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Individual 24 Claudio Rodrigues Coraçao - SBPJor

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo<br />

VI Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo<br />

UMESP (Universidade Metodista de São Paulo), novembro de 2008<br />

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“cortante” e “realista” é advindo de uma “práxis jornalística”. Por meio da idéia de<br />

“contaminação” do real, a convergência da literatura com o jornalismo, no romancereportagem,<br />

evidencia um quadro de manifestação maior, ou seja, a prática do<br />

jornalismo em outras searas discursivas, temáticas, angulatórias etc.<br />

Em Corpo-a-Corpo, a citação direta e a conversa estabelecida com o romancereportagem<br />

é presente. Nos textos Conversa Franca com Aguinaldo Silva, Maralto,<br />

Mais “Boom” e Com José Louzeiro ocorrem entrevistas, comentários e debates acerca<br />

do novo posicionamento textual: no caso, o romance-reportagem. Ao conversar com<br />

dois representantes de tal tendência (Aguinaldo Silva e José Louzeiro 6 , por exemplo) a<br />

preocupação de João Antônio – como entrevistador-repórter – é elucidar e descrever o<br />

ideário das novas práticas textuais, bem como debater a questão do comprometimento<br />

intelectual.<br />

Em Com José Louzeiro (I a Final), de 11/08 a 18/08/1976, surgem as seguintes<br />

questões empenhadas pelo entrevistador João Antônio (perguntas estas que se repetem<br />

nas conversas com Aguinaldo Silva, José Edson Gomes etc.):<br />

“E será possível estabelecer um laço íntimo de identificação entre sua literatura [a de Louzeiro] com sua<br />

experiência ou vivência?”<br />

“Como você vê o posicionamento de nosso intelectuais diante da realidade brasileira?”<br />

“Até que ponto o trabalho em jornal diário pode atrapalhar (ou contribuir) na vida e produção de um<br />

escritor?”<br />

“Há um boom literário no Brasil?”<br />

“De um lado o realismo fantástico; de outro, o romance-reportagem – você deve ter uma visão pessoal<br />

disso: engajamento ou alienação? Como interpreta as duas tendências?”<br />

Nas entrelinhas das questões, principalmente da última indagação, formuladas<br />

por João Antônio, o romance-reportagem surge como instrumento das verificações<br />

pontuadas pelo corpo-a-corpo com a vida. Ao conversar com tais autores, João Antônio<br />

se alia ao ideário apreensivo do romance-reportagem.<br />

Nota-se que os fragmentos desenhados no debate de uma tendência textual, no<br />

caso o romance-reportagem e o New Journalism, surgem como reforço das escritas que<br />

transcendem a entidade estanque do jornalismo e/ou da criação literária. Parece haver<br />

em João Antônio a preocupação designativa de uma sociedade a ser decodificada,<br />

6 Autores dos romances-reportagem “República dos Assassinos” e “Lúcio Flávio: passageiro da agonia”,<br />

respectivamente.

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