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Estamos vivendo num tempo onde a tecnologia nos ... - Feevale

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UNIVERSIDADE FEEVALESOLANGE MARIA HELDTA APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA TECNOLOGIA DA INFORMÁTICANovo Hamburgo2010


2SOLANGE MARIA HELDTA APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA TECNOLOGIA DA INFORMÁTICATrabalho apresentado como requisito parcial àObtenção do grau de Licenciatura emPedagogia – Habilitação em SupervisãoEscolar, Administração Escolar eDocência nas Disciplinas da FormaçãoPedagógica do Nível Médio pelaUniversidade <strong>Feevale</strong>.Professora Orientadora: Dalila Inês Maldaner BackesNovo Hamburgo2010


3FOLHA DE APROVAÇÃOSOLANGE MARIA HELDTA APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA TECNOLOGIA DA INFORMÁTICATrabalho apresentado como requisito parcial para a Conclusão do Curso dePedagogia com o titulo “A aprendizagem no contexto da <strong>tecnologia</strong> dainformática”, submetido ao corpo docente da Universidade <strong>Feevale</strong>, paraobtenção do Grau de Licenciatura em Pedagogia – Administração e SupervisãoEscolar e Docência nas disciplinas de Formação do Nível Médio.Me. Dalila Inês Maldaner BackesProfessora OrientadoraDrª Patrícia Brandalise Scherer BassaniProfessora da Banca ExaminadoraMe. Maria Inês Pamplona DutraProfessora da Banca Examinadora:Data da Avaliação: 02/12/ 2010


4OUSAROusar é permitir que o coração pulse forte dentro do peito, queas ideias venham à tona e se transformem em realidade.Os grandes legados da humanidade foram deixados por gente capazde ousadias. Gandi, por exemplo, atreveu-se a viver em busca da verdade.Luther King falou e morreu por acreditar na convivência pacífica entre asraças. Nelson Mandela lutou por concretizar um governo multirracial.Joana d’Arc afirmou até o fim que suas visões eram divinas. Francisco deAssis não desistiu de seus intentos por ser chamado de louco.E tu?Que tipo de ousadias tens te dado o direito de viver?Por acaso tens permitido que tua vida se enquadre <strong>nos</strong> padrõesmedíocres de uma sociedade incapaz de acreditar no valor do inusitado?Podes viver as coisas em que acreditas e seres instrumento detransformação. Basta que aceites o fato de seres ousado, fazeres coisasfora do habitual.Acreditar na Paz, por exemplo, assumir a Paz como meta de vida.Ter a coragem de promover a Paz em pleno campo de guerra.Vamos! Ousa alguma coisa! Nem que seja teu direito de ser eviver.Assume que tens dentro de ti uma centelha divina e propaga istoaos quatro ventos.Não te amedrontes de ser profeta. De ti pode vir o próximolegado de que a humanidade precisa.Vera Timm


5Meus sinceros agradecimentos...A Deus, por me dar forças para concretizar este estudo. Tambémpor colocar na minha vida pessoas maravilhosas e que amo muito como minhamãe Anita e meu marido Lauro, que me fazem tão feliz.Ao Lauro, em especial, por me esperar todas as noites enquantoestava na <strong>Feevale</strong>, pela paciência que teve ao longo de todos estes a<strong>nos</strong>,pelo amor, carinho e dedicação dispensados.Á professora Dalila Inês Maldaner Backes, minha queridaorientadora, pelo conhecimento compartilhado e pela atenção dedicada.Aos professores e as equipe diretiva das escolas que participaramda pesquisa, pela confiança e apoio, em especial aos coordenadores doslaboratórios de informática.Aos professores do curso de Pedagogia, pelo aprofundamento teóricoque me proporcionaram ao longo do curso de Pedagogia.A todos os meus amigos que me apoiaram e me encorajaram na buscade meus objetivos, dando força e acreditando na importância do estudo paraminha vida.Muito obrigada!


6RESUMOO presente estudo eminentemente qualitativo, tem por objetivo analisar como ocorrea aprendizagem fazendo-se uso das <strong>tecnologia</strong>s da informática. Como práticaefetiva, pesquisou-se quatro escolas de ensino fundamental completo da redepública do município de Novo Hamburgo. Para análise teórica, optou-se por umaporte que evidenciasse o uso das <strong>tecnologia</strong>s e suas implicações no contextoescolar. A coleta de dados deu-se através de observações no Laboratório deInformática Educativa, focou-se o atendimento do Coordenador do Laboratório e doProfessor considerado parceiro de trabalho. Pesquisou-se através de questionáriosentregues ao Coordenador Pedagógico da escola, ao Coordenador do Laboratóriode Informática e ao Professor Parceiro a concepção e uso do LIE. Os dadosempíricos foram analisados contemplando a linha teórica de diversos autores, entreeles: Sancho (2001), Papert (1994), Valentini (2005), Lévy (1987 e 1993), Bisol(2005). As constatações apontam que são muitas as contribuições que oscomputadores trazem para a educação, sendo ele apenas um recurso que podeauxiliar no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que o professor éindispensável para o desenvolvimento cognitivo e orientação dos alu<strong>nos</strong>, a partir doplanejamento de uma proposta significativa em parceria com o coordenador dolaboratório. Seu uso pelos alu<strong>nos</strong> permite construir o conhecimento através deoutros estímulos que vem ao encontro de seus interesses, transforma-se <strong>num</strong>apoderosa ferramenta qualificadora da aprendizagem, contudo, este deve estarlegitimado no Projeto Político Pedagógico das escolas e na prática de todos osprofessores.Palavras-chave: Tecnologia. Ensino. Aprendizagem. Laboratório de InformáticaEducativa. Informática na Educação.


7RESUMEIl presente "studio" emminentemente qualitativo, ha come obiettivo quello dianalizzare l'apprendimento della <strong>tecnologia</strong> informatica facendo uso proprio diquest'ultima. In pratica, abbiamo analizzato quattro scuole elementari del comune diNovo Hamburgo e il loro uso della <strong>tecnologia</strong> informatica. Abbiamo trovato unmetodo di utilizzo dell'informatica all'interno della scuola che le dà un notevolecontributo. Il risultato di questa analisi, è avvenuto grazie all'osservazione dell'usodella <strong>tecnologia</strong> da parte del coordinatore e di un professore che collabora con lui; ilrisultato di questa ricerca, è stato ottenuto attraverso dei questionari,consegnati alcoordinatore pedagogico della scuola e al coordinatore del laboratorio diinformatica,nell'apprendimento e nell'utilizzo di "LIE". Questi dati, sono staticomparati e giudicati in base alle linee teoriche di diverse autori, tra i quali: Sancho(2001), Papert (1994), Valentini (2005), Lévy (1987 e 1993), Bisol (2005). I risultatiindicano che i computer posso dare un notevole contributo nella formazionescolastica, e che può essere un importante risorsa che integri e migliori il processo diinsegnamento e di apprendimento già iniziato dagli insegnati, e dal coordinatore dilaboratorio informatico, i quali sono indispensabili per lo sviluppo cognitivo e diorientamento del ragazzo. L'uso del computer perciò, che oggi è in linea con gliinteressi dei ragazzi, riesce con nuovi stimoli ad approfondire la loro co<strong>nos</strong>cenza,qualificandoli anche nel campo dell'informatica, deve perciò tale insegnamento farparte del progetto politico delle scuole elementari, e deve perciò essere praticato datutti gli insegnanti.Parole Chiave: Tecnologia, Insegnamento, Apprendimento, Laboratorio diInformatica Educativa. Informatica nella formazione scolastica.


8SUMÁRIOINTRODUÇÃO.............................................................................................................91 DOIS CLIQUES PARA INICIAR ..................................................................................112 HISTÓRICO: USO DO COMPUTADOR .....................................................................183 A APRENDIZAGEM: SALVANDO INFORMAÇÕES PARA NÃO PERDÊ-LAS .........233.1 DA MEMÓRIA RAM AOS ARQUIVOS..................................................................254 CONTRIBUIÇÕES DA TECNOLOGIA DA INFORMÁTICA NO CONTEXTOESCOLAR ......................................................................................................................274.1 PAPEL DOS PROFESSORES .............................................................................294.2 PAPEL DO ALUNO...............................................................................................314.3 PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO .....................................................334.4 PAPEL DO COORDENADOR DE LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA ..............355 DELINEANDO OS RUMOS DO ESTUDO...................................................................386 PROCESSANDO OS DADOS EMPÍRICOS ................................................................406.1 A PROPOSTA DO USO DO COMPUTADOR NO MUNICÍPIO PESQUISADO ....406.2 CARACTERIZAÇÃO DOS ESPAÇOS PESQUISADOS ...........................................426.3 PENSANDO, TECENDO E DIGITANDO OS DADOS COLETADOS........................446.3.1 Escola A........................................................................................................456.3.2 Escola B........................................................................................................496.3.3 Escola C........................................................................................................526.3.4 Escola D........................................................................................................55UM CLIQUE PARA SAIR ...............................................................................................59REFERÊNCIAS ..............................................................................................................64APÊNDICE A ..................................................................................................................68OBSERVAÇÕES ............................................................................................................69APÊNDICE B ..................................................................................................................70QUESTIONÁRIO PARA COORDENADOR DO LIE .......................................................71APÊNDICE C ..................................................................................................................72QUESTIONÁRIO PARA PROFESSOR PARCEIRO .......................................................73APÊNDICE D ..................................................................................................................74QUESTIONÁRIO PARA COORDENADOR PEDAGÓGICO ...........................................75APÊNDICE E ..................................................................................................................76TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO ...............................................77


12dimensão diferente das antigas, de extensão dos sentidos do homem,passando a operar com as idéias.Desse modo, impõe-se a necessidade de uma mudança de paradigma frenteà educação, com relação às novas <strong>tecnologia</strong>s. Para tanto, caberá ao professoratualizar-se, instrumentalizar seu trabalho com esta nova ferramenta. Pretto e Pinto(2006, p 25), <strong>nos</strong> lembram queIntensifica-se dessa forma o trabalho do professor, já que a escola e todo osistema educacional passam a funcionar com outros <strong>tempo</strong>s e em múltiplosespaços, diferenciados. Não deixa de ser, no entanto, esse um ricomomento para repensarmos as políticas educacionais na perspectiva deresgatar a dignidade do trabalho do professor, com a retomada de suaautonomia e, com isso, experimentar novas possibilidades com a presençade todos os novos elementos tecnológicos da informação e comunicação.Estes elementos tecnológicos trazem muita informação para intensificar aprática do professor, o qual precisa comprometer-se com uma proposta pedagógicadiferente. Nesta perspectiva, o professor passa a ser o mediador do processo, cujopapel é incentivar seus alu<strong>nos</strong> a serem mais independentes, autônomos, críticos,autores e responsáveis por sua aprendizagem e pelo seu conhecimento.Percebo que os alu<strong>nos</strong> identificam-se com esta nova proposta, pois adoramsentar-se frente às máquinas. Ali conseguem dar conta do seu processo deaprendizagem, percebem mais rapidamente o resultado de sua produção e esforço,fazem correções e tornam-se mais observadores e analisadores do seu trabalho,aspectos estes evidenciados na prática enquanto coordenadora do Laboratório deInformática. Lévy (1987, p. 14-15) <strong>nos</strong> explica queAs aplicações de processamento de texto permitem suprimir facilmente umaletra, uma palavra, um parágrafo e fazê-los reaparecer aqui e ali, sendo apaginação feita automaticamente. Os aditamentos, correções emodificações já não dão origem a que se tenha de refazer uma página, naverdade nem sequer o texto todo, nem que se tenha de utilizarlaboriosamente a cola e as tesouras. Mal se faz a alteração, o trabalhoapresenta-se logo limpo.Os alu<strong>nos</strong> desenvolvem, ainda, a criatividade e o gosto por ler, pesquisar,escrever e desenhar. Possibilidades estas que podem ser aproveitadas peloprofessor, para tornar sua aula mais atraente. O que lhe permite interferir, corrigir,aprofundar, estimular, despertar e reforçar a construção feita através dos registroselaborados pelo aluno. Cabe à escola oportunizar à criança se conhecer comoindivíduo, perceber-se e descobrir suas capacidades, potencialidades, necessidades


13e limitações, de forma a desenvolver sua auto-estima e interação social, o que faz otrabalho realizado no Laboratório de Informática vir ao encontro deste objetivo.Assim, o Laboratório de Informática, enquanto espaço de construção, deaprendizagem e formação de cidadãos precisa estimular a apropriação desta<strong>tecnologia</strong>, ou seja, o uso do computador, da Internet e de outros recursos dasmídias digitais, integrando e aliando-a pedagogicamente, como ferramenta depesquisa, ensino e aprendizagem.Conforme Bévort e Belloni (2009, p 1084)A integração das TIC na escola, em todos os seus níveis, é fundamentalporque estas técnicas já estão presentes na vida de todas as crianças eadolescentes e funcionam – de modo desigual, real ou virtual – comoagências de socialização, concorrendo com a escola e a família.Desse modo, a escola, professor e família, passam a conviver com jovensque operam com muita facilidade com qualquer tipo de <strong>tecnologia</strong>. Uma juventudesempre ligada, conectada e conforme Pretto e Pinto (2006, p 25), “uma geração deprocessamentos simultâneos”. Geração esta que muitas vezes apresenta dificuldadeno processo de aprendizagem <strong>num</strong> currículo tradicional, que não consegueexpressar suas idéias <strong>num</strong> simples registro solicitado pelo professor. Mas, aomesmo <strong>tempo</strong>, consegue construir suas home pages, bem elaboradas, com recadospara quem desejar ler. Também, resp<strong>onde</strong> a e-mails, troca mensagens simultâneascom vários amigos ao mesmo <strong>tempo</strong>, tudo isto muito facilmente.Num <strong>tempo</strong> <strong>onde</strong> as pessoas estão tão conectadas, seja por telefone,celulares, televisão, e tantas outras mídias, os computadores ainda geram impactosobre a Educação, mesmo sendo capazes de criar novas formas de aprendizado,disseminando novos conhecimentos além de estar mudando as tradicionais formasde aprender e de ensinar, há quem resista a seu uso efetivo na prática docente.Os computadores talvez sejam vistos como algo estranho para muitosprofessores. Eles não fizeram parte de sua formação e, portanto estes optam porignorá-los e como as inovações na educação costumam ser adotadas em ritmomuito lento este recurso também segue esta mesma trajetória.Porém alguns professores estão se desacomodando. Cada vez maismarcados pelas <strong>tecnologia</strong>s possuem seus computadores pessoais acessando ainternet. Trabalhar com <strong>tecnologia</strong>s no ensino exigirá do professor um conhecimentoalém daquele simples de usuário. Esse conhecimento específico é necessário parapreparar materiais didáticos, experimentar variações em suas aulas, o que lhe


14permitirá desenvolver um conjunto de atividades didático-pedagógicas em ambientesvirtuais, como usar softwares de apresentação, buscar informações, baixar vídeos,fotografias, construir suas home pages e se comunicar virtualmente com seusalu<strong>nos</strong>. O que se torna uma experiência muito agradável, tanto para professoresquanto para alu<strong>nos</strong>. O professor poderá utilizar o computador como fonte deaprendizagem e ferramenta de apoio para desenvolver habilidades e competências.É preciso, também, que se compreenda que o computador, na escola, é maisuma estratégia para auxiliar o aluno a desenvolver suas potencialidades, pode servircomo uma ferramenta problematizadora, criar desafios, que permitirá melhorar tantoas competências escritas, quanto a qualidade de apresentação das produções e aquantidade de esforços para melhorar seus textos apontando para uma dimensãopedagógica na aprendizagem.Karsenti e Villeneuve (2008, p 869) dizem que “o uso pedagógico dasTecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em contexto escolar nunca deixoude representar um imenso desafio”. Na educação o computador será a ferramentamais utilizada e exigirá uma mudança <strong>nos</strong> programas curriculares favorecendo o usoadequado e correto a partir do planejamento organizado pelos professores. Destaforma esse planejamento qualificará melhor os alu<strong>nos</strong> para um mundo deconhecimentos e informações.O aluno, por sua vez, precisa ser motivado, através de um aprendizado maisinstigante, a desenvolver suas competências, sem medo de cometer erros. O quelhe permitirá perceber as vantagens de sua integração na sala de aula, com maisatenção na realização das atividades e investindo mais esforço na construção doseu conhecimento. O estudo realizado a partir do uso dos computadores possibilitaao aluno aprender com seus erros em interação com seus colegas. Nesse enfoqueKarsenti e Villeneuve (2008, p 868) afirmam que “nesses últimos a<strong>nos</strong>, váriosestudos ressaltaram o potencial das TIC para melhorar o ensino e favorecer oaprendizado”.Assim, a união entre o êxito educacional dos estudantes e o uso das novas<strong>tecnologia</strong>s no contexto escolar passa a ser um desafio mais fácil de ser superado.Como importantes e sofisticados dispositivos técnicos de informação ecomunicação, as mídias atuam em muitas esferas da vida social, geram novosmodos de perceber a realidade, de aprender e desenvolver novas habilidadescognitivas. A sua compreensão, entendimento e interação através das TICs permitirá


15a todos uma maior colaboração na construção do conhecimento e odesenvolvimento de sua autonomia no uso dos sistemas.A <strong>tecnologia</strong>, a informação e a comunicação se tornaram um recursoimprescindível para o crescimento do conhecimento e do bem estar da sociedade. Oencantamento pelo novo está cada vez mais presente na vida de todas as pessoas.Este encantamento se amplia, na medida em que a Internet passa a ser maisum meio para atrair a atenção dos alu<strong>nos</strong>, servindo como uma ferramenta de apoio,usando-a para se comunicar, realizar pesquisas e estudos. Para o professor tambémserá um forte aliado a partir do momento que este encontra inúmeras bibliotecaseletrônicas, revistas on line, com muitos textos, imagens e sons, facilitando a tarefade preparar as pesquisas, com acesso aos últimos artigos publicados, às notíciasmais recentes sobre o tema que vai tratar, podendo pedir ajuda a outros colegas -conhecidos e desconhecidos - sobre a melhor maneira de trabalhar aquele assuntocom os seus estudantes.O professor deverá orientá-los a fazerem pesquisa na Internet, a encontraremos materiais mais significativos para a área de conhecimento que vai trabalhar, paraque aprendam a distinguir informações relevantes de informações sem referência.Porém há a necessidade de planejar este momento do aluno acessar e pesquisarselecionando informações de acordo com o estudo que será realizado, tornando-osmais seguros na pesquisa individual e grupal.É certo que a Internet não é a solução para todos os problemas, nem deveser vista dessa maneira. No papel de ferramenta de apoio, ela não deve serconsiderada como substituta a outras práticas pedagógicas, como o relacionamentohumano dentro da sala de aula, entre professor e aluno e entre os estudantes. Elavem ao encontro da leitura, na forma de escrever, na pesquisa e até comoinstrumento complementar na sala de aula ou como estratégia de divulgar ainformação.Moran (2009) <strong>nos</strong> coloca que a Internet será ótima para professores atentos anovidades, que desejam atualizar-se, comunicar-se mais, porém que poderá tornarseum tormento para aqueles que não querem mudanças, nem novidades em suasaulas. Por outro lado, a Internet ainda não está à disposição de todos, percebemosque muitas pessoas não têm acesso e nem conhecimento para usá-la. Os alu<strong>nos</strong>,por outro lado, já trazem esse conhecimento, alguns já têm seu computador pessoale sempre que podem estão conectados, aqueles que ainda não o tem, não são


16excluídos, pois visitam as lan house a procura de uma conexão com algumconhecido.A sociedade atual precisa de pessoas que deem conta de todas estas novas<strong>tecnologia</strong>s e a escola precisa reforçar seu papel enquanto formador de cidadãoscríticos, autônomos, independentes e criativos. É preciso integrar as novas<strong>tecnologia</strong>s à educação, e não se contentar com a simples maneira de dar aulastradicionais, sem refletir sobre o que está acontecendo ao seu redor, deixando que oaluno descubra as finalidades pelo caminho mais difícil, ou mesmo que deixe deconhecê-las. É preciso refletir sobre algumas questões: Como se produz aaprendizagem utilizando a informática? Que relações se criam? Que papéisassumem professor/es e aluno/s na aprendizagem? Qual a diferença ao usar uma<strong>tecnologia</strong>? Como saber qual a <strong>tecnologia</strong> correta para desenvolver e construirnovas aprendizagens? As novas <strong>tecnologia</strong>s devem tornar-se também objeto deestudo da escola, constituir-se parte dos conteúdos e abordadas sob umaperspectiva crítica e criativa.A partir das leituras realizadas foi possível perceber que a maioria daspesquisas focaliza-se no uso da informática na educação à distância (EAD),demonstrando resultados favoráveis que enfatizam a importância desta demanda.Contudo, nesta proposta de pesquisa gostaria de ressaltar o uso desta ferramentautilizada diretamente no processo de ensino aprendizagem, com alu<strong>nos</strong> do ensinofundamental, cujas características próprias da idade tornam necessária a presençafísica do professor e da sala de aula.Desse modo, nesta proposta de estudo lanço luz à seguinte questão: comopromover a aprendizagem fazendo uso das <strong>tecnologia</strong>s da informática?Para perseguir este problema de pesquisa, tomo como referência asseguintes questões norteadoras:a) O que muda <strong>nos</strong> papéis de professor/es e aluno/s, frente ao uso das<strong>tecnologia</strong>s da informática?b) Quais são os novos papéis que professor/es e aluno/s assume/em naaprendizagem com o uso de <strong>tecnologia</strong>s?c) Como os processos cognitivos são favorecidos quando as aprendizagensocorrem por meio do uso de <strong>tecnologia</strong>s da informática?


17Esta proposta tem como objetivo geral analisar como ocorre a aprendizagemfazendo-se uso das <strong>tecnologia</strong>s da informática. Este objetivo mais amplo desdobrase<strong>nos</strong> seguintes objetivos específicos: Identificar o que muda <strong>nos</strong> papéis de professor/es e aluno/s, frente ao uso das<strong>tecnologia</strong>s da informática. Conhecer quais são os novos papéis que professor/es e aluno/s assume/em naaprendizagem com o uso de <strong>tecnologia</strong>s. Analisar como os processos cognitivos são favorecidos quando asaprendizagens ocorrem por meio do uso de <strong>tecnologia</strong>s da informática.


182 HISTÓRICO: USO DO COMPUTADORVários foram os fatos que construíram a história da sociedade da<strong>tecnologia</strong>/informação que vivemos atualmente. Alguns marcaram o <strong>tempo</strong>, muitasinvenções deram certo, houve avanços em todas as áreas do conhecimento.Por volta da década de 30, várias formas de executar cálculos já eramutilizadas, pois os matemáticos e os cientistas debruçavam seus estudos eminvenções de máquinas complexas, que lhes proporcionavam respostas exatas,porém eram lentas, grandes e pesadas.Em meados de 1945, período da Segunda Guerra Mundial, além de novasinvenções também houve a necessidade de se planejar máquinas capazes derealizar cálculos da trajetória de mísseis com precisão e rapidez para ser utilizadasna indústria bélica. O Computador Colossus, criado por Allan Turing em 1946,conforme mostra figura 2 1, é um exemplo deste período.Figura 1 - Computador ColossusFonte: Gabriel GugikPapert (1994, p139) <strong>nos</strong> explica queVivia-se a década de 40 – o mundo estava em guerra. Complexos cálculostinham que ser feitos sob pressões de <strong>tempo</strong> não normalmente sentidaspelos matemáticos: cálculos <strong>num</strong>éricos relacionados à criação e ao uso dearmas, manipulações lógicas para romper códigos cada vez maiscomplexos antes que as informações se tornassem obsoletas.Tornar as informações obsoletas ou permitir que os inimigos descobrissemcódigos secretos era inadmissível neste período. A construção de máquinasperfeitas, seguras era o desejado, mas não o realizado. A fraqueza técnica das2 As figuras 1 ao 6 foram extraídas do site Gabriel Gugik no endereço


19máquinas fez com que se criassem formas mais duras de usá-las, necessitando deconhecimentos para elaboração de seu sistema. Foi durante a guerra o período maisimportante para uma maior exploração das máquinas. Muitos foram os matemáticosque contribuíram para este novo invento, os computadores. Nesta primeira geração,que foi aproximadamente entre os a<strong>nos</strong> de 1945 à 1959, usavam válvulaseletrônicas e quilômetros de fios <strong>nos</strong> computadores que eram lentos, enormes,pesavam várias toneladas e esquentavam muito. O aperfeiçoamento dessesequipamentos refletiram na evolução dos componentes básicos do computador(hardware) e no aprimoramento dos programas (software) existentes. Conforme aFigura 2, que <strong>nos</strong> apresenta o ENIAC desenvolvido pelos cientistas norteamerica<strong>nos</strong>John Eckert e John Mauchly, no ano de 1946.Figura 2 - ENIACEste <strong>tempo</strong> passou, a guerra terminou e aquelas máquinas computadorizadastrocaram seu sentido de uso. Papert (1994, p. 140) <strong>nos</strong> conta que[...] o computador saiu lentamente dos santuários da alta ciência e doexército para entrar <strong>num</strong> mundo mais amplo dos negócios, da pesquisaindustrial e universitária.Na década de 60, um pequeno grupo de acadêmicos de várias áreas doconhecimento, atraídos por perspectivas de mudanças, realizaram tentativasprematuras na implantação de uma cultura de computação especialmenteeducacional, eram apenas idéias, mas já estavam fadadas a surgir. E hojecontribuem com a história do computador educacional.Em 1964, surge a segunda geração dos computadores, na qual foramsubstituídas as válvulas eletrônicas por transistores e os fios de ligação por circuitosimpressos. Isso os tornou mais rápidos, menores e de custo mais baixo, conforme


20retratado na Figura 3, o computador conhecido por Strech, IBM 7030 foi o primeirosupercomputador lançado nesta geração.Figura 3 - Computador StrechEm meados da década de 70, uma grande ruptura surgiu com o advento domicrocomputador, a terceira geração de computadores, <strong>onde</strong> foram construídoscircuitos integrados, proporcionando maior compactação, redução dos custos evelocidade de processamento da ordem de microsegundos. Foi quando teve início àutilização de avançados sistemas operacionais e os computadores pessoais aindaeram uma novidade. Um dos principais exemplos desta geração é o IBM 360/91,lançado em 1967, conforme <strong>nos</strong> apresenta a figura 4.Figura 4 - IBMA quarta geração, de 1970 até hoje, os computadores passam por umaperfeiçoamento, as máquinas ficam mais rápidas, menores, possibilitando a


21realização de várias tarefas ao mesmo <strong>tempo</strong>. Conforme o modelo Altair 8800,lançado em 1975, figura 5, que foi a grande inovação para a época.Figura 5 - Altair 8800No início dos a<strong>nos</strong> 1980 houve um número expressivo de pessoas que sededicavam aos computadores e à Educação, a maioria professores e tambémmuitos pesquisadores. Assim, o Apple I, lançado em 1976, foi o primeiro computadorpessoal, com um pequeno monitor exibindo o que estava sendo realizado, conformeFigura 6. Os modelos de computadores Lisa (1983) e Macintosh (1984), foram ospioneiros no uso de mouse e a utilizarem interface gráfica com pastas, menus eáreas de trabalho.Figura 6 – Apple IO trajeto percorrido até aqui não foi fácil. As intenções ao longo destes a<strong>nos</strong>foram transformando radicalmente o significado e uso dos computadores, e segundoOlson et al Sancho (2001, p 27-28)A invenção de aparelhos, instrumentos e <strong>tecnologia</strong>s da cultura que incluemformas simbólicas inventadas, tais como a linguagem oral, os sistemas de


22escrita, os sistemas <strong>num</strong>éricos, os recursos icônicos e as produçõesmusicais permitem e exigem novas formas de experiência que requeremnovos tipos de habilidades ou competências.De 1980 para cá muitos foram os avanços realizados para o uso doscomputadores, sempre buscando na sua base as ideias criadas pela Apple e pelaMicrosoft, empresas que se dedicaram em transformar as grandes máquinas empequenas, precisas e potentes ferramentas de apoio ao trabalho.Os computadores, a cada dia que passa, estão fazendo parte de <strong>nos</strong>sasvidas. Além dos Computadores Portáteis (PCs) mais tradicionais, fixos de mesa, a<strong>tecnologia</strong> cada vez amplia mais os espaços de uso o que <strong>nos</strong> permite carregá-losco<strong>nos</strong>co, como os notebooks e ainda menores os netbooks. Associados aossistemas operacionais desenvolvidos a partir dos computadores foi possível tambémadaptar as <strong>tecnologia</strong>s para outros equipamentos e suportes tecnológicos como oscelulares, as plataformas de vários filmes de cinema e televisão, palmtops,pendrives, mp3-10, câmeras fotográficas, tvs portáteis, entre outros.Face a todo esse avanço tecnológico que marca os aspectos históricosmencionados nesse estudo, a escola, como instituição responsável pela“disseminação” do conhecimento necessitou repensar e encontrar novas formas dese comunicar e transmitir os conhecimentos historicamente construídos, objetivandoa construção de novos saberes.Nesta perspectiva, o ambiente escolar precisa proporcionar condições eacesso priorizando a informação atualizada, em <strong>tempo</strong> real, fazendo disto parte doprocesso de aprendizagem dos alu<strong>nos</strong>, para assim, este, construir conceitos e osenso crítico e criativo.Para que isso ocorresse foi necessário que os responsáveis pela educaçãonas instituições de ensino, os docentes, aprendessem a utilizar esta nova ferramentae a desejassem muito, pois os alu<strong>nos</strong>, em sua maioria, não demonstraramdificuldade em dominar esta <strong>tecnologia</strong>.


233 A APRENDIZAGEM: SALVANDO INFORMAÇÕES PARA NÃO PERDÊ-LASA aprendizagem é um processo que ocorre durante toda a vida das pessoas,desde a infância até a mais avançada idade. Normalmente uma criança, conformePiaget (1982) constitui-se cognitivamente a partir de quatro estágios dedesenvolvimento que são sensório motor, pré-operatório, operatório concreto e dasoperações formais e todas passam por eles na mesma ordem.Houve um <strong>tempo</strong> da história do desenvolvimento humano em que as crianças,não eram vistas assim, Weisz e Sanchez (2002, p.29-30) <strong>nos</strong> explica queNos a<strong>nos</strong> 20, chega ao Brasil a visão da criança não como um adulto emminiatura, mas como um ser com características cognitivas distintas – umavisão do aprendiz como um ser ativo que constrói seu próprioconhecimento.Assim, primeiro mamar, gatinhar, andar e falar, depois ler e escrever,aprendizagens básicas e simples para atingir a cidadania e a participação ativa nasociedade, foram vistas com um olhar especial, valorizando esta fase dos sujeitos.Através do brincar livre e espontâneo a criança vai construindo suaaprendizagem, e segundo Winnicott (1975, p.80) “[...] o brincar é essencial porquenele o paciente manifesta sua criatividade”, a partir das brincadeiras a criança sesente livre para se mostrar criativa.É muito importante que seja oferecido a criança um espaço com atividadeslúdicas, proporcionando uma aprendizagem mais prazerosa, envolvendo-a comregras e acordos que também são importantes a fim de contribuir na sua formaçãointegral. Tornando-a um sujeito pensante e autor de suas decisões, com o objetivomaior de desenvolver diferentes potencialidades cognitivas e o desejo de aprender.E como explica Winnicott ”[...] é com base no brincar, que se constrói a totalidade daexistência experiencial do homem” (1975, p. 93).Já, quando adulto, continua aprendendo, porém aprende habilidades ligadasa algum tipo de trabalho que lhe forneça a satisfação das suas necessidades, algoque lhe garanta uma realização pessoal e profissional.Redin <strong>nos</strong> coloca “[...] uma das características que diferencia o ser humano ésua capacidade de criar, de transformar o seu meio e ter a consciência do que fez,do que faz e do que poderá fazer” (2002, p. 23).


24As pessoas idosas também continuam aprendendo coisas, construindo ereconstruindo seus conhecimentos, porém, dentro de suas possibilidades elimitações, assim podemos pensar que não tem <strong>tempo</strong> determinado para que aaprendizagem ocorra.O indivíduo, aprende, constrói e reconstrói seus conhecimentos. Esteprocesso inicia no nascimento e se prolonga por toda a vida. É um processo pessoale individual <strong>onde</strong> cada ser humano é autor de suas próprias conquistas erealizações. Weisz e Sanchez (2002, p.34) <strong>nos</strong> colocam queFoi o que Piaget fez quando formulou com clareza a idéia de que, aoconseguir conhecer alguma coisa, o aprendiz transforma o real, o mundo ea si mesmo – mostrando que a aprendizagem não era uma impressão que omundo externo realizava na mente, não era alguma coisa que imprimia defora para dentro no cérebro humano.A capacidade de aprender está presente em todas as pessoas, algumas commais facilidade de assimilar novos conhecimentos, outras mais lentamenteconseguem associar conceitos. O processo de construção daquilo que se queraprender está ligado a fatores muito mais relevantes do que o simples fato deaprender aquilo que lhe é ensinado. A aprendizagem precisa ser compatível aosseus interesses para assim tornar-se um novo conhecimento. Conforme <strong>nos</strong> relataWeisz e Sanchez (2002, p. 36)Alguém pode aprender por si mesmo quando já sabe o suficiente para,primeiro, reconhecer o que merece ser aprendido, depois construirestratégias, a partir do que já sabe, para alcançar novos conhecimentos.Para alcançar estes novos conhecimentos, o sujeito se desenvolve com ainfluência de fatores exter<strong>nos</strong> de natureza física e social. Esses atuam estimulandosuas capacidades e aptidões e promovendo o seu processo de desenvolvimento.Weisz e Sanchez (2002, p. 36) <strong>nos</strong> apontam uma forma externa de aprendizagem,que ocorre dentro e fora de <strong>nos</strong>sas escolas.É desejável saber buscar informação através do computador, pois trata-sede uma forma rápida de obtê-la. Mas o fundamental é desenvolver acapacidade de estabelecer relações inteligentes entre os dados, asinformações e os conhecimentos já construídos.Neste processo para uma aprendizagem eficaz, é imprescindível desenvolvera capacidade dos alu<strong>nos</strong> em estabelecer relações inteligentes que depende tambémde fatores, dentre os quais estão: à dedicação de um bom professor, o tipointelectual do aluno, as oportunidades oferecidas pelo ambiente da escola, as


25relações, além também de sua constituição familiar, as perspectivas futuras de vidaprojetadas para ele, as experiências e vivências que traz consigo.3.1 DA MEMÓRIA RAM 3 AOS ARQUIVOSA leitura e escrita, conforme Ferreiro (2007), são um dos objetos deaprendizagem formal, e segundo a autora, a escrita da criança não resulta desimples cópia de um modelo externo, mas é um processo de construção pessoal, naqual a criança precisa compreender seu processo de construção e suas normas deprodução. Ler não é decifrar, escrever não é copiar e muito antes de iniciar oprocesso formal de aprendizagem da leitura e escrita, as crianças constroemhipóteses sobre este objeto de conhecimento.Cabe ao professor orientar e relacionar o aprendizado com a vida cotidiana,oferecer situações e significados aos conhecimentos que estão sendo construídos,priorizar o atendimento individual aos alu<strong>nos</strong> que apresentam dificuldades nesteprocesso, pois a partir do encaminhamento realizado, individualmente, durante aconstrução da escrita esta aprendizagem se concretizará. Segundo Gadotti (2003,p.47) “o que aprendemos tem que „significar‟ para nós”.Becker (2001, p.56) diz que[...]a matéria-prima do trabalho do professor é o conhecimento. Não éconseguir que o aluno faça isto ou aquilo, mas conseguir que elecompreenda, por reflexionamento próprio, como fez isto ou aquilo.Para o professor conseguir esta compreensão efetiva é preciso muito maisque uma explicação de conteúdos, é necessário em todos os momentos da aulaestar atento às necessidades dos alu<strong>nos</strong> e atendê-las de forma individual. Acolher oaluno, fazê-lo pensar sobre determinadas situações e dar significado a seusensinamentos. Assim estará a valorizar o processo da aprendizagem no qual cadaum faz a sua construção independentemente da construção de seu colega, o quepermite também respeitar o <strong>tempo</strong> de cada um, pois “ensinar não é transferir3 Conforme Cano (2001, p. 160-161) MEMÓRIA RAM: é usada como memória de trabalho ou espaçoque o computador possui para armazenar instruções ou dados. Todo o seu conteúdo desaparecequando o aparelho é desligado. É uma memória volátil, por isso deve ser guardada em um discoantes de desligar a máquina.


26conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a suaconstrução”, Freire (1996, p. 22).Para haver avanços na aprendizagem é preciso que a interação entre aluno eprofessor, aluno e aluno ocorra paralelamente às atividades desenvolvidas, poisassim garantirá que na troca esta aprendizagem se torne conhecimento construído,visto que, em muitas realidades escolares, é o único espaço <strong>onde</strong> o aluno épercebido como sujeito autor de seu conhecimento, com um adulto direcionando-opara esta construção, que conforme Freire (1996, p. 41) é[...] uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica éproporcionar as condições em que os educandos em suas relações unscom os outros e todos com o professor ou professora ensaiam a experiênciaprofunda de assumir-se.Assim como Vygotsky (1987) enfatiza que a construção do conhecimento éuma interação mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendovisto como uma ação do sujeito sobre a realidade, e sim, pela mediação feita poroutros sujeitos. Entende-se portanto, a necessidade deste outro sujeito ser oprofessor ou os próprios colegas que ajudarão e acrescentarão na sua construçãodo conhecimento.As concepções de Vygotsky (1987) sobre o processo de formação deconceitos remetem às relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural noprocesso de construção de significados pelos indivíduos, ao processo deinternalização e ao papel da escola na transmissão de conhecimento, que é denatureza diferente daqueles aprendidos no dia a dia, porque forma conhecimentos ese constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitose consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funçõessociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência.Cabe salientar que a aprendizagem, os novos conceitos, a leitura, a escrita, abusca por novas informações e a pesquisa podem ser desenvolvidos por diferentes<strong>tecnologia</strong>s, basta incorporá-las ao processo ensino-aprendizagem. NosLaboratórios de Informática Educativa (LIEs) os computadores vêm para favorecereste processo, pois farão o papel do livro, do lápis e dos cader<strong>nos</strong> para o aluno, econforme Bassani e Heidrich (2007, p. 104) “A <strong>tecnologia</strong> pode ser entendida comouma possibilidade de mudança”, pois neste ambiente terá além da ferramenta, aoportunidade de uma formação mais completa mediada pelo professor e colegas.


274 CONTRIBUIÇÕES DA TECNOLOGIA DA INFORMÁTICA NO CONTEXTOESCOLARInicio as reflexões a cerca das contribuições da <strong>tecnologia</strong> da informática nocontexto escolar a partir da afirmação de Bisol (2005, p.25) “A idéia é de que essanova <strong>tecnologia</strong> introduz mudanças no lugar que é possível para o sujeito ocupardiante do outro, articulada a todo o contexto cultural con<strong>tempo</strong>râneo.”O uso dos computadores teve diversos papéis ao longo de <strong>nos</strong>sa história,objetivando sempre a evolução e o progresso da sociedade. Foram inventados coma finalidade inicial de resolver problemas com mais rapidez e exatidão, depois comoum aliado no período da Segunda Guerra Mundial até ter este novo olhar sobre seuuso na educação.Entre todos os tipos de <strong>tecnologia</strong>s já criados o computador é o que maiscontribui na prática docente. Ele não vem para substituir o trabalho do professor,mas como um instrumento de mudança, visto que a prática até entãodesempenhada estava superada pela organização e estética, enquanto que existeuma variedade de softwares educativos utilizados <strong>nos</strong> computadores. Para Libâneo(2004, p. 67) “O valor da aprendizagem escolar está, precisamente, em introduzir osalu<strong>nos</strong> <strong>nos</strong> significados da cultura e da ciência por meio de mediações cognitivas eintencionais que supõem a relação docente.” Neste contexto, o professor tem papelfundamental, pois será quem irá auxiliar os estudantes na melhor forma de utilizar as<strong>tecnologia</strong>s disponíveis.Lévy (2006, p.57) coloca que “desde o começo dos a<strong>nos</strong> 60, engenheiroscomo Douglas Engelbart conduziram pesquisas na direção de uma informática dacomunicação, do trabalho coletivo e da interação amigável”, pois apostavam que as“máquinas” seriam facilmente aceitas e desejadas por todos.Muitos foram os espaços em que os computadores contribuíram para oavanço de <strong>nos</strong>sa sociedade não sendo possível imaginar, em <strong>nos</strong>sos dias, ausênciadeles, como em bancos, escritórios, universidades, grandes empresas (automotivas,entre outras), supermercados e tantos outros ambientes que utilizam esteinstrumento de trabalho. De acordo com Lévy (1987, p. 14)São computadores que comandam o tráfego aéreo, as redes ferroviárias, osvôos espaciais e que dirigem uma multidão de máquinas diversas.Controlam a distribuição da eletricidade, do calor, da água, comandam


28funcionamento dos robots, das máquinas-ferramentas e das cadeias deprodução é por intermédio das aplicações informáticas que é organizada acirculação urbana e regidas as comutações das redes telefônicas. Desde avigilância interna dos edifícios à gestão do funcionamento das centraisnucleares, por toda a parte os computadores coordenam, harmonizam,guiam, regulam e administram as redes, processos e técnicas complexassobre as quais assenta o tecnocosmos.Assim como, também, nas escolas <strong>onde</strong> lentamente eles foram chegando. Osprofissionais se apropriando de conhecimento para usá-los a favor daaprendizagem, e hoje ocupam um lugar de destaque pelo poder de processamentode informação que possuem, além de que, não podemos mais pensar em estudarsem tê-los. A contribuição do uso do computador na educação remete a umamudança da forma com a qual a escola vem se apresentando e conforme Valente(1995, p. 13)Programas de processamento de texto, planilhas, manipulação de banco dedados, construção e transformação de gráficos, sistemas de autoria,calculadores <strong>num</strong>éricos, são aplicativos extremamente úteis tanto ao alunoquanto ao professor. Talvez estas ferramentas constituam uma das maioresfontes de mudança do ensino e do processo de manipular informação.Talvez a mais complexa de todas as contribuições do uso do computador sejaa transformação da escola, das práticas pedagógicas para fazer com que o aluno seaproprie do conhecimento com mais desejo. Não apenas trocar o papel e o lápispela tela do computador, nem os trabalhos individuais por aqueles em grupo. Épreciso fazer mais e conforme Libâneo (2004, p. 63) “Numa sociedade caracterizadapela multiplicidade de meios de comunicação e informação, não teria lugar para aescola convencional, a escola do quadro-negro e giz.” Assim, tornar o computadorum meio de realizar trabalhos colaborativos, com entrosamento, discussõesarticuladas e reflexivas a cerca do assunto estudado e modificar o olhar do professore seus critérios para julgá-los, sem que o computador torne-se apenas mais umasofisticação tecnológica, a qual faz parecer que a escola tornou-se mais moderna,frente a inovação tecnológica.O computador amplia a capacidade dos sujeitos de realizarem determinadastarefas, dinamiza os serviços e potencializa o conhecimento facilitando a troca deinformações além de superar as distâncias. Sendo assim, esta ferramenta podeproporcionar avanços na forma de ensinar e aprender a partir do momento em quepropicie ao aluno a construção do seu conhecimento, auxiliando a resolverproblemas significativos e enriquecendo o seu processo de aprendizagem.


29Também permite ao aluno desenvolver-se no seu ritmo de aprendizagem,conforme as suas capacidades de entendimento do uso da máquina e do programaou projeto de estudo.4.1 PAPEL DOS PROFESSORESLidar com o novo, o diferente, o desconhecido é tarefa difícil para qualquerpessoa. Modificar hábitos e práticas enraizadas e desacomodar profissionaistornam-se um desafio maior ainda, mas não impossível. Papert (1994, p.9) faz usode uma parábola para compreendermos a desigualdade nas diversas frentes daevolução do homem na história.IMAGINE um grupo de viajantes do <strong>tempo</strong> de um século anterior, entre elesum grupo de cirurgiões e outros de professores primários, cada qualansioso para ver o quanto as coisas mudaram em sua profissão a cem a<strong>nos</strong>ou mais no futuro. Imagine o espanto de os cirurgiões entrando <strong>num</strong>a salade operações de um hospital moderno. Embora pudesse entender quealgum tipo de órgão-alvo, na maioria dos casos seriam incapazes deimaginar o que o cirurgião estava tentando fazer ou qual a finalidade dosmuitos aparelhos estranhos que ele e sua equipe cirúrgica estavamutilizando. Os rituais de anti-sepsia e anestesia, os aparelhos eletrônicoscom seus sinais de alarme e orientação e até mesmo as intensas luzes, tãofamiliares as platéias de televisão, seriam completamente estranhos paraeles.Os professores viajantes do <strong>tempo</strong> resp<strong>onde</strong>riam de uma forma muitodiferente a uma sala de aula de primeiro grau moderna. Eles poderiamsentir-se intrigados com a relação a alguns poucos objetos estranhos.Poderiam perceber que algumas técnicas-padrão mudaram – eprovavelmente discordariam entre si quanto a se as mudanças queobservaram foram para melhor ou para pior -, mas perceberiam plenamentea finalidade da maior parte do que se estava tentando fazer e poderiam,com bastante facilidade, assumir a classe.A partir desta parábola fica claro que há uma grande preocupação em rompercom as práticas pedagógicas até então usadas e o professor por sua vez, passa aassumir um papel de inovador refletindo sobre o desenvolvimento de estratégias quemelhor se adaptem a sua metodologia e a seus conteúdos, mudando inclusive seupapel, deixando de ser um transmissor de conhecimentos para tornar-se ummediador na construção do conhecimento do aluno.Libâneo (2004, p. 67-68) <strong>nos</strong> esclarece que docentes apresentam resistênciasquanto a união entre a educação e o desenvolvimento tecnológico, pois[...] a associação entre a educação e desenvolvimento tecnológico foipropiciada por uma visão tecnicista, no quadro da ditadura militar, gerando


30uma resistência de natureza política à <strong>tecnologia</strong>. Mas há também razõesculturais e sociais como certo temor pela máquina e equipamentoseletrônicos, medo da despersonalização e de ser substituído pelocomputador, ameaça ao emprego, precária formação cultural e científica ouformação que não inclui a <strong>tecnologia</strong>.Merecem destaque especial tais resistências, pois sabemos que inovaçõestambém não fizeram parte da formação inicial dos professores, mas que com aimplantação da <strong>tecnologia</strong> na educação o docente precisa dominar o manuseio docomputador, além de identificar o potencial de recursos pedagógicos e relacionarseu conhecimento técnico com o conhecimento pedagógico para facilitar aaprendizagem do aluno.Este é um novo desafio e conforme Papert (1994, p.58)[...] um novo desafio para entender a interação, no mundo dos professores,de correntes que favorecem a mudança e que resistem a ela. Encontrarmeios para apoiar a evolução destas correntes pode estar entre as maisimportantes contribuições que se pode fazer para promover uma mudançaeducacional.Sendo assim, é preciso fazer com que os professores busquem alternativaspara garantir uma prática condizente com esta realidade, não apenas adaptarprocedimentos, mas encontrar maneiras de produzir conhecimentos, evitando assimque os velhos métodos estejam apenas com aparência inovadora a partir do uso deuma nova <strong>tecnologia</strong>. Ele somente fará uso de forma correta a partir do momento emque esta ferramenta significar positivamente para sua docência, assim passará abuscar o conhecimento técnico através das formações continuadas, tão importantespara a prática. Esta formação não poderá se restringir apenas à aprendizagem douso das máquinas, mas de todas as possibilidades que a envolvem, que leve odocente a entender como integrar o computador em sua prática pedagógica.Segundo Papert (1994, p.61) “De fato, cada professor deveria ser encorajado a ir tãolonge quanto possível em direção a desenvolver um estilo pessoal de ensinar”, sóassim dariam mais sentido ao seu papel de professor e educador.O papel do professor então é de orientar o aluno para o adequado uso dainformática a fim de enriquecer o seu conhecimento, principalmente quanto ao usoda Internet, que é a maior fonte aberta de conhecimento a qual todos têm acesso,mas também <strong>onde</strong> circula materiais de qualidade duvidosa e até crimi<strong>nos</strong>a.Buscando na informática meios para inserir nas suas aulas uma variedade de efeitos


31visuais e sonoros, hipertextuais 4 que, sem dúvida enriquecem a exposição do tematratado em sala de aula. Porém o professor é, e sempre será indispensável.Martins (2001, p.10) <strong>nos</strong> coloca queO educador que tem como compromisso ser agente de transformação socialnão pode deixar de procurar o melhor caminho para vencer o desafio demudar seu próprio modo de pensar e de proceder; tampouco pode esquecersua missão de facilitador do crescimento de seus alu<strong>nos</strong>, contribuindo,desse modo, para que as gerações futuras possam usufruir uma existênciamais digna.Para mudar seu modo de pensar o educador precisa despertar no aluno odesejo por estar neste ambiente escolar, saber quais são seus sonhos, levar emconta o que os estudantes gostam, explorar o que lhes interessa, o que sabem ounão sabem. Talvez este seja o maior desafio docente, motivar os alu<strong>nos</strong> a estarem,gostarem e permanecerem no ambiente escolar e, o uso das <strong>tecnologia</strong>s podem seraliados neste sentido, favorecer este processo.4.2 PAPEL DO ALUNOSer aluno <strong>nos</strong> dias de hoje, continua sendo uma tarefa difícil. Para a escolatambém não está fácil, pois passa por um período de transformação, com umcurrículo organizado procurando inovar e sem a pretensão de ser a única a trazer oconhecimento. De acordo com Castaño (2001, p.293)Os alu<strong>nos</strong> não são os únicos agentes que têm influência na aprendizagem,já que as suas percepções estão fundadas <strong>nos</strong> tipos de informação emétodos de ensino conduzidos ou entregues através dos diferentes meios.Os alu<strong>nos</strong> nasceram na era da <strong>tecnologia</strong> e informação, desse modo já seencontram inseridos na sociedade virtual com competências e aprendizagensdiferenciadas. O acesso aos diferentes meios de informação e comunicação fazparte do desenvolvimento de todos, porém, agora exige outro tipo de intervençãopedagógica. A aprendizagem não é uma tarefa que o aluno possa realizar sozinho,precisa muito ser guiada pelo professor. A utilização de recursos da informáticaamplia as opções com consulta a bancos de dados e Internet, entretanto nãogarante que o aluno processe a informação, transformando-a em conhecimento se4 Theodore Nelson inventou o termo hipertexto para expressar a ideia de escrita/leitura não linear emum sistema de informática, conforme Lévy(2006, p.29)


32não tiver a mediação do professor. O cotidiano do aprender apresenta mudanças naresponsabilidade do aluno com a sua aprendizagem.O aluno interagindo com o computador elabora estratégias para desenvolveratividades, tenta, analisa, repete ações, organiza seu pensamento, permite-se aoerro e vê a possibilidade do acerto, além de que, conforme Cano (2001, p157) “Ainformática pode <strong>nos</strong> ajudar a reduzir as tarefas rotineiras, a acessar a grandesvolumes de informação, a aumentar a precisão de <strong>nos</strong>sos trabalhos ou a aumentar o<strong>nos</strong>so <strong>tempo</strong> livre”, só que antes acontecia baseado na relação direta do professorcom o aluno na sala de aula, hoje é diferente, é muito mais compartilhada, é umaconstante produção de conhecimento.Todo o aluno, que tem acesso aos meios tecnológicos, tem um instrumentoque auxilia na construção do conhecimento e, portanto, passa a ser um recurso como qual possa criar, pensar e manipular a informação.O papel do aluno é utilizar o computador como uma ferramenta que oauxiliará na construção de sua aprendizagem. Irá contribuir no desenvolvimento decompetências e habilidades, em como ter autonomia e desenvolver o pensamentocrítico. Também o estimulará na pesquisa e na criatividade, permitindo-lhe aprender,criar e recriar conhecimentos. Conforme Sloczinski e Chiaramonte (2005, p. 119)“Percebemos a importância da interação no mundo virtual. Como desafio, tanto paraprofessores como para alu<strong>nos</strong>, as metas são voltadas para o desenvolvimento dosujeito ativo, dinâmico, autônomo, crítico e criativo”.Precisamos sempre lembrar: a <strong>tecnologia</strong> não aumenta espontaneamente odesempenho dos alu<strong>nos</strong>; o computador não é a solução para a educação, mascertamente poderá ser usado pelo docente como um importante instrumentopedagógico. Oportunizará a seus alu<strong>nos</strong> a ampliação do seu conhecimento e da suacriatividade de modo a não perder o desejo por ler, estudar e aprender. Há de seconsiderar também, que o aluno é um sujeito em desenvolvimento, com vontadeprópria, cujas habilidades, conhecimentos e atitudes são adquiridas em função desuas experiências em contato com o meio, e através de uma participação ativa naresolução de seus problemas e dificuldades.Nesse ínterim, conforme Lévy (2001, p.171) o professor assume o papel de“animador da inteligência coletiva“, com os quais está a interagir, centrando suaatividade ao acompanhar as aprendizagens, problematizar, desafiar, incitar a


33curiosidade, a troca de saberes e proporcionar a autonomia no processo daaquisição de novos saberes.4.3 PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICOO Coordenador Pedagógico ocupa um lugar especial dentro da escola, o qualé de extrema importância para a organização e funcionamento da mesma. Suasatribuições estão diretamente ligadas ao desenvolvimento do trabalho realizado pelainstituição, desde a aprendizagem dos alu<strong>nos</strong> à documentação e a formação dosdocentes com vista a um ensino de qualidade.Dada à importância do trabalho do Coordenador para a escola, fica clara quesua formação profissional necessita ser adequada ao cargo que ocupa. Sob esteaspecto, encontramos na lei 9.394-96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, emseu artigo 64, referências a sua formação em cursos de graduação e pósgraduação.que:Ao tratar sobre a denominação deste profissional Ramos (2008, p.78) aponta[...] não existe um nome para designar a ação supervisora, e sim, umconjunto de termos que associa vários modos de identificá-la, d<strong>onde</strong> seincluem expressões como supervisão, supervisão educacional, supervisãoescolar, supervisão pedagógica, coordenação, coordenação pedagógica,coordenação de turno, coordenação de área ou disciplina.A partir dos a<strong>nos</strong> 90, o Coordenador Pedagógico passou a trabalharassessorando ao professor na identificação de necessidades pedagógicas e dandoconta da demanda escolar. Medina (2002, p. 51) <strong>nos</strong> apontaEssa forma de conceber a escola [...] permitiria ao supervisor sair do buracoda pedagogia da fala, do dever ser, de docente dos professores seuscolegas e da inculcação, para a pedagogia do trabalho, das práticas sociaisque não podem caminhar distanciadas da instituição escolar.Na atualidade ainda permanece como grande desafio do CoordenadorPedagógico mudar o perfil da ação supervisora. Diante disso, o seu papel é serparceiro dos professores no trabalho realizado na escola, é alguém que contribuipara que o docente, em seu fazer diário, em suas dificuldades cotidianas, discuta,reflita e busque compreender o processo de ensino-aprendizagem com alternativasmais eficazes.


34Durante muito <strong>tempo</strong> a ação supervisora deixou-se levar pelo trabalhofiscalizador. Estes profissionais tinham pouco ou nenhum contato com a comunidadeescolar e as ações desenvolvidas pelo corpo docente. Atualmente, um novocontexto exigiu que esse profissional mudasse sua postura atuando em açõescompartilhadas com os demais integrantes da equipe diretiva, na gestãodemocrática do trabalho em equipe e na implementação das parcerias, buscandoalternativas para uma educação de qualidade.O papel do Coordenador Pedagógico aos poucos se modifica, deixa de lado aconcepção de “superpoder”, de controlador e passa dar espaço para um conceito desupervisão com um olhar mais atento ao trabalho pedagógico que é desenvolvidodentro da escola pela equipe docente, tendo seu trabalho uma característica maisparticipativa, reflexiva e dialógica.Hoje a postura do Coordenador Pedagógico no ambiente educacional mudou,uma vez que na maioria dos estabelecimentos a coordenação tem se constituídocomo eixo motivador do trabalho docente, participando também de umaadministração coletiva e compartilhada, <strong>onde</strong> o poder decisório esta distribuído entrea equipe escolar, e um trabalho mais em conjunto.Autores como Ramos (2008, p.32) referem que o Coordenador Pedagógicoatual precisa evidenciar[...] três qualidades constantemente citadas como necessárias a definiçãodaquele que atuará como coordenador pedagógico nas escolas: emprimeiro lugar o coordenador deve ser atuante; em segundo, ele deve serconhecedor do seu campo de atuação e em terceiro lugar ele deve terexperiência docente.Nessa nova proposta seu grande desafio como integrante do coletivo daescola, é direcionar suas ações para a transformação, desencadeando processos demudanças para que se implemente um trabalho compartilhado e ao alcance deobjetivos comuns. ( ORSOLON, 2007)Construir parcerias é uma arte que envolve habilidades e talento, eespecialmente ações e atitudes de mudança. Em relação ao CoordenadorPedagógico, seu papel é atuar como agente produtor de mudanças nas práticas dosprofessores, atuar integradamente com a gestão da escola, bem como realizartrabalho coletivo com os docentes, investir na formação continuada na própriaescola, incentivar práticas curriculares inovadoras e procurar atender asnecessidades dos professores. (ORSOLON, 2007).


35Nesse sentido, a parceria vai além da troca e da satisfação de interessesmútuos. Há certamente uma dimensão de complementaridade, isto é, buscar nooutro os recursos e capacidades de que não se dispõe, mas que são necessáriaspara atingir seus propósitos.Sendo assim, este será o parceiro ideal para mediar o trabalho entre oProfessor Regente de Classe e o Coordenador do Laboratório de Informática, poisambos têm o interesse pela mudança e o desafio de fazer que o conhecimentopermeie todo o espaço escolar.4.4 PAPEL DO COORDENADOR DE LABORATÓRIO DE INFORMÁTICAO Coordenador do Laboratório de Informática Educativa também tem papelmuito importante no uso deste espaço. É ele quem sensibilizará o ProfessorRegente de sua turma a realizar um trabalho em parceria, à utilizar a informáticacomo um meio na construção da aprendizagem.O seu trabalho consiste em fazer uma ponte entre o potencial dasferramentas do software educativo, com os conceitos a serem desenvolvidos com osalu<strong>nos</strong>. Esses conceitos ou temas geralmente são sugeridos pelos professores oupelos alu<strong>nos</strong>. Ele será o mediador do processo e não apenas aquele que oferece orecurso técnico ou o aplicativo mais apropriado.Os coordenadores dos LIEs podem proporcionar momentos na escola para aformação dos professores quanto ao uso das novas <strong>tecnologia</strong>s da informática e aexploração de softwares. Propor discussões de como despertar no aluno o gostopela aprendizagem e o uso correto da <strong>tecnologia</strong>.É seu dever estar em constante formação e atualização tecnológica, em razãodas inovações e avanços nesta área. Novos softwares vão surgindo e cabe a eleanalisar sua funcionalidade e aplicabilidade na educação.De acordo com Almeida (2000, p. 37):Não se busca uma melhor transmissão de conteúdos, nem informatizaçãodo processo ensino-aprendizagem, mas sim uma transformaçãoeducacional, o que significa uma mudança de paradigma que favoreça aformação de cidadãos mais críticos, com autonomia para construir o próprioconhecimento. E que assim, possam participar da construção de umasociedade mais justa, com qualidade de vida mais igualitária.


36Para tanto, o Coordenador do LIE pode potencializar tais mudanças, <strong>nos</strong>entido de favorecer ao aluno um trabalho de autoria, permitindo-lhe a usar ocomputador como um meio para investigar e estimular a compreensão, a reflexão ea iniciativa, pois na sociedade as rápidas transformações tecnológicas, econômicase políticas, exigem um novo perfil de cidadão. Esse precisa ser crítico, criativo,reflexivo, autônomo e disponível a encontrar soluções às dificuldades que surgem.Na tentativa em dar conta da rapidez com que as <strong>tecnologia</strong>s de comunicaçãoe informação se transformam é imprescindível à busca de formação continuada porparte do Coordenador do LIE. Na cidade <strong>onde</strong> esta pesquisa foi realizada, existe umCentro de Preparação e Iniciação às Ciências da Informática (CEPIC) que ofereceaos coordenadores dos LIEs cursos de formação continuada tanto técnica quantopedagógica cujas principais atribuições e responsabilidades, conforme DiretrizesPedagógicas do CEPIC são: Estabelecer, juntamente com a Direção, Coordenação Pedagógica eProfessores Regentes de Currículo e Regentes de Área quais as propostase metas a serem desenvolvidas no decorrer do ano, para ascorresp<strong>onde</strong>ntes turmas; Planejar, executar e avaliar, em conjunto com o professor de classe,as propostas de atendimento à turma no LIE; Atualizar o LIE quanto à sugestão para compras e uso de software,atendendo a proposta pedagógica da escola; Zelar pelo bom uso do equipamento e manutenção em geral do LIE,encaminhando para manutenção, quando necessário; Promover atividades de divulgação do trabalho desenvolvido naescola e na comunidade; Promover a transversalização dos conteúdos, na integração comsetores e áreas de conhecimento, participando da elaboração, execução eavaliação do projeto interdisciplinar da escola; Realizar atividades para promover a multiplicação de conhecimentosrelativos à Informática Educativa e Projetos de Aprendizagem, a fim defavorecer a ação do corpo docente no processo pedagógico; Buscar constante atualização quanto às novas <strong>tecnologia</strong>s dacomunicação e informação, visando adequar os avanços tecnológicos eeducacionais às necessidades da comunidade escolar; Participar das reuniões pedagógicas da Escola; Buscar espaços para divulgação e implantação de propostasinovadoras; Cumprir as metas estabelecidas quanto ao Planejamento Estratégicoda Escola e/ou Projeto Pedagógico da Escola e Pla<strong>nos</strong> de Estudo. Buscar manter-se atualizado quanto à lista de discussão do Núcleode Tecnologia Educativa (NTE) e informações disponibilizadas no site doNTE (www.cepicnte.novohamburgo.rs.gov.br). Criar/atualizar o site/BLOG da escola e listas de discussão. Manter registro atualizado de planejamento e acompanhamento dotrabalho desenvolvido com as turmas, além de registros para “relatóriofinal”. Promover espaços colaborativos para participação de todacomunidade escolar.


37Cada atribuição é permeada por uma intencionalidade que desencadeia alémda parceria com o professor, a atualização constante quanto às <strong>tecnologia</strong>s dainformática e o desejo por uma educação de qualidade fazendo o possível paraalcançar aos alu<strong>nos</strong> a possibilidade de conhecer e usufruir de toda a <strong>tecnologia</strong> que<strong>nos</strong> é permitida.Cabe também ao Coordenador do LIE buscar no trabalho do CoordenadorPedagógico parcerias de trabalho, pois ele o auxiliará na aproximação com osdocentes e será o elo que atuará como mediador entre estes profissionais.


385 DELINEANDO OS RUMOS DO ESTUDOEsta é uma pesquisa de cunho qualitativo, caracteriza-se pela busca deinformações que expliquem como o professor pode promover a aprendizagemfazendo uso das <strong>tecnologia</strong>s da informática. Seguindo o paradigma da pesquisaqualitativa Possebon (2004, p.62) coloca queEm investigações qualitativas, os fatos são dependentes do contexto,portanto, interpretáveis; logo, um estudo qualitativo requer que todainformação coletada se interprete só no marco contextual da situaçãoestudada, isto é, a investigação baseia-se na contextualização. Contextonão é apenas uma questão geográfica; é, para a investigação qualitativa, acomunidade, o grupo de pessoas, sua história, sua linguagem, suascaracterísticas, etc.Neste estudo, a coleta de dados deu-se através de observação do ambientepesquisado e de respostas a questionários com professores que atuam em escolasmunicipais de Ensino Fundamental Completo, na cidade de Novo Hamburgo/RS.Dentre sete escolas de Ensino Fundamental Completo pertencentes à redepública municipal da cidade de Novo Hamburgo/RS, apenas quatro fizeram parte dapesquisa. Como as escolas estão organizadas por regiões, um dos critériosutilizados foi o sorteio de apenas uma escola de cada região.Foram observados professores coordenadores responsáveis pelos LIEs e umprofessor que foi apontado pelo primeiro, como parceiro no trabalho com seusalu<strong>nos</strong>, os quais foram intencionalmente escolhidos e previamente convidados aparticipar da pesquisa, de acordo com disponibilidades tais como: horário, interessepelo assunto, etc. Para as observações (Apêndice A) foi organizado um roteiro a serseguido, pois conforme Birk (2004, p. 74)[...] para que a observação tenha objetividade do ponto de vista científico,ou melhor, para que seja utilizada como instrumento de coleta deinformações, deve ser contínua e sistemática, com a função de registrardeterminados fenôme<strong>nos</strong> ou comportamentos. Para tanto, é necessário quese tenha objetivos determinados e seja guiada por um corpo deconhecimentos.As observações foram agendadas diretamente com cada Coordenador de LIEparticipante deste estudo. No final da primeira observação foi entregue umquestionário para que este resp<strong>onde</strong>sse e devolvesse no próximo dia de observação(Apêndice B). Utilizou-se a mesma dinâmica com o Professor Parceiro (Apêndice C).


39Também participou desta pesquisa o Coordenador Pedagógico 5 , resp<strong>onde</strong>ndo a umquestionário (Apêndice D) a respeito do trabalho desenvolvido no LIE, pois sendoele o responsável pedagógico pela escola deve ter conhecimento do que ocorreneste espaço.Na entrega dos questionários, os participantes foram informados dascondições éticas da pesquisa apontadas no Termo de Consentimento Livre eEsclarecido (TCLE), após a leitura deste, foi-lhes solicitado que assinasse-o(Apêndice E).Como procedimentos de análise do material coletado, adotou-se a técnica da“análise de conteúdo”, segundo Bardin (2002, p.38). A autora aponta como pilaresdesta técnica “a descrição ou preparação do material, a inferência ou dedução e ainterpretação”, <strong>onde</strong> os relatos dos pesquisados e toda a sua experiência frente aoassunto abordado no registro da pesquisa foi analisado e confrontado com oreferencial teórico.A partir de Laville e Dionne (1999) ao se construir um conhecimento “oprincípio da análise de conteúdo consiste em desmontar a estrutura e os elementosdesse conteúdo para esclarecer suas diferentes características e extrair suasignificação”, realizando um estudo profundo nas principais ideias.Assim, a interpretação do material empírico obtido nas escolas, por meio dosquestionários e das observações realizadas, foi confrontada com o referencialteórico, permitindo-me construir conclusões a respeito do uso das <strong>tecnologia</strong>s dainformática e suas contribuições aos processos cognitivos de professor/es e aluno/s,nas escolas investigadas.Na medida em que este estudo visa à análise de fatos e consideraçõesenvolvendo professores e alu<strong>nos</strong> em situações que podem estar presentes emqualquer outro espaço educacional, busca-se com os resultados trazer contribuiçõespara as escolas em geral, no sentido de oferecer subsídios a outros pesquisadorescujo interesse por esta área na educação seja o mesmo.5 Segundo Ramos (2008, p. 24) “as atribuições e as atividades cotidianas que envolvem a açãocoordenadora relacionam um sem-número de atividades e requerem diferentes saberes”, entre elasacompanhar a aprendizagem dos alu<strong>nos</strong> a partir do uso das <strong>tecnologia</strong>s, contexto este que justifica aparticipação do Coordenador Pedagógico nesta pesquisa.


406 PROCESSANDO OS DADOS EMPÍRICOSDurante as observações foram registrados fatos considerados importantesreferente às intervenções que o professor e o coordenador do LIE fazem parafavorecer a aprendizagem do aluno; a forma como o computador é utilizado peloprofessor, se para desenvolver um conteúdo ou jogos e quais tipos de jogos; qual aproposta de trabalho do professor a partir do uso do computador; quais as posturasdo aluno, do professor e do coordenador do LIE frente ao computador.Diante disto, inicio registrando a proposta do uso dos computadores nomunicípio pesquisado. Após segue a interpretação do material empírico obtido emcada escola, confrontados entre as colocações dos participantes da pesquisa comreferenciais teóricos estudados.6.1 A PROPOSTA DO USO DO COMPUTADOR NO MUNICÍPIO PESQUISADOComo registro histórico-imagético da trajetória dos Laboratórios de Informáticada rede municipal de Novo Hamburgo, a Coordenadora do CEPIC disponibilizoufotos dos computadores que fizeram parte do início desta história de informáticaeducativa nesta cidade, conforme Tabela 1, na seqüência a mesma explica comoocorreu.1984 1985 19881 Micro-Computador MAXXILinguagem M-LOGODoação de empresários1 professor envolvido12 alu<strong>nos</strong> atendidos12 Computadores ITAUTEC 1-7000Linguagem LOGOEquipamentos comprados comverba do MECProjeto elaborado pelo Secretáriode Educação Ernest Sarlet16 professores envolvidos320 alu<strong>nos</strong> atendidosTabela 1 - Evolução dos equipamentos40 Micro-Computadores MSXLinguagem M-LOGOCriação dos subcentros deInformática27 professores envolvidos320 alu<strong>nos</strong> atendidos extraclasse


41No avanço do uso da <strong>tecnologia</strong>, no ano de 1985, iniciou-se um projetointitulado “Do aipim ao computador”. Esse projeto de informática educativa foiconsiderado pioneiro no Brasil, organizado e elaborado pelo então Secretário deEducação Ernest Sarlet, o qual acreditava <strong>nos</strong> benefícios que essa ferramenta trariaà aprendizagem, sendo assim, deveria estar atrelada à sala de aula.Este projeto inicialmente aconteceu na então SEMEC, Secretaria Municipalde Educação e Cultura de Novo Hamburgo, para <strong>onde</strong> os alu<strong>nos</strong> precisavam sedeslocar, pois estava localizada no centro da cidade. Aos poucos esse atendimentofoi descentralizado e foram criados sub-centros, por zoneamento e com istoaumentou a quantidade de alu<strong>nos</strong> em contato com as máquinas, os quaismantiveram-se em funcionamento até as escolas terem seu próprio laboratório.Em 1997, várias escolas desta cidade elaboraram projetos para aimplementação da informática educativa em suas instituições a fim de receberementre 10 e 15 computadores do Programa Nacional de Tecnologia Educacional(ProInfo). Programa este criado pela Portaria nº 522/MEC, de 9 de abril de 1997,para promover o uso pedagógico de TICs na rede pública de ensino fundamental emédio.A partir de 1999 algumas escolas começaram a receber os laboratórioscompostos por 15 computadores, impressoras, scaners e sistema operacionalWindows. Os alu<strong>nos</strong> passaram a receber atendimentos em suas escolas, por umprofessor capacitado pelo CEPIC para realizar esta tarefa, juntamente com oprofessor regente. A proposta de metodologia desenvolvida <strong>nos</strong> LIEs era a partir doconstrutivismo 6 .De 1999 até os dias de hoje as escolas ainda estão se adaptando com a novametodologia, que passou a ser a proposta de projetos de aprendizagem com o usoda <strong>tecnologia</strong>. Com o avanço tecnológico, sentiu-se a necessidade de romper osmuros da escola para conectar-se ao mundo através da Internet, diversasinstituições criaram home pages, e-mails, blogs, o que permitiu estabelecer redes deintercâmbios escolares.Em março de 2010, todas as 55 escolas do município, atendendo a umanormativa do ProInfo renovaram seus laboratórios, recebendo 17 computadoresnovos para o atendimento dos alu<strong>nos</strong>, um servidor e uma impressora. O sistema6 A partir dos estudos de Piaget, Sérgio Franco e Emília Ferreiro.


42operacional que acompanha esses equipamentos é novo, o Linux Educacional 3.0, oque trouxe um novo desafio para a escola.6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS ESPAÇOS PESQUISADOSPara caracterizar as escolas iniciarei apresentando-as como Escola A, EscolaB, Escola C e Escola D. Todas pertencentes à rede municipal de NovoHamburgo/RS que estão localizadas em bairros retirados do centro da cidade.A Escola A é composta por 1167 alu<strong>nos</strong>, distribuídos em 36 turmas, sendo 15no turno da manhã, 16 turmas no turno da tarde e 5 turmas no turno da noite.Demonstra ter uma clientela de alu<strong>nos</strong> com o nível sócio-econômico de baixarenda, porém o bairro apresenta infra-estrutura organizada com água, luz, esgoto,asfalto nas ruas. De certo modo a municipalidade alcança a seus moradorescondições favoráveis de vida. As casas próximas à escola são de construção emalvenaria ou em madeira, e ocupam um espaço dentro dos terre<strong>nos</strong>, há espaço parapeque<strong>nos</strong> jardins.A escola é construída <strong>num</strong> prédio único, no ano de 1987, conta com doispisos e com uma quadra de esportes fechada e coberta. Também oferece aosalu<strong>nos</strong> um Laboratório de Informática Educativa, equipado com 31 computadores,com sistema operacional Línux e Internet de Banda Larga, financiada pelo GovernoFederal.A coordenadora do LIE construiu uma home page para a escola, a qual temalém do histórico desta, a filosofia, os projetos desenvolvidos na instituição e osprojetos do LIE. Há também um espaço para a interação com os usuários (alu<strong>nos</strong>,professores e comunidade em geral), que postam recados e cada professor temacesso livre para complementar a página com os projetos ou atividades quedesenvolve com seus alu<strong>nos</strong>.A Escola B tem 800 alu<strong>nos</strong>, distribuídos em 28 turmas, sendo 14 no turno damanhã e 14 no turno da tarde.Os alu<strong>nos</strong> demonstram um nível sócio-econômico muito baixo, visivelmentecarente e com condições financeiras difíceis de manterem-se. O bairro não oferece


43rede de esgoto, em algumas casas percebe-se que o mesmo corre a céu aberto, arede elétrica, em algumas casas, é através de „gato‟ 7 , não há asfalto nas ruas, sendoainda chão batido. As casas próximas à escola são muito simples, pequenas sendovárias no mesmo terreno, inexiste espaço para jardim.A escola é de construção nova, foi construída em 2004, com dois prédios dedois pisos, não tem quadra de esportes com cobertura, inexiste vegetação, árvores,sombra. Oferece aos alu<strong>nos</strong> dois Laboratórios de Informática Educativa, um com 10computadores com sistema operacional Windows e outro com 17 computadores como sistema operacional Linux. Ainda não tem acesso a Internet.O professor coordenador do LIE desta escola justificou sua ausência nomomento inicial de minha visita por estar substituindo um profissional que está emfalta na escola e explicou os constantes afastamentos de sua função principal, decoordenador de LIE para atender as turmas de alu<strong>nos</strong> cujos professores ainda nãohaviam sido lotados.A Escola C tem aproximadamente 350 alu<strong>nos</strong>, distribuídos em 7 turmas noturno da manhã e 5 turmas no turno da tarde. Foi inaugurada em 1961, mas em2007 passou por reformas e ampliações. Não possui quadra de esportes cobertanem fechada.Tem um laboratório com 17 computadores, sistema operacional Línux e oacesso a Internet é Banda Larga, pago com verbas próprias da APEMEM.A Escola D tem por volta de 710 alu<strong>nos</strong>, sendo 12 turmas no turno da manhãe 12 turmas no turno da tarde. Foi inaugurada em 1965 e no ano de 2008 passoupor reforma, ampliação dos espaços e construção da área de esportes coberta. Temum Laboratório de Informática com 17 computadores com sistema operacional Línuxe Internet Banda Larga paga por conta do Governo Federal.As Escolas C e D estão localizadas em bairros com um nível sócio-econômicode classe média baixa renda. Os bairros oferecem água, luz, esgoto e todas as ruasao redor da escola têm asfalto.Percebe-se que nas quatro realidades os alu<strong>nos</strong> dependem da redeassistencial da escola, sendo este o espaço de formação, de lazer e ponto dereferência das famílias. As Escolas A, B e D oferecem Escola Aberta <strong>nos</strong> finais desemana.7 Uma ligação direta sem passar pelo medidor de energia, a qual pode ser visualizada semdificuldades.


44Todas têm um Coordenador de LIE 40 horas, porém nas Escolas B, C e D osprofissionais são novos na função, ainda estão a se adaptar a proposta dosLaboratórios de Informática da rede municipal. Apenas o profissional da Escola A jádesenvolve um trabalho há mais <strong>tempo</strong>, pois está há 14 a<strong>nos</strong> nesta mesma função.6.3 PENSANDO, TECENDO E DIGITANDO OS DADOS COLETADOSA partir das observações realizadas, percebe-se que o papel do aluno e doprofessor realmente mudou. Agora o aluno está mais livre para realizar suasconstruções e o professor tem uma gama maior de recursos a oferecer dentro doLIE.Elaborar um trabalho esteticamente bonito é um atrativo muito forte e com elevem as criações: um tipo diferente de fonte, a aplicação de negrito em títulos, oprocurar na Internet algo que colabore com o assunto em estudo. Estes foramapenas alguns itens observados nesta fase.As intervenções que o professor regente de classe e o coordenador do LIErealizam também são muito importantes para que favoreça a aprendizagem. A formacomo o computador é utilizado, seja na pesquisa, na elaboração de textos, nautilização de um software com leitura e jogos ou apenas para assistir a um vídeo demúsica ou história é o que dá sentido para a utilização dessa ferramenta.Os resultados apresentados a seguir foram obtidos a partir das observações edas respostas dos questionários com as coordenadoras pedagógicas, professorcoordenador de LIE e do professor parceiro das escolas pesquisadas. Conforme, járeferido, os pesquisados assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido noqual, concordam com a utilização de suas respostas para fins da pesquisaacadêmica, que serão identificados conforme Tabela 2:Escola A Escola B Escola C Escola DCoordenador Pedagógico CPA CPB CPC CPDProfessor Coordenador de LIE CLA CLB CLC CLDProfessor Parceiro PPA PPB PPC PPDTabela 2 - Identificação dos pesquisados


456.3.1 Escola AO coordenador do LIE da Escola A tem 14 a<strong>nos</strong> de experiência nesta área deatuação. Fez o curso para atuar como facilitador de informática educativa e concursopúblico para este fim. Atende todas as turmas da escola, do 1° ano do ensinofundamental de nove a<strong>nos</strong> a 8ª série, sendo 15 turmas no turno da manhã e 16turmas no turno da tarde. Para o currículo por atividade tem horário fixo e para asturmas de currículo por área faz agendamento de acordo com a titular da disciplina.Tem como prática metodológica os trabalhos a partir de projetos de aprendizagens etambém atividades diversas como pesquisas, jogos educativos.Os programas ou sofwares mais utilizados são processador de textos, slides(apresentação eletrônica), planilhas (gráficos, tabelas), vídeos, músicas, entreoutros. Tem como postura frente ao professor regente e aos alu<strong>nos</strong> de auxiliar nasdificuldades com a <strong>tecnologia</strong>, oferecer e mostrar os recursos que podem serutilizados para a realização das tarefas, utilizando ao máximo as mídias que fazemparte <strong>nos</strong> dias atuais dos jovens.Nas observações realizadas, <strong>nos</strong> dias 23 e 30 de setembro do ano em curso,com a turma de 7ª série, ficou nítido o envolvimento dos alu<strong>nos</strong> na propostadesenvolvida. Criar uma fotonovela, em peque<strong>nos</strong> grupos reunidos por afinidade, noqual necessitaria de fotografias, tiradas com máquinas digitais, celulares ou o meioque oferecessem este material foi o suficiente para dar andamento <strong>num</strong> trabalhoenvolvente, criativo, de acordo com o interesse desta faixa etária, reforçando o relatodo PPAO cotidiano escolar deve ter sentido para o aluno. A evolução tecnológicadeterminou uma nova maneira de o homem se relacionar com o mundo, deadquirir conhecimentos e informações. Os computadores estimulam osalu<strong>nos</strong> na sua aprendizagem de forma participativa. 8 (30/09/2010)Lévy (1987, p.28) contribui ao colocar que:A nova definição social do conhecimento incorpora o que não tinha sido,durante muito <strong>tempo</strong>, senão uma exigência filosófica ou científica. Acompetência não limita mais ao saber-fazer, a aptidão para a formalização eexplicitação das práticas torna-se essencial. Acompanhado dum imperativocrescente de comunicação, o novo ambiente informatizado estende adivisão por módulos, a articulação lógica e a justificação racional dosprocedimentos inteligentes a uma esfera indeterminada de actividadessociais.8 As respostas dos sujeitos da pesquisa estão grafadas no estilo da fonte itálico e entre aspas.


46É possível perceber que inúmeras aprendizagens se fizeram necessáriaspara a construção de uma folha contando uma história, a partir da proposta do PPA.Valentini e Fagundes (2005, p. 35) enfatizam que “o homem vive e aprende; a suavida só é possível porque interage e aprende.”Conforme coloca a CLA “com todas as <strong>tecnologia</strong>s que existem hoje osalu<strong>nos</strong> também constroem diferentes aprendizagens”. No caso das fotonovelas osalu<strong>nos</strong> necessitaram utilizar diferentes meios tecnológicos para sua produção, como:captar imagens através do celular ou máquina fotográfica; baixar as fotografias nocomputador dentro de um espaço em que somente eles teriam acesso; organizaruma tabela <strong>num</strong>a folha do editor de texto, previamente planejada para receber cadafotografia. Para a efetivação dessa produção de conhecimento segundo o PPAOs materiais midiáticos, entre eles o computador, são recursos favoráveis aum melhor aproveitamento no processo ensino-aprendizagem, pois refleteum modelo alternativo que complementa o convencional. Criam-se relaçõesinterpessoais, trocas de experiências e criatividade. (30/09/2010)Inserir a fotografia, organizar balões de fala e pensamento com a respectivahistória elaborada, parece fácil. No entanto, para alu<strong>nos</strong> que só utilizam ocomputador na escola, uma vez na semana torna-se difícil, mas nunca impossível,pois o que um não sabe o outro auxilia, fazendo a diferença nesta aprendizagem. OPPA coloca que “desenvolver os conteúdos aliados à práticas tecnológicas,oportuniza vínculos com o cotidiano. O aluno tem o gosto pela aventura, adescoberta e cria soluções inovadoras, flexíveis e versáteis.” Papert (1994, p. 43)explicita esta situação ao afirmar queA escola não virá a usar os computadores „adequadamente‟ porque ospesquisadores lhe dizem como fazê-lo. Ela virá a usá-los bem (se o fizeralgum dia) como uma parte integral de um processo de desenvolvimentocoerente.A CPA explica que “o trabalho realizado com o uso da informática se tornamais rico, possibilita a interação com a <strong>tecnologia</strong>, a pesquisa e inúmerasdescobertas e aprendizagens” fazendo do LIE um espaço para desenvolverhabilidades que a sala de aula, por si não oportuniza. Ressalta que “a informática éreferenciada como avanço no processo de aprendizagem, pois permeia <strong>nos</strong>socotidiano e faz parte do mundo produtivo e da prática social, criando formas deorganização e transformação de processos e procedimentos.” Sobre isto Valentini eFagundes (2005, p. 35) colocam que “o aprender é aqui entendido como a


47construção e a reconstrução do conhecimento e a ampliação da consciência doaprendiz”.Depois de finalizado o trabalho fica o registro no computador e na auto-estimado aluno que agora torna-se autor de seu trabalho, com autonomia para utilizar estamáquina e saber do potencial que é capaz. O CLA destaca que “através das<strong>tecnologia</strong>s atuais todos têm direito em aprender sem distinção de pobre ou rico”,pois com certeza esta mesma proposta de trabalho poderia ser realizada utilizandooutros meios, sem o uso do computador, mas estaríamos novamente utilizandoapenas o lápis e o papel e talvez até limitando o aluno em sua criação sendo que elejá nasceu no mundo cercado de novas <strong>tecnologia</strong>s, globalizado, interativo e com umnúmero infinito de informações que se multiplicam a cada segundo. Isso aparece nacolocação do PPA “pode-se explorar questões sobre a linguagem, interatividade e apesquisa. Também sugere-se o desenvolvimento de projetos, permitindo aconstrução de novos conhecimentos, individual e coletivo” e assim construir novasaprendizagens, pois segundo Bisol (2005, p. 26) “os computadores desempenhamhoje o papel de hipercérebros que processam uma avalanche de sig<strong>nos</strong> que sãoproduzidos e espalhados cotidianamente em todos os cantos do Planeta.”O CPA reforça que os alu<strong>nos</strong> também assumem papéis importantes frente asuas aprendizagens, diz que “[...] são estimulados à aprendizagem executandopesquisas e tarefas por uso do computador. O aluno idealiza e desenvolve ostrabalhos/conhecimentos, seja reproduzindo um saber ou construindo uma novaaprendizagem.” Esclarece que o professor também tem parte importante nestaconstrução, poisPrecisa estar preparado para utilizar o equipamento na construção deconhecimento, compreender e investigar os temas ou questões que surgemno contexto e que se transformam <strong>num</strong> desafio na sua prática. O professorprecisa estar sempre aberto para os acontecimentos, para utilização doscomputadores e novas <strong>tecnologia</strong>s como mediador deste processo. (CPA,30/09/2010)Neste sentido, Valentini e Fagundes (2005, p. 35) explicam que “É tarefa doprofessor problematizar, desencadear conflitos e propor situações de cooperaçãoentre os alu<strong>nos</strong>, pois não há operação sem cooperação”.Ao ser abordada a questão sobre o uso do LIE estar registrado no PPP, oCPA explica que o uso do mesmoEstá previsto no PPP, pois vem adquirindo cada vez mais relevância nocenário da educação. A educação vem passando por mudanças estruturaise funcionais frente às novas <strong>tecnologia</strong>s e a utilização da informática como


48instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vem aumentandorapidamente. O PPP sinaliza o LIE como de extrema importância para estaescola e prevê sistemáticas e contínuas discussões e reflexões a cercadeste recurso inclusive de investimentos como também de temasrelacionados ao currículo e informática, a função e/o papel de cada um daescola no que diz respeito a este espaço. (30/09/2010).Que são norteados a partir dos objetivos:De melhorar a qualidade do processo de ensino e de aprendizagem;possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva no ambiente escolar;propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico etecnológico; educar para cidadania global <strong>num</strong>a sociedade tecnológicadesenvolvida.(CPA, 30/09/2010)Bisol (2005, p.27) acrescenta queA entrada de <strong>nos</strong>sa civilização em um novo estágio de desenvolvimentotraz, necessariamente, mudanças na formalização do ensino, ou seja, nasformas sociais de condução e controle do processo ensino-aprendizagem. Éo que vemos acontecer em relação aos AVAs e as novas modalidades deaprendizagem a distancia que o computador e a internet oferecem. Daqui aalguns a<strong>nos</strong>, crescerá o número de pessoas que terão outros referenciaispara seu processo de aprendizagem, caso os desenvolvimentostecnológicos e sociais venham a confirmar as previsões e as possibilidadesque, neste momento, se apresentam.Nessa perspectiva, percebe-se a valorização do LIE na escola, fazendo partedo cotidiano das turmas, incorporando-se no planejamento de cada professor. Já<strong>nos</strong> Pla<strong>nos</strong> de Estudos, conforme CPA, “está previsto o uso LIE no turno de aulacom professor regente ou da área”, oportunizando o acesso a todos os alu<strong>nos</strong>.O PPA ressalta a importância do LIE para os alu<strong>nos</strong> das 7ª séries, pois noano seguinte estarão saindo da escola e precisam ter o conhecimento de como usare de <strong>onde</strong> buscar as informações, além de que, o professor também constróiaprendizagens junto com seus alu<strong>nos</strong>. Ele acredita queRefutar o uso da informática em sala de aula na sociedade pós-moderna érejeitar a técnica enquanto benefício do ser humano. As novas <strong>tecnologia</strong>s,como a Internet, são aliadas na disseminação de informação. É precisoentender a mídia como espaço de educação. (PPA, 30/09/2010)Além de que, conforme <strong>nos</strong> explica o CLA “é muito importante o professorsaber utilizar as <strong>tecnologia</strong>s para poder usá-las com seus alu<strong>nos</strong>, e enriquecer asatividades propostas em sala de aula.”A dinâmica de uso deste espaço, conforme explica o CPA é de que “ocoordenador do LIE e o professor regente combinam o horário e assunto a serpesquisado/desenvolvido e conversam com os alu<strong>nos</strong> direcionando o trabalho erealizando a mediação”. Isso permite ao CLA e ao PPA oferecer as mesmasorientações/combinações intensificando a construção de aprendizagens. Segundo


49PPA, o professor assume importantes papéis na aprendizagem frente ao uso doscomputadores, pois pode “contribuir para o processo de aproveitamento da mídiacomo aliada na formação de leitores [...] promover a interação entre o aluno e arealidade, visto que vivemos hoje em um mundo altamente tecnológico”. Corroboramcom as afirmações acima Valentini e Fagundes (2005, p. 35) quando apontam que“Cabe ao professor promover interações que viabilizem modificações internas dosmecanismos cognitivos com vistas ao progresso da inteligência”, visto que estaescola valoriza o uso do LIE como possibilidade de construção de aprendizagemsignificativa.6.3.2 Escola BO coordenador do LIE da Escola B está apenas há 7 meses nesta função,porém muitas vezes precisou substituir professores em sala de aula diminuindo o<strong>tempo</strong> de atendimento neste espaço. Mesmo assim, quando existe a possibilidadeleva as turmas para desenvolverem seus trabalhos, sempre com agendamentoprévio do professor regente de turma. Os programas ou softwares mais utilizadossão o Word (editor de textos), G-Compris (jogos educativos), Paint Brush (páginapara desenhos), Power Point (apresentação de slides), Hagaquê (histórias emquadrinhos). Assim, segundo o CLB, o professor perde aquele „pseudo-status‟ desabedor de tudo para tornar-se um orientador e também aprendiz, frente ao uso doscomputadores, fazendo do LIE um lugar a mais para aprender, para trabalhar emgrupo, e por conseguinte, desenvolver e construir novas aprendizagens. Para tanto,é preciso fazer o uso adequado do LIE, misturando o prazer do lúdico com osobjetivos da aula pré-programados, através de uma gama de aplicativos correlatos,abrindo um leque de novas aprendizagens, não necessariamente lineares. Contudopara que isso ocorra, faz-se necessário, conforme afirma CLB, o apoio da direção daescola para desenvolver o seu trabalho.Nas observações realizadas <strong>nos</strong> dias 27 de setembro e 04 de outubro de2010, na turma de 3° ano, a felicidade dos alu<strong>nos</strong> ficou evidente por estar estudando<strong>num</strong> laboratório de informática. Percebi isto a partir da atenção dedicada do CLB,


50que ao iniciar a aula se preparou para recebê-los, organizou no quadro a dinâmicade como aconteceriam às próximas três ou quatro aulas, pois conforme seu relato “oaluno tem o objetivo e o <strong>tempo</strong> certo para explorar os aplicativos”, oferecendo assim,ao aluno a calma necessária para realizar todas as atividades planejadas peloCoordenador do LIE e o Professor Regente da turma.Os alu<strong>nos</strong> logo que ouviram as explicações, voltaram-se aos computadores emergulharam <strong>num</strong> mundo de fantasia, pois nesta parte inicial estariam apenas lendofábulas. Nesse momento o trabalho de auxílio à leitura do PPB fez-se muitonecessário. Para ele “atualmente muitas aprendizagens são produzidas a partir dainformática:” ou seja, a busca de “dados, imagens, resumos de forma rápida, jogoseducativos” são aprendizagens significativas possíveis de se realizar somenteatravés da informática. Esse profissional procurou atender as necessidades de cadaum dos seus alu<strong>nos</strong>. O CLB se refere aos professores dizendo que “a maioria semostra interessada e ajuda na coordenação dos trabalhos” o que justifica a posturado PPB frente ao uso dos computadores.O CLB também auxiliava os alu<strong>nos</strong> tanto na manipulação do software quantona leitura que faziam. Afirma que procura “ajudar o professor de acordo com seufoco de trabalho e seus objetivos, dando sugestões de trabalhos afins. Quanto aosalu<strong>nos</strong>, tenta auxiliá-los em suas tarefas, nunca fazendo-as por eles.” Coloca que adiferença ao usar esta <strong>tecnologia</strong> na educação pode “se bem orientado, conduzido,aumentar muito o acesso ao mundo do conhecimento e, consequentemente abrirportas no futuro destes aluno” ,fato que só vem a acrescentar a importância do usodeste espaço na constituição do aluno. Uma vez que não exista um apoio muito forteda escola e da família serão poucas as oportunidades que podem ocorrer na vidadestes alu<strong>nos</strong>, visto a situação socioeconômica que se encontram.Lévy (1987, p. 29) esclarece[...] nem todas as crianças terão acesso à informática como disciplinaautônoma, mas pode-se racionalmente, por a hipótese de que, daqui aalguns a<strong>nos</strong>, o manuseamento de linguagens procedimentais oudeclarativas fará parte da educação básica.Seguindo a dinâmica da aula, após realizarem as leituras poderiam acessar,neste mesmo software, aos jogos que eram relacionados às fábulas, fazendo suasescolhas e tentando descobrir como fazer para jogar. Em relação a isso o CLBafirma que “os alu<strong>nos</strong> poderiam desenvolver melhor suas habilidades e aprenderdiversos conteúdos de forma lúdica” e, também que “<strong>nos</strong> computadores eles se


51sentem, embora direcionados, mais livres, criativos e autônomos.” Reafirma estaideia o PPB quando coloca que “os alu<strong>nos</strong> assumem o papel de pesquisadores eselecionadores críticos das informações que os computadores proporcionam”.Quanto à construção de novas aprendizagens diz que são favorecidas desde que oprofessor possa “intervir, participar e auxiliar diretamente na execução doplanejamento das aulas ou atividades para contribuir com as aprendizagens”, pois oaluno também assume papéis importantes na sua aprendizagem “de pesquisadorese selecionadores críticos das informações que os computadores proporcionam.”Percebi em diversos momentos que os dois professores trocavam de posturanaturalmente, ora um era mediador dos conhecimentos, ora era facilitador do uso docomputador, assim como também algumas vezes os próprios alu<strong>nos</strong> ajudavam-seentre si. O CLB explica que “o professor coordenador de informática tem o feliz, masdifícil papel de mediador entre professor-aluno-máquina e precisa relacionar-se bemcom todos” reafirmando as colocações de Bisol (2005, p. 27)Uma vez inseridos nesse novo contexto social, econômico e cultural, temosque admitir que a escola e as relações entre professor e aluno tambémsofrerão modificações. É nesse sentido que talvez possamos falar de umanova configuração subjetiva para a sala de aula e para a relação que seestabelece entre professor e aluno. Nessa nova configuração, ociberespaço é um terceiro elemento. Com base nas idéias de Fernandez(2001), podemos pensar que com esse terceiro elemento temos diferenças<strong>nos</strong> posicionamentos dos sujeitos mediados pelo ambiente virtual, emcomparação com os posicionamentos não mediados, presenciais, face aface.As diferenças em realizar trabalhos com o uso da informática, segundo CPBsão que “o uso da informática na educação contribui na pesquisa, os softwaresoferecidos são educativos e contemplam várias áreas do conhecimento”, para o PPBo uso de “muito jogos educativos, dados, imagens, resumos de forma rápida, sãomuito mais atrativos se trabalhados com a <strong>tecnologia</strong> da informática”. O CLB colocaque “neste lugar o professor perde aquele „pseudo-status‟ de sabedor de tudo paratornar-se um orientador e também aprendiz”. Com relação a este assunto <strong>nos</strong> relataPapert (1994, p. 66) “O computador é um dispositivo técnico aberto que estimulapelo me<strong>nos</strong> alguns estudantes a impelir seu conhecimento até o limite para realçar oprojeto através de uma ilimitada variedade de „efeitos‟”.O CPB explica que os docentes referenciam a informática como uma dasformas de avanços no processo de aprendizagem dos seus alu<strong>nos</strong>, pois “ainformática tem contribuído como um importante espaço na aprendizagem dosalu<strong>nos</strong>. Os professores percebem aperfeiçoamento na escrita, a auto-correção, o


52raciocínio lógico, atenção entre outros.”, que segundo Valentini e Fagundes (2005,p.35) “trata-se do aprender enquanto força e energia criativa que move o aprendizem seu processo de constituir-se”. A postura do Coordenador do LIE frente aoProfessor Regente e aos alu<strong>nos</strong> também é muito importante neste processo, poisbusca “integrar-se a proposta de trabalho do professor conhecendo o conteúdo queestá sendo desenvolvido em sala de aula e pesquisando atividades que possamauxiliar o aluno” o que enriquece mais os momentos em que os alu<strong>nos</strong> estão no LIE.Quanto à proposta do LIE de fazer parte do PPP da escola, o CPB coloca que“é incentivado como ferramenta no trabalho pedagógico. Os professores inscrevemsua turma semanalmente para terem aula neste espaço”, porém não deixam clarosos objetivos que a escola tem para este espaço, relacionando apenas os critérios deuso.6.3.3 Escola CNa Escola C, o coordenador do LIE está na função há 2 a<strong>nos</strong> e 3 meses.Justifica estar nesta função, pois sempre gostou do trabalho de informática, por seresse um mundo cheio de mistérios e novas aprendizagens que o fascinam. Atendeas turmas menores, do currículo com horário fixo e as turmas maiores, das áreas poragendamento. Os programas ou softwares mais utilizados são W ord, Power Point,Paint, Excel (planilha de cálculos e gráficos) e no Linux o processador de texto.Explica que conversa com os professores antes do atendimento para planejar asatividades da turma no laboratório. No início da aula faz uma roda para lembrar osalu<strong>nos</strong> das combinações, mas sente falta de <strong>tempo</strong> para conversar após oatendimento e fazer a avaliação. Acredita que a informática traz um recurso a maispara desenvolver a construção do raciocínio e possibilita ao aluno explorar novosaplicativos, ter um novo olhar sobre a aprendizagem, <strong>onde</strong> se criam vínculos, trocas,estratégias em conjunto para resolver os problemas. Explica que com estaferramenta aprendemos sempre e podemos formar redes de conhecimentoscompartilhando <strong>nos</strong>sos saberes e dúvidas.


53Durante as observações realizadas <strong>nos</strong> dias 29 de setembro e 05 de outubrodeste ano, ficou difícil de perceber quem tinha o desejo maior de estar no LIE, se oCoordenador do Laboratório, o Professor Parceiro ou os alu<strong>nos</strong>. Todosdemonstravam claramente um prazer por estar aprendendo naquele ambiente. Asprofessoras planejam o que farão no laboratório e a proposta deste dia era assistirum pequeno vídeo, baixado através de site da Internet, discutir sobre osacontecimentos e depois pesquisar um site que apresentava jogos referentes aqueleassunto, previamente analisado pelo PPC.O diferencial de realizar as aulas no LIE, conforme o CPC “está na riqueza depossibilidades, recursos e estímulos”, sendo este o motivo pelo qual esta escolaaposta no trabalho desenvolvido no Laboratório de Informática, pois investem naaquisição de recursos tecnológicos, como webcam, projetor, modem, Internet BandaLarga, entre outros. Explica também que o CLC precisa ter “bastante abertura,interesse e motivação para buscar, aprender e criar parcerias com os colegas” sóassim conseguirá realizar um trabalho de qualidade e que o papel do PPC precisa“ser ativo, participante e desafiador” para assim levar o aluno a ter o “papel ativo,são autores de sua aprendizagem.” Por isso “a proposta do LIE consta no ProjetoPolítico Pedagógico como um importante recurso para a aprendizagem”. Ajustificativa para isto está nas construções que o aluno faz frente ao computador.Conforme afirma Cano (2001, p. 159) “quando conectamos um computador ele nãofaz nada, não possui iniciativa, é incapaz de realizar algo por sua própria conta,espera <strong>nos</strong>sas ordens para agir.”A turma observada foi um 2° ano e os alu<strong>nos</strong> demonstraram umencantamento por tudo o que estão <strong>vivendo</strong>. O projeto estudado é o Meio Ambienteque vem sendo discutido a cerca de dois meses pela turma, e o foco do estudodesta aula foi à separação do lixo. Após o filme, que durou cerca de 10 minutos oPPC relacionou com os assuntos estudados em sala de aula, com o que observaramno passeio que fizeram até a pracinha próxima à escola e a pesquisa realizada nasoutras salas de aula.No momento de pesquisar os alu<strong>nos</strong> encontraram facilmente o que o PPCsolicitou e demonstraram ter domínio de alguns recursos oferecidos pelo CLC, queexplica isto a partir da afirmação que ”alguns alu<strong>nos</strong> ficam em pânico, ansiosos e atétímidos com a máquina e não conseguem desenvolver ou ter uma maturidade frente


54esta aprendizagem. Outros compartilham trocas, dominam as ferramentas e fazemtrabalhos excelentes”.Já o PPC vê que outras aprendizagens se constroem frente ao uso dainformática, poisAlém de que[...] contribui e muito para a aprendizagem do aluno. Assim, dependendodas ferramentas utilizadas diversas competências podem ser adquiridaspelos discentes, sendo algumas delas: desenvolvimento da coordenaçãomotora fina (uso do mouse), identificação das letras (teclado), raciocíniológico (jogos digitais), capacidade de pesquisa (internet), compreensãovisual (vídeos, imagens, etc.).(05/10/2010)[..] desde o momento que meus discentes começaram a frequentarsemanalmente a informática melhoraram e desenvolveram mais as suasaprendizagens, pois há na informática ferramentas que auxiliam osconteúdos aprendidos em sala de aula, intensificando a prática escolar eampliando os conteúdos aprendidos.(PPC, 05/10/2010)Coloca que o professor assume o papel de[...] mediador do conhecimento e das informações referentes ao uso doscomputadores frente à aprendizagem dos alu<strong>nos</strong>. Assim, cabe ao educadordirecionar os discentes para que aproveitem os benefícios do computador e,também, alertar para as possíveis complicações que possam surgir aomanuseá-lo.(PPC, 05/10/2010)E o aluno também passa a assumir papel importante frente a suaaprendizagem, pois[...] aos educandos cabe compreender as informações e os cuidadosnecessários ao utilizar os computadores, sendo que essas competências jádeverão ter sido ensinadas pelo docente. Com isso, os alu<strong>nos</strong> precisamrespeitar o limite que lhes foi imposto, desfrutando e explorando asferramentas em estudo que foram proporcionadas pelo professor. (PPC,05/10/2010)queTambém, sendo esta uma forma de construir novas aprendizagens, coloca[...] é necessário que o trabalho desenvolvido em sala de aula estejarelacionado com o trabalho feito na informática. Deste modo, estabelecidoum elo entre esses dois lugares, ficará mais fácil e mais prazeroso para queas crianças aprendam. (PPC, 05/10/2010)Frente a estas afirmações a tarefa do professor, conforme Sloczinski eChiaramonte (2005, p. 123)[...] precisa ser caracterizada por mostrar caminhos, orientar, estimular abusca própria do aprender, e outras competências que desenvolvam <strong>nos</strong>alu<strong>nos</strong> aptidões que caracterizem indivíduos seguros, criativos eempreendedores, capazes de gerenciar a formação científica e a intelectual.


55O CLC entende que para desenvolver e construir novas aprendizagens apartir do uso do LIE “o professor e o coordenador do laboratório precisamestabelecer junto suas ações e avaliar o objetivo do trabalho constantemente [...]Buscar, questionar o fazer pedagógico como uma atividade significativa paracontribuir com a aprendizagem”. Lévy (1987, p. 29) completa esta idéia quandoexpressa que “antes mesmo de influir no aluno, a utilização dos computadoresobriga os professores a repensarem o ensino da sua disciplina”, fazendo destaferramenta e deste espaço um local permeado de subjetividades que contribuirãopara a aprendizagem dos alu<strong>nos</strong>.6.3.4 Escola DNa Escola D o coordenador do LIE tem 2 a<strong>nos</strong> na função e exerce esta pelaexperiência docente que tem em trabalhar com todas as séries e por dominar asferramentas. Seu atendimento é por horário fixo, desde a FE 4 a<strong>nos</strong> 9 a 8ª série. Osprogramas mais utilizados com as turmas são o Kolour Paint (programa de pintura),Broffice Writer (editor de texto), G Compris e Editor de imagens. Vê os professorescomo mediadores que fazem parceria com as Coordenadoras do LIE. Procura criarum clima propício à comunicação, cooperação e a participação de todos junto aoProfessor Regente e aos alu<strong>nos</strong> para que o computador não seja um modismopassageiro e a escola de fato inove e utilize de maneira correta e educativa, comomeio educacional para a construção de aprendizagens significativas.Nesta escola o desafio é desenvolver valores, respeito, atitudes, mas paratanto se faz necessário, segundo o CLD “respeitar a maturidade (idade) que cadaaluno apresenta, coordenar pesquisas verificando o objetivo educacional. Parceriacom todos professores para realizar projetos”. Assim, para mudar o comportamentode uma turma de alu<strong>nos</strong> as professoras das disciplinas de Matemática e EnsinoReligioso, das 6ª, 7ª e 8ª série se uniram, organizaram e lançaram o desafio aosalu<strong>nos</strong>, projetos de aprendizagens desenvolvidos no LIE, <strong>onde</strong> a partir da pesquisaos alu<strong>nos</strong> constroem sua aprendizagem, elaboram seus registros e usam o <strong>tempo</strong>9 Faixa Etária 4 a<strong>nos</strong> de idade: turma de alu<strong>nos</strong> da Educação Infantil.


56da escola para realmente estudar, aprender e reforça o que diz o PPD “Penso quetrabalhar projetos ainda é o mais indicado, porque proporciona a busca.”Nesta perspectiva, a partir das observações realizadas <strong>nos</strong> dias 24 e 29 desetembro de 2010, percebo o comprometimento das professoras com a práticapedagógica, que apostaram na união para dar conta da aprendizagem dos alu<strong>nos</strong>,buscando na parceria a forma de envolvê-los.Buscar o desenvolvimento nas <strong>tecnologia</strong>s também pode ser um diferencialatrativo como atividade é o que aborda Sancho (2001, p 25)Algo que diferencia substancialmente a espécie humana do resto dos seresvivos é a sua capacidade para gerar esquemas de ação sistemáticos,aperfeiçoa-los, ensiná-los e transferi-los para grupos distantes no espaço eno <strong>tempo</strong>, para avaliar os seus prós e contras e tomar decisões sobre aconveniência, utilidade (para um ou para muitos) de avançar em direção aalguns ou outros caminhos.Os professores têm, aqui, uma postura de aprendente também, pois estudamjuntos, e a partir do que coloca Lévy (1987, p. 29) “a transmissão de informações e aanotação dos exercícios já não são a principal função do professor”, agora, auxiliamnas pesquisas e juntos, alu<strong>nos</strong> e professoras elaboram um roteiro contendo tópicosque precisam constar na pesquisa, aprofundando os assuntos estudados. Para CLDo professor precisa “possibilitar, testar idéias ou hipóteses que levam a criação deum mundo abstrato ao concreto, sempre com o olhar crítico e pedagógico destes” eassim fazer a aprendizagem do aluno avançar, o que confirma a afirmação de PPD“existe uma relação de cumplicidade entre a máquina, o aluno, colegas, professor etambém o contato com novos conceitos a partir das pesquisas” aspectos esses queo professor só perceberá ao acompanhar atentamente seus alu<strong>nos</strong>.Para o CPD os docentes referenciam a informática como uma das formas deavanços no processo de aprendizagem dos seus alu<strong>nos</strong> porque,[...] a informática é um importante recurso de pesquisa e aprendizagem. Osalu<strong>nos</strong> referem sempre com muito entusiasmo os conhecimentos obtidos eaprimorados no LIE. Ficam evidenciados progressos significativos na lectoescrita e no raciocínio lógico-matemático. As possibilidades de pesquisa eregistro de saberes também são destacadas.(29/09/2010)Também explica que a postura do coordenador de LIE frente ao professorregente e aos alu<strong>nos</strong> é de quem “assume uma postura de facilitador dos processos,acompanhando o planejamento e execução das propostas. É também ummultiplicador tanto da proposta como dos recursos oferecidos pelo LIE.” E que ospapéis que assume o professor na aprendizagem, frente ao uso dos computadores é


57a de quem “direciona o trabalho através do planejamento das temáticas ehabilidades a serem desenvolvidas com os recursos do LIE. É parte da sua atuaçãoacompanhar os progressos dos alu<strong>nos</strong>.”Precisamos lembrar que a escola ainda é o espaço do conhecimento, nãomais o único, mas a partir de seus objetivos estará dando suporte para que o alu<strong>nos</strong>aiba fazer suas escolhas, pois conforme Castaño (2001, p. 285)[...] temos a esperança de que os meios <strong>nos</strong> ajudem a alcançar certosobjetivos de ensino, entre os quais cita: 1) melhorar a qualidade do ensinooferecido aos estudantes; 2) reduzir os custos dessa qualidade; 3) facilitar oacesso ao ensino de um maior número de indivíduos; 4) promover odesenvolvimento de novos elementos curriculares.Todos, os pesquisados nesta escola, concordam que faz diferença usar esta<strong>tecnologia</strong> na educação, sendo que para o CPD seria a “A agilidade no acesso tantocom relação às informações como com relação aos recursos. Essa dinâmica aliadaao prazer dos alu<strong>nos</strong> com a ferramenta é a diferença”, já para o CLD “criarcondições de aprendizagem, <strong>onde</strong> o professor deixa de ser repassador deconhecimentos e passa a ser o criador de ambientes e o facilitador daaprendizagem.” E para o PPD “a informática aproxima rapidamente o aluno da fontede pesquisa e do mundo globalizado.”Os alu<strong>nos</strong>, nessa perspectiva, assumem o compromisso com suaaprendizagem, pois, conforme o CPD “pensamos que o aluno, além de ampliar seusconhecimentos amplia sua autonomia. Os processos de autoria também sãofacilitados.” Para o CLD os alu<strong>nos</strong> são capazes de “criar vínculos pedagógicos comas disciplinas a fim de auxiliar no processo da construção.” Já o PPD observa que “amáquina já está banalizada para muitos alu<strong>nos</strong> maiores, pois quem não temcomputador em casa tem acesso a lan house”. Talvez aí resida o compromisso doprofessor e coordenador do LIE, em ampliar os conhecimentos, problematizar eensinar o aluno a buscar as informações, a selecionar sites de busca e pesquisa queo ajudem a qualificar a sua aprendizagem.Ao refletir sobre estas afirmações enfatizo que a escola está formandocidadãos que pertencem a grupos sociais, com as mesmas oportunidades deobtenção do conhecimento e que segundo Pastor (2001, p. 252)Os recursos tecnológicos [...] podem ter um certo sentido normalizador, masnão porque o ideal seja o da pessoa „normal‟, e sim que graças a isso cadaindivíduo pode, poderia ou poderá levar uma vida própria, autônoma,independente como membro de uma sociedade.


58Nessa assertiva, a escola precisa estar ciente de sua responsabilidade,educar para a autonomia e a cidadania, sendo à base da formação dos alu<strong>nos</strong>,legitimado em seu Projeto Político Pedagógico.Ao resp<strong>onde</strong>r se o uso do LIE faz parte do Projeto Político Pedagógico daescola o CPD salienta que existe apenas “na discussão dos saberes promovendo abusca da prática educativa” o que não condiz com a colocação do CLD, ao explicarque no LIE para desenvolver e construir novas aprendizagens é preciso “queofereçam suporte para o desenvolvimento de diversas atividades para os alu<strong>nos</strong>, emque este seja o aprendiz e o professor o mediador. O aluno deve ter autonomianeste processo”. Enquanto esta prática não estiver assegurada e registrada noProjeto Político Pedagógico, como garantia de aprendizagem, nem todos osdocentes se sentirão comprometidos em conhecer como se produzemaprendizagens frente ao uso das <strong>tecnologia</strong>s, é necessário que esta fala, ainda emdiscurso, efetive-se na prática.


59UM CLIQUE PARA SAIRA temática pesquisada é parte de algumas de minhas inquietações frente aouso das <strong>tecnologia</strong>s <strong>nos</strong> ambientes escolares e a curiosidade de como outrosprofessores, também da rede, veem este espaço nas suas escolas.Neste estudo, busco resp<strong>onde</strong>r os objetivos identificar o que muda <strong>nos</strong> papéisde professor/es e aluno/s, frente ao uso das <strong>tecnologia</strong>s da informática; conhecerquais são os novos papéis que professor/es e aluno/s assume/em na aprendizagemcom o uso de <strong>tecnologia</strong>s e analisar como os processos cognitivos são favorecidosquando as aprendizagens ocorrem por meio do uso de <strong>tecnologia</strong>s da informáticaatravés das respostas dos pesquisados e das observações realizadas no cotidianoescolar e ainda verificar de que forma ocorrem as práticas destes profissionais.Conforme a parábola de Papert (1994), registrada nesta pesquisa, ainda hámuito que estudar a respeito da informática na educação, mas com certeza osviajantes do futuro não encontrariam uma escola como no século passado, comalu<strong>nos</strong> passivos e com professores utilizando apenas o caderno e o quadro negro.Até porque negar estes e outros materiais de uso do professor seria negar parte de<strong>nos</strong>sa evolução. É preciso promover, agora, o uso de artefatos que estimulem oaluno a querer estar no ambiente escolar e assim, favorecer o desenvolvimento daautonomia, tornando-o mais crítico e independente.As contribuições que os computadores trazem para a educação são muitas. Acriança interage com a <strong>tecnologia</strong>, elabora hipóteses, permite-se ao erro, pesquisacom várias fontes, faz antecipações, simulações, confronta idéias prévias, criasoluções, constrói novas formas de estratégias para velhas ideias. Algumas destascontribuições foram observadas durante a pesquisa, nas Escolas A, B, C e D, <strong>onde</strong>os alu<strong>nos</strong> se permitiam errar na elaboração dos seus trabalhos, reformularamestratégias mentais para obterem resultados mais concisos. Mantiveram o interesseem realizar e finalizar as atividades, dada à cumplicidade estabelecida com o seucolega no compartilhamento de informações. O que lhes permite o exercício daautonomia na construção e gestão do conhecimento.O estudo possibilitou conhecer a realidade de quatro escolas da rede públicade Novo Hamburgo, todas de ensino fundamental completo, cada uma com suasespecificidades dentro de uma rede de ensino que procura oferecer as mesmascondições de trabalho e oportunidades. Porém, pude perceber que a falta de


60professores pode prejudicar o todo da escola e não somente da turma acéfala. Foi ocaso da Escola B em que o professor Coordenador do Laboratório de Informáticapor inúmeras vezes, neste ano letivo, teve que deixar o laboratório para atenderalu<strong>nos</strong> em sala de aula, abandonando seu trabalho frente às demais turmas. Essamesma instituição, também não dispõe dos recursos da Internet, o que limita otrabalho de pesquisa e faz com que alu<strong>nos</strong> das 8ª séries saiam da escola sem sabercomo realizar uma pesquisa na Web, sem simplesmente copiar/colar.Tais aspectos constituem-se como desafios à administração pública, poislegalmente deveriam prover recursos huma<strong>nos</strong> e financeiros em prol de uma melhorqualidade de ensino aos alu<strong>nos</strong> dessas escolas.A pesquisa também me possibilitou compreender a história doscomputadores, que inicialmente tinham um fim bélico. Materiais aperfeiçoados edesenvolvidos com objetivos de serem usados na guerra e que graças aosestudiosos e pesquisadores tornaram-se equipamentos de uso nas indústrias, nocomércio, no cotidiano das famílias e nas escolas.Foi possível constatar e conhecer os novos papéis que professores e alu<strong>nos</strong>assumem na aprendizagem com o uso de <strong>tecnologia</strong>s. Acredito que o computadorjamais substituirá o professor, uma vez que este profissional é indispensável para odesenvolvimento cognitivo e orientação dos alu<strong>nos</strong>. O professor, além da construçãodo conhecimento, também é necessário para a construção de valores, atitudes,ética, entre outros junto aos seus educandos.O computador é apenas um recurso que pode, sim, auxiliar no processo deensino-aprendizagem, mas sobretudo, dependerá da postura do professor em fazerdele um instrumento de ajuda <strong>nos</strong> processos cognitivos, ao permitir que o alunointeraja com a <strong>tecnologia</strong> e as fontes de informações. O papel desse profissionalnesse contexto é de orientar o aluno para o correto uso da informática a fim deenriquecer o seu conhecimento, como já mencionado anteriormente, de ser omediador entre a máquina, o aluno e o conhecimento.Quanto aos alu<strong>nos</strong>, no momento que estão frente aos computadores podemtestar, analisar, repetir ações, confrontar os assuntos, construir seu conhecimento apartir da elaboração/construção de algo do seu interesse, realizando atividades queos envolvam e os comprometam com sua aprendizagem. Nesse viés, a parte afetivaestá presente, o que possibilita o desenvolvimento da auto-estima, daresponsabilidade e autonomia.


61Na busca em identificar o que muda <strong>nos</strong> papéis de professores e alu<strong>nos</strong>,frente ao uso das <strong>tecnologia</strong>s da informática pude perceber que o computadorquando usado adequadamente, transforma-se <strong>num</strong>a poderosa ferramentaqualificadora da aprendizagem. Isto ocorre, desde que utilizados os programasadequados aos objetivos que se quer alcançar com o uso desta máquina. Assim,envolver os alu<strong>nos</strong> em suas aprendizagens e no trabalho já é por si só um ótimoobjetivo para que o professor valorize este recurso. Incentivar e promover propostasna qual este possa trabalhar em equipe permite que os alu<strong>nos</strong> aprendam acompartilhar as ideias e ao mesmo <strong>tempo</strong> a máquina desenvolvendo também atolerância e o respeito às opiniões do grupo.A realização deste estudo levou-me a compreender que as escolas têm umvalioso espaço de aprendizagem, porém este deve estar legitimado no documentoformal das escolas, os PPPs e, na prática de todos os professores. Conformequestões levantadas com as Coordenadoras Pedagógicas das escolas pesquisadas,não são todas que têm registros sobre a importância ou proposta de uso desteespaço. Tal ausência, talvez, ocorra por este ser um local que ainda está seincorporando enquanto formador das subjetividades dos alu<strong>nos</strong>. No entanto, todascoordenações garantem que oferecem o acesso a todos os alu<strong>nos</strong> da escola.Acredito que com a provocação da pesquisa, os Coordenadores Pedagógicosrepensarão o espaço do LIE dentro da proposta pedagógica das escolas.Preciso, também, registrar aqui sobre a importância da escola ter oentendimento do profissional responsável pelo laboratório de informática, como omediador entre a máquina, o professor e o aluno, como facilitador dos processos.Visto que, muitas vezes e em diferentes espaços, ele ainda é apontado,compreendido, como o desmistificador do computador para o professor; desafiadordo aluno; e o responsável em resolver peque<strong>nos</strong> problemas técnicos quanto àmáquina.A partir da elucidação da questão norteadora desta pesquisa e, porconseguinte, de outras questões que emergiram ao longo deste estudo, reúnoconhecimentos que me permitem indicar que as parcerias tanto do Coordenador doLIE quanto do Coordenador Pedagógico, aliadas à <strong>tecnologia</strong> da informática sãoimprescindíveis para desenvolver e construir novas aprendizagens. E, no momentoque o Professor Regente de Classe acreditar que esse recurso tecnológico fará a


62diferença em suas práticas pedagógicas o legitimará como suporte deaprendizagens.Não posso me eximir, enquanto coordenadora de LIE, visto que exerço essafunção desde 2002. Então, reitero que este é um espaço desafiador, instigante efundamental para promover a aprendizagem dos alu<strong>nos</strong>, inserindo-os no contextosocial da con<strong>tempo</strong>raneidade. Creio, estar, assim, impelindo-os ao caminho doconhecimento para o mundo globalizado.A crença transformou-se em convicção, na medida em que os dadoscoletados possibilitaram perceber o quanto de aprendizagem ocorre durante umaaula diante do computador, aspecto esse já vivenciado na prática com os alu<strong>nos</strong> daescola <strong>onde</strong> leciono. Há que se considerar, também que a pesquisa e odistanciamento da função que ocupo foram fundamentais para que eu constituísseesse pensar.Outro aspecto relevante é a importância da formação continuada realizadapelo CEPIC. Constatei na prática de meus colegas coordenadores de laboratório oquanto a socialização de informações nessa área e cumprimento das orientaçõespedagógicas e técnicas que <strong>nos</strong> são transmitidas são fundamentais para utilizaçãodo LIE. Fato esse, constatado mesmo entre os pesquisados com pouco <strong>tempo</strong> deatuação enquanto coordenadores.Evidenciou-se, também, entre os coordenadores de LIE, assim, como ocorrecomigo, que o laboratório de informática é visto como um local especial, meiomágico, fantasioso, virtual e que nós, enquanto educadores, precisamos <strong>nos</strong> valerdisto para construir aprendizagens, firmar parcerias com <strong>nos</strong>sos colegasprofessores, buscar o apoio e o incentivo das equipes diretivas e levar este mundovirtual ao mundo real dos <strong>nos</strong>sos alu<strong>nos</strong>.Minhas reflexões a cerca das contribuições do uso da informática para osalu<strong>nos</strong> das escolas de ensino fundamental não encerram por aqui, momento em quefinalizo minhas escritas. Este assunto ainda será muito discutido <strong>nos</strong> espaçosescolares; no processo ensino-aprendizagem; <strong>nos</strong> objetivos e na necessidade emter profissionais capacitados para dar conta disso.Pesquisar o aluno, o que pensa a cerca de sua aprendizagem, se ocomputador o favorece, de qual forma e quais os objetivos tem ao desenvolver seuconhecimento são outras considerações do momento. Estas e outras questões, que


63emergem sobre este assunto, já são ou podem vir a ser mote para futuraspesquisas.Como metáfora, ao mote de Lévy, postado junto a Introdução, percebo-mecomo um sujeito que tem muito apreender, e mesmo estando a finalizar esta etapade estudo acadêmico, pela primeira vez vejo que há ainda um universo a serpesquisado, explorado, pensado...


64REFERÊNCIASALMEIDA, Maria Elizabeth de. Informática e Formação de Professores.Vol 2. Brasília, Parma, 2000.BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Trad. Luís Antero Reto e AugustoPinheiro. Lisboa: Edições 70, 2002.BASSANI Patrícia Scherer e HEIDRICH, Regina de Oliveira. Reflexões sobre aaprendizagem em ambientes de educação a distância. In: MENEZES, Mireila deSouza e VALDUGA, Denise Arina Francisco. Formação de Professores: aarticulação entre os diferentes saberes. Novo Hamburgo: <strong>Feevale</strong>, 2007.BECKER, Fernando. Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre:Artmed Editora, 2001.BEVORT, Evelyne e BELLONI, Maria Luiza. Mídia-educação: conceitos, história eperspectivas. Educ. Soc.[online]. 2009, vol.30., n.109,pp.1081-1102. ISSN 0101-7330BIRK, Márcia. Do Princípio da Pesquisa Qualitativa à Coleta de Dados: umatrajetória percorrida por todos os pesquisadores. In: CAUDURO, Maria Teresa.(Org). Investigação em educação física e esportes: um olhar pela pesquisaqualitativa. Novo Hamburgo: <strong>Feevale</strong>, 2004.BISOL, Claudia Alquati. Ciberespaço: terceiro elemento na relação ensinanteaprendente.In: VALENTINI, Carla Beatris e SOARES, Eliana Maria do Sacramento(Org.) Aprendizagem em ambientes virtuais: compartilhando idéias e construindocenários. Caxias do Sul, RS: Educs, 2005. p.25-34.BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei 9.394 de 20.12.1996.CANO, Cristina Alonso. Os recursos da informática e os contextos de ensino eaprendizagem. In: SANCHO, Juana Maria (Org). Para uma <strong>tecnologia</strong>educacional. Trad. Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: ArtMed, 2001. p 156-182.CASTAÑO, Carlos. A pesquisa <strong>nos</strong> meios e materiais de ensino. In: SANCHO,Juana Maria (Org). Para uma <strong>tecnologia</strong> educacional. Trad. Beatriz AffonsoNeves. Porto Alegre: ArtMed, 2001. p 285-312.Diretrizes Pedagógicas do CEPIC/NTE – Novo Hamburgo, 2010.


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APÊNDICE A68


69OBSERVAÇÕESAs inferências que o prof° e o coordenador do LIE fazem com o aluno, favorecendoa aprendizagem;A forma como o computador é utilizado pelo prof° (desenvolver um conteúdo, jogos,)Qual a proposta de trabalho do prof° a partir do uso do computador;Qual a postura do aluno frente ao computador,Qual a postura do prof° frente ao computador;Qual a postura do coordenador do LIE frente ao computador;DIA/HORÁRIO LOCAL TURMAOBSERVADAOBSERVAÇÕES


APÊNDICE B70


71QUESTIONÁRIO PARA COORDENADOR DO LIE<strong>Estamos</strong> <strong>vivendo</strong> <strong>num</strong> <strong>tempo</strong> <strong>onde</strong> a <strong>tecnologia</strong> <strong>nos</strong> acompanha em qualquer simplesatividade que desejamos realizar. Procurar um programa preferido na televisão, ouvir uma música,conversar com uma pessoa distante são algumas das muitas formas de operarmos com a <strong>tecnologia</strong>e fazemos isto muito naturalmente, sem parecer que precisamos de algum conhecimento prévio. Ascrianças muitas vezes parecem que já nascem sabendo, não demonstram medo quando sedefrontam com o que tem de mais moderno, desde que o adulto que a acompanha lhe possibilite estaoportunidade.Pensando nestas colocações busco informações que expliquem como o professor podepromover a aprendizagem fazendo uso das novas <strong>tecnologia</strong>s da informática e para isto preciso dealgumas respostas que venham a colaborar com meus estudos.Tempo de experiência: _________________________________________________Motivos que levaram para realizar esta função:______________________________Tipo de atendimento: agendamento ou horário fixo:___________________________Qual o tipo de metodologia utilizada no LIE:_________________________________Programas ou softwares mais utilizados:___________________________________O professor regente de turma acompanha seus alu<strong>nos</strong> no LIE?_________________Todas as turmas são contempladas pelo trabalho no LIE, de que forma? _________Há docentes que não buscam desenvolver suas aulas no LIE, pq?______________Qual a postura do professor regente, frente ao uso dos computadores, noLIE?________________________________________________________________Qual a postura do coordenador de LIE frente ao professor regente e aosalu<strong>nos</strong>?_____________________________________________________________Que papéis assumem professor na aprendizagem, frente ao uso doscomputadores?__________________________________________________________________________________________________________________________Que papéis assumem os alu<strong>nos</strong> na aprendizagem, frente ao uso doscomputadores?__________________________________________________________________________________________________________________________Como se produz a aprendizagem utilizando a informática? Que relações se criam?______________________________________________________________________________________________________________________________________Qual a diferença ao usar esta <strong>tecnologia</strong> na educação?______________________________________________________________________________________________________________________________________Como fazer, no LIE para desenvolver e construir novasaprendizagens?__________________________________________________________________________________________________________________________Gostaria de fazer mais alguma colocação que não foi mencionada nas questões?___________________________________________________________________Como gostaria de ser referida(o) no meu trabalho?___________________________Grata pela atenção dispensada.Solange Heldt99828140


APÊNDICE C72


73QUESTIONÁRIO PARA PROFESSOR PARCEIRO<strong>Estamos</strong> <strong>vivendo</strong> <strong>num</strong> <strong>tempo</strong> <strong>onde</strong> a <strong>tecnologia</strong> <strong>nos</strong> acompanha em qualquer simplesatividade que desejamos realizar. Procurar um programa preferido na televisão, ouvir umamúsica, conversar com uma pessoa distante são algumas das muitas formas de operarmoscom a <strong>tecnologia</strong> e fazemos isto muito naturalmente, sem parecer que precisamos de algumconhecimento prévio. As crianças muitas vezes parecem que já nascem sabendo, nãodemonstram medo quando se defrontam com o que tem de mais moderno, desde que oadulto que a acompanha lhe possibilite esta oportunidade.Pensando nestas colocações busco informações que expliquem como o professorpode promover a aprendizagem fazendo uso das novas <strong>tecnologia</strong>s da informática e paraisto preciso de algumas respostas que venham a colaborar com meus estudos.Que papéis assume o professor na aprendizagem, frente ao uso dos computadores?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Que papéis assumem os alu<strong>nos</strong> na aprendizagem, frente ao uso dos computadores?______________________________________________________________________________________________________________________________________Como se produz a aprendizagem utilizando a informática? Que relações se criam?______________________________________________________________________________________________________________________________________Qual a diferença ao usar esta <strong>tecnologia</strong> na educação?______________________________________________________________________________________________________________________________________Como fazer, no LIE para desenvolver e construir novas aprendizagens?______________________________________________________________________________________________________________________________________Gostaria de fazer mais alguma colocação que não foi mencionada nas questões?______________________________________________________________________________________________________________________________________Como gostaria de ser referida(o) no meu trabalho?___________________________________________________________________Grata pela atenção dispensada.Solange Heldt99828140


APÊNDICE D74


75QUESTIONÁRIO PARA COORDENADOR PEDAGÓGICO<strong>Estamos</strong> <strong>vivendo</strong> <strong>num</strong> <strong>tempo</strong> <strong>onde</strong> a <strong>tecnologia</strong> <strong>nos</strong> acompanha em qualquer simplesatividade que desejamos realizar. Procurar um programa preferido na televisão, ouvir uma música,conversar com uma pessoa distante são algumas das muitas formas de operarmos com a <strong>tecnologia</strong>e fazemos isto muito naturalmente, sem parecer que precisamos de algum conhecimento prévio. Ascrianças muitas vezes parecem que já nascem sabendo, não demonstram medo quando sedefrontam com o que tem de mais moderno, desde que o adulto que a acompanha lhe possibilite estaoportunidade.Pensando nestas colocações busco informações que expliquem como o professor podepromover a aprendizagem fazendo uso das novas <strong>tecnologia</strong>s da informática e para isto preciso dealgumas respostas que venham a colaborar com meus estudos.Os docentes referenciam a informática como uma das formas de avanços noprocesso de aprendizagem dos seus alu<strong>nos</strong>? Quando? Quais avanços?______________________________________________________________________________________________________________________________________Qual a diferença do trabalho realizado com o uso da informática?___________________________________________________________________Qual a postura do coordenador de LIE frente ao professor regente e aos alu<strong>nos</strong>?___________________________________________________________________Que papéis assume o professor na aprendizagem, frente ao uso dos computadores?___________________________________________________________________Que papéis assumem os alu<strong>nos</strong> na aprendizagem, frente ao uso dos computadores?___________________________________________________________________O uso do LIE faz parte do PPP da escola, de que forma?______________________________________________________________________________________________________________________________________Consta <strong>nos</strong> Pla<strong>nos</strong> de Estudos, de que forma?______________________________________________________________________________________________________________________________________Gostaria de fazer mais alguma colocação que não foi mencionada nas questões?___________________________________________________________________Como gostaria de ser referida(o) no meu trabalho?Grata pela atenção dispensada.Solange Heldt99828140


APÊNDICE E76


77Termo de Consentimento Livre EsclarecidoPesquisadoras: Profª. Me. Dalila Inês Maldaner Backese-mail: dalilai@feevale.brAcadêmica: Solange Maria HeldtEmail: soheldt@uol.com.brTERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDOEu _______________________________________abaixo assinado, declaro que fuiplenamente esclarecido de que, ao resp<strong>onde</strong>r às questões que compõe essa pesquisa,estarei participando de um estudo de cunho acadêmico que tem como título: AAPRENDIZAGEM NO CONTEXTO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMÁTICA , etem como objetivo geral analisar como ocorre a aprendizagem fazendo-se uso das novas<strong>tecnologia</strong>s da informática. Também fui esclarecido de que, caso venha a aceitar aparticipação nessa pesquisa, está garantido que poderei desistir a qualquer momento,inclusive sem nenhum motivo, bastando, para isto, informar a decisão de desistência demaneira mais conveniente. Foi esclarecido ainda que a participação na pesquisa nãoincorrerá em riscos ou prejuízos de qualquer natureza. Foi-me assegurado que os dadosreferentes ao estudo serão sigilosos e privados, sendo que poderei solicitar informaçõesdurante todas as fases da pesquisa, inclusive após sua publicação. A coleta de dados paraa pesquisa será desenvolvida através de questionário. A análise será efetuadaseparadamente, garantindo-se privacidade e a confidência das informações. E, também,através de observações que se darão no ambiente escolar pesquisado. O presentedocumento será assinado em duas vias, sendo que uma ficará em posse do entrevistado eoutra do entrevistador.Novo Hamburgo, ___________de__________________de 2010.De acordo,______________________________Participante do estudo______________________________Profa. Me. Dalila Inês Maldaner Backes_____________________________Acadêmica: Solange Maria Heldt

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