A coesão textual na tessitura do texto: a ... - Celsul.org.br
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A referenciação é a definição das formas de introdução, no <strong>texto</strong>, de novas<<strong>br</strong> />
entidades ou referentes. Quan<strong>do</strong> os referentes apontam para frente ou remetem para trás,<<strong>br</strong> />
ou servem de base para novas referências tem-se a progressão referencial. A<<strong>br</strong> />
referenciação é tida então como uma atividade discursiva, pois as formas de<<strong>br</strong> />
referenciação são escolhas <strong>do</strong> sujeito em interação com outros sujeitos em função de um<<strong>br</strong> />
querer-dizer (Koch e Elias, 2006). E nesse processo de interação vão se construin<strong>do</strong> os<<strong>br</strong> />
objetos-de-discurso.<<strong>br</strong> />
Para a construção <strong>do</strong>s referentes textuais Koch e Elias listam as seguintes<<strong>br</strong> />
estratégias:<<strong>br</strong> />
- Introdução (construção): quan<strong>do</strong> um “objeto” até então não mencio<strong>na</strong><strong>do</strong> é<<strong>br</strong> />
introduzi<strong>do</strong> no <strong>texto</strong>, deixan<strong>do</strong>-o em destaque.<<strong>br</strong> />
- Retomada (manutenção): quan<strong>do</strong> um “objeto” que já está presente no <strong>texto</strong> é<<strong>br</strong> />
reativa<strong>do</strong> através de uma forma referencial, manten<strong>do</strong> em foco o objeto-de-discurso.<<strong>br</strong> />
-Desfocalização: um novo “objeto” é lança<strong>do</strong> ao <strong>texto</strong>, atrain<strong>do</strong> para si o foco.<<strong>br</strong> />
Os referentes podem ser modifica<strong>do</strong>s ou expandi<strong>do</strong>s, e durante to<strong>do</strong> o processo<<strong>br</strong> />
de compreensão o leitor cria uma seqüência representativa que lhe dará informações<<strong>br</strong> />
acerca de categorização e avaliações <strong>do</strong>s referentes, o que o auxiliará <strong>na</strong> interpretação <strong>do</strong><<strong>br</strong> />
<strong>texto</strong>.<<strong>br</strong> />
Koch e Elias (2006) apontam <strong>do</strong>is tipos de processos de introdução de referentes<<strong>br</strong> />
textuais: ativação “ancorada” e “não-ancorada”. Denomi<strong>na</strong>-se “não-ancorada” quan<strong>do</strong><<strong>br</strong> />
um “objeto” novo é apresenta<strong>do</strong> no <strong>texto</strong>, e “ancorada” quan<strong>do</strong> um “objeto” novo é<<strong>br</strong> />
apresenta<strong>do</strong>, mas está associa<strong>do</strong> com elementos já presentes no <strong>texto</strong>. Nas ativações<<strong>br</strong> />
“ancoradas” têm-se as anáforas (indiretas e associativas) e as catáforas, constituin<strong>do</strong> as<<strong>br</strong> />
remissões para trás e para frente, respectivamente.<<strong>br</strong> />
A retomada é a operação responsável pela manutenção <strong>do</strong> foco em objetos já<<strong>br</strong> />
introduzi<strong>do</strong>s, dan<strong>do</strong> origem às cadeias referenciais responsáveis pela progressão<<strong>br</strong> />
referencial <strong>do</strong> <strong>texto</strong>; já as expressões nomi<strong>na</strong>is referenciais desempenham funções<<strong>br</strong> />
cognitivo-discursivas importantes <strong>na</strong> construção <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>texto</strong>. Dentre essas<<strong>br</strong> />
funções tem-se a ativação/reativação <strong>na</strong> memória. Quan<strong>do</strong> a remissão se dá a elementos<<strong>br</strong> />
já mencio<strong>na</strong><strong>do</strong>s ou sugeri<strong>do</strong>s pelo co-<strong>texto</strong>, elas ativam a memória <strong>do</strong> interlocutor.<<strong>br</strong> />
Quan<strong>do</strong> há uma recategorização ou refocalização <strong>do</strong> referente, elas têm função<<strong>br</strong> />
predicativa, pois traz informação nova.<<strong>br</strong> />
Outra função é o encapsulamento (sumarização) e a rotulação, função específica<<strong>br</strong> />
das nomi<strong>na</strong>lizações que funcio<strong>na</strong>m como um sintagma resumi<strong>do</strong>r para uma expressão<<strong>br</strong> />
precedente <strong>do</strong> <strong>texto</strong>, sumarizam informações já mencio<strong>na</strong>das, encapsulan<strong>do</strong>-as numa<<strong>br</strong> />
expressão nomi<strong>na</strong>l.<<strong>br</strong> />
As formas remissivas têm função importante, pois informam a seqüência lógica<<strong>br</strong> />
das argumentações <strong>do</strong> autor <strong>do</strong> <strong>texto</strong>. Elas cumprem a função de introdução, de<<strong>br</strong> />
mudança ou desvio de tópico e também de ligação entre tópicos. Tu<strong>do</strong> isso acontece<<strong>br</strong> />
sem que a continuidade lógica se perca e cada informação nova é acoplada a uma antiga<<strong>br</strong> />
e assim vai se forman<strong>do</strong> a construção <strong>do</strong> <strong>texto</strong>, através da retroação e da progressão.<<strong>br</strong> />
A retroação, as retomadas também podem se efetuar pela utilização de um<<strong>br</strong> />
hiperônimo. Este, com função a<strong>na</strong>fórica, retoma um termo pouco usual utilizan<strong>do</strong> os<<strong>br</strong> />
GT - Processos de Construção Textual 4