de-discurso<<strong>br</strong> />

A sucessão de coisas ditas ou escritas forma uma cadeia que vai muito além da<<strong>br</strong> />

simples seqüencialidade: há um entrelaçamento de informações e mensagens que se<<strong>br</strong> />

tor<strong>na</strong>m coesas perante os mecanismos lingüísticos que estabelecem a conectividade, a<<strong>br</strong> />

retomada e garantem a coesão. São os referentes textuais que atuam no <strong>texto</strong>. Os objetos<<strong>br</strong> />

discursivos vão estabelecen<strong>do</strong> relações de senti<strong>do</strong> e significa<strong>do</strong> tanto com os elementos<<strong>br</strong> />

que os antecedem como com os que os sucedem, construin<strong>do</strong> uma cadeia <strong>textual</strong><<strong>br</strong> />

significativa. Essa coesão, que dá unidade ao <strong>texto</strong>, vai sen<strong>do</strong> construída e se evidencia<<strong>br</strong> />

pelo emprego de diferentes procedimentos, tanto no campo <strong>do</strong> léxico, como no da<<strong>br</strong> />

gramática.<<strong>br</strong> />

Koch (2006) afirma que a referenciação constitui uma atividade discursiva.<<strong>br</strong> />

Dessa maneira, postula-se uma visão não-referencial da língua e da linguagem, o que<<strong>br</strong> />

possibilita criar uma instabilidade das relações entre as palavras e as coisas. Sen<strong>do</strong><<strong>br</strong> />

assim, a realidade é construída, mantida e alterada não somente pela forma como<<strong>br</strong> />

nomeamos o mun<strong>do</strong>, mas pela forma como sociocognitivamente interagimos com ele. A<<strong>br</strong> />

autora afirma ainda que o discurso é, ao mesmo tempo, tributário de sua construção e<<strong>br</strong> />

constrói uma representação que opera como uma memória compartilhada, alimentada<<strong>br</strong> />

pelo próprio discurso. Logo, admite-se que os objetos <strong>do</strong> discurso são dinâmicos: podem<<strong>br</strong> />

ser modifica<strong>do</strong>s, desativa<strong>do</strong>s, recategoriza<strong>do</strong>s etc. E neste viés, então, a discursivização<<strong>br</strong> />

ou a <strong>textual</strong>ização é uma (re) construção <strong>do</strong> real e não um simples processo de<<strong>br</strong> />

elaboração da informação, conforme comenta Koch (2006).<<strong>br</strong> />

GT - Processos de Construção Textual 3

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