24.04.2015 Views

CL 07 . ANA LAURA COLOMBO DE FREITAS - SBPJor

CL 07 . ANA LAURA COLOMBO DE FREITAS - SBPJor

CL 07 . ANA LAURA COLOMBO DE FREITAS - SBPJor

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>SBPJor</strong> – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo<br />

VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo<br />

USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009<br />

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::<br />

Nosso ilustre amigo, neste labirinto das partituras, é um guia insuperável” (CESAR,<br />

1976, p. 3).<br />

5. Herbert e os discos clássicos<br />

A coluna Os melhores discos clássicos, assinada por Herbert Caro, estreou na<br />

página 28 do Correio do Povo em 22 de fevereiro de 1959. Manteve-se por mais de 20<br />

anos, apenas tranferindo-se de posto ocupar seus espaço dentro do Caderno de Sábado<br />

(1967-1981), suplemento que, de acordo com Cida Golin (2005, p. 142), “estabeleceu<br />

horizontes de formação cultural, atingindo gerações de leitores”.<br />

Em sua primeira edição, um texto introdutório diz que aquela seção apresentaria,<br />

a partir de então, semanalmente, aos domingos, resenhas de uma seleção dos discos de<br />

“música fina” lançados (com cada vez mais freqüência) no catálogo nacional, fazendo<br />

questão de declarar que não seriam propagandas comerciais, apenas a opinião do autor.<br />

A relação de Caro com a música vinha de berço. Sua mãe estudara canto lírico,<br />

apesar de não ter atuado na área profissionalmente. Mesmo assim, ele crescera rodeado<br />

de músicos que freqüentavam a sua casa (BRUMER; GUTFREIND, 20<strong>07</strong>). Peter Naumann<br />

(1995) lembra que o amigo chegara a estudar música na infância, mas conta que a<br />

esposa, Nina, lhe confidenciara que o marido inicialmente não gostava de concertos e<br />

não freqüentava o Theatro São Pedro.<br />

Naumann (1995, p. 19) entende que os textos de Caro sobre música “não passavam<br />

de juízos literários, mais ou menos opiniáticos, sobre as obras, os intérpretes e os<br />

seus estilos, com um pronunciado sabor de dicionário ou guia desse ou daquele gênero<br />

de música”. Ele enquadra a coluna do amigo nas engrenagens de uma indústria fonográfica<br />

em consolidação: “Havia uma expectativa, um acordo tácito entre os fabricantes, os<br />

lojistas, o público e o crítico, que obrigava este último a não ir além da resenha informativa<br />

e do anúncio da obra aos possíveis compradores. A discussão efetiva não interessava<br />

e era objetivamente impossível” (NAUMANN, 1995, p. 20).<br />

Ainda que, desde sua apresentação inicial, a coluna anunciava-se isenta de intenções<br />

comerciais, o diálogo de Caro com a indústria fica evidente em diversos momentos.<br />

Em 10 de abril de 1983, por exemplo, Herbert Caro publica um artigo de suas pági-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!