Individual 24 Claudio Rodrigues Coraçao - SBPJor
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Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo<br />
VI Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo<br />
UMESP (Universidade Metodista de São Paulo), novembro de 2008<br />
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A preocupação de um desnudamento textual, regido pelo anti-academicismo, por<br />
uma representação cultural “auto-consciente”;<br />
A pertinente “intromissão” textual, que adquire status dialógico, já que dialoga<br />
com o funcionamento conceptivo da escrita se auto-referenciando<br />
constantemente.<br />
A preocupação notada, por exemplo, em relação às condições do escritor e da<br />
escrita nacional, proporciona uma extensão, ou seja, tal preocupação desencadeia a<br />
configuração de blocos temáticos nos quais as reminiscências, em torno da linguagem,<br />
permearão a construção dos textos sobre gafieira, carnaval, futebol e Lima Barreto.<br />
Embora João Antônio costure, na coluna, assuntos íntimos de sua obra ficcional<br />
(merdunchos, ambiente da marginália, o futebol etc), o uso da interação intertextual se<br />
faz presente com a decodificação, dialógica, da condição da escrita e do escritor no<br />
Brasil. Somado a isso, há, nas colunas, marcas de enfrentamento e posicionamento<br />
social claras.<br />
Cumpre salientar que temos, por assim dizer, a configuração de um ideário<br />
textual a discutir as características do próprio texto, mas também a definir uma<br />
radiografia nacional mais abarcada. Desse modo, pensando no funcionamento da<br />
linguagem, surge o elemento do estético, do poético em tal configuração.<br />
De acordo com Thompson (1998), é por meio do processo de interações, que se<br />
sedimenta ethos diversificados no que se relaciona ao debate entre emissor-receptor.<br />
Desse modo, categoriza três tipos de interações que suportam as relações dos meios de<br />
comunicação de massa:<br />
“Para explorar os tipos de situação interativa criados pelo uso dos meios de<br />
comunicação, é útil distinguir três formas ou tipos – que chamarei de<br />
“interação face a face”, “interação mediada” e “quase-interação mediada”<br />
(...) A interação mediada se estende no espaço e no tempo, adquirindo assim<br />
um número de características que a diferenciam da primeira [interação face a<br />
face]. Enquanto a interação face a face acontece num contexto de copresença,<br />
os participantes de uma interação mediada podem estar em<br />
contextos espaciais ou temporais distintos (...) como a quase-interação<br />
mediada tem caráter monológico e implica a produção de formas simbólicas<br />
para um número indefinido de receptores potenciais, será melhor<br />
classificada como um tipo de quase-interação”. (Thompson: 1998, p.78/79).<br />
Nesse contexto, se o jogo de interações proposto por Thompson – em seus<br />
diferentes estágios e níveis de diálogo entre emissor e receptor - possibilita ao autor [no<br />
caso, o colunista João Antônio] fazer o exercício crítico, intertextual e auto-referencial,