20.03.2015 Views

A coesão textual na tessitura do texto: a ... - Celsul.org.br

A coesão textual na tessitura do texto: a ... - Celsul.org.br

A coesão textual na tessitura do texto: a ... - Celsul.org.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

conhecimentos <strong>do</strong> interlocutor para esclarecê-lo. Há ainda a especificação por meio de<<strong>br</strong> />

seqüência hiperônimo/hipônimo, é a anáfora especifica<strong>do</strong>ra sen<strong>do</strong> utilizada quan<strong>do</strong> se<<strong>br</strong> />

faz necessário um maior refi<strong>na</strong>mento da categorização, ela é geralmente introduzida<<strong>br</strong> />

pelo artigo indefini<strong>do</strong>, e permite anexar informações novas ao objeto-de-discurso.<<strong>br</strong> />

Outra estratégia são as paráfrases a<strong>na</strong>fóricas que podem ser deficio<strong>na</strong>is ou<<strong>br</strong> />

didáticas. Essas paráfrases utilizan<strong>do</strong> expressões nomi<strong>na</strong>is têm a função de elaborar<<strong>br</strong> />

definições. Quan<strong>do</strong> isso ocorre retoman<strong>do</strong> um objeto-de-discurso tem-se a definicio<strong>na</strong>l,<<strong>br</strong> />

o termo a ser defini<strong>do</strong> foi previamente mencio<strong>na</strong><strong>do</strong> e por meio de uma anáfora registrase<<strong>br</strong> />

sua definição. Geralmente aparecem com expressões como um tipo de, uma espécie<<strong>br</strong> />

de. Já <strong>na</strong> didática, a definição é registrada e depois a expressão referencial a retoma,<<strong>br</strong> />

com sintagma mais a<strong>br</strong>angente. É um recurso de introduzir um vocábulo técnico de<<strong>br</strong> />

mo<strong>do</strong> mais direto, mais conciso.<<strong>br</strong> />

Devi<strong>do</strong> a enorme variedade de funções que desempenham as expressões<<strong>br</strong> />

referenciais, percebe-se a sua importância tanto <strong>na</strong> progressão <strong>textual</strong> como <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

construção de senti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>texto</strong>s. São essas funções que serão verificadas <strong>na</strong> análise<<strong>br</strong> />

abaixo.<<strong>br</strong> />

3. Uma tentativa de análise<<strong>br</strong> />

O presente estu<strong>do</strong> não a<strong>br</strong>ange as características de toda grandiosa o<strong>br</strong>a de Graciliano<<strong>br</strong> />

Ramos, mas somente o conto Um Cinturão, para verificar como Graciliano utiliza a<<strong>br</strong> />

referenciação <strong>na</strong> construção de seu <strong>texto</strong>. De forma geral, as o<strong>br</strong>as de Graciliano<<strong>br</strong> />

caracterizam-se pelo inter-relacio<strong>na</strong>mento entre as condições sociais e a psicológica das<<strong>br</strong> />

perso<strong>na</strong>gens, ao que se soma uma linguagem precisa, “enxuta” e despojada, de perío<strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />

curtos, mas de grande força expressiva.<<strong>br</strong> />

O conto Um Cinturão retrata as experiências infantis <strong>do</strong> menino-<strong>na</strong>rra<strong>do</strong>r. To<strong>do</strong><<strong>br</strong> />

o conto se centra no menino e <strong>na</strong> violência que enfrentou. O segun<strong>do</strong> parágrafo inicia-se<<strong>br</strong> />

com a <strong>na</strong>rrativa de uma experiência com a violência que marcou o <strong>na</strong>rra<strong>do</strong>r. Utiliza-se o<<strong>br</strong> />

processo da metáfora, personificação e polissemia para iniciar seu relato: Certa vez<<strong>br</strong> />

minha mãe surrou-me com uma corda no<strong>do</strong>sa que me pintou as costas de manchas<<strong>br</strong> />

sangrentas. O <strong>na</strong>rra<strong>do</strong>r relacio<strong>na</strong> os efeitos causa<strong>do</strong>s pela corda no plano das ações<<strong>br</strong> />

instigadas, como se a corda agisse. Nesse plano da descrição, estabelece um elo entre<<strong>br</strong> />

polissemia por meio de metáfora, por exemplo. No decorrer <strong>do</strong> parágrafo tece a ce<strong>na</strong><<strong>br</strong> />

amarran<strong>do</strong>-a com a escolha lexical que faz: os golpes; surrou; o procedimento; a<<strong>br</strong> />

flagelação; uma corda no<strong>do</strong>sa; o nó, ele (o nó).<<strong>br</strong> />

Observa-se nesse parágrafo cinco entradas de referenciação, conforme descrito<<strong>br</strong> />

no quadro a seguir:<<strong>br</strong> />

a <strong>do</strong>r as costas Moí<strong>do</strong> Os golpes uma corda<<strong>br</strong> />

no<strong>do</strong>sa<<strong>br</strong> />

manchas<<strong>br</strong> />

sangrentas<<strong>br</strong> />

lanhos<<strong>br</strong> />

vermelhos<<strong>br</strong> />

menor estrago<<strong>br</strong> />

a<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>s costelas me o<<strong>br</strong> />

procedimento<<strong>br</strong> />

da filha<<strong>br</strong> />

me<<strong>br</strong> />

o nó<<strong>br</strong> />

GT - Processos de Construção Textual 5<<strong>br</strong> />

ele

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!