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CL 07 . ANA LAURA COLOMBO DE FREITAS - SBPJor

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<strong>SBPJor</strong> – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo<br />

VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo<br />

USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009<br />

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4. Herbert Caro, um “homem de letras”<br />

Herbert Moritz Caro nasceu em 16 de outubro de 1906, em Berlim, na Alemanha.<br />

Doutor em Direito pela Universidade de Heidelberg, defendeu a tese A proteção do<br />

direito do autor no título da obra literária em 1930. Três anos depois, é impedido de<br />

exercer a advocacia devido à promulgação das primeiras leis anti-semitas do governo<br />

nazista. Primeiramente, refugia-se na França, onde estuda Letras Clássicas na Universidade<br />

de Dijon. A estada no país vizinho dura apenas um ano. Pressente a iminência da<br />

guerra e busca um novo país de exílio. O Brasil surge como a melhor opção.<br />

Caro chegou a Porto Alegre em 7 de maio de 1935. Nos primeiros anos, trabalho<br />

no comércio e na indústria. Em 1939, entretanto, a convite do escritor Erico Veríssimo,<br />

entrou para a famosa Sala dos Tradutores da editora gaúcha. Ali exerceu as funções de<br />

tradutor (do alemão e do inglês), dicionarista e revisor, ganhando enorme intimidade<br />

com a língua portuguesa. O trabalho na editora durou até 1948, ano em que também ganhou<br />

sua naturalização como brasileiro.<br />

O ofício de tradutor, mesmo longe da Editora Globo, lhe acompanhou para o resto<br />

da vida. De acordo com a pesquisadora Izabela Maria Furtado Kestler (20<strong>07</strong>), Caro<br />

tornou-se o profissional mais conhecido na tarefa de verter o alemão para o português.<br />

Traduziu mais de 30 livros de autores como Thomas Mann, Emil Ludwig, Lion Feuchtwanger,<br />

Oswald Spengler, Hermann Hesse, Elias Canetti e Hermann Broch. Pela tradução<br />

de A morte de Virgílio, de Hermann Broch, recebeu em 1983 o Prêmio da Associação<br />

Paulista de Críticos de Artes. Doutor Fausto, de Thomas Mann, lhe rendeu em<br />

1985 o Prêmio Nacional do Instituo Nacional Livro.<br />

Entre 1949 e 1957 dirigiu na Livraria Americana, no centro de Porto Alegre, a<br />

seção de livros estrangeiros. Esta experiência rendia crônicas que passaram a ser publicadas<br />

pelo jornal Correio do Povo na coluna Balcão de Livraria. Mais tarde, em 1960,<br />

as edições da coluna foram compiladas em livro homônimo, lançado na coleção Aspectos,<br />

organizada pelo Ministério da Educação e Cultura.<br />

Sua relação com os veículos impressos começara bem antes. Em abril de 1943,<br />

uma nota editorial da Revista do Globo anunciava a estréia da seção As maravilhas da<br />

arte universal, assinada por Herbert Caro. Este era apresentado como “profundo conhe-

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