proposta de implementação de auditoria interna como ... - Feevale
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PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE AUDITORIA INTERNA COMO UMA<br />
FERRAMENTA PARA PROSPECTAR MELHORIAS NOS PROCESSOS<br />
PRODUTIVOS E UM MAIOR DESENVOLVIMENTO.<br />
Fabiano Martins 1<br />
Pedro Almeida Costa 2<br />
RESUMO<br />
O presente artigo busca a avaliar <strong>como</strong> a <strong>implementação</strong> da metodologia <strong>de</strong><br />
Auditoria Interna potencializa as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhoria e reduz o número <strong>de</strong><br />
não conformida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma empresa metalúrgica <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iraria. O<br />
<strong>de</strong>senvolvimento se dá a partir <strong>de</strong> uma sistemática alinhada com os propósitos da<br />
empresa em aprimorar sua capacida<strong>de</strong> buscando novas alternativas na área da<br />
Qualida<strong>de</strong> para chegar a melhoria contínua. Baseando-se na bibliografia que cerca o<br />
assunto, <strong>de</strong>senvolvido no estudo <strong>de</strong> caso, terá uma importância consistente para<br />
almejar a redução <strong>de</strong> gastos e a competitivida<strong>de</strong>.<br />
Palavras Chave: Auditoria Interna. Metodologia. Não Conformida<strong>de</strong>s<br />
ABSTRACT<br />
The present article looks when is valuing like the implementation of the methodology<br />
of Internal Auditing the opportunities of improvement and reduces the number of not<br />
agreements insi<strong>de</strong> a metallurgical enterprise of kettle factory. The <strong>de</strong>velopment<br />
happens from the systematic one aligned with the purposes of the enterprise in<br />
perfecting his capacity looking for new alternatives in the area of the Quality to bring<br />
the continuous improvement near. Being based on the bibliography that encloses the<br />
subject <strong>de</strong>veloped in the case study, it will be solidly important to long for the<br />
reduction of expenses and the competitiveness<br />
Keywords: Internal Auditing. Methodology. Not Agreements<br />
1 Acadêmico, Graduando no Curso Superior <strong>de</strong> Formação Específica em Gestão da Produção, semestre: 2007/2.<br />
E-mail: fmartinszl@gmail.com<br />
2 Professor do Centro Universitário <strong>Feevale</strong>, Mestre e Doutorando em Administração pela PPGA / UFRGS.
2<br />
INTRODUÇÃO<br />
Na era do conhecimento, a crescente competitivida<strong>de</strong> entre as organizações<br />
faz com que haja pesquisas sobre os processos existentes nas mesmas, e que estes<br />
sejam explorados ao máximo, <strong>de</strong> forma ágil, eficaz e com eficiência, buscando a<br />
diminuição dos custos <strong>de</strong> produção, mobilizando as pessoas envolvidas, inovando,<br />
criando novos produtos e agregando valor perceptível ao cliente e à socieda<strong>de</strong>.<br />
Hoje, as empresas envolvidas na ca<strong>de</strong>ia produtiva são cobradas cada vez<br />
mais por respostas e ações imediatas em casos <strong>de</strong> não conformida<strong>de</strong>s relacionadas<br />
aos seus processos produtivos, à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus produtos e serviços, ao<br />
comprometimento <strong>de</strong> prazos e principalmente à transparência e respeito entre<br />
fornecedor e cliente. Este comportamento exige que existam critérios para<br />
estabelecer um monitoramento e pontos <strong>de</strong> melhoria constante para se buscar a<br />
competitivida<strong>de</strong>, agregando valor para o cliente.<br />
Mas, além da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta, é necessário agir na causa do<br />
problema, para que este inconveniente não se torne reinci<strong>de</strong>nte. No ramo<br />
metalúrgico, <strong>de</strong>ve-se apren<strong>de</strong>r com as falhas e discrepâncias apontadas no<br />
processo <strong>como</strong> um todo <strong>de</strong>ntro da empresa, <strong>de</strong>ve-se agir com velocida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma<br />
metódica e planejada, para se fazer certo da primeira ou na próxima vez, sem<br />
reincidência do problema.<br />
Na empresa com processos pouco automatizados, consi<strong>de</strong>rando o fato das<br />
operações serem manuais e tradicionais na área <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iraria, outro fator que torna<br />
mais difícil a mudança <strong>de</strong>ste quadro é a cultura das pessoas envolvidas, pois<br />
necessitam ser instigadas gradualmente a adotar novos métodos <strong>de</strong> fazer a mesma<br />
tarefa <strong>de</strong> forma mais eficiente e garantir os parâmetros estabelecidos.<br />
A pesquisa realizada visa, através do método <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong> <strong>interna</strong>,<br />
diagnosticar e tratar as <strong>de</strong>ficiências do processo <strong>como</strong> um todo. Na empresa<br />
analisada a maioria das operações é manual e artesanal, <strong>de</strong> forma que precisam ser<br />
executadas <strong>de</strong> uma forma bem planejada, pois o prazo <strong>de</strong> entrega e a conclusão<br />
das tarefas é curta e possuem alto valor agregado <strong>de</strong> material e na mão <strong>de</strong> obra.<br />
2
3<br />
O artigo é <strong>de</strong> caráter <strong>de</strong>scritivo com embasamento bibliográfico. A pesquisa é<br />
<strong>de</strong> natureza quantitativa <strong>de</strong>scritiva, utilizando-se da observação sistemática para a<br />
coleta <strong>de</strong> dados. O método utilizado para realização da pesquisa <strong>de</strong> campo é uma<br />
<strong>proposta</strong> <strong>de</strong> melhoria e avaliação no processo produtivo em uma empresa <strong>de</strong><br />
cal<strong>de</strong>iraria pesada, situada em Canoas.<br />
Foram apontadas discrepâncias ao longo do processo <strong>como</strong> <strong>de</strong>sperdícios <strong>de</strong><br />
material <strong>de</strong> alto valor, <strong>como</strong> o inox, chapas grossas <strong>de</strong> carbono e tempo das<br />
operações <strong>de</strong> produção. A informação é uma das causas dos problemas, pois, a<br />
comunicação entre setores e fornecedores po<strong>de</strong> ser melhorada <strong>de</strong> forma a evitar<br />
perdas e falhas no sistema gerencial e produtivo.<br />
Para se alcançar um embasamento consistente e fundamentado em fatos que<br />
direcionam a idéia apresentada no artigo, a alternativa é <strong>de</strong> criar um sistema que<br />
possa medir e acompanhar o grau <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>senvolvimento do processo<br />
apontando para as causas do problema pelo método <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong> <strong>interna</strong> na fábrica.<br />
1 AUDITORIA INTERNA<br />
Cada vez mais se busca um diferencial <strong>de</strong>ntro das empresas e isso só será<br />
possível se o comprometimento e a disciplina prevalecer, mesmo não tendo uma<br />
certificação que <strong>de</strong>termine tal metodologia, mas que o próprio cliente espera ao<br />
adquirir um produto ou serviço da empresa.<br />
Mills (1994) <strong>de</strong>fine <strong>auditoria</strong> <strong>como</strong> a realização <strong>de</strong> um exame ou uma<br />
avaliação, reconhecida oficialmente pelos interessados e sistematizada pelos atos e/<br />
ou <strong>de</strong>cisões das pessoas, a fim <strong>de</strong> assegurar que o sistema, programa, produto,<br />
serviço e processo perfaçam todas as características, critérios e parâmetros<br />
exigidos. Segundo o autor, é necessário incluir a aplicabilida<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento e<br />
a <strong>implementação</strong> na avaliação <strong>de</strong> cada componente envolvido.<br />
3
4<br />
A <strong>auditoria</strong> <strong>interna</strong> é hoje uma ferramenta muito valiosa para a organização<br />
que a utiliza para se aprimorar e <strong>de</strong>tectar seus pontos fracos e assim corrigir estas<br />
falhas fazendo com que o cliente final seja privilegiado, ganhando sua confiança e<br />
assegurando a produtivida<strong>de</strong>.<br />
A <strong>auditoria</strong> da Qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser conceituada <strong>como</strong> uma ativida<strong>de</strong> formal e<br />
documentada executada por pessoal habilitado, que não tenha<br />
responsabilida<strong>de</strong> direta com a execução do serviço em avaliação e que se<br />
utilizando o método <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> informações baseada em evidências objetiva<br />
e imparciais fornece subsídios para verificação da eficácia do sistema da<br />
Qualida<strong>de</strong> da organização. (REBELO,1995, p. 13).<br />
Ou seja, a <strong>auditoria</strong> é um método utilizado para que os gestores <strong>de</strong> uma<br />
empresa ou <strong>de</strong>partamentos possam ter subsídios para <strong>de</strong>tectar suas falhas e<br />
potencialida<strong>de</strong>s nas empresas que anseiam por melhorias contínuas.<br />
A <strong>auditoria</strong> do sistema representa uma área essencial do gerenciamento e<br />
tecnologia da qualida<strong>de</strong> total e ocorrerá em concordância com um programa<br />
integralmente estruturado, que incluirá a avaliação <strong>de</strong> todas as ativida<strong>de</strong>schave<br />
do sistema. (MILLS, 1994, p.42)<br />
Mills (1994, p.42) em sua citação <strong>de</strong>fine que a <strong>auditoria</strong> do sistema representa<br />
uma área essencial do gerenciamento e da qualida<strong>de</strong> total e ocorrerá paralelamente<br />
com um programa estruturado, que incluirá a avaliação <strong>de</strong> todas as ativida<strong>de</strong>s-chave<br />
do sistema <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong>, que <strong>de</strong>ve estar ligado a um processo organizacional bem<br />
estruturado que executará a metodologia, tendo embasamento e fundamentos para<br />
seu êxito.<br />
Para se aplicar uma sistemática <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong>s <strong>interna</strong>s e atingir seus objetivos<br />
é fundamental que além do procedimento ter embasamento com a filosofia ou<br />
manuais da Qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>senvolver o entendimento da sua importância junto<br />
aos colaboradores do processo, pois <strong>de</strong> nada adiantará o esforço se a filosofia não<br />
estiver totalmente compreendida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a alta direção até os operadores. O quadro a<br />
seguir mostra em percentual a importância dos conceitos <strong>de</strong> melhoria contínua e a<br />
sua importância nas empresas que são utilizadas nas organizações.<br />
4
5<br />
Quadro 1: Grau <strong>de</strong> importância dos conceitos relacionados à melhoria contínua dado pelos diretores<br />
e coor<strong>de</strong>nadores da qualida<strong>de</strong>.<br />
Fonte: MIRANDA 1994, P.102.<br />
Para Miranda, a <strong>auditoria</strong> serve para obter informações que contribuem para a<br />
melhoria do <strong>de</strong>sempenho das organizações. Os princípios <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong>, que norteiam<br />
toda esta norma, são fundamentais para um auditor seguir, para relatar com<br />
fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> a situação <strong>de</strong> uma organização:<br />
Conduta ética, confiança, integrida<strong>de</strong> e confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>; a apresentação <strong>de</strong><br />
<strong>auditoria</strong>, conclusões <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong> e relatórios <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong> refletem verda<strong>de</strong>iramente<br />
e com precisão as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong>. Possuir o <strong>de</strong>vido cuidado profissional a<br />
aplicação <strong>de</strong> diligência e julgamento na <strong>auditoria</strong> e a in<strong>de</strong>pendência base da<br />
imparcialida<strong>de</strong> na <strong>auditoria</strong> com objetivida<strong>de</strong> das conclusões <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong>; são<br />
aspectos que completam a sua citação.<br />
Auditores são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da ativida<strong>de</strong> a ser auditada e são<br />
livres <strong>de</strong> tendência e conflito <strong>de</strong> interesses. Auditores mantêm<br />
um estado <strong>de</strong> mente aberta ao longo do processo <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong><br />
para assegurar que as constatações e conclusões <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong><br />
serão baseadas somente nas evidências <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong>.<br />
(MIRANDA, 1994, p.98).<br />
5
6<br />
O processo <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong> <strong>de</strong>ve ser isento <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> interesse para<br />
que o objetivo final <strong>de</strong>ntro da organização seja alcançado e esta venha a agregar o<br />
processo auditado. As empresas por mais bem estruturadas, enfrentam seus<br />
problemas em relação a oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhoria.<br />
Um dos princípios básicos da qualida<strong>de</strong> total é reconhecer que toda<br />
organização tem problemas, e que cada um <strong>de</strong>les é uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
melhoria para: pessoas; processos; produtos e sistemas. A <strong>auditoria</strong> da<br />
qualida<strong>de</strong> tem a função <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar essas oportunida<strong>de</strong>s. Para cada<br />
problema i<strong>de</strong>ntificado e priorizado, em função <strong>de</strong> riscos, custos e benefícios<br />
para o negócio, po<strong>de</strong>m ser estabelecidos um projeto <strong>de</strong> análise e solução.<br />
(EQUIPE GRIFFO, 1995, p18).<br />
Isto é, empresas necessitam ter princípios <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> e que tenham<br />
consciência das limitações <strong>de</strong> seus processos as <strong>auditoria</strong>s procuram evi<strong>de</strong>nciar<br />
on<strong>de</strong> é o ponto mais problemático a ser trabalhado.<br />
Contudo, na utilização <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong>s <strong>interna</strong>s, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar que sempre<br />
se trabalha com o envolvimento <strong>de</strong> pessoas. Cada um tem sua maneira <strong>de</strong> agir e<br />
pensar, po<strong>de</strong>ndo ocorrer em um trabalho <strong>de</strong> equipe, conflitos que <strong>de</strong>vem ser<br />
gerenciados e dirigidos <strong>de</strong> forma eficaz. O método leva as pessoas a adquirem<br />
responsabilida<strong>de</strong>s, ao pensar, ter atitu<strong>de</strong>s afloradas, vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir o<br />
<strong>de</strong>sconhecido e acima <strong>de</strong> tudo o prazer da realização <strong>de</strong> um trabalho, na busca <strong>de</strong><br />
um objetivo. (CAMPOS, 1994, p.170).<br />
Levando-se em consi<strong>de</strong>ração do que foi exposto, <strong>de</strong> que as pessoas <strong>de</strong>vem<br />
almejam um objetivo comum <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um gerenciamento <strong>de</strong> idéias nem sempre<br />
comuns, há um lugar on<strong>de</strong> tudo isso se <strong>de</strong>senvolve, existem muitos tipos, porém se<br />
faz necessário <strong>de</strong>finir o processo. Definição <strong>de</strong> on<strong>de</strong> as <strong>auditoria</strong>s se <strong>de</strong>senrolam.<br />
1.1 Auditoria <strong>de</strong> Processo<br />
Para Falconi (2004, pg. 131), a <strong>auditoria</strong> <strong>de</strong> processo possui alguns objetivos<br />
relevantes a serem lembrados:<br />
6
7<br />
a) Se todos os processos estão seguindo padrões preestabelecidos,<br />
b) Se todos os operadores estão seguindo os procedimentos operacionais<br />
padrão,<br />
c) Se os padrões técnicos estão atualizados e disponíveis na área <strong>de</strong><br />
trabalho,<br />
d) Se todos os operadores estão a<strong>de</strong>quadamente educados e treinados,<br />
e) Se todos os equipamentos, ferramentas e instrumentos <strong>de</strong> medição estão<br />
calibrados, i<strong>de</strong>ntificados e com boa manutenção.<br />
2. DEFINIÇÃO DE PROCESSO<br />
As <strong>auditoria</strong>s são executadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado processo e neste<br />
tópico Falconi (2004, pg.19), nos <strong>de</strong>fine da seguinte forma:<br />
Processo é um conjunto <strong>de</strong> causas (que provoca um ou mais efeitos). Uma<br />
empresa é um processo e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>las existem vários processos: não só<br />
processos <strong>de</strong> manufatura <strong>como</strong> também processos <strong>de</strong> serviços. Enquanto<br />
haver causas e efeitos haverá processos. Este conceito <strong>de</strong> divisibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
um processo permite controlar sistematicamente cada um <strong>de</strong>les<br />
separadamente, po<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>sta maneira conduzir a um controle mais eficaz<br />
sobre o processo todo. (VICENTE FALCONI, 2004, pg. 19).<br />
A <strong>de</strong>finição nos fala que para se ter um processo seja ele composto ou<br />
simples, existem processos que não transformam matéria prima em produto,<br />
mas um serviço que nos auxilia na execução <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do<br />
processo. Desse modo existindo uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver as tarefas passo a<br />
passo, e colocando-as em or<strong>de</strong>m po<strong>de</strong>-se alterá-las <strong>de</strong> forma que possam ser<br />
mais produtivas, incidindo em <strong>de</strong>terminadas características críticas na<br />
produção.<br />
3. ITENS DE CONTROLE<br />
Para executar uma <strong>de</strong>terminada <strong>auditoria</strong>, seja <strong>de</strong> produto, processo ou<br />
sistemática, <strong>de</strong>ve haver itens a serem controlados com seus respectivos critérios <strong>de</strong><br />
aceitação.<br />
7
8<br />
Segundo Falconi,<br />
Cada processo po<strong>de</strong> ter um ou mais resultados (efeitos, fins). Para que se<br />
possa gerenciar <strong>de</strong> fato cada processo é necessário medir (avaliar) os seus<br />
efeitos. (VICENTE FALCONI, 2004, pg. 21).<br />
O autor quer dizer que, para controlar um processo é importante saber que o<br />
se <strong>de</strong>seja controlar, <strong>de</strong> que forma e quando o fizer <strong>de</strong>sta forma a garantia para que<br />
não se tenha discrepância no processo é bem alta.<br />
REDUÇÃO DE PREDAS<br />
Shingo (1996, pg.110) <strong>de</strong>fine em sua obra que todas as operações que, por<br />
sua vez, não estão modificando forma ou a qualida<strong>de</strong> da matéria prima estão fora do<br />
que chamamos <strong>de</strong> processamento. No chão <strong>de</strong> fábrica existem operações que não<br />
agregam valor <strong>como</strong> as que são causadas por falta <strong>de</strong> manutenção em um<br />
equipamento, reparos e retrabalhos acabam reduzindo a eficiência operacional<br />
líquida.<br />
Porém existem outros fatores, além da movimentação ina<strong>de</strong>quada ou<br />
excessiva <strong>de</strong> peças, para Shingo existem quatro componentes que no processo os<br />
quais po<strong>de</strong>mos citar:<br />
Processamento, inspeção, transporte e espera. Destes apenas o<br />
processamento agrega valor os <strong>de</strong>mais po<strong>de</strong>m ser vistos <strong>como</strong> perda. No passado,<br />
afirma Shingo, a forma mais comum <strong>de</strong> se melhorar o processo era somente reduzir<br />
o número <strong>de</strong> peças mortas.<br />
8
9<br />
A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peças a serem rejeitadas é um bom começo, mas hoje o<br />
estudo em cima <strong>de</strong> tempos e movimentos, nos faz observar que o sistema além <strong>de</strong><br />
ter um índice <strong>de</strong> rejeição baixo é rever operações e as esperas que se tem na<br />
produção.<br />
Shingo (1996, pg.112) nos explica que, se melhorarmos a metodologia<br />
aplicada à: inspeção, transporte e espera, po<strong>de</strong>-se então estudar e aplicar melhorias<br />
significativas a estas tarefas. As melhorias operacionais po<strong>de</strong>m ser empregadas em<br />
diversas operações que não agregam valor, <strong>como</strong>: Set Up 3 , operações auxiliares,<br />
nas folgas <strong>de</strong> trabalho e folgas entre operações. Fica caracterizado que o fato <strong>de</strong><br />
falar-se em perdas não está somente querendo dizer que o índice <strong>de</strong> sucata é alto.<br />
No tópico a seguir será <strong>de</strong>talhado o histórico, o perfil da empresa e ramo <strong>de</strong><br />
atuação para melhor entendimento da <strong>proposta</strong> apresentada neste artigo.<br />
4. ESTUDO DE CASO<br />
A empresa Ziemann-Liess foi fundada em 1946, pelo Engenheiro Andréas<br />
Liess. Iniciou suas ativida<strong>de</strong>s com mo<strong>de</strong>sto escritório <strong>de</strong> engenharia em Porto<br />
Alegre. Aten<strong>de</strong>ndo necessida<strong>de</strong>s do mercado, passou a fabricar esquadrias <strong>de</strong><br />
alumínio, sendo pioneira no Brasil no processo <strong>de</strong> solda em alumínio.<br />
Com o passar dos anos, buscando sempre o crescimento, mudou-se para<br />
Canoas ampliando sua linha <strong>de</strong> produção através <strong>de</strong> acordos <strong>de</strong> cooperação<br />
tecnológica com indústrias americanas e alemãs. Através da tecnologia obtida<br />
naqueles acordos, passou a fabricar máquinas e instalações para indústrias <strong>de</strong><br />
bebidas.<br />
3 Set Up, operação para trocar dispositivo ou ferramenta, bem <strong>como</strong> o tempo para executá-la.<br />
9
10<br />
Hoje a Ziemann-Liess Equipamentos LTDA, com se<strong>de</strong> em Canoas, no Bairro<br />
Igara, com seu faturamento anual acima <strong>de</strong> R$ 90.000.000,00, amplia o seu ramo <strong>de</strong><br />
fabricação, fazendo implementos rodoviários para transporte <strong>de</strong> líquido e granéis<br />
com as mais variadas formas, mo<strong>de</strong>los e tipo <strong>de</strong> material para sua construção, o que<br />
varia <strong>de</strong> acordo com as exigências do cliente. Estes produtos são customizados<br />
conforme as necessida<strong>de</strong>s apresentadas pelo cliente. Porém a empresa não possui<br />
uma certificação <strong>de</strong> reconhecimento oficial <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>, <strong>como</strong> a ISO, por exemplo,<br />
mas dispõe <strong>de</strong> um controle <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>. Este ainda é um pequeno passo para uma<br />
empresa que almeja a certificação e o Prêmio Gaúcho <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> e Produtivida<strong>de</strong><br />
(PGQP) para o ano <strong>de</strong> 2008.<br />
A missão da empresa Ziemann-Liess é <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s do cliente<br />
em qualquer fase do seu empreendimento, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção até a operação,<br />
assegurando-lhe o melhor resultado operacional e garantindo as metas da<br />
organização.<br />
Com base na missão <strong>de</strong> empresa a <strong>proposta</strong> <strong>de</strong> aplicação da <strong>auditoria</strong> serve<br />
para que estes propósitos sejam alinhados com a prática dos serviços e operações<br />
que a empresa executa, para que seus processos reflitam em uma melhor Qualida<strong>de</strong><br />
e venha a aten<strong>de</strong>r os requisitos que o cliente espera ao adquirir os serviços ou<br />
produtos da empresa.<br />
2.1 Aplicação da Metodologia<br />
As <strong>auditoria</strong>s em primeiro momento foram <strong>de</strong>lineadas apenas em um setor da<br />
produção, com o <strong>de</strong>senvolvimento dos estudos, viu-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integrar as<br />
outras áreas, para que os gestores e colaboradores envolvidos façam parte e atuem<br />
em conjunto com a Qualida<strong>de</strong>, na busca da melhoria contínua.<br />
Nesse caso foi <strong>de</strong>senvolvida a teoria com a prática das <strong>auditoria</strong>s e a qual<br />
resultou em benefícios <strong>de</strong>ntro da organização. As <strong>auditoria</strong>s foram executadas com<br />
o consentimento dos gerentes, supervisores e lí<strong>de</strong>res da produção e criou um<br />
10
11<br />
ambiente positivo com a metodologia, focando a melhoria dos processos e seu<br />
<strong>de</strong>sempenho, no qual <strong>de</strong> agregou um valor imensurável, porém perceptivo ao<br />
produto final e serviços prestados.<br />
Assim que o ciclo 4 <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong>s foi completado, estes relatórios geraram<br />
indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho e foram analisados por setores, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>stes a não<br />
conformida<strong>de</strong> mais critica para a empresa gerou ações para acabar com a falha.<br />
Estes parâmetros acionaram um grupo <strong>de</strong>ntro da Qualida<strong>de</strong> que estudou e viabilizou<br />
projetos <strong>de</strong> melhorias com <strong>proposta</strong>s que serviram para acabar com as<br />
discrepâncias existentes no processo e que esteja <strong>de</strong> alguma forma, atrapalhando o<br />
<strong>de</strong>sempenho da produção ou gerando algum tipo <strong>de</strong> perda ou atraso no processo.<br />
Este grupo <strong>de</strong> melhoria contou com subsídios <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> áreas diferentes<br />
do processo e da empresa que possuem um conhecimento sobre o que será<br />
discutido em função do problema diagnosticado na <strong>auditoria</strong>, este grupo elaborou<br />
um plano <strong>de</strong> ação e tomou ações pertinentes a solução <strong>de</strong>ste(s) problema(s). Um<br />
cronograma foi criado e o auditor gerenciou os prazos das ações corretivas para o<br />
problema, ao finalizar a conclusão das ações corretivas à mesma foi validada pela<br />
área da Qualida<strong>de</strong>. O método utilizado facilitou o entendimento, organização dos<br />
dados da <strong>auditoria</strong> e fez com que o processo <strong>de</strong> produção se tornasse mais rápido e<br />
eficaz.<br />
A <strong>proposta</strong> para a melhoria produtiva foi a implantação <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong>s em<br />
março <strong>de</strong> 2007, porém o procedimento ainda não está concluído e revisado, então<br />
as <strong>auditoria</strong>s foram suspensas momentaneamente, não possibilitando a <strong>de</strong>vida<br />
validação <strong>de</strong>sta metodologia até o presente momento. Porém existem registros<br />
internos que se fazem importantes para a comprovação e justificativa metodológica<br />
para este artigo.<br />
Não será visto <strong>como</strong> saudável se adotar e executar conceitos <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong><br />
<strong>interna</strong>, sem que haja um motivo alinhado com os propósitos da empresa e<br />
4 Número <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong>s realizadas igual ao número <strong>de</strong> áreas ou produtos auditado no mês.<br />
11
12<br />
claramente entendido pelos responsáveis do processo, pois, segundo as práticas e<br />
os conceitos estudados, servirão <strong>de</strong> base para a qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>verão estar presente<br />
na mente das pessoas e claramente entendido.<br />
Sabe-se que as <strong>auditoria</strong>s <strong>interna</strong>s colaboram para a melhoria contínua e<br />
também para a redução <strong>de</strong> custos da empresa. O grupo <strong>de</strong> melhoria é uma<br />
evidência da sistematização do processo <strong>de</strong> melhoria contínua na empresa, pois o<br />
mesmo acelerará gradativamente o <strong>de</strong>senvolvimento cultural e profissional na<br />
empresa melhorando em <strong>de</strong>terminados processos. Porém, ressalvamos aqui que<br />
além <strong>de</strong> ser possível trabalhar nas duas metodologias em conjunto, o programa <strong>de</strong><br />
<strong>auditoria</strong> será um passo inicial muito importante para se conseguir a melhoria<br />
contínua na empresa, pois se trabalha, entre outros, a disciplina das pessoas.<br />
A empresa Ziemann-Liess não possui certificação por órgão certificador <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong>. Os auditores que executarão as <strong>auditoria</strong>s <strong>de</strong>verão receber treinamento<br />
sobre <strong>auditoria</strong>s e toda uma reestruturação <strong>de</strong> nivelamento da metodologia para<br />
aplicar as <strong>auditoria</strong>s juntamente com os grupos <strong>de</strong> melhorias da empresa. É<br />
extremamente necessário se extrair mais das <strong>auditoria</strong>s mais do que simplesmente<br />
agregar controles e não simplesmente preencher chek-lists 5 , com o intuito <strong>de</strong> gerar<br />
maior burocracia às <strong>auditoria</strong>s e ao processo, para que venha resultar em uma maior<br />
colaboração com a melhoria contínua e participação <strong>de</strong> todos <strong>de</strong>ntro da empresa.<br />
Com base em planilhas isoladas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> sucateamento e retrabalho<br />
será necessário analisar as informações contidas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>stas, para que possamos<br />
focar melhor as discrepâncias no setor auditado. Estes controles existem <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
2004 e facilitarão no entendimento das causas e tomadas <strong>de</strong> ações.<br />
2.2 Controles e Registros Auxiliares<br />
Quando ocorre uma não conformida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da empresa o Controle <strong>de</strong><br />
Qualida<strong>de</strong> é acionado para registrá-la, este procedimento se dá inicio através <strong>de</strong> um<br />
5 Documento on<strong>de</strong> consta as características à serem observadas pelo auditor em uma <strong>auditoria</strong>.<br />
12
13<br />
documento chamado <strong>de</strong> 6 Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Produção (OP) 7 , o qual serve para o funcionário<br />
receber os itens para execução <strong>de</strong> montagem em uma listagem <strong>de</strong> itens que a<br />
Engenharia elabora conforme o projeto a ser executado. Estas OPs possuem uma<br />
folha <strong>de</strong> rota com os centros <strong>de</strong> operações, por on<strong>de</strong> a peça ou item <strong>de</strong>ve passar e<br />
horas a serem registradas juntamente com o <strong>de</strong>senho a ser seguido.<br />
Cada Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Produção possui um número pertinente ao tipo <strong>de</strong> projeto a<br />
ser executado, nome do item com o código e código dos itens que a compõem,<br />
alguns <strong>de</strong>stes itens são fabricados <strong>interna</strong>mente e outros terceirizados ou<br />
comprados externamente. Com posse <strong>de</strong>ste documento abre-se o registro da Não<br />
Conformida<strong>de</strong> através do Quadro da Qualida<strong>de</strong> é registrada eletronicamente a<br />
<strong>de</strong>tecção e a origem do problema. Este controle é paralelo ao sistema Gerencial da<br />
empresa que utiliza o Sistema Baan 8 . A qualida<strong>de</strong> não possui uma contemplação<br />
específica e direta neste sistema, por isso se fazem necessários controles e<br />
registros paralelos.<br />
O controle <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> entrega a Não Conformida<strong>de</strong> impressa para então<br />
ser sucatada à peça no sistema e fazer uma nova inclusão <strong>de</strong> material danificado ou<br />
perdido no sistema Baan. A situação se assemelha para os problemas<br />
diagnosticados em itens entregues na Inspeção <strong>de</strong> Recebimento, Alteração <strong>de</strong><br />
Engenharia e Garantias <strong>de</strong> equipamentos no cliente, mas somente nas Garantias a<br />
autorização é feita via E-Mail para o setor <strong>de</strong> Comercial.<br />
As <strong>auditoria</strong>s foram <strong>de</strong>terminadas em conjunto pelo setor <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> para<br />
serem realizadas todos os dias da semana do mesmo mês. A responsabilida<strong>de</strong> pela<br />
execução era <strong>de</strong> dois auditores, sendo que a seqüência era modificada a cada<br />
semana alternando as duplas, os itens abordados eram listados em uma planilha<br />
que é importante no <strong>de</strong>senvolvimento e montagem do equipamento bem <strong>como</strong> as<br />
características importantes para o cliente.<br />
6 Documento originado no setor <strong>de</strong> Planejamento <strong>de</strong> Produção essencial para elaborar item ou projeto na<br />
produção.<br />
7 Abreviação para Or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> Produção, documentos internos necessários para produzir itens ou serviços.<br />
8 Sistema Gerencial <strong>de</strong> Produção Customizada da empresa Ziemann-Liess.<br />
13
14<br />
Dentre os locais a serem auditados aleatoriamente escolhidos, sendo que<br />
po<strong>de</strong>r-se alternar a cada dia, inclusive o número <strong>de</strong> setores a serem observados.<br />
Dentre os locais da produção, po<strong>de</strong>ríamos selecionar: a preparação <strong>de</strong> chapas corte<br />
e dobra, serralheria, estampagem, corte a plasma, corte a laser, setor <strong>de</strong> montagem<br />
e cal<strong>de</strong>iraria.<br />
Sabe-se que o fato <strong>de</strong> se trabalhar com redução <strong>de</strong> perdas não <strong>de</strong>ve-se focar<br />
apenas o índice <strong>de</strong> sucatas, mas também mapear o tempo <strong>de</strong> execução das funções<br />
e operações <strong>como</strong> um todo, as <strong>auditoria</strong>s possibilitaram essa análise e ainda<br />
propiciaram uma revisão nos tempos cadastrados para <strong>de</strong>terminadas operações,<br />
fazendo ajustes e melhorias (Shingo, 1996, pg. 112) para que tanto as esperas<br />
diminuam <strong>como</strong> a rapi<strong>de</strong>z na execução.<br />
No gráfico a seguir veremos a sensível diminuição das não conformida<strong>de</strong>s em<br />
relação ao período que foram realizadas.<br />
Total <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong><br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
mar/07 abr/07 mai/07<br />
Quadro 2: Total <strong>de</strong> Auditorias Realizadas<br />
Fonte: Arquivo eletrônico da Empresa<br />
No quadro a seguir o <strong>de</strong>talhamento dos resultados retirados dos check list<br />
usados nas <strong>auditoria</strong>s nos três meses <strong>de</strong> aplicação da metodologia.<br />
14
15<br />
Po<strong>de</strong>-se observar o aumento das áreas a serem auditadas e a redução das<br />
não conformida<strong>de</strong>s em uma seqüência do trabalho. Ao serem diagnosticadas as<br />
discrepâncias são colocadas em um relatório e enviadas ao supervisor da área, pois<br />
menor que seja a gravida<strong>de</strong> do problema, existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste ser resolvido<br />
com o próprio responsável do setor.<br />
Setor<br />
Número <strong>de</strong><br />
Auditorias<br />
Total<br />
Auditoria<br />
Qtd Não<br />
Conf.<br />
Preparação 2 5<br />
Cal<strong>de</strong>iraria 3 6<br />
8<br />
Montag.<br />
5<br />
Carretas 3<br />
Preparação 4 8<br />
Cal<strong>de</strong>iraria 9 15<br />
Montag.<br />
Carretas 2<br />
25<br />
9<br />
Mont. Chassi 7 6<br />
Polimento 3<br />
5<br />
Preparação 5 3<br />
Mont. Chassi 5 3<br />
Polimento 4 5<br />
31<br />
Cal<strong>de</strong>iraria 5 7<br />
Montag.<br />
Carretas 7<br />
6<br />
Total Não<br />
Conf.<br />
Mês/A<br />
no<br />
16 mar-07<br />
43 abr-07<br />
28 mai-07<br />
Quadro 3: Detalhamento das <strong>auditoria</strong>s realizadas<br />
Fonte: Arquivo eletrônico da Empresa<br />
A sistemática foi realizada entre o período <strong>de</strong> Março até Maio <strong>de</strong> 2007, sendo que<br />
todas as semanas eram realizadas. Neste período os procedimentos bem <strong>como</strong> os<br />
itens <strong>de</strong> controles a serem observados ainda estavam sendo revisados, mesmo<br />
assim nota-se uma sensível redução no número <strong>de</strong> não conformida<strong>de</strong>s.<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Com apenas estes registros distintos fica evi<strong>de</strong>nte uma ação para integrar os<br />
setores e fazer com que a responsabilida<strong>de</strong> na Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção seja atendida<br />
por uma metologia mais dinâmica a ponto que as pessoas não omitam as falhas ou<br />
que estas passem <strong>de</strong>spercebidas.<br />
15
16<br />
Foram diagnosticadas algumas dificulda<strong>de</strong>s encontradas nas primeiras<br />
<strong>auditoria</strong>s <strong>como</strong> a falta <strong>de</strong> seqüência das mesmas, pois a empresa ainda não está<br />
habituada com este tipo <strong>de</strong> metodologia e a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> exclusivamente<br />
<strong>de</strong> um melhor planejamento do setor, incidindo fortemente na cultura organizacional.<br />
A percepção <strong>de</strong>ste trabalho é <strong>de</strong> se fazer necessário para incumbir na cultura da<br />
organização, citada em CAMPOS, 1994, p.170, relatando à importância que existe<br />
para ambicionar uma certificação até mesmo o reconhecimento externo. Outro<br />
diagnóstico realizado foi em relação à importância em se transmitir aos<br />
coor<strong>de</strong>nadores as dificulda<strong>de</strong>s encontradas no processo <strong>de</strong> produção, fazendo com<br />
que as informações pertinentes sejam centralizadas.<br />
Os dados contidos nas planilhas do setor <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> são grandiosos,<br />
porém não utilizados para que as reincidências não ocorram em função da<br />
complexida<strong>de</strong> da maior parte das <strong>de</strong>tecções, tendo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subsídios. A<br />
dificulda<strong>de</strong> na aplicação se <strong>de</strong>ve principalmente o fato dos projetos serem<br />
customizados, pois o uso é especificamente para cada cliente.<br />
Outro fator que contribui para a continuida<strong>de</strong> dos planos <strong>de</strong> ação, que<br />
resultam das <strong>auditoria</strong>s, é a <strong>de</strong> que para novos projetos po<strong>de</strong>mos aplicar os planos<br />
<strong>de</strong> ação nas operações que se assemelham, por exemplo: Em um projeto que se<br />
mudam apenas as dimensões ou o processo <strong>de</strong> soldagem, sendo o restante similar.<br />
As lições <strong>de</strong>vem ser catalogadas em um sistema para a consulta, além dos planos<br />
<strong>de</strong> ação utilizados em cada caso especifico evitando assim falhas ou erros<br />
reinci<strong>de</strong>ntes.<br />
Quando começamos com as <strong>auditoria</strong>s as discrepâncias foram reinci<strong>de</strong>ntes<br />
em todas as <strong>auditoria</strong>s, então estudamos algumas soluções imediatas e estas<br />
discrepâncias praticamente foram eliminadas nas semanas seguintes. Por exemplo:<br />
I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> lotes <strong>de</strong> chapas, item <strong>de</strong> muita importância para a rastreabilida<strong>de</strong> do<br />
material e composição química, os operadores <strong>de</strong>sconheciam on<strong>de</strong> se retirava as<br />
etiquetas a<strong>de</strong>sivas para i<strong>de</strong>ntificar as peças cortadas, bem <strong>como</strong> o preenchimento<br />
das mesmas.<br />
16
17<br />
O tempo <strong>de</strong> procura pelo número correto das unida<strong>de</strong>s metálicas diminuiu<br />
melhorando-se o canal <strong>de</strong> distribuição, informação e treinamento para todos os<br />
envolvidos; houve uma melhora na fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> dos dados contidos nos campos. A<br />
cobrança para os responsáveis pela i<strong>de</strong>ntificação teve resultado e a importância foi<br />
compreendida, usando a metodologia simples com as anotações realizadas nas<br />
<strong>auditoria</strong>s e estas disponibilizadas para os responsáveis dos setores.<br />
As <strong>auditoria</strong>s po<strong>de</strong>m antecipar ocorrências <strong>de</strong> discrepâncias no processo,<br />
acabar com reincidências, transmitir responsabilida<strong>de</strong>s para quem está realizando a<br />
operação e principalmente disseminar uma cultura correta para a pró ativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ntro da empresa. Com esta metodologia po<strong>de</strong>-se conhecer melhor o processo,<br />
bem <strong>como</strong> revisar se os itens <strong>de</strong> controle estão sendo suficientes para garantir a<br />
qualida<strong>de</strong> dos processos e produtos, o que vem auxiliar na otimização <strong>de</strong> processos<br />
e rentabilida<strong>de</strong> para a empresa.<br />
Buscar por características, tais <strong>como</strong> dimensional, tipo <strong>de</strong> metal, material <strong>de</strong><br />
adição, certificação <strong>de</strong> soldador e validação dos testes <strong>de</strong> pressão nos<br />
equipamentos que <strong>de</strong>vam ser verificadas durante a <strong>auditoria</strong>, contribuindo com o<br />
processo <strong>de</strong> melhoria contínua da empresa. A análise <strong>de</strong> causa e efeito em cima dos<br />
relatórios <strong>de</strong> <strong>auditoria</strong> nos possibilitou a redução <strong>de</strong> tempo em <strong>de</strong>terminadas tarefas<br />
e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treinamento para os operadores, planos <strong>de</strong> ação foram<br />
montados baseados nos diagnósticos feito em <strong>auditoria</strong> <strong>de</strong> processo.<br />
A melhoria contínua em processos produtivos possui um relacionamento<br />
direto nos resultados financeiros e estão lincados diretamente com a forma dos<br />
funcionários proce<strong>de</strong>rem nas tarefas do dia-a-dia e quanto melhor o controle, melhor<br />
será o resultado final. A evolução do grau <strong>de</strong> satisfação dos clientes e no da<br />
empresa em relação com o mercado, po<strong>de</strong>m ser balizadores para situar a empresa<br />
em relação à evolução do processo <strong>de</strong> melhoria contínua por ela adotado.<br />
A prática das <strong>auditoria</strong>s na Ziemann-Liess, com uma sistemática alinhada aos<br />
interesses da organização torna a <strong>auditoria</strong> uma ferramenta para aprimorar,<br />
melhorar e modificar questões que impediam o <strong>de</strong>senvolvimento das sistemáticas <strong>de</strong><br />
17
18<br />
trabalho, quebrando os paradigmas existentes nas áreas. Centralizando os<br />
resultados das <strong>auditoria</strong>s no responsável do setor da Qualida<strong>de</strong> e atualizar os<br />
indicadores, adotando ações em conjunto com pessoas “chaves 9 ” <strong>de</strong> cada setor para<br />
buscar alternativa a todas as dificulda<strong>de</strong>s encontradas <strong>de</strong>ntro dos processos e<br />
distribuir tarefas com os restantes membros das equipes.<br />
A qualida<strong>de</strong> só é percebida quando se torna um problema <strong>de</strong> todos, pois os<br />
propósitos tornam-se comuns entre as pessoas, à satisfação em fazer parte ou<br />
colaborar na resolução <strong>de</strong> um problema melhora a auto-estima e trás o entusiasmo<br />
<strong>de</strong> se <strong>de</strong>dicar para superar as dificulda<strong>de</strong>s do dia-a-dia.<br />
Ainda há muito que ser melhorado, implementado para dar subsídios a esta<br />
prática, mas o que evi<strong>de</strong>ncia além da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoria é a convicção <strong>de</strong> um<br />
trabalho planejado e consistente prevalecer em busca do objetivo da organização.<br />
9 Chaves: Pessoas principais membros <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados setores, pertinentes ao assunto que está sendo abordado.<br />
18
19<br />
ANEXO I: ITENS PARA AUDITORIA DE FÁBRICA (E:\ TQC \ AUDITORIAS <strong>de</strong><br />
Fábrica \ Itens para Auditoria <strong>de</strong> Fábrica).<br />
** Preparação **<br />
- I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> Itens cortados conforme OP.<br />
- Preenchimento dos relatórios <strong>de</strong> acompanhamento <strong>de</strong> processo<br />
- Chapas em estoque <strong>de</strong> preparação i<strong>de</strong>ntificadas.<br />
- Trabalhos diversos com documentação necessária ( Roteiros, Desenhos, Lista <strong>de</strong> peças).<br />
- Medição <strong>de</strong> itens diversos.<br />
- Verificação <strong>de</strong> fichas <strong>de</strong> apontamentos diversos e <strong>de</strong> Retrabalho.<br />
- Organização e limpeza (mini 5's).<br />
** Cal<strong>de</strong>iraria e Fábrica **<br />
- Preenchimento dos relatórios <strong>de</strong> acompanhamento <strong>de</strong> processo<br />
- Peças em estoque e pallets i<strong>de</strong>ntificadas com OP's.<br />
- Trabalhos diversos com documentação necessária ( Roteiros, Desenhos, Lista <strong>de</strong> peças).<br />
- Medição <strong>de</strong> itens diversos.<br />
- Verificação <strong>de</strong> fichas <strong>de</strong> apontamentos diversos e <strong>de</strong> Retrabalho.<br />
- Organização e limpeza (mini 5's).<br />
** Montagem <strong>de</strong> Chassis **<br />
- Trabalhos diversos com documentação necessária ( Roteiros, Desenhos, Lista <strong>de</strong> peças).<br />
- Verificação <strong>de</strong> soldas e itens críticos .<br />
- Medição <strong>de</strong> itens diversos.<br />
- Verificação <strong>de</strong> fichas <strong>de</strong> apontamentos diversos e <strong>de</strong> Retrabalho.<br />
- Organização e limpeza (mini 5's).<br />
** Tratamento <strong>de</strong> superfícies**<br />
- Preenchimento dos relatórios <strong>de</strong> acompanhamento <strong>de</strong> processo.<br />
- I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> chapas pós processo .<br />
- Trabalhos diversos com documentação necessária ( Roteiros, Desenhos, Lista <strong>de</strong> peças).<br />
- Medição <strong>de</strong> peças diversas.<br />
- Verificação <strong>de</strong> fichas <strong>de</strong> apontamentos diversos e <strong>de</strong> Retrabalho.<br />
- Organização e limpeza (mini 5's).<br />
** Montagem <strong>de</strong> carretas**<br />
- Preenchimento dos relatórios <strong>de</strong> acompanhamento <strong>de</strong> processo.<br />
- I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> tanques em processo .<br />
- Trabalhos diversos com documentação necessária ( Roteiros, Desenhos, Lista <strong>de</strong> peças).<br />
- Medição e <strong>auditoria</strong> <strong>de</strong> peças diversas.<br />
- Verificação <strong>de</strong> fichas <strong>de</strong> apontamentos diversos e <strong>de</strong> Retrabalho.<br />
- Organização e limpeza (mini 5's).<br />
Quadro 4: Itens a serem auditados <strong>de</strong> acordo com o setor.<br />
Fonte: Arquivo eletrônico da empresa.<br />
19
20<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
BRESSAN, Flávio. Administração On Line. Edição Nº. 1. São Paulo: FEA-USP.<br />
2000.<br />
CAMPOS, Vicente Falconi. TQC Controle da Qualida<strong>de</strong> Total. Ed. 8. Nova Lima,<br />
MG. Editora INDG Tecs. 2004.<br />
CAMPOS, Vicente Falconi. Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-Dia.<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro: Bloch. 1994.<br />
GRIFO, Equipe. A metodologia <strong>de</strong> análise e solução <strong>de</strong> problemas. São Paulo:<br />
Pioneira. 1995.<br />
Jacobson, Paulo. Como Desenvolver Um Programa <strong>de</strong> Produtivida<strong>de</strong> e<br />
Qualida<strong>de</strong>, Otimização <strong>de</strong> Custos e Recursos. Ed. 3. Rio <strong>de</strong> Janeiro. Editora Cop.<br />
1993.<br />
MILLS, A. C. A <strong>auditoria</strong> da qualida<strong>de</strong> - Uma ferramenta para avaliação<br />
constante e sistemática da manutenção da qualida<strong>de</strong>. Ed. 5. São Paulo: Makron<br />
Books. 1994.<br />
MIRANDA, Roberto Lira. Qualida<strong>de</strong> Total – Rompendo as Barreiras entre a Teoria<br />
e a Prática. 2 Ed. São Paulo: Makron Books. 1994.<br />
PRODANOV, Cleber Cristiano. Manual <strong>de</strong> Metodologia Científica. Novo<br />
Hamburgo: <strong>Feevale</strong>. 2005.<br />
REBELO, Antônio R. C. Auditorias da Qualida<strong>de</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro. Qualitymark.<br />
1995.<br />
SHINGO, Shingeo. O Sistema Toyota <strong>de</strong> Produção. Ed.2. Porto Alegre. Bookman<br />
Companhia Editora LTDA.1996.<br />
20