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centro universitário feevale ana fabí kley weimer diferentes espaços ...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALEANA FABÍ KLEY WEIMERDIFERENTES ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO PARA INFANTES DE 0 A 3ANOS NA VISÃO DOS PAISNovo Hamburgo, 2008.


ANA FABÍ KLEY WEIMERDIFERENTES ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO PARA INFANTES DE 0 A 3ANOS NA VISÃO DOS PAISCentro Universitário FeevaleInstituto de Ciências Hum<strong>ana</strong>s Letras e ArtesCurso de Pedagogia Habilitação em Orientação Educacional,Pedagogia Empresarial e Docência nas Disciplinas daFormação Pedagógica do Nível MédioOrientadora: Profª. Ms. Monica Pagel EidelweinNovo Hamburgo, Novembro 2008.


ANA FABÍ KLEY WEIMERTrabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia Habilitação em OrientaçãoEducacional, Pedagogia Empresarial e Docência nas Disciplinas da FormaçãoPedagógica do Nível Médio, com título, DIFERENTES ESPAÇOS DEEDUCAÇÃO PARA INFANTES DE 0 A 3 ANOS NA VISÃO DOS PAIS,submetido ao corpo docente do Centro Universitário Feevale, como requisitonecessário para a obtenção do grau de Bacharel em Pedagogia.Aprovado por:Profª Ms. Monica Pagel Eidelwein(Orientadora)Profª Ms. Mireila de Souza MenezesProfª Ms. Sandra Kopzinski DifiniNovo Hamburgo, novembro de 2008.


APRENDI NO JARDIM DE INFÂNCIATudo o que hoje preciso realmente saber, aprendi no jardim de infânciaTudo o que hoje preciso realmente saber, sobre como viver, o que fazer ecomo ser, eu aprendi no jardim de infância. A sabedoria não se encontrava notopo de um curso de pós-graduação, mas no montinho de areia da escola detodo dia. Estas são as coisas que aprendi lá:1. Compartilhe tudo2. Jogue dentro das regras3. Não bata nos outros4. Coloque as coisas de volta onde pegou5. Arrume a sua bagunça6. Não pegue as coisas dos outros7. Peça desculpas quando machucar alguém8. Lave as mãos antes de comer e reze antes de deitar9. Dê descarga10. Biscoitos quentinhos e leite fazem bem para você11. Respeite o outro12. Leve uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco... edesenhe.. E pinte... E cante... E dance... E brinque... E trabalhe um poucotodos os dias.13. Tire uma soneca às tardes.14. Quando sair, cuidado com os carros.15. Dê a mão e fique junto.16. Repare nas maravilhas da vida.17. O peixinho dourado, o hamster, o camundongo branco e até mesmo asementinha no copinho plástico, todos morrem...Nós tambémNOTE:Pegue qualquer um desses itens, coloque-os em termos mais adultos esofisticados e aplique-os à sua vida familiar, ao seu trabalho, ao seu governoou ao seu mundo e verá como ele é verdadeiro, claro e firme. Pense como omundo seria melhor se todos nós, no mundo todo, tivéssemos biscoitos e leitetodos os dias por volta das três da tarde e pudéssemos nos deitar com umcobertorzinho para uma soneca. Ou se todos os governos tivessem como regrabásica devolver as coisas ao lugar em que elas se encontravam e arrumassema bagunça ao sair.Estas são verdades, não importa a idade.Ao sair para o mundo é sempre melhor darmos as mãos e ficarmos juntos.PEDRO BIAL


RESUMOAtualmente as famílias buscam um espaço seguro de educação no qual acriança sinta-se bem e possa se desenvolver-se da melhor maneira possível,enquanto os pais trabalham. Este espaço não precisa ser, necessariamente, aEscola de Educação Infantil, pois a criança poderá ser cuidada e acompanhadapor uma babá ou até mesmo ficar em casa com sua mãe, avó, tia, entre outros.Deste modo, a presente pesquisa teve por objetivo conhecer a visão dos paisem relação aos <strong>diferentes</strong> <strong>espaços</strong> de educação para o desenvolvimento deinfantes de zero a três anos. Procurou-se conhecer o que pensam sobre aquestão, verificando como representam a escola de educação infantil nomomento atual. Para isso, buscou-se um referencial teórico que possibilitou aoleitor um maior entendimento sobre as questões da infância, do brincar e daEscola de Educação Infantil. Este estudo de cunho qualitativo foi desenvolvidoa partir de entrevista semi-estruturada com dez mães de crianças quefreqüentam ou não a escola de Educação Infantil de uma cidade do Vale do Riodos Sinos, no Rio Grande do Sul. A partir das entrevistas, foi possível coletarinformações para realizar uma análise subsidiada nos estudos desenvolvidos,possibilitando um maior entendimento sobre o assunto em questão. Conclui-secom este estudo que a escolha do espaço de educação infantil por esse grupode mães se dá de acordo com diversas questões, entre elas: a necessidade detrabalhar, questões financeiras da família e o reconhecimento da escola comoespaço de aprendizagem. É possível considerar também que a Instituição deEducação Infantil é representada pelos pais, neste contexto específico, comoum local de socialização, de cuidados e especialmente reconhecido como umespaço educativo, o que mostra uma ressignificação na maneira de seperceber este ambiente, que antes tinha um caráter somente assistencialista.Utilizou-se como referência na pesquisa autores como Ariès, Lapierre,Betelheim Winnicott, entre outros.Palavras-chave: Criança, Diferentes Espaços, Infância.


ABSTRACTCurrently the families seeking a safe area of education in which the child to feel welland can develop the best possible way, while parents work. This space does notnecessarily have to be the School of Education Child, the child can be repaired andaccompanied by a nanny or even stay at home with his mother, grandmother, aunt,among others. Thus, this search aimed to ascertain the views of parents in relationto different areas of education for the development of infants from zero to threeyears. Tried know what they think about the issue, noting as representing theschool of early childhood education at the moment. For this, sought a theoreticalreferential that allowed the reader a greater understanding on the issues ofchildhood, of playing and the School of Education Child. The study of cunho qualitywas developed from semi-structured interviews with ten mothers of children whoattend or not attend the School of Education Child in a city in the Rio dos SinosValley in Rio Grande do Sul. From the interviews, was can collect information toperform an <strong>ana</strong>lysis subsidized in the studies developed, allowing a greaterunderstanding on the matter. With this study concludes that the choice of the areaof early childhood education for this group of mothers is given in accordance withvarious issues, among them: the need for work, financial issues of family and therecognition of the school like a place of learning. You can also consider that theimposition of early childhood education is represented by parents, in this particularcontext, as a place of socialization, care and specially recognized as an educationalarea, which shows a resignification in the way to realize this environment, as beforehad only a supporting character. It was used as reference in the research authorssuch as Aries, Lapierre, Betelheim Winnicott, among others.Keywords: Child, Different spaces, childhood


SUMÁRIOINTRODUÇÃO ......................................................................................................... 81 O INÍCIO DE TUDO..............................................................................................112 CONSTRUINDO A PESQUISA............................................................................212.1 TIPO DE PESQUISA........................................................................................ 222.2 SUJEITOS E LOCAL DE PESQUISA.............................................................. 222.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA.................................................................... 233 DIFERENTES HISTÓRIAS ..................................................................................243.1 HISTÓRIA DA INFÂNCIA ................................................................................ 243.2 HISTÓRIA DO BRINCAR................................................................................. 273.3 HISTÓRIA DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL...................................... 314 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................364.1 TRIANGULAÇÃO DOS DADOS ...................................................................... 37CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................51REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................53ANEXOS .................................................................................................................55ANEXO A – ENTREVISTA AOS PAIS....................................................................56ANEXO B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO................58


INTRODUÇÃOMuito se tem pesquisado em relação ao melhor espaço para odesenvolvimento de crianças de 0 a 3 anos. Muitos pais ainda acreditam na idéiade que seus filhos vão para a escola somente para passar longas horas do diabrincando, não se dando conta que as crianças freqüentam a escola paraaprender, desenvolver-se e trocar experiências junto aos seus colegas eprofessores e que tudo isso se dá justamente através do brincar.Atualmente, muitas famílias necessitam de um espaço de educação formal,no qual os pequenos sintam-se acolhidos e possam aprender junto com outrascrianças, enquanto seus pais trabalham. É este um momento muito complicado,pois os pais precisam decidir em qual escola matricular os seus filhos, o que se faza partir de <strong>diferentes</strong> critérios, como: proximidade da residência, valor, oferta de umcurrículo amplo, ambiente agradável, segurança, profissionais qualificados, entretantos outros detalhes.Nem sempre as crianças freqüentam algum espaço de educação formal.Devido à falta de vagas, muitas crianças ficam aos cuidados de pessoas nemsempre preparadas para essa função ou, ainda, sem os cuidados necessários,estando expostas às mais <strong>diferentes</strong> situações de risco.Outra situação que possibilita as crianças a não freqüentarem a escolainfantil refere-se aos pais não perceberem a sua importância e terem algumasrestrições quanto às mesmas. Muitos percebem este local como fonte deproblemas para seus filhos, local onde aprendem coisas indevidas e que nãorecebem atendimento individualizado o tempo inteiro, ao contrário de comofunciona em algumas casas, onde a mãe ou o pai ficam 24 horas por dia ao lado


9da criança, realizando todas as suas vontades e respondendo a todos os seuspedidos.Com isso, percebe-se que em diversos momentos do desenvolvimentoinfantil a criança é influenciada, principalmente por duas instituições, sendo elas afamília e a escola.Cabe à família possibilitar à criança o desenvolvimento da socialização,dos costumes, transmitir valores e crenças que estão inseridas na sociedade ondevivem. Já as escolas, além de refletir os valores trazidos pelas famílias, auxiliam acriança em todos os aspectos possíveis de seu desenvolvimento. Pode-se afirmarque o papel da escola é complementar à educação originada pela família.Neste trabalho será apresentada uma pesquisa realizada com pais decrianças de zero a três anos de uma mesma região da cidade de Estância Velha,tanto os pais que possuem filhos matriculados na escola de educação infantilquanto aqueles cujas crianças não estão freqüentando a escola, a fim de verificar arepresentação dos mesmos sobre os <strong>diferentes</strong> <strong>espaços</strong> de educação para odesenvolvimento de infantes de 0 a 3 anos.Para desenvolver esta pesquisa serão realizadas entrevistas e buscadasreferências bibliográficas sobre o assunto em questão, possibilitando uma melhorcompreensão sobre o tema em estudo.No primeiro capítulo, apresenta-se como principal referência damonografia, o memorial descritivo, que enfatiza pontos importantes de minhainfância e a importância da escola de Educação Infantil em minha vida, bem como,a trajetória profissional e acadêmica que me levaram à escolha deste assunto, tãorelevante atualmente para a educação.No segundo capítulo será abordada a metodologia utilizada na pesquisa noque se refere ao tipo de pesquisa, os sujeitos e os locais da pesquisa e osinstrumentos utilizados.No terceiro capítulo serão abordadas temáticas sobre a história da infância,a história da Escola de Educação Infantil e do brincar.


10No quarto capítulo será realizada a análise das informações coletadas deacordo com as respostas dos pais entrevistados.O trabalho será concluído com as considerações finais, a apresentação dereferencial bibliográfico e os anexos.


12íamos eu e minha mãe para a creche. Nem me importava de chegar toda molhada,sabia que aquele momento com ela na chuva era fascinante e como não eramtodos os dias que chovia, eu aproveitava quando era possível.Acredito que muitas de minhas escolhas, resultaram e continuamresultando do tempo em que era criança, no qual eu tinha a escola como “minhasegunda casa”. Adorava ver a “tia” Ângela fazer os cartazes que enfeitavam nossasala, tinha prazer em deixar de brincar para ficar admirando-a com aquelecapricho, fazendo aquelas pinturas. Lembro-me como se fosse hoje, quando elame disse: “Fabíca 2 quer me ajudar a pintar?” E no mesmo momento eu respondosorrindo: “SIM.”Embora atualmente se possa olhar com maior crítica para a questão daescola vista como segunda casa e para o termo “tia”, utilizado ainda hoje paranominar alguns professores, naquele momento da minha vida era assim quesignificava estas questões.Creio que este momento, entre outros que ocorreram lá na “creche” etambém na minha caminhada no Curso de Pedagogia, tenha me auxiliado duranteo tempo que estagiei em uma escola de Educação Infantil, onde me foi permitidocolocar em prática tudo o que aprendi.Sempre me dediquei em oferecer o meu melhor para os meus alunos,entretanto no início foi um pouco complicado, pois não havia tido nenhum contatoantes com uma turma de alunos. Desde o princípio de minha prática docente, tiveao meu lado - neste espaço que trabalhei - uma companheira inesquecível, aProfessora Daniela Griebeler, que me ofereceu dicas importantes para se trabalharcom as crianças, além de termos firmado uma amizade incondicional. Hoje ela estágrávida e eu serei madrinha do bebê.Minha mãe sempre me deu muito carinho, preocupando-se com meu bemestare relatando, até hoje, que eu sempre estava em primeiro lugar. Nósmorávamos junto com minha tia avó mais conhecida por Oma, meu tio avô, e aprima de minha mãe. Lembro-me muito bem da casa, pois foi lá que passei parte2 Ana Fabíca: Forma carinhosa como minha professora me chamava.


13de minha infância, era um chalé de madeira pintado de verde, o chão era de tábuaslargas, e os móveis eram antigos.Gostava de quando era verão, pois eu podia brincar no jardim só decalcinha. Era uma festa quando a Oma montava a piscina de plástico. Desdepequena sempre tive muita criatividade, então arrumava minhas casinhas emvários lugares do enorme pátio que tínhamos. Lembro-me que uma vez inventeiuma torneira que, por incrível que pareça, acabou funcionando. “Quem sabe possoser uma inventora de algo e ainda não pude colocar em prática, pois inventarcoisas era comigo mesma”.Sempre fui muito geniosa. Na escola era a primeira a levantar a mãoquando a professora solicitava ajuda para qualquer coisa, gostava muito de auxiliara todos quando necessário. Todas as vezes que era preciso estudar para asprovas, sentava minhas bonecas e ursinhos de pelúcia nas cadeiras lá de casa epassava toda a matéria em um pequeno quadro negro, assim acabava estudando econseqüentemente aprendendo.Destacava-me nos trabalhos em grupo pelo esforço e dedicação, eraescolhida para fazer os cartazes e trabalhos escritos, pois como diziam minhascolegas, tinha letra de professora.Agora, em relação a apresentações sempre fui acanhada. Faltavam-mepalavras na hora de apresentar, o que acontece até os dias de hoje, já que o medode errar ou de falar alguma coisa incoerente eram e continuam sendo constantes enunca consegui me livrar deste sentimento. Não entendo o que acontece, souesforçada, porém tenho muito medo de errar, sabendo assim, que precisareibuscar ajuda antes de querer ajudar alguém.No ano que completei seis anos de idade, sabia que seria o último ano nacreche. Fiquei bastante triste, pois perderia contato com meus colegas eprofessoras que me acompanharam ao longo dos anos naquele espaço. Tambémpensei que não teria mais aquele enorme pátio, cheio de brinquedos legais parapassar as tardes de verão, pois minha mãe me falou que no próximo ano nãopoderia mais brincar tanto quanto eu brincava na creche.


14Foi então que, em Fevereiro de 1989, ingressei na 1º série do EnsinoFundamental em uma escola particular localizada na cidade de Estância Velha.Lembro-me que a escola ficava umas cinco quadras de minha casa, mas comominha mãe sempre teve muito medo de acontecer algo comigo, me acompanhavatodos os dias até lá.Não consigo me recordar do primeiro dia de aula, as lembranças que tenhodesta fase são poucas, porem lembro-me tive muita dificuldade para aprender a lere escrever, e também com as contas de matemática. Ficava deslumbrada ao ver aprofessora escrevendo no quadro negro, com aquela letra que só ela sabia fazer,e ficava então pensando que quando me tornasse uma moça teria uma letraparecida, não igual, pois aquela era linda demais.Algo que jamais esquecerei foi quando no final da 1º série, recebemos dadiretora um pequeno texto que teríamos de ler em voz alta para ela, a fim de testarnossa leitura. Lembro-me perfeitamente daquele momento: li com calma, em vozbaixa e pausadamente para ela. Foi difícil, gaguejei várias vezes, li palavraserradas, mas consegui ler até o fim. Ela disse que eu precisava melhorar para apróxima vez.Penso que isso foi uma das coisas que auxiliou para que nos dias de hojeeu fique muito nervosa, diante de situações onde tenho que falar em público.Diariamente, mesmo conhecendo o grupo de colegas, quando chega a hora deapresentar algum trabalho sobre algo que tenhamos produzido, fico trêmula, compalpitação, esqueço das palavras e tenho uma reação bem visível, fico vermelhadesde o peito passando pelo pescoço, o que ressalta minhas bochechas.Durante minha trajetória na 1º série, algumas lembranças de quando eufreqüentava a creche ressurgiam, tinha vontade de sair correndo e voltar para omeu “mundinho”, mas sabia que não podia voltar, pois agora já me tornara uma“menina grande”, como dizia minha mãe. A hora do recreio era um momentomaravilhoso, pois enquanto meus colegas brincavam na pracinha, eu me escondiano fundinho da sala para chupar meu bico e segurar minha fralda, era bemdivertido.


15No decorrer do ano de 1989 minha mãe casou-se com meu padrinho.Naquela época eu ainda era muito nova e não entendia muito bem as conversasdos adultos e como eu adorava meu padrinho, mas fiquei muito feliz em saber quedali para frente eu teria ao meu lado, além do meu padrinho, o meu pai de coração.Fui aia do casamento de meus pais, o que para mim foi um momentomarcante, pois eu e minha mãe estávamos usando vestidos exatamente iguais, echegamos à igreja com um carro “super” chique. Lembro que minha mãe estavanervosa e tomara conhaque para acalmar-se.Anos mais tarde tivemos que nos mudar do apartamento, então meus paisalugaram uma casa em frente à escola onde eu estudava, e passamos a morartodos novamente juntos, porém sem meu tio avô, que faleceu no ano de 1990. Acasa era linda, tinha muitas árvores e um pátio grande para brincar. No momentoera o que mais importava para mim, pois adorava brincar na rua, com meusamigos, que na época eram muitos.Lembro que sempre fui bem despachada e não tinha vergonha de nada,inclusive brincava de carrinho com os guris, jogava taco, brincava de polícia eladrão, fazia guerrinha de bexigas, andava de carrinho de lomba, jogava futebol eodiava jogar vôlei. Fiz aulas de teatro, dancei ballet e dança espanhola, fiz aula dealemão e toquei flauta, entrei em uma escolinha de vôlei, mas não conseguiadaptar-me.Em momentos mais lúdicos e de espontaneidade sentia-me muito àvontade para lidar com todas as situações. Já quando se tratavam de momentosnos quais precisava me expor ao grande grupo, sentia-me muito ansiosa.Hoje, revisitando minha infância, percebo o quão importante foi a educaçãoinfantil na “creche” para a minha constituição como pessoa, possibilitando-metomar decisões, posicionar-me diante de situações difíceis, encarar desafios edesempenhar minhas atividades dentro de minha área profissional.Quando faltava um mês para eu completar 10 anos, meu irmão veio aomundo no dia 01/09/1993. Fiquei muito feliz com seu nascimento, porém já sabiaque minha mãe daria muito mais atenção para ele do que para mim, pois eu já


16estava grande. Quase não parava dentro de casa para brincar com ele, tanto quenos dias de hoje não me lembro de ter segurado ele no colo mais de cinco vezes.Atualmente penso que poderia ter participado mais de seu crescimento, pois tenhosaudades dessa época, mesmo que tenhamos 10 anos de diferença um do outro.Meus pais sempre colocaram em primeiro lugar nossa educação, deixandoum pouco de lado seus sonhos e objetivos importantes, tais como o sonho da casaprópria, viagens entre outros. Minha mãe sempre batalhou para me dar o melhordesde pequena, colocando-se em segundo plano. Tanto que ela foi concluir seusestudos quando já tinha quase trinta anos, pois quando era mais nova não teve asmesmas oportunidades que eu, sendo que era a filha mais velha e tinha que cuidarde seus irmãos e limpar a casa enquanto meus avós trabalhavam.Ela sempre conta que toda a sua vida foi muito conturbada e não gostamuito de lembrar-se da época de criança, ao contrário de mim, que sempre tivemuito a relatar deste tempo.Para pagar seus estudos minha mãe dependia do faturamento dosbiscoitos que fazia, ela e meu pai, todas as noites após sua chegada da escola, apartir das onze horas da noite. Era cansativo, mas de outra maneira ela nãopoderia continuar estudando.Às vezes me pergunto por que meus pais me matricularam em uma escolaparticular, já que minha mãe precisava terminar seus estudos. Com certeza jápensavam no meu futuro e certamente não queriam que eu passasse pelo mesmoque eles, pela demora de concluir o ensino fundamental e médio, por ter umtrabalho não muito bem remunerado ou até a falta de emprego, quem sabe.Pude comprovar pessoalmente o que citei acima, pois sempre tive aberturacom meus pais e um dia surgiu a oportunidade de questionar minha mãe sobre oassunto e realmente a resposta foi que a única coisa que o ser humano carregaconsigo é educação que veio de casa e os ensinamentos vindos da escola quecom certeza não são esquecidos.Mas também me questiono diversas vezes: e se tudo tivesse sido diferente,será que nos dias de hoje estaria matriculada em um curso superior ou até mesmo


17teria concluído o ensino fundamental? Pode ser que sim, pode ser que não.Agradeço todos os dias pela mãe maravilhosa que tenho e pelo pai do coração queDeus me deu, pois sem eles acredito que não estaria onde estou, já que os doissempre me proporcionaram o melhor, incentivando-me sempre, pois nada é poracaso, sempre existe um por quê.Após concluir o ensino médio, no ano de 2000, eu e minha mãe prestamosvestibular, somente para testar os conhecimentos, como dizia ela, mas no final dascontas eu passei e ela não. Naquela época o interesse em iniciar a faculdade erapouco, queria ficar ao menos um semestre em casa, mas ela incentivou-me,dizendo então que era para eu aproveitar e me matricular, pois mais tarde eupoderia fazer o vestibular e não passar, então perderia a chance. Dito e feito, em2001 estava indo para a faculdade de topic, feliz da vida.Antes de realizar o vestibular eu ainda era uma adolescente cheia dedúvidas, muitas questões rodeavam minha cabeça, não tinha cursado o Magistérioe ingressaria em um curso desconhecido. Passei na segunda opção, paraPedagogia, não fiquei muito feliz na época, mas encarei e no final das contasacabei me encantando cada vez mais por este curso.Logo que comecei a estudar não conseguia vislumbrar meu futuro noCurso de Pedagogia e nessa prática profissional. Tudo melhorou quando surgiu oestágio na Escola de Educação Infantil, pois foi o momento em que pude colocarem prática tudo o que eu já aprendera e também o que estava aprendendo.Ingressei na Faculdade com apenas 17 anos, havia escolhido cursarFisioterapia ou Pedagogia. Sabia que seria muito difícil de cursar Fisioterapia,devido ao curso ser diurno e minha mãe não ter como pagar a mensalidade. Poisbem, passei para Pedagogia Empresarial, que na época era um curso muito novo eque quase ninguém sabia muito do que se tratava, inclusive eu.Alguns professores comentavam um pouco sobre a PedagogiaEmpresarial, outros preferiam não falar, diziam que quando chegássemos maisperto das disciplinas desta ênfase, poderíamos tirar todas as nossas dúvidas.


18Iniciei minha vida profissional um ano após ter ingressado na Faculdade,sendo o primeiro emprego como estagiária na Casa do Trabalhador – SINE. Eraencarregada de fazer carteira de trabalho, intermediação e captação de vagas eseleção de funcionários.Minha vida profissional iniciou com oportunidades interessantes. Nuncafiquei desempregada, mesmo que a maioria dos empregos tenham sido estágios,aprendi em todos os lugares por onde passei. Após meu estágio na Escola deEducação Infantil, procurava novamente por algo em minha área, mas naquelemomento não encontrei nada focado na Pedagogia. Fui contratada, por meio ano,em um curtume na cidade onde resido, assumindo o cargo de secretária.Logo após estes seis meses fui chamada pelo Centro Universitário Feevalepara participar de um projeto o qual se chamava Pró - EJA, onde exerceria funçõespertinentes ao meu curso e também atendimento presencial a professores doprojeto.Um ano mais tarde surgiu a oportunidade para eu participar de umaseleção de Auxiliar Administrativo no Centro Universitário Feevale. Este momentofoi muito importante para mim, pois seria meu segundo emprego onde teria minhacarteira de trabalho assinada, sendo que teria direitos como décimo terceiro, fériaspagas, plano de saúde, entre tantas outras vantagens. Também poderia agilizarminhas disciplinas no curso de Pedagogia, pois assim que assinassem minhacarteira, teria direito além dos 50 % de desconto que já tinha da licenciatura, mais80 % como funcionária da Instituição.Pois bem, ocorreu tudo certo, participei de cinco etapas de uma seleçãoaté ser contratada pela Instituição em novembro de 2006, assumindo o cargoacima mencionado. Desde muito cedo sempre tive muita vontade de trabalhar naFeevale. Lembro-me que quando estava no ensino médio, minha escola fez umavisita até este local para que a gente pudesse conhecer os cursos e foi naquele diaque me despertou a vontade de trabalhar naquele espaço tão grande e cheio deinovações. Tenho muito orgulho de estar onde estou, acredito que o incentivo demeus pais me ajudou em toda minha caminhada e também que me fez terescolhas tão boas.


19Para mim sempre foi mais difícil de relacionar a teoria com a prática, vistoque ingressei no curso de Pedagogia sem ao menos ter feito o curso de Magistério,então sempre tive que estudar muito para entender algumas disciplinas e tambémpara poder debater com meus colegas o assunto que estava sendo abordado peloprofessor. Confesso que em determinados momentos tive muita vontade de desistire trocar de curso, mas graças ao apoio de minha mãe e meu pai, nunca desisti ehoje estou aqui concluindo o curso de Pedagogia com ênfase em OrientaçãoEducacional e Pedagogia Empresarial, depois de transcorridos oito anos de muitadedicação e esforço.Durante minha caminhada neste Centro Universitário, algumas disciplinasestudadas foram muito importantes para a construção desta monografia, pois mederam suporte e ao mesmo tempo abriram muitas portas para minha vida pessoale profissional. Isto me possibilitou um olhar mais aprofundado sobre diversosaspectos relacionados à educação e, especialmente, ao desenvolvimento infantil.Lembro-me como se fosse hoje das aulas de Desenvolvimento Infantil coma professora Sandra Kopzinski Difini, pois sempre fez o possível para ensinar-nosda melhor forma como se constitui o sujeito aprendente, para que pudéssemoscompreender o desenvolvimento humano. Trazia sempre exemplos práticos eaulas diferenciadas, com retro projetor, utilizado na época, cartazes e rádio.Cantávamos, apresentávamos, contávamos histórias que aconteciam conosco e omais importante de tudo: aprendíamos como crianças.Já a disciplina de Infância Cultura e Currículo - a qual articula as formas deconhecimento das experiências da infância às relações cotidi<strong>ana</strong>s vividas no meiosocial - possibilitou-me perceber o quão importante é o currículo na vida do serhumano.O tema de minha pesquisa vem ao encontro das primeiras frases de meumemorial que se referem à Educação Infantil e aos seus <strong>espaços</strong> deaprendizagem, seja na escola de Educação Infantil, seja na casa da avó ou da tia,seja ficando em casa com a mãe. Em todos estes <strong>espaços</strong> a criança aprende, criahábitos, aprende a socializa-se e desenvolve-se, interage com outras pessoas e,contudo aprende a dividir e emprestar, a dizer sim ou não.


20Penso que minha infância foi a etapa mais linda da minha vida, pois asrecordações são tantas que, por vezes, gostaria que o tempo voltasse, para poderreviver tudo novamente. Por isso que minha monografia trará a questão da infânciae os <strong>espaços</strong> onde ela ocorre. Espaços estes que quem escolhe não são ascrianças, mas sim seus pais.Para dar continuidade a este projeto, foram utilizados vários autores para oembasamento teórico e muitos deles fizeram com que eu retornasse ao passado,lembrando de minha infância. Entre eles busquei autores como Winnicot, Lapierre,Piaget, Áries, Bettelheim, Froebel, Benjamin, entre outros.Devido à importância da infância em minha trajetória pessoal relacionadaaos desafios enfrentados durante a minha vida profissional no que se refere àprática docente, tornou-se possível reconhecer que foi através da construção domemorial descritivo que me suscitou o interesse em retomar esse tema e sabermais sobre qual a visão dos pais em relação aos <strong>diferentes</strong> <strong>espaços</strong> de educaçãoinfantil para o desenvolvimento de infantes de zero a três anos.


2 CONSTRUINDO A PESQUISANos dias atuais muitas famílias passam pelo mesmo dilema todos os anos:onde deixar as crianças após a licença maternidade da mãe, visto que esta precisavoltar a trabalhar depois de passados quatro meses do nascimento de seu bebê.Mas às vezes algumas mães têm a prioridade de ficar em casaacompanhando o crescimento de seus filhos, quando isso é possível. Outraspreferem que algum familiar tome conta enquanto trabalham, pelo fato de imaginarque os filhos estarão mais bem cuidados, mais protegidos ou até mesmo por nãoter condições financeiras de matriculá-lo em alguma escola de Educação Infantil.Percebendo a importância desse momento inicial para um bomdesenvolvimento infantil, essa pesquisa possibilitou um maior entendimento emrelação às escolhas dos pais quanto ao espaço de educação de seus filhos.Acredito que o melhor ambiente para que um bom desenvolvimento possa ocorrerserá sempre onde a criança irá sentir-se bem.Ao definir o meu problema de pesquisa: “Qual a visão dos pais em relaçãoaos <strong>diferentes</strong> <strong>espaços</strong> de educação infantil para o desenvolvimento de infantes dezero a três anos?” procurei conhecer o que estes pensam sobre a questão,verificando como se apresenta a escola de educação infantil no momento atual e oque ela representa.Tenho como hipótese que os pais que não matriculam os filhos em umaescola Infantil, o fazem por considerar que o espaço familiar é mais acolhedor enão oferece riscos para a criança, como contrair doenças, aprender um vocabulárioinadequado, entre outras questões e que aqueles que matriculam seus filhos na


22escola o fazem por necessitar devido a questões de trabalho ou por entenderemque a escola é um espaço seguro. Penso que a escola é representada pelos paiscomo um espaço de cuidado de seus filhos, viabilizando que possam trabalhartranqüilos sabendo que estão seguros, significando um caráter assistencial.2.1 TIPO DE PESQUISAPara a elaboração deste trabalho foi utilizada a pesquisa qualitativa. Aspesquisas qualitativas são exploratórias, ou seja, estimulam os entrevistados apensarem livremente sobre algum tema, objeto ou conceito. São usadas quando sebusca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindoespaço para a interpretação.A partir destas reflexões, reuni aspectos importantes sobre a EducaçãoInfantil, o brincar e a infância a partir de pesquisa em referencial bibliográfico quetrata sobre esses temas.2.2 SUJEITOS E LOCAL DE PESQUISATeve-se como critério para a definição dos sujeitos participantes dapesquisa serem pais de crianças na faixa etária de zero a três anos, dividindo-seem dois grupos distintos, sendo um o grupo de mães de crianças que freqüentam aescola de educação infantil e o outro que não freqüentam, todos moradores damesma cidade da região do Vale do Sinos.Participaram da pesquisa um total de dez mães, cinco de crianças quefreqüentam a escola e cinco de crianças que não freqüentam a escola de educaçãoinfantil.O trabalho foi realizado a partir de visitas domiciliares, com dia e horáriopreviamente agendado com os participantes da pesquisa.


232.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISAComo mencionado anteriormente, a pesquisa foi de cunho qualitativo,sendo utilizados instrumentos comuns a ela, como a coleta de dados e fatosimportantes ao investigador para futura interpretação, através de entrevista semiestruturada.Na entrevista semi-estruturada se faz a montagem de um roteiro dasquestões que irão conter o tema-chave a ser explorado, e cada questão pode gerarvárias perguntas durante a entrevista (BIRK, 2004).As entrevistas em profundidade são pré-agendadas com os entrevistados ea sua aplicação é individual, podendo ser em grupos, em local reservado. Esteprocedimento garante a concentração da pessoa que está sendo entrevistada etambém faz com que se sinta mais tranqüila em relação às respostas, pois estarãona sala somente o entrevistador e o entrevistado.Nessa pesquisa foram entrevistadas dez mães, individualmente, emhorários pré-agendados, através de visitas domiciliares. Foi realizado um contatoinicial, no qual se apresentou a proposta de pesquisa e se verificou a possibilidadede participação. A partir da aceitação das mães foram feitos os encaminhamentosnecessários a fim de se efetivarem as entrevistas.


3 DIFERENTES HISTÓRIASA fim de possibilitar maior entendimento em relação aos objetivos de minhapesquisa, foram desenvolvidos assuntos que envolvem este estudo. Primeiramenteé apresentada a História da Infância que é embasada principalmente pelo autorPhilippe Áries, afirmando que a infância vem sendo construída ao longo dos anos,bem como fala de todas as épocas desde antes do século XVII.Posteriormente, apresentou-se a história do brincar, onde se utilizou comoprincipal referência o autor Betelheim, o qual afirma que a brincadeira éfundamental na vida das crianças, pois acredita ser um espaço educativo, afinalnenhum bebê nasce sabendo brincar, eles precisam aprender.E por último abordou-se a história da Escola de Educação infantil que éembasada principalmente por Lapierre, onde ressalta que a Escola de EducaçãoInfantil é simplesmente uma etapa na vida da criança, etapa esta muito importantee que no decorrer dos anos será seguida por muitas outras.3.1 HISTÓRIA DA INFÂNCIAPara embasar a história da infância será utilizado como principal referênciao autor Philippe Áries, que traz diversos conceitos sobre o tema e tambémpossibilita aos leitores maior percepção sobre o assunto.Antigamente as crianças eram vistas como adultos em miniatura. Antesmesmo do século XVII, não existia distinção de vestuário entre meninos e meninas,usavam as mesmas roupas, que lembravam sempre as roupas dos adultos. Nada,


25naquela época, separava a criança do adulto. Sendo assim, eram entendidas etratadas igualmente, não havendo diferença fundamental entre crianças e adultos,somente o tamanho.Neste período as crianças participavam das festas de adultos e de todas asatividades profissionais dos pais. As famílias medievais eram compostas de muitaspessoas que geralmente moravam em uma única casa, todos dormiam juntos eninguém tinha privacidade. Crianças dormiam junto de adultos e empregados demodo que todos presenciavam as práticas sexuais entre os adultos.Do ponto de vista histórico, a infância era considerada um período de “nãofala”, onde as crianças não tinham vez e nem voz, vivendo na dependência dosadultos. “A palavra infância vem do latim (infantia) e é caracterizada pela falta deeloqüência e dificuldade em explicar-se”. (MONARCHA, 2001, p.1)Para Áries (1981), na sociedade Medieval, logo que a criança tinhacondições de sobreviver sem auxilio de um adulto já ingressava na vida dosmesmos sem se diferenciar deles.Percebe-se que antigamente não existia preocupação com aindividualidade das crianças, por isso eram ignoradas por todos, e não havianecessidade de respeitá-las, não tinham vez para falar e muito menos para opinarou expressar suas vontades. “Os adultos se permitiam tudo diante delas:linguagem grosseira, ações e situações escabrosas, elas ouviam e viam tudo”.(ARIÈS, 1981, p.128).De acordo com as idéias de Rousseau, a Educação Infantil começa atomar outros rumos. Para ele, a infância era, de certa forma, um período importantena vida e necessitava ser mais apreciada para ensinar melhor as crianças. (RIZZO,1988)Foi a partir do século XIX que a criança começou a conquistar seu espaço,passou também a ser objeto de pesquisa por muitos historiadores e foi reconhecidaem seus direitos de ter e viver uma infância.


26É preciso considerar a infância como uma condição da criança. O conjuntodas experiências vividas por elas em <strong>diferentes</strong> lugares históricos,geográficos e sociais é muito mais que uma representação dos adultossobre esta fase da vida. É preciso conhecer as representações da infânciae considerar as crianças concretas, localizá-las nas relações sociais, etc,-reconhecê-las como produtoras da história. (KUHLMANN, 1998, p. 31)Percebe-se que a visão em relação à infância mudou, pois a criança éreconhecida atualmente e possui seus direitos. Conforme o estatuto da Criança edo Adolescente (lei n° 8069 de 13 de julho de 1990) lê-se que todos os direitos sãoreservados ao adolescente e principalmente à criança. De acordo com o artigo 4°do Estatuto, nos dias de hoje é dever da família, da comunidade e da sociedade,assegurar à criança os direitos referentes à vida, saúde, alimentação, educação,esporte, etc.A infância foi ao longo dos anos perdendo seu espaço, sendo este na ruaou até mesmo no pátio nos fundos de casa. Hoje em dia as crianças não vivemmais a infância tranqüila e calma de anos atrás, não brincam umas com as outras etambém não podem mais ficar até altas horas da noite sentadas na frente de casacontando histórias ou até mesmo brincando de esconde-esconde. Algumasmudanças observadas na sociedade, como por exemplo, o início daindustrialização, as grandes aglomerações ocorridas a partir disso, a inserção damulher no mercado de trabalho e a insegurança dos pais perante a violênciaurb<strong>ana</strong>, foram alguns dos pontos que desencadearam a limitação e ainstitucionalização dos <strong>espaços</strong> destinados ao público infantil.A cidade onde as famílias e a infância se encontram, são constantementeseparadas por ruas, muros, prédios e muito movimento, sendo que o espaço livre éocupado por lugares especializados, previstos e controlados, como as escolas,shoppings, lojas, supermercados, entre outros. Na atualidade percebe-se que asfamílias procuram muitas vezes por estes <strong>espaços</strong> para o lazer junto a seus filhos enão mais pelo pátio nos fundos de casa ou até mesmo a pracinha com brinquedosadequados para crianças.Os pais por si só não conseguem dar-se conta que com isso estãoprivando da vida de seus filhos a ludicidade, a relação com vizinhos e amigos deperto, o contato com a natureza, entre tantos outros que são podados de formadrástica. Não percebem que com isso submetem a eles mesmos e a seus filhos a


27viverem na lógica do mundo moderno, no qual está cada vez mais se exigindorapidez, agilidade e produtividade, e onde o lúdico acaba sendo desvalorizado e,assim, perdendo o seu espaço.3.2 HISTÓRIA DO BRINCARHá muitos anos atrás adultos, jovens e crianças misturavam-se em todasas atividades sociais, nos divertimentos, no exercício das profissões e em tarefasdiárias, nas festas, cultos e demais atividades. Nestes momentos não se faziamuita questão em distinguir as crianças dos jovens e dos adultos, pois essesgrupos sociais estavam pouco claros em suas diferenciações.Benjamin (1984) relata que muitos brinquedos, tais como o arco, a bola e apipa foram de uma forma ou outra, impostos às crianças como objetos de culto eanos mais tarde, de acordo com a imaginação dos pequenos, estes foramtransformados em brinquedos. Estes objetos–brinquedos não eram inventados porespecialistas ou fábricas, mas sim por antigos lenhadores que ao cortarem amadeira moldavam artigos para as crianças divertirem-se.Os brinquedos não eram vendidos em lojas ou comercializados. Ainda deacordo com Benjamin (1984), os animais de madeira entalhada podiam serencontrados em carpintarias, os soldadinhos de chumbo em caldeirarias, as figurasde doce nas confeitarias, as bonecas de cera nas fábricas de velas.De acordo com Volpato (1999), alguns brinquedos são fabricados paraensinar comportamentos, gestos, atitudes, valores considerados corretos em nossasociedade. Por isso, a maioria deles já vem pronta, contendo todas as instruçõesde uso, idade, sexo, número de participantes, tempo de duração do jogo, bastandoapenas segui-las de acordo com as mesmas.Em um pequeno texto de Rubem Alves, publicado na internet podemosentender realmente o sentido do brincar:


28Minhas netas: Eu gosto de ler as revistinhas do Pato Donald. Pois oprofessor Pardal, aquele inventor maluco, teve uma idéia genial. Imaginouque seria legal se ele inventasse, para o Huguinho, o Zezinho e oLuizinho, brinquedos que lhes dessem alegria sempre. Pois há brinquedosque não dão alegria: pipa em dia sem vento, não voa e fica no chão; piãoque não gira quando se puxa a cordinha e vai rolando pelo chão; taco debeisebol quando erra a bola e o menino fica com cara de bobo. Quandoessas coisas acontecem os brinquedos não dão alegria; dão tristeza. “Poiseu vou inventar brinquedos que dêem alegria sempre“, disse o professorPardal. “Uma pipa que voe sempre, um pião que gire sempre e um tacoque acerte a bola sempre! “Dito e feito! O professor Pardal entrou no seulaboratório, pensou, trabalhou e inventou os três brinquedos que, segundoele imaginava, dariam alegria sempre. De fato, os três patinhos ficaramfelicíssimos quando receberam os brinquedos mágicos. Mas a alegriadurou pouco. Porque não existe nada mais chato do que um brinquedoque acerta sempre. Brincar só é divertido quando existe a possibilidade denão dar certo. Brinquedo divertido exige luta, esforço: lutar com o vento,lutar com o pião, lutar com o taco, para ver quem pode mais. (RUBEMALVES, Brincar é difícil)Pensemos que nenhuma criança gosta de ter as respostas de todas asbrincadeiras, pois dessa forma não terá graça, pois todas às vezes a estratégiaestará pronta e não precisará nem pensar para jogar ou brincar. O que as criançasgostam e necessitam para a sua aprendizagem é de desafios, não gostam muitode perder, porque dessa forma sentem-se lesadas, ficam felizes e vibram quandoganham. Muitas vezes os adultos fazem de conta que perderam somente paradeixar a criança alegre, mas isso não deve ocorrer, pois a criança precisa entenderque ela também pode errar e perder, assim como os outros. Através do brincar acriança aprende a lidar com as frustrações colocadas pelas situações de perda.De acordo com OLIVEIRA (2001), é brincando que a criança elaboraprogressivamente o luto pela perda relativa dos cuidados maternos, assim comoencontra forças e descobre estratégias para enfrentar o desafio de andar com aspróprias pernas e pensar aos poucos com a própria cabeça assumindo aresponsabilidade por seus atos. Constitui-se assim na ferramenta por excelênciade que dispõe para aprender a viver.Quando se fala da importância do brincar para o desenvolvimento psíquicodo ser humano, Bettelheim afirma que:Nenhuma criança brinca espontaneamente só para passar o tempo. Suaescolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas,ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determinasuas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemosrespeitar mesmo se não a entendemos. (BETTELHEIM, 1984, p.105)


29Antigamente não existia brinquedo específico de menina e brinquedo demenino, ambos podiam usufruir de qualquer brinquedo ou atividade, não haviaambigüidade quanto a isso.A boneca não se destinava apenas as meninas. Os meninos tambémbrincavam com elas. Dentro dos limites da primeira infância, adiscriminação moderna entre meninos e meninas era menos nítida: ambosos sexos usavam o mesmo traje, o mesmo vestido. (ARIÉS, p.49)A brincadeira é fundamental na vida das crianças, pois é um espaçoeducativo. Nenhuma criança nasce sabendo brincar, elas precisam aprender comseus pais, irmãos ou até mesmo com crianças mais velhas.Em qualquer época da vida, seja quando criança, adolescente ou atémesmo na idade adulta, os jogos e as brincadeiras devem estar presentes na vidadas pessoas. Entende-se que o brincar não é coisa apenas de crianças, pois,independente da idade que temos, todos precisamos de certa forma da brincadeira,do jogo, do sonho e da fantasia para viver.A teoria froebeli<strong>ana</strong>, que será explicada mais detalhadamente no subtítulo3.3, ao considerar o brincar como atividade livre e espontânea da criança e deatividades como um suporte para o ensino, permite a variação do brincar, algumasvezes como atividade livre e outras, orientada.Nos momentos em que a criança brinca, ela cria situações imaginárias, emque se comporta de acordo com a influência dos adultos, proporcionada muitasvezes pelos próprios pais. Enquanto isto acontece, seus conhecimentos sobre omundo possuem uma dimensão muito maior, pois neste momento ela poderásonhar e imaginar coisas que só poderia fazer na idade adulta.O brinquedo propõe um mundo imaginário da criança e do adulto, criadordo objeto lúdico. No caso da criança, o imaginário varia conforme a idade:para o pré-escolar de 3 anos, está carregado de animismo; de 5 a 6 anos,integra predominantemente elementos da realidade. (KISHIMOTO, 2000:p.19)Por este motivo, é muito importante que os educadores conheçam oscomportamentos de seus alunos, conforme as etapas de desenvolvimento humano,pois estes passam a maior parte de seu tempo em escolas e creches. Importantelembrar que para se expressar as crianças utilizam-se de várias formas de


30representação, tais como: o desenho, a imitação, a linguagem e, principalmente, ojogo simbólico, ou o “faz de conta”.O brincar não é simplesmente um momento para deixar a criança em umespaço com brinquedos, é um período onde o adulto precisa interagir junto dacriança, pois é ali que a criança ensina e também aprende, e da mesma formaacontece com o adulto.Vygotsky (1994) diz que a brincadeira é uma maneira de expressão eapropriação do mundo das relações, das atividades e dos papéis dos adultos. Acriança por meio da brincadeira e da ludicidade, atua mesmo que simbolicamente,em <strong>diferentes</strong> situações vividas pelos seres humanos, reelaborando sentimentos,conhecimentos, significados e atitudes. O autor ainda destaca que ao brincar acriança transparece ser mais madura do que ela é, pois entra no mundo adulto evivencia tudo aquilo que escuta e percebe perante seus familiares.Percebe-se assim a importância significativa do brincar na educaçãoinfantil, para o desenvolvimento das crianças, pois é através da brincadeira quemuitas atitudes são conquistadas e a sua maneira de pensar e agir vai sendoconstruída gradativamente.Nos dias de hoje, são raros os adultos que disponibilizam de tempo parabrincar com seus filhos, até porque possuem muitas atividades e assuntos pararesolver. Mesmo sabendo que é um momento muito importante para a criança, édifícil ver um pai sentar pelo menos dez minutos diários para essa troca com acriança, é mais fácil ligar a televisão ou o computador e deixar que ele divirta-sesozinho.Na atualidade algumas crianças não procuram mais pela construção dejogos e brincadeiras, preferem os brinquedos prontos, com alta tecnologia quefrequentemente já estão por toda a parte do mundo, seja nos países pobres ouricos.Embora muitos estudiosos apontem para a importância do brincar,percebe-se que em casa, na rua e especialmente nas escolas, o direito àbrincadeira tem sido reconhecido por poucos como essencial ao desenvolvimento


31infantil. Quando isto ocorre, se dá em <strong>espaços</strong> institucionalizados para este fim eque muitas vezes apresentam regras, como tempos determinados, <strong>espaços</strong>específicos, de acordo com grupos etários pré-determinados, entre outras.Muitos pais não fazem questão que a criança brinque de determinadasbrincadeiras, pois antes mesmo dela começar a brincar, os pais já recomendamque ela não se suje, que não estrague o brinquedo, não faça bagunça e que deixeo espaço organizado após a brincadeira. Então, faz-se necessário que possam terinformações sobre a importância de tal ato para seus filhos.Para que o lúdico possa ocorrer na vida infantil, a criança precisa de tempoe espaço para dedicar ao momento da brincadeira, o que vai ter relação com oentendimento dos adultos que convivem com ela sobre as suas necessidades paraque ocorra um desenvolvimento saudável. Nesse sentido, como as crianças estãofreqüentando a escola cada vez mais precocemente, é importante que, além deinformações aos pais, a formação dos professores que atuam nas escolas deeducação infantil seja incentivada, pois é de extrema importância, já que, destesdependerá a organização de uma proposta adequada que contemple o brincar.3.3 HISTÓRIA DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTILNo Brasil, o primeiro jardim de infância foi criado no ano de 1875, e esteutilizava-se das idéias de Froebel. Ele acreditava que a educação deveria levar aspessoas à harmonia consigo, com os outros e com Deus, sendo esta a suaconcepção de educação integral. Para ele, o ser humano é essencialmentedinâmico e a educação deve levar isso em conta, não pretendendo que a criançaseja um mero receptor acrítico das idéias dos adultos. Friedrich Froebel ficou naHistória porque além das suas idéias pedagógicas criou o primeiro Jardim deInfância do planeta.Para ele, a vida hum<strong>ana</strong> desenvolve-se em cinco estágios (infância,meninice, puberdade, mocidade e maturidade). As crianças seriam objeto de uma


32ação educativa como se fossem parte de um verdadeiro jardim, do qual o educadorera o jardineiro. 3Em 1899, foi fundado o Instituto de Proteção e assistência à Infância doBrasil, que tinha como principal objetivo criar creches e jardins de infância. Já noano de 1908, foi criada a primeira creche popular, visando atender os filhos dosoperários até dois anos de idade. A Escola maternal, creche, jardim de infância,pré-escola, escola de educação infantil entre outros, foram alguns nomes dadosaos <strong>espaços</strong> de educação infantil ao longo dos anos.Por volta dos anos de 1930, as escolas infantis começaram adesenvolverem-se cada vez mais. Acredita-se que isto se deve ao fato de a mulherdar início ao seu ingresso no mercado de trabalho, devido à questão financeira naqual a família encontrava-se e também para que ela pudesse sentir-se útil peranteseu marido e filhos.Existe a necessidade de algumas mulheres precisarem sair de casa logoapós os quatro meses de licença maternidade, precisando dividir o tempo livreentre os serviços da casa e o cuidado das crianças. É neste momento que os paisprecisam ter consciência e escolher um espaço de Educação e desenvolvimentoconfiável onde deixar seu filho durante o dia.Todas as escolas de Educação Infantil precisam ter certeza do que irãotrabalhar com as crianças, para com isso poder formar uma criança saudável, quepossa desenvolver sua capacidade de aprender, sua capacidade de pensar edesenvolver-se cada vez melhor. Assim a criança aprende a conviver em umambiente democrático, entendendo que este ambiente que a possibilita fazerescolhas, exige também o cumprimento de regras.Algumas famílias acreditam que o espaço mais adequado paradesenvolvimento da criança é na Escola de Educação Infantil, pois entendem que énesse ambiente que ela irá vivenciar momentos de integração e socialização comoutras crianças e também estará tendo contato com profissionais qualificados queestarão auxiliando para a integridade e desenvolvimento da criança.3 Disponível em: http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=5337. Acesso em: 10 out. 2008.


33Antigamente não existiam grandes problemas em relação ao local onde acriança ficaria após a licença gestante da mãe, pois as avós sempre estavam àdisposição para cuidar dos netos. Já nos dias de hoje, isso tem se tornado maisdifícil devido às mulheres ficarem grávidas cada vez mais cedo e também seuspais serem jovens demais para assumirem os netos, visto que já criaram os filhosou até mesmo por terem seus compromissos pessoais, alguns ainda trabalham,outros querem a sua independência, pois trabalharam a vida inteira e agoraquerem descansar.Lapierre (2002) ressalta que quando for preciso deixar seu filho com outrapessoa, é preciso informar-se muito bem sobre ela, adquirir referência compessoas de seu convívio, bem como <strong>ana</strong>lisar o lado psicológico deste indivíduo,pois este passará grande parte do dia com a criança, enquanto a mãe estiverausente durante praticamente o dia inteiro ou em determinados momentos.O que conta muito na hora de definir qual a melhor escolha a ser feita emrelação ao local onde a criança irá ficar são as necessidades de cada família.Winnicott (1982) afirma que ao entrar em uma escola maternal, a criançapoderá desenvolver problemas psicológicos e ao mesmo tempo terá oportunidadespara que a professora possa realizar suas contribuições para a higiene mental.Também relata que os pais, por sua vez, podem interpretar erroneamente aentrada na Educação Infantil, não conseguindo perceber que a criança precisa deum espaço educativo para poder se desenvolver adequadamente, junto de outrascrianças e com profissionais capacitados a ensinar e não somente junto à família.Lapierre (2002) também afirma que a creche é simplesmente uma etapa navida da criança; etapa esta muito importante e que no decorrer dos anos seráseguida por muitas outras. Ressalta que se a criança tiver vivido bem esta primeirainfância e se já conseguir resolver seus primeiros conflitos, seja com colegas, sejacom os pais e familiares, saber desenvolver sua autonomia e realizar seus desejos,estará preparada e melhor fortalecida para enfrentar possíveis conflitos que aolongo de sua vida irão surgir.


34Percebe-se que nas três últimas décadas o surgimento de escolasmaternais e creches de tempo integral para crianças recém nascidas crescerammuito em alguns países, tornando mais fácil para alguns pais ter um espaçoeducativo e seguro para deixar seus filhos enquanto trabalham.De acordo com Lapierre (2002), nem todas as crianças terão acesso àcreche por inúmeras divergências, sendo elas pelo número muito restrito de vagasnas escolas de educação infantil pública e municipal, devido aos pais optarem emeducar seus filhos em casa, longe de outras crianças, por acreditarem que nacreche irão adquirir comportamentos inadequados, viroses, piolho, sapinho, entreoutros. Outros pais não possuem condições financeiras de matricular a criança nacreche, pois muitas famílias não possuem somente um filho, ficando maiscomplicado ainda atender a essa demanda, fazendo com que a mãe, na maiorparte das vezes, deixe seu emprego para tomar conta das crianças.No contexto atual o desenvolvimento da criança tem ocorrido muitas vezesno ambiente familiar onde esta recebe atendimento da mãe e de outros familiares.Não deixemos de lembrar também que nos dias de hoje, grande parte dasmulheres estão preenchendo as vagas no mercado de trabalho e precisam comisso encontrar algum espaço para o cuidado e educação de seu filho enquantotrabalha.Importante destacar que independente da escolha dos pais, existe diversasopiniões, mas para que todos os pais, educadores, administradores e cuidadorestenham consciência das responsabilidades diante destes infantes, é precisopensar-se muito antes de agir, pois carregarão por toda a vida o que aprenderamna primeira infância.No momento em que a criança ingressa em uma Escola de EducaçãoInfantil, os pais se questionam-se em diversos momentos, pois seu filho estaráentrando para um mundo totalmente diferente do que estava acostumado em casa.A partir disto, começam a surgir as primeiras inquietações por parte dos pais, poisa criança passará algumas horas longe da família, gerando preocupações, como:será que estão cuidando do meu filho nesse momento? Será que ele vai chorar?As outras crianças não vão bater nele?


35É neste momento que inicia a fase de adaptação, período este que variamuito de criança para criança. Aquelas com menos de três anos e também as maistímidas podem precisar de um pouco mais de tempo do que outras para estaadaptação.Entende-se que a adaptação na Educação Infantil é um momento quetodas as crianças precisarão passar para iniciar sua vida escolar. Seja quandobebês ou até mesmo depois dos três anos de idade.Muitas vezes a adaptação da criança também está ligada às orientaçõesda professora, que necessariamente deverá conhecer as necessidades e arealidade da criança que está em fase de socialização. Para isso, é preciso que ospais, junto à direção da escola, passem todas as informações sobre saúde,higiene, nutrição, e hábitos diários da criança.Nos primeiros dias a criança poderá passar por momentos desagradáveis,irá chorar e pedir pela mãe sempre que tiver oportunidade, não brincará com outrascrianças e poderá ser agressiva em determinados períodos.Desta forma, a socialização da criança irá fluir da melhor maneira possível.Poderá levar um tempo até que ela se acostume com a rotina diária, para isso épreciso que a mãe tenha persistência e não desista de levar a criança até esteespaço.


4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOSDepois de realizadas as entrevistas com as dez mães de alunos quefreqüentam ou não a escola de Educação Infantil, foi possível realizar uma síntesea fim de entender o que elas realmente acreditam ser o melhor espaço para odesenvolvimento de seus filhos, podendo-se, a partir de então, realizar-se a análisedas informações.De acordo com Taylor e Bogdan apud Cauduro (2004), triangulação é acombinação de um estudo único de distintos métodos ou fontes de dados, que éutilizada pelo investigador para compreender o cenário e as pessoas estudadascom maior profundidade e clareza.Para Cauduro (2004), triangulação é assim como costurar uma colcha deretalhos, é a criatividade da montagem da costura, referindo-se à análise einterpretação dos dados.Na pesquisa aqui apresentada procura-se fazer a costura entre o que foitrazido pelas mães nas entrevistas e que já vinha sido mencionado em relação àshipóteses de minha pesquisa.Para uma melhor visualização dos participantes das entrevistas, foielaborado um quadro explicativo com as abreviaturas que serão correspondentes acada mãe entrevistada.


37FreqüentaE.E.I.Mãe 1= M1FreqüentaE.E.I.Mãe 2= M2FreqüentaE.E.I.Mãe 3= M3FreqüentaE.E.I.Mãe 4= M4FreqüentaE.E.I.Mãe 5= M5Não freqüentaE.E.I.Não freqüentaE.E.I.Não freqüentaE.E.I.Não freqüentaE.E.I.Não freqüentaE.E.I.Mãe 6= M6Mãe 7= M7Mãe 8= M8Mãe 9= M9Mãe10= M104.1 TRIANGULAÇÃO DOS DADOSA primeira pergunta realizada às mães referia-se ao espaço quefreqüentaram quando crianças e também foi solicitado para que comentassemsobre este período.Quando solicitadas para que falassem sobre o período da infância, a grandemaioria lembrou-se deste período muito bem e conseguiu remeter-se ao passado.M9 olhou para mim e disse: “Foi a época mais linda da minha vida, tenho muitassaudades daquilo tudo, pois fui criada pelos meus pais e avós, no meio de irmãos eprimos em uma chácara muito grande. Lá podíamos subir em árvores, brincar depular corda, jogar bola, taco, vôlei, pinica, brincar de esconde e outras brincadeirasque inventávamos, porque na época não existia para nós brincadeira de meninos ede meninas, todos brincavam juntos. Lembro-me muito bem que as frutas nóspodíamos comer diretamente do pé, e eram as melhores frutas, tanto que hoje emdia ainda me lembro daquele gosto e nunca encontrei frutas que tivessem aquelegosto, eram especiais e sem agrotóxicos. Lembro-me muito bem dos pães queminha avó fazia, aquele sabor era maravilhoso.” Acho bom pararmos por aqui, seme lembrar de mais alguma coisa irei chorar” 4M9 através de sua fala demonstra valorizar muito o período da infância,estando sempre presente no desenvolvimento de seus filhos, pois acredita que ainfância é a principal etapa na vida do ser humano.De todas as mães entrevistadas, uma que se destaca em sua fala é M9,pois relata ser muito presente e dedicada em relação aos filhos, gosta muito de4 A fala dos sujeitos entrevistados estão em itálico e entre aspas.


38conversar e ela afirmou na entrevista que: “se deixar ficarei a tarde todaconversando contigo sobre esse assunto, adoro conversar”.M9 finalizando esta questão traz: ”Acredito que muito da minhaaprendizagem e da aprendizagem dos meus irmãos foi graças ao tempo quepudemos ficar em casa com meus pais, pois além de aprender muitas coisas comeles aproveitamos nossa infância ao máximo”.Para M1, sua infância foi marcada pelas brincadeiras com seus familiares,lembra com muito carinho da época e diz: “Lembro-me do tempo de criançaquando brincava de fazer comidinha com minha mãe e minha avó, elas estavamsempre ao meu lado e participavam de muitas das minhas brincadeiras”.Para ela a presença da mãe e da avó nestas brincadeiras foi fundamentalpara seu desenvolvimento, pois relata que preferia a companhia delas à dequalquer outra criança. Antigamente os pais participavam mais das brincadeiras edo espaço lúdico das crianças, pois as mães na maioria das vezes nãotrabalhavam fora de casa, podiam dedicar-se melhor aos filhos, tornando assim odesenvolvimento da criança mais sadio.A grande maioria das entrevistadas conta que o tempo da infância foimaravilhoso e que gostavam de poder ficar em casa com a mãe, inclusive é o queretrata M6: “ficava em casa com minha mãe, pois tive a sorte de ela não precisartrabalhar, e pôde cuidar de mim e da minha irmã”. Percebe-se que o carinhodedicado pela mãe nesta fase foi essencial para seu crescimento, M6 relata emalguns momentos da entrevista que a companhia da mãe era muito mais freqüenteque a do pai, visto que o mesmo chegava só à noite quando ela e sua irmã jáestavam dormindo.M3 em seu relato fala: “Quando criança, passei todo o período da infânciaem casa, minha mãe não trabalhava fora naquele tempo porque pensava que sedeveria ficar em casa cuidando dos filhos enquanto o marido trabalhava, para elaeste era o papel da mulher”. Particularmente não me lembro do tempo de criança,mas acredito que deveria adorar ficar com minha mãe o dia inteiro, podendosempre escolher o que fazer, brincar, comer, olhar TV, dormir, não tinha muitasregras.


39Acredita-se que para M3 ficar com a mãe se tornara legal pelo fato de nãoprecisar seguir tantas regras assim como na escola, pois em casa ela tinhaliberdade de escolher todas as coisas que desejava fazer, se tinha fome, podiacomer a qualquer hora, se queira desenhar ia lá e pegava uma folha, se tinha sonoia dormir e assim por diante.Pode-se perceber que os <strong>espaços</strong> que os pais freqüentaram quandopequenos variaram entre a própria casa, juntamente com os pais, irmãos e avós,em uma época tranqüila, onde as crianças podiam brincar livremente na rua.Naquele tempo não existia a preocupação de hoje com a violência abusiva etambém não existia a oferta de tantas escolas de Educação Infantil, na épocachamada de creche ou os maternais particulares.Destaco como principais pontos desta questão que o espaço maisfreqüentado pelas mães quando crianças foi sua própria casa, pois a famíliaacreditava que a Educação vinha única e exclusivamente de seu domicilio etambém por não existir muitas opções de <strong>espaços</strong> para crianças na faixa etária dezero a três anos. Todas as mães que participaram da pesquisa falam deste espaçocom muito carinho, pois gostavam de ficar sob os cuidados da mãe. Algumasdefiniram gostar por saberem que estavam seguras e que a qualquer momentopoderiam solicitar ajuda da mãe para algo. Outras, por poder brincar a qualquermomento e não ter rotinas como existe na escola.Quando questionadas sobre os motivos que as levaram em optar peloespaço onde o filho passaria o dia, inúmeros foram os retornos. Para asentrevistadas que optaram em deixar a criança na Escola de Educação Infantil, asrespostas foram muito parecidas umas das outras.As entrevistadas M1, M3, M4 e M5 matricularam os filhos na Escola deEducação Infantil por terem que trabalhar e não ter com quem deixá-los durante odia. Elas também acreditam que a escola é um espaço de aprendizagem junto comoutras crianças da mesma faixa etária, local onde aprendem a dividir, onde trocamexperiências e é um espaço adequado para seu crescimento.


40Bem ao contrário de M2, que optou pela Escola de Educação Infantil nãopor causa do trabalho, pois ela teria com quem deixar a filha para que ela pudessetrabalhar, e sim pelo caráter educativo desse espaço.M2 em seu relato afirma que: “Escolhi a escola de educação infantil porqueacredito ser um ambiente ideal e especial para as crianças. É um espaço tododesenvolvido para os pequenos onde tem uma rotina diária, aprendem asocializarem-se, todos os dias são relembrados os hábitos de higiene, respeitamseu espaço e o do outro. Entendo que na escolhinha a criança irá ter a companhiade crianças da mesma idade e isso é muito bom, porque em casa terá basicamentea companhia de adultos que provavelmente não seguirão regras, rotina, entreoutros. É um espaço para explorar tudo que está ao alcance da criança. O que façohoje contribuirá para o futuro de minha filha. Matriculei-a na escolinha com oitomeses, pois não estava suportando a idéia de ter que colocá-la no chiqueirinhotodas às vezes que tinha de limpar ou arrumar a casa, pensava que não era bompara o seu desenvolvimento, sendo que eu podia possibilitar algo muito melhor.Não me arrependo, gosto muito da escola”.Percebe-se que M2 é preocupada com o bem-estar da criança e que seempenha para que ela possa desenvolver-se da melhor maneira possível. Confiamuito no espaço da escola e entende que para a criança o melhor lugar é onde elavai sentir-se bem e não em casa onde tudo se torna proibido. Relata que na escola,todos os móveis são de acordo com o tamanho das crianças e enfim, é umambiente mesmo “especial”, como ela diz.De acordo com as entrevistadas M6, M7, M8, M9 e M10 ambas optarampor outros <strong>espaços</strong> de Educação não formal, tais como: a casa da avó, babá, casada tia e em suas próprias residências. Acreditam M6, M7 e M9 que a escola é umlugar apropriado para seus filhos, no entanto para M9 fica inviável matricular naescola, pois tem três filhos pequenos e trabalha fora, por isso optou em ter umababá em sua própria casa, pois assim ela toma conta dos três e não precisa pagarmuito caro, devido sua situação financeira não possibilitar esse gasto e tambémpor acreditar que em casa eles estarão mais protegidos, conforme relata em suafala: “Primeiramente pela nossa situação financeira, pois as Escolas de EducaçãoInfantis boas custam muito caro e, além disso, tenho três filhos, ficaria muito


41pesado ter os três freqüentando este espaço, teria que trabalhar para pagarsomente a escola. Tive que juntar o útil ao agradável, pois não tinha como deixálosna escolinha, então uma conhecida de muitos anos se propôs em cuidá-lospara mim enquanto trabalhava. Meus filhos conseguiram se adaptar rapidinho comela, pois já a conheciam de tempo”.Nesta fala percebe-se o quão preocupada esta mãe é para com seusfilhos, pois enquanto falava notou-se nitidamente o sentimento de alegria queestava por de trás de cada palavra. Em relação à babá ela está totalmente segura,pois esta realiza atividades diversificadas com seus filhos, leva-os para passear,conta histórias, desenha, entre outros.Já M6 em seu depoimento fala que optou em deixar sua filha com a avónos primeiros meses de vida e que futuramente irá matriculá-la em uma escola deEducação Infantil, por acreditar que este espaço é muito “precioso” para ascrianças.Para M7 a escolha foi de ficar com sua filha no turno da manhã e no turnoda tarde ao trabalhar, deixa sua filha com a tia, sua irmã. Ressaltou que irámatricular a menina na Escola de Educação Infantil no próximo ano, pois como el<strong>ana</strong>sceu no inverno, pensou em não tirá-la de casa nessa época, com medo de elacontrair alguma doença e também por não ter a necessidade de ir tão cedo paraoutro espaço.No decorrer da entrevista com M7, ela relata que deseja que asoportunidades de sua filha de oito meses sejam um pouco diferenciadas da suafilha de doze anos de idade. Sua filha mais velha começou a freqüentar a escola deEducação Infantil com apenas dois meses, por não ter com quem deixá-la, masnão há arrependimento nesta escolha, pois o desenvolvimento de sua filha foisatisfatório em seu ponto de vista. A única coisa que a mãe relata ter sentido falta,foi de ficar mais tempo ao seu lado, presenciando todas as suas descobertas.Ao <strong>ana</strong>lisar essa questão percebe-se uma mudança de representação emrelação à escola de educação infantil que até bem pouco tempo era vista apenascomo espaço de cuidados. Todas as mães, mesmo aquelas que procuram esse


42espaço por que precisam trabalhar o reconhecem como importante para odesenvolvimento.E aquelas que não têm seus filhos na escola também a reconhecem damesma forma, como um espaço educativo e que contribui para o desenvolvimento,porém salientam o papel da família.Com isso percebe-se que muitas das mães entrevistadas optaram peloespaço da Escola de Educação Infantil por precisarem trabalhar e não ter comquem deixar a criança. Mas, sem dúvida, entendem que este espaço não ésomente assistencialista como era visto a bem pouco tempo atrás. Por suas falasmostram que nos dias de hoje esta concepção está sendo revista, já que entendemque a criança que freqüenta e Educação Infantil pode desenvolver-se a partir doque nela é oferecido, como: espaço de socialização com demais colegas,progressos em determinadas áreas devido aos <strong>diferentes</strong> trabalhos realizados,oportunidade de desenvolvimento da fala a partir da interação neste ambiente,desenvolvimento motor pela possibilidade de exploração dos <strong>espaços</strong> e dasbrincadeiras que nele ocorrem, entre outros.As mães que optaram por outros <strong>espaços</strong> acreditam que os filhos tambémsão beneficiados, pois possuem atenção individualizada e não precisam dividirsuas coisas com outras crianças, o que pode ser <strong>ana</strong>lisado e revisto por nós,educadores, já que aprender a dividir é importante para a criança. De qualquerforma, salientam acreditar que a escola infantil possa oferecer muitas vantagenspara o desenvolvimento da criança, mas enquanto puderem permanecer ao ladodos filhos acompanhando seu crescimento, o farão. Pode-se afirmar que nenhumamãe é totalmente contra a escola de Educação Infantil, entretanto, priorizam oambiente familiar, embora desejem que seus filhos freqüentem a escola deEducação Infantil em breve.Quando se perguntou dos benefícios que a criança tinha por estar nesteespaço, as mães das crianças que freqüentam a escola de Educação Infantilfizeram vários comentários em relação à pergunta, mas um dos benefícios maiscitados foi que neste espaço as crianças convivem com outras da mesma faixaetária, tornando o aprendizado mais rico.


43M2 afirma que sua filha aprendeu a socializar-se, obteve progressão nafala, aprendeu a conviver com o coletivo e também como se portar diante asrefeições, pois antes ela era bem desregrada. “Isso tudo devo a Escola queensinou muito à minha filha, no início foi complicado até ela se adaptar, mas agoraestá tudo bem, ela tem entusiasmo de levantar para ir para a Escolinha”.M1 também afirma que sua filha teve grandes evoluções depois de teringressado na Educação Infantil. Relata que os benefícios são sentidos dia apósdia e o que a professora ensina hoje irá refletir sempre, principalmente em seufuturo. Ela salienta: “Acredito que ela melhorou na questão dos limites, pois emcasa por mais que a gente conversa com ela e explica algo, parece que não é amesma coisa do que quando as professoras da escolinha falam. Ela já saberespeitar o espaço do outro bem como dividir os brinquedos na hora de brincar.Todos os dias aprende uma palavra ou música nova, gosta de cantar, da “maneiradela”, pois ainda não tem totalmente o domínio das palavras, e seudesenvolvimento motor progrediu muito.”Analisando o desenvolvimento da linguagem infantil, o autor Piagetidentifica uma fase de diferenciação de fonemas que são imitados pelos bebês de11 a 12 meses. Esta linguagem começa a ocorrer quando a criança consegue ligaro som da palavra com o símbolo. Geralmente, a criança utiliza-se de uma únicapalavra para demonstrar diversas reações, como por exemplo, a palavra mãe,quando sentem fome, ou quer colo ou até mesmo por estar sentindo algo.Conforme as falas das mães M2 e M1, elas estão muito satisfeitas com oque seus filhos estão aprendendo na escola, confiam neste espaço e sabem queestão seguros. É muito importante que os pais estejam contentes com os <strong>espaços</strong>que os filhos freqüentem, pois como disse M1, o que eles aprendem hoje irá refletirno futuro, portanto se as crianças estão sentindo-se bem na escola é porquegostam e porque se sentem bem ali.M4 também possui a mesma idéia no que se refere à Educação de suafilha, pois em seu depoimento afirma que como ela precisava de um local seguroque cuidasse da menina enquanto trabalha e também um espaço onde seudesenvolvimento pudesse ser aprimorado, procurou por escolas infantis.


44“Principalmente porque acho que, como escola, existe um trabalho a serdesenvolvido, além da rotina e bons hábitos que lhes são transmitidos. Eu acreditoque a criança aprende pelo que é estimulada a aprender”.M4 ressalta também em sua entrevista que: “Uma criança que fica"cuidada" por uma tia, que a alimenta e a deixa a vontade, assistindo televisão ebrincando só, não terá o mesmo desenvolvimento de uma criança que é estimuladae desafiada pelas professoras a construir novos conceitos, que é ensinada abrincar e a compartilhar. Meu filho de sete anos está na primeira série do ensinofundamental e também freqüentou a mesma escola de minha filha, sua adaptaçãofoi muito boa e seu desenvolvimento também”.Os principais motivos que levaram M5 a matricular seu filho em umaEscola de Educação Infantil foram às condições do espaço físico onde ele passariao dia, pois acredita ser muito importante para o seu desenvolvimento.M5, Diferentemente de M1, M2 e M4, conta que: “Alguns pontos como,segurança, limpeza do local, o carinho das professoras com as crianças e se oespaço físico é de acordo com o número de crianças, foram os motivos que melevaram a matricular meu filho em uma escola de Educação Infantil”.Já as mães das crianças que não freqüentam a escola de Educação Infantilrelatam que seus filhos também possuem vantagens por ficar em casa, seja comuma babá, seja com as próprias mães.M9 assegura que seus filhos estão bem protegidos, ficando em casa com ababá, porque possuem um espaço que é praticamente deles, não precisam dividircom um monte de colegas. “Os três dormem no mesmo quarto, mas este éequipado com móveis sob medida e cada um tem a sua cama, um computadorpara o mais velho realizar os trabalhos de aula, e também para divertirem-se nosfinais de sem<strong>ana</strong>”.Ainda em sua fala, relata: “Moro em um condomínio fechado onde aprivacidade e segurança são constantes. Os guris podem brincar livremente, nãopreciso me preocupar com a rua, pois o condomínio é todo cercado e com


45segurança 24 horas. Acredito que eles gostam da companhia da babá e sentem-seseguros e confiantes de estarem com ela”.Por mais que M9 esteja satisfeita com as contribuições da babá para comos filhos, ela sente falta das atividades pedagógicas e acompanhamento de umprofissional qualificado, pois, embora a criança esteja aprendendo todos os diascoisas novas e também sendo reparada por outra pessoa, além da mãe ou do pai,ela está ciente do papel pedagógico de uma escola na vida da criança.M7 introduz as mesmas opiniões de M9, quando alega que os maioresbenefícios da filha são que: “Passa mais tempo comigo e com a família, temsempre uma pessoa com ela, e posso acompanhar melhor todas as fases dela, oque não pude fazer com minha filha mais velha (que tem 12 anos) e foi para omaternal com 2 meses e meio e ficava o dia inteiro”.De acordo com os relatos das mães, compreende-se que os benefíciosadquiridos pelas crianças são muitos, independente do espaço onde estão. Elasacreditam que seus filhos são favorecidos todos os dias, pois aprendem coisasnovas, conquistam amizades, aprendem a se relacionar com outras crianças, bemcomo, quando freqüentam a escola de Educação Infantil, possuemacompanhamento de profissionais habilitados para esta função.A escolha do espaço educacional da criança tem muita relação com aspossibilidades de cada família no momento da escolha pelo ambiente maisadequado, por isso quando questionadas sobre possíveis trocas de <strong>espaços</strong>educacionais as respostas foram muito parecidas.Existe uma inquietação apontada pelas mães entrevistadas em relação àtroca de espaço de Educação, pois para as mães das crianças que freqüentam aescola, M1, M3, M4 e M5 afirmam que escolheram este espaço, pois gostam daescola e acreditam que é um local seguro onde terão um desenvolvimento maisvirtuoso, do que em casa.M1 menciona gostar muito da escola infantil, pois acredita que este espaçoé todo pensado e adequado para as crianças. Diz ainda que sua filha é muito felizneste espaço e tem muito prazer em levá-la todas as manhãs.


46Esta mãe refere-se muito bem ao espaço, elogia-o em diversas partes daentrevista, gosta de falar dos ambientes bem como do cuidado que as professorastêm com sua filha. Em nenhum momento transparece que está insatisfeita. Relataque a filha chega em casa e quer ensinar as músicas e brincadeiras que aprendeunaquele dia.Ao contrário de M1, M2 afirma que se não precisasse trabalhar o diainteiro, gostaria de poder ficar com sua filha ao menos meio turno, e afirma queconsegue passar mais tempo com ela nos finais de sem<strong>ana</strong>. “Gostaria de poderficar com ela em casa ao menos meio turno, sinto falta de vê-la crescer e sedesenvolver, acho muito importante a escolinha, pelo fato de saber que lá elaestará em contato com outras crianças e que aprenderá coisas novas todos osdias. Certamente seu desenvolvimento será muito melhor. Mas também queria ficarmais tempo com ela”.Já M3, concordando com a opinião de M1, relata que se sente muitosegura ao deixar seu filho todas as manhãs na escola, sabe que é um localprotegido e adequado para desenvolver habilidades e também que serábeneficiado todos os dias, seja com atividades novas, seja com rotina e até mesmocom as regras.Da mesma forma, M4 também acredita que a escola é o melhor espaçopara a criança desenvolver-se, pois acredita que este é um ambiente seguro,amplo e cheio de atrativos que chamam a atenção das crianças. Ressalta: “Nãoescolheria outro espaço, pois a escola de minha filha está sempre muito bemorganizada, limpa, recebe a ela e as outras crianças com muita afetividade eatenção, além dela nos demonstrar crescimento e aprendizagens adquiridos naescola”.M4 é professora da rede municipal da cidade de Estância Velha e nãoconsegue imaginar seus filhos ficando em casa com alguma babá ou até mesmosendo cuidados pelas avós, pois acredita que esse não é o papel da avó, pois elajá criou seus filhos e não terá que criar os netos também.M5 também relata que jamais iria escolher outro espaço para deixar seufilho, pois está muito satisfeita com a educação que o menino recebe na escola,


47fala também que está surpreendida com o forte avanço em seu desenvolvimentoinfantil. Ela lembra com carinho dos primeiros dias da adaptação, pois ele choravabastante e não queria largar dela. Confessa que saía algumas vezes de láchorando, pois era difícil deixá-lo simplesmente com uma professora e ir embora.Com base na análise nos depoimentos das entrevistadas, é possívelperceber que todas as mães enxergam o espaço da Escola Infantil com bonsolhos, por acreditarem que este ambiente é essencial para o bom desenvolvimentode seus filhos.Lapierre (2002) ressalta que quando for preciso deixar seu filho com outrapessoa, é preciso informar-se muito bem sobre ela, adquirir referência compessoas de seu convívio, bem como <strong>ana</strong>lisar o lado psicológico deste indivíduo,pois este passará grande parte do dia com a criança, enquanto a mãe estiverausente durante praticamente o dia inteiro ou em determinados momentos.Houve uma surpresa quando a mesma questão foi remetida às mães dascrianças que não freqüentam a Escola Infantil, pois se acreditou que de acordocom as respostas anteriores elas responderiam que o ambiente casa seria omelhor. Porém, das cinco entrevistadas, três responderam que trocariam o espaço.Abaixo seguem os relatos de cada uma.M6 em seu relato diz que: “Se eu pudesse pagar mais, deixaria em algumaescola particular, pois não fecha no período de férias e também algumas oferecemmais opções, mais atividades, coisas como, por exemplo: aulinhas de inglês, dedança, de canto, etc”.Já M7 iria colocar sua filha na escola Infantil este ano, mas como el<strong>ana</strong>sceu no inverno, não quis levá-la tão cedo. Mas afirma que para o próximo anojá está com a vaga garantida para a primeira sem<strong>ana</strong> de fevereiro.M7 acredita que a escola é um espaço muito bom para sua filhadesenvolver-se e sabe que lá ela irá aprender muito e com certeza aprender tudo oque ainda não conhece.


48M10, em seu relato deixa claro que, por enquanto, prefere que sua filhafique em casa, porque entende que na escola não terá todos os cuidadosnecessários, como há em casa.M9 me surpreendeu quando falou que teria vontade de matricular ascrianças ao menos meio turno em uma escola de Educação Infantil, mas destacaque não poderia ser em qualquer escola, e sim em um maternal da cidade no qualconfia bastante e têm boas referências deste espaço de Educação.Em sua fala, M9 diz que: “Se eu fosse melhor estruturada, não precisassetrabalhar e tivesse a escolha, certamente colocaria no maternal, mas teria que sernesse que eu conheço e tenho boas referências, não iria simplesmente depositalosem qualquer escola”.Já para M8: “Ele só irá para a escola quando completar cinco anos, porquecom esta idade ele já saberá entender que a 1ª infância está passando, e que apartir deste momento sua vida escolar terá início, e começarão os compromissoscom a vida escolar”.Ela acredita que em casa o filho poderá desenvolver-se da mesma maneiraque na escola. Afirma que em casa ainda será melhor, pois não precisa dividir comnenhum colega suas coisas, ninguém irá incomodar ou machuca-lo, e que ao seulado ele está mais seguro e pode acompanhar seu crescimento.A última questão que se refere à percepção da Escola de Educação Infantilàs pessoas que nela trabalham, foi bastante comentada pelas entrevistadas, eapesar de algumas não estarem por dentro das normas que regem uma escola deEducação Infantil, saíram-se muito bem em suas respostas.M7 “A escola é um local de aprendizado, convívio social, onde elesbrincam, convivem com outras crianças. São bem estruturadas fisicamente, semriscos as crianças. São pessoas qualificadas, que estão ali para dar o suporte aeles, dar carinho, atenção, ensinar assim como a família. É um extensão da nossacasa, por isso devemos escolher a que se encaixa com nosso perfil e ter confiançaque estão bem”.


49M6 “Acho muito bom colocar desde cedo as crianças nas escolinha, poiselas aprendem desde cedo a ter amigos, aprender a dividir, se socializar com aspessoas e o mundo em que vivem. Vejo que crianças que demoram para participardeste mundo, que ficam em casa muito tempo, são mais tímidas e tem medo deenfrentar situações e desafiar muitas coisas que o mundo apresenta”.A mãe acima citada, fala muito da importância da criança freqüentar desdecedo a escola infantil, por acreditar que é um ambiente de aprendizagens e que lá,possivelmente, irá vivenciar momentos de socialização com outras crianças damesma faixa etária e também estará tendo contato com profissionais que irãoauxiliar no seu desenvolvimento.M4 concorda com M6 e descreve: “Vejo a escola de educação infantil muitobem estruturada e preparada, além de preocupada com o bem estar das crianças”.Já para M8 “Em algumas se percebe que estão bem atualizadas e seguemas regras impostas de acordo com o protocolo, outras parecem depósitos decrianças. Nota-se que a grande maioria trabalha pelo dinheiro e não por amor ededicação a profissão”.M8, optou por ficar com seu filho em casa, pois acredita que em casa estarámais seguro e também por estar num espaço que é dele, onde ele conhece todosos detalhes. “O mais importante é o amor e o controle de limites dedicados a ele”.M10 relata que: “Gosto que ela fique em casa comigo, porque acredito queem casa ela está protegida e prefiro que o desenvolvimento dela fique somente sobminha responsabilidade. Tenho ciência de que a escola fornece às crianças algode bom como a relação com outros colegas, o desenvolvimento da fala e o contatocom profissionais as vezes capacitados para trabalhar com as crianças..Acho quequando ela completar quatro ou cinco anos, irei matricular em algum maternaldurante meio turno”.A mãe entende que a escola é um local que fornece muitos perigos para acriança muito pequena, mas em sua fala percebeu-se que também sabe dos


50benefícios que a escola traz para a criança, mas por enquanto não quer arriscar eprefere ficar com ela em casa.Para finalizar a análise, destacam-se alguns aspectos de extremarelevância e que podem ser relacionados aos estudos realizados no decorrer dapesquisa e que, de certa forma respondem ao problema de pesquisa: “Qual a visãodos pais em relação aos <strong>diferentes</strong> <strong>espaços</strong> de educação infantil para odesenvolvimento de infantes de zero a três anos?”• A escola de Escola de Educação Infantil é representada pelos paiscomo um espaço educativo e não mais somente assistencial;• O papel da escola é reconhecido em sua complementaridade emrelação à educação na família;• O adulto tem papel preponderante, tanto nos <strong>espaços</strong> da famíliacomo da escola, podendo contribuir para o desenvolvimento dosinfantes de zero a três anos;• Inúmeros fatores interferem na definição do ambiente que a criançafreqüenta atualmente, principalmente aspectos ligados aorganização familiar, a questão financeira das famílias e aproximidade das residências em relação ao local que a criança iráfreqüentar.


CONSIDERAÇÕES FINAISAo chegar à reta final desta pesquisa concluo que minhas hipóteses iniciaisnão foram confirmadas, pois através das entrevistas pude perceber que os paisbuscam muitas vezes por <strong>espaços</strong> formais de Educação não somente porprecisarem trabalhar, mas também por acreditar que as crianças precisam de umambiente acolhedor, seguro e com profissionais qualificados.Primeiramente acreditava que suas respostas seriam praticamente iguais,e que fariam referência a este espaço somente como um local para se cuidar dosfilhos enquanto trabalham, ao menos na visão daqueles que levavam as criançaspara a Escola de Educação Infantil. Mas, no decorrer das entrevistas, minhamaneira de pensar e <strong>ana</strong>lisar sobre alguns assuntos começou a mudar.O tema de minha pesquisa possibilitou-me refletir sobre os <strong>diferentes</strong><strong>espaços</strong> na Educação Infantil e sua importância para as crianças. Durante a suaprodução, algumas dúvidas percorreram meus pensamentos, pois, no inícioparecia ser fácil, mas no decorrer das orientações começaram a surgir os primeirosquestionamentos em relação ao final deste estudo em questão.A sede de poder saber dos pais o que eles pensavam e acreditavam ser oespaço de Educação Infantil mais apropriado para a criança, me deixava inquieta.Sempre quis saber os motivos pelos quais era decidido o espaço no qual o filhopassaria o dia.Percebeu-se que as mães entrevistadas preocupam-se com odesenvolvimento dos filhos, pois acreditam que é importante desde pequenospoderem ter <strong>diferentes</strong> aprendizagens, como: compreender as regras, organizar-seseguindo horários, compromissos, saberem respeitar o seu e o espaço do outro,


52comportar-se à mesa, não brigar, ser educado, ter uma boa higiene, realizar<strong>diferentes</strong> aprendizagens, entre outros.Foi através desta pesquisa que pude entender que a escolha do lugaronde o filho passará o dia não depende somente do que os pais pensam emrelação aos <strong>espaços</strong> de educação, mas principalmente de acordo com a realidadeem que vivem e a situação financeira, que acabam sendo consideradas nestemomento tão especial.Saliento a importância deste tema, pois acredito que muitas famíliasprecisam definir o espaço que seu filho freqüentará, o que nem sempre é tarefafácil e muitos fatores, como mostrado na pesquisa, interferem nessa decisão, o quepode aumentar a ansiedade dos pais neste momento em que precisam separar-sedos seus filhos. Os profissionais que atuam na área da educação, aocompreenderem o processo vivenciado pelas famílias nesse momento podemcontribuir para que este ocorra da melhor forma possível.Acredito também que esta pesquisa foi importante para meu crescimentopessoal e profissional, pois dentre tantos assuntos, escolhi algo que desde sempreme chamou atenção. Penso que no momento em que eu precisar passar por estaescolha, este estudo me servirá como suporte e também quando necessitar, comoprofissional, auxiliar os pais em suas decisões e também na adaptação necessáriaao ingresso das crianças nas escolas, poderei melhor ampará-los.Finalizo este trabalho crendo ter atingido meus objetivos sobre o assuntoabordado, pois foi possível conversar com mães que vivem diversas realidades ecom opiniões <strong>diferentes</strong> umas das outras, mas com o mesmo propósito, querendoque seus filhos cresçam da melhor forma possível, quer sendo em casa ou naescola de Educação Infantil.Ressalto a importância do desenvolvimento de novas pesquisas que sedirecionem à Educação Infantil, pois é uma etapa de extrema importância para odesenvolvimento da criança e necessita de profissionais com conhecimentosconsistentes para que possam refletir sobre os <strong>diferentes</strong> aspectos envolvidos naatuação com a faixa etária por ela atendida.


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ANEXOS


ANEXO A – ENTREVISTA AOS PAIS


Entrevista para os pais1-Que tipo de espaço você freqüentou quando criança? Fale sobre este período:2-Quais foram os motivos que levaram você a decidir o espaço no qual seu filhopassaria o dia?3-Quais os benefícios que seu filho tem por estar nesse local?4-Caso você pudesse optar escolheria outro espaço para deixar seu filho? Por quê?5-Como você percebe a Escola de Educação Infantil hoje? E as pessoas que nelatrabalha?


ANEXO B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


Prezado(a) Senhor(a):Meu nome é Ana Fabí Kley Weimer, sou aluna do curso de Pedagogia comHabilitação em Orientação Educacional e Pedagogia Empresarial do CentroUniversitário Feevale e no momento orientanda da professora Ms. Monica PagelEidelwein da mesma instituição. Gostaria de convidá-lo (a) a participar da pesquisaque estou realizando, intitulada “OS DIFERENTES ESPAÇOS DE EDUCAÇÃOPARA INFANTES DE ZERO TRÊS ANOS NA VISÃO DOS PAIS”. O objetivo doestudo é conhecer a visão dos pais em relação aos <strong>diferentes</strong> <strong>espaços</strong> de educaçãopara o desenvolvimento de infantes de zero a três anos.Os resultados serão utilizados para fins científicos e, principalmente, paraproporcionar conhecimentos que podem contribuir com a área da educação.Por favor, leia com atenção as informações descritas abaixo:1. A minha participação na pesquisa iniciará após a leitura e esclarecimento depossíveis dúvidas identificadas por mim. Dou meu consentimento livre e esclarecidopor escrito, através de minha assinatura em duas vias deste termo, permanecendouma delas comigo.2. Serei informado (a) sobre os procedimentos da minha participação na pesquisa ereceberei esclarecimentos sobre as dúvidas que possam surgir a partir dela.3. As informações coletadas na pesquisa não serão vinculadas a minha identidade,ou seja, permanecerei no anonimato. Apenas a pesquisadora Ana Fabí Kley Weimere a orientadora Profª Ms Monica Pagel Eidelwein terão acesso aos meus dados deidentificação.4. A minha participação na pesquisa envolverá a realização de uma entrevistaindividual que será registrada, com meu consentimento e posteriormente transcritapara fins relacionados ao estudo.5. As entrevistas terão duração aproximada de 40 minutos.6. A minha participação na pesquisa será voluntária. Concordando ou recusando emparticipar, não obterei vantagens ou serei prejudicado (a) em meu trabalho. Nãoserei obrigado (a) a responder a todas as perguntas, podendo interromper oucancelar a qualquer momento a entrevista. A minha participação na pesquisa nãoimplicará no pagamento e/ou recebimento de qualquer taxa.7. Necessitando de quaisquer esclarecimentos sobre a pesquisa ou querendocancelar a minha participação nesta, entrarei em contato pessoal com apesquisadora Ana Fabí Kley Weimer ou pelo telefone celular (51) 81403036.Nome do participante: ________________________________________Assinatura do(a) participante: __________________________________Assinatura da pesquisadora: ___________________________________Data:________________________________

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