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A coesão textual na tessitura do texto: a ... - Celsul.org.br

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geral <strong>do</strong> conto: a violência e as injustiças por que passa o pequeno perso<strong>na</strong>gem<strong>na</strong>rra<strong>do</strong>r.<<strong>br</strong> />

Na primeira colu<strong>na</strong> verifica-se as expressões nomi<strong>na</strong>is e o léxico escolhi<strong>do</strong>s pelo<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>rra<strong>do</strong>r para levar o leitor a construir a imagem da ce<strong>na</strong> <strong>na</strong>rrada, ver a ce<strong>na</strong> pelo prisma<<strong>br</strong> />

<strong>do</strong> <strong>na</strong>rra<strong>do</strong>r, a opinião deste, suas crenças, e a partir dessa escolha é permiti<strong>do</strong> ao leitor<<strong>br</strong> />

conhecer os fatos como realmente se desenrolaram, sen<strong>do</strong> crucial para a interpretação da<<strong>br</strong> />

ce<strong>na</strong> descrita. Nota-se, então, que os vocábulos da primeira colu<strong>na</strong> estão liga<strong>do</strong>s ao pai,<<strong>br</strong> />

a furia deste e sua ação.<<strong>br</strong> />

Na segunda colu<strong>na</strong> verifica-se por meio das escolhas <strong>do</strong> autor, que os sintagmas<<strong>br</strong> />

utiliza<strong>do</strong>s para filmar a ce<strong>na</strong> <strong>na</strong> perspectiva <strong>do</strong> <strong>na</strong>rra<strong>do</strong>r/perso<strong>na</strong>gem atendem aos<<strong>br</strong> />

própositos comunicativos da <strong>na</strong>rra<strong>do</strong>r, escandalizar o leitor. Pois há o drama presente<<strong>br</strong> />

em cada léxico registra<strong>do</strong>, <strong>na</strong> ce<strong>na</strong> ‘visualizada’ pelo leitor, a crueldade, a ferocidade<<strong>br</strong> />

sofrida pelo perso<strong>na</strong>gem.<<strong>br</strong> />

4. Considerações fi<strong>na</strong>is<<strong>br</strong> />

Graciliano Ramos, utilizou com maestria o recurso da referenciação em seu conto: Um<<strong>br</strong> />

Cinturão. Percebe-se que os objetos-de-discurso realmente se desenvolvem para a<<strong>br</strong> />

realização de um projeto de dizer, que se constrói intencio<strong>na</strong>lmente. Como se observou,<<strong>br</strong> />

no decorrer da análise, a referência permite acrescentar informações novas ao <strong>texto</strong>,<<strong>br</strong> />

ancoran<strong>do</strong>-as em informações dadas, já conhecidas. Os referentes, toma<strong>do</strong>s como<<strong>br</strong> />

objetos de discurso, são evolutivos e os usuários da língua podem lançar mão de vários<<strong>br</strong> />

recursos para elaborar e fazer evoluir esses referentes.<<strong>br</strong> />

Quanto à polêmica abordada no <strong>texto</strong>, o ensino da língua portuguesa, muito se<<strong>br</strong> />

tem discuti<strong>do</strong> e pesquisa<strong>do</strong>. Questio<strong>na</strong>-se so<strong>br</strong>e como ensiná-la, o que enfatizar e o que<<strong>br</strong> />

não é adequa<strong>do</strong> abordar em sala de aula. Muitos estudiosos acreditam que a gramática<<strong>br</strong> />

deva ser ensi<strong>na</strong>da por meio de <strong>texto</strong>s que deveriam ser o ponto de partida para seu<<strong>br</strong> />

ensino. Muitas correntes já criticaram esse uso <strong>do</strong> <strong>texto</strong>. Ainda hoje não se chegou a<<strong>br</strong> />

uma conclusão so<strong>br</strong>e qual seria a melhor maneira de ensi<strong>na</strong>r a língua portuguesa, mas<<strong>br</strong> />

to<strong>do</strong>s têm o mesmo olhar quanto ao produto fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> ensino: formar cidadãos letra<strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />

que saibam utilizar a língua nos vários momentos de comunicação, e instrumentalizá-los<<strong>br</strong> />

para que produzam e compreendam <strong>texto</strong>s. E a lingüística <strong>textual</strong> pode nos ser de<<strong>br</strong> />

grande valia nessa empreitada.<<strong>br</strong> />

5. Referencias e Citações<<strong>br</strong> />

APOTHÉLOZ, D. & REICHLER-BÉGUELIN M. Construction de la reference et<<strong>br</strong> />

stratégies de désig<strong>na</strong>tion., TRANEL (Travaux neuchâtelois de linguistique) 23- Du<<strong>br</strong> />

syntagame nomi<strong>na</strong>l aux objets-de-discours, 1995.<<strong>br</strong> />

CAVALCANTE, Mônica Magalhães. RODRIGUES, Ber<strong>na</strong>dete Biasi. CIULLA, Ale<strong>na</strong>.<<strong>br</strong> />

(<strong>org</strong>aniza<strong>do</strong>ras). Referenciação. São Paulo: Con<strong>texto</strong>, 2003. –(Coleção Clássica da<<strong>br</strong> />

Lingüística).<<strong>br</strong> />

GT - Processos de Construção Textual 8

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