CL 07 . ANA LAURA COLOMBO DE FREITAS - SBPJor
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<strong>SBPJor</strong> – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo<br />
VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo<br />
USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009<br />
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ra. O objetivo deste trabalho, é ensaiar um primeiro olhar para a sua influência no campo<br />
da música, ainda não explorada.<br />
Herbert Caro manteve a coluna Os melhores discos clássicos durante mais de 20<br />
anos no principal jornal do período no estado, o Correio do Povo, chegando a participar<br />
do suplemento Caderno de Sábado (1967-1981), veículo mais importante da história do<br />
jornalismo cultural gaúcho. Para nos aproximarmos deste objeto, primeiramente, faremos<br />
uma revisão bibliográfica sobre o conceito de cultura e a gênese da crítica cultural.<br />
A partir deste contexto, recuperamos um pouco da história de Herbert Caro, baseada em<br />
dados de seu espólio, que foi doado ao Departamento de Memória do Instituto Cultural<br />
Judaico Marc Chagall, de Porto Alegre, reunindo todo o material em papel existente em<br />
seu gabinete.<br />
2. Conceitos de cultura<br />
No intuito de compreender os sentidos implicados na palavra “cultura”, faz-se<br />
necessário percorrer alguns de seus significados através da história. O que John Thompson<br />
(1995) chama de “concepção clássica” de cultura nasce com as primeiras discussões<br />
sobre o tema entre filósofos e historiadores alemães no século XVIII e XIX. A kultur<br />
alemã, que se referia “a produtos intelectuais, artísticos e espirituais nos quais se expressavam<br />
a individualidade e a criatividade das pessoas”, se erguia contra a idéia francesa<br />
e inglesa de “civilização”, que descrevia “um processo progressivo de desenvolvimento<br />
humano, um movimento em direção ao refinamento e à ordem, por oposição à<br />
barbárie e à selvageria” (THOMPSON, 1995, p. 168).<br />
Norbert Elias (1994) explica a antítese kultur x zivilisation através da diferença<br />
entre a estrutura social dos países. A corte francesa exportava seus modelos de comportamento<br />
“civilizado”. A nobreza cortesã alemã falava francês e importava padrões como<br />
o culto às aparências, o controle dos sentimentos individuais pela razão e o comportamento<br />
contido. Enquanto a intelligentsia burguesa da França falava a mesma língua da<br />
classe dominante, lia os mesmo livros e ocupava cargos políticos, os intelectuais burgueses<br />
alemães eram uma classe encolhida, pobre, que falava alemão (língua tida como<br />
bárbara) e não tinha mobilidade para transpor os muros que a separavam da ação políti-