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CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE<br />

BIANCA RODRIGUES DUTRA<br />

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE UMA<br />

COLEÇÃO DE BOLSAS BRASILEIRAS<br />

PARA O MERCADO JAPONÊS<br />

Novo Hamburgo, novembro de 2006.


2<br />

BIANCA RODRIGUES DUTRA<br />

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE UMA<br />

COLEÇÃO DE BOLSAS BRASILEIRAS<br />

PARA O MERCADO JAPONÊS<br />

Centro Universitário Feevale<br />

Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas<br />

Curso de Design – Ênfase em Calçados e Acessórios<br />

Trabalho de Conclusão de Curso<br />

Professor Orientador: Ana Maria Migliavasca<br />

Novo Hamburgo, novembro de 2006.


3<br />

Bianca Rodrigues Dutra<br />

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE UMA COLEÇÃO DE BOLSAS<br />

BRASILEIRAS PARA O MERCADO JAPONÊS<br />

Este trabalho de conclusão de curso foi submetido ao Curso de Design – Ênfase em<br />

calçados e acessórios, como requisito parcial para obtenção do título de Designer.<br />

Ana Maria Migliavasca<br />

Professor Orientador


4<br />

DEDICATÓRIA<br />

Foram muitas preocupações, angústias, coração apertado, cabeça “a mil” para fazer<br />

este trabalho, mas as estimulações e palavras de força me incentivaram a continuar<br />

até o fim e concluir este projeto, que para mim ficou brilhante.<br />

Dedico este trabalho exclusivamente a quatro pessoas, minha mãe Suzana, meu<br />

padrasto Milton, meus irmãos Leonardo e Renan, minha especial família, porque<br />

estiveram do meu lado todo tempo que precisei. Agradeço muito ao Milton e minha<br />

mãe por tornarem esse sonho possível.


5<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Agradeço a professora Ana Maria Migliavasca por toda paciência, compreensão,<br />

dedicação e carinho que tiveste comigo para realizar este trabalho. Agradeço as<br />

empresas AHB, Haco Etiquetas, Helvetia, Wiva Bordados.


6<br />

“Eu gosto de tentar fazer algo que outros dizem ser impossível.<br />

Acredito que quase tudo é possível e assim encontro<br />

um meio de concretizar minhas idéias. Afinal de contas,<br />

não é assim que nasce a inovação?”.<br />

Horiki Eriko - diretora de arte -Kioto - Japão


7<br />

RESUMO<br />

A partir da busca de informações sobre o Japão e a descoberta de inúmeras<br />

curiosidades sobre este país surgiu a idéia de reunir estas informações e utilizá-las<br />

na idealização de produtos, que é o objeto deste projeto. Por ser o Japão a segunda<br />

maior potência mundial e ser um país sempre atento à moda, faz com que questões<br />

significativas possam ser trabalhadas com este tema, que sugere diversas<br />

alternativas para o projeto de produtos. Com a ocidentalização e desenvolvimento<br />

do Japão, no Pós-Guerra, a grande maioria das mulheres casadas continua<br />

desempenhando seus papéis de dona-de-casa, porém esta realidade vem mudando<br />

na última década. As mulheres ainda têm limitações, mas já ocupam 90% dos<br />

empregos de meio período. Com a saída da mulher para trabalhar “fora” houve o<br />

crescimento de consumo e, com isso, gerou um dos países mais consumistas de<br />

moda no mundo, tanto de grifes, como marcas não conhecidas, mas atuais.<br />

O projeto desenvolvido está baseado em uma pesquisa sobre os costumes,<br />

cultura, arte, do povo japonês e de como se comporta este mercado que envolve<br />

público-alvo, moda e preferências, e com estes dados criar uma coleção de bolsas<br />

femininas brasileiras mesclando com estilo casual e despojado, como são as<br />

consumidoras deste produto feminino à pesquisa elaborada com a moda atual e<br />

moderna (materiais e cores inovadores) com o tradicional. Esta coleção será<br />

destinada a comercialização no mercado japonês, já que as japonesas inovam seu<br />

vestuário, porém mantém um “pé’ no passado.<br />

Após uma análise dos dados levantados, esta coleção criada com formas,<br />

cores, estampas e materiais, seguidos de uma marca originada em uma expressão<br />

japonesa, traduzindo características relevantes da mescla de informações coletadas<br />

da cultura japonesa, como mangás, ideogramas, hashi e remetendo-os à moda<br />

atual. A coleção traz bolsas com características significativas na pesquisa realizada<br />

sobre o Japão, cada uma delas teu seu toque particular de um universo<br />

completamente amplo que é a cultura japonesa.<br />

Palavras - chave: Moda, Japão, Bolsas.


8<br />

ABSTRACT<br />

Searching for more information about Japan and the finding of innumerable<br />

curiosities about this country it arose the idea to reunite this information and utilize<br />

them about products it is object of this project. Being Japan Second biggest<br />

worldwide power and to be always a country attentive about fashion, it has that<br />

significant questions can be elaborated with this topic, that it suggests many<br />

alternatives to the project of objects. With the influence of occident and development<br />

of Japan, in the postwar, the great majority of the married women continue acting<br />

one’s part well of housewives, but this reality has been changed in the last decade.<br />

The women still have limitations, but they have already corresponded 90% of parttime<br />

job. With the exit of woman to work “out” there was the augmentation of<br />

consumption and, with this, it generated one of countries more consumerist of<br />

fashion in the world, such fashionable expensive, as unknown brands, but at this<br />

moment.<br />

The project developed is based in a research about the customs, culture, art,<br />

of the Japanese people and how this market behaves and involves target-public,<br />

fashion and preferences and with this details to create a Brazilian collection of<br />

feminine purses mixing with casual and fashionable, how the consumers are of this<br />

feminine product elaborated research with the actual fashion e modern (materials<br />

and innovator colors) with the traditional. This collection destined to<br />

commercialization in the Japanese market, since Japanese women innovate their<br />

clothing, although keeping the past influence.<br />

After analysis of data putted this collection created with forms, colors, printed<br />

images, materials, abide of a mark originated in a Japanese expression reproducing<br />

relevant characteristics of mixture of information searched of Japanese culture, like<br />

mangas, ideograms, hashi and remit them to actual fashion. The collection has<br />

purses with significant characteristics in the research made about Japan, each one<br />

has it’s particular way of universe completly ample which is japonese culture.<br />

Key-Words: Fashion, Japan, Purses.


9<br />

SUMÁRIO<br />

INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 13<br />

1 HISTÓRIA.............................................................................................................. 15<br />

1.1 Kioto – Capital do Japão Antigo ............................................................. 15<br />

1.2 Pré-história e proto-história.................................................................... 16<br />

1.3 Período de Nara (710-794) .................................................................... 17<br />

1.4 Período Heian (794-1185/1192)............................................................. 18<br />

1.5 Período de Kamakura (1185/1192-1333)............................................... 18<br />

1.6 Período Ashikaga ou de Muromachi (1333-1582).................................. 19<br />

1.7 A era dos ditadores (1582-1616)............................................................ 19<br />

1.8 Período Edo ou dos Tokugawa (1616-1868).......................................... 20<br />

1.9 A era Meiji (1868-1912) e as seguintes (1912-1926) ............................. 21<br />

1.10 II Guerra Mundial ................................................................................. 22<br />

1.11 O pós-guerra ........................................................................................ 23<br />

2 LITERATURA ....................................................................................................... 27<br />

3 BELAS-ARTES ...................................................................................................... 30<br />

4 COSTUMES .......................................................................................................... 33<br />

4.1 Futon...................................................................................................... 33<br />

4.2 Quimono e Calçados.............................................................................. 34<br />

4.3 Hachimaki .............................................................................................. 36<br />

4.4 Ofurô ...................................................................................................... 37<br />

4.5 Furoshikis e Leques ............................................................................... 38<br />

4.6 Amuletos ................................................................................................ 39<br />

4.6.1 Omamori e Ofuda................................................................................ 39<br />

4.6.2 Sete Deuses da Felicidade (shichifukujin meguri)............................... 40<br />

4.6.3 Daruma ............................................................................................... 40<br />

4.6.4 Maneki-neko........................................................................................ 41<br />

4.6.5 Tanuki ................................................................................................. 42<br />

4.6.6 Sinos (FUURIN) e Incenso.................................................................. 42<br />

5 CULINÁRIA............................................................................................................ 44<br />

5.1 Hashi................................................................................................................... 45<br />

6 ARQUITETURA JAPONESA E REFERÊNCIAS URBANAS ................................. 46<br />

7 ELEMENTOS DECORATIVOS.............................................................................. 47<br />

7.1 Biombos ................................................................................................. 47<br />

7.2 Luminárias (chouchin)............................................................................ 47


7.3 Corda trançada kumi-himo e Papel kara-kami ....................................... 48<br />

7.4 Artesanato de bambu e peças de cerâmica kiyomizu ............................ 49<br />

7.5 Kataná.................................................................................................... 50<br />

8 A ARTE DO PAPEL............................................................................................... 52<br />

8.1 Washi ..................................................................................................... 52<br />

8.2 Washie ................................................................................................... 53<br />

8.3 Oshie...................................................................................................... 53<br />

8.4 Kirie........................................................................................................ 54<br />

8.5 Kirigami .................................................................................................. 55<br />

8.6 Origami................................................................................................... 55<br />

8.7 Embalagem (Wrapping) ......................................................................... 56<br />

8.8 Pipas ...................................................................................................... 57<br />

9 MÚSICA, KARAOKÊ E DESENHO ANIMADO...................................................... 58<br />

9.1 Músicas tradicionais............................................................................... 58<br />

9.2 Rock e Karaokê...................................................................................... 60<br />

9.3 Mangás e animês................................................................................... 60<br />

10 ESPORTES E JOGOS ........................................................................................ 62<br />

10.1 Sumô.................................................................................................... 62<br />

10.2 Budô (Artes Marciais)........................................................................... 63<br />

10.2.1 Judô .................................................................................................. 63<br />

10.2.2 Kenjutsu ............................................................................................ 64<br />

10.2.3 Kendô................................................................................................ 64<br />

10.2.4 Karatê................................................................................................ 64<br />

10.2.5 Aikidô ................................................................................................ 64<br />

10.3 Beisebol ............................................................................................... 65<br />

10.4 Futebol ................................................................................................. 65<br />

10.5 Jogo Go................................................................................................ 66<br />

10.6 Jogo Shougi ......................................................................................... 66<br />

11 A ARTE DO DÔ ................................................................................................... 67<br />

11.1 Cerimônia do chá ................................................................................. 67<br />

11.2 Ikebana ................................................................................................ 68<br />

11.3 Shodou (Arte da Caligrafia).................................................................. 69<br />

11.4 Sumie................................................................................................... 69<br />

12 TEATRO JAPONÊS............................................................................................. 71<br />

12.1 Bunraku................................................................................................ 71<br />

12.2 Teatro Nô ............................................................................................. 72<br />

12.3 Kyogen................................................................................................. 73<br />

12.4 Kabuqui................................................................................................ 73<br />

13 DANÇAS JAPONESAS ....................................................................................... 75<br />

13.1 Dança Clássica .................................................................................... 76<br />

13.2 Dança Folclórica .................................................................................. 77<br />

14 SAÚDE E PLANTAS............................................................................................ 78<br />

15 VIDA E ETIQUETA BÁSICA NO JAPÃO............................................................. 81<br />

15.1 Cumprimento e antes de entrar............................................................ 81<br />

15.2 Intervalos para o chá............................................................................ 81<br />

15.3 À mesa................................................................................................. 82<br />

15.4 Uso de Hashi........................................................................................ 82<br />

15.5 Forma apropriada de tomar bebidas alcoólicas ................................... 82<br />

15.6 Jantando fora ....................................................................................... 83<br />

16 EVENTOS ANUAIS E FESTIVIDADES ............................................................... 84<br />

10


16.1 Eventos Anuais ...............................................................................................84<br />

16.2 Festividades......................................................................................... 86<br />

17 LOCAIS TURÍSTICOS DO JAPÃO...................................................................... 88<br />

18 GUEIXAS E BONECAS JAPONESAS................................................................. 90<br />

19 IDIOMA E RELIGIÃO........................................................................................... 93<br />

19.1 Idioma .................................................................................................. 93<br />

Kanji ............................................................................................................. 93<br />

Hiragana ...................................................................................................... 94<br />

Katakana...................................................................................................... 94<br />

19.2 Religião ................................................................................................ 95<br />

Budismo ....................................................................................................... 95<br />

Budismo Japonês......................................................................................... 95<br />

Xintoísmo ..................................................................................................... 96<br />

20 JAPÃO: UM PAÍS DE TECNOLOGIA.................................................................. 97<br />

21 MERCADO .......................................................................................................... 98<br />

21.1 Dados Gerais do Japão........................................................................ 98<br />

21.1.1 Área, população e capital.................................................................. 98<br />

21.1.2 Expectativa média de vida ao nascer (2003) .................................... 99<br />

21.1.3 Geografia .......................................................................................... 99<br />

21.2 Bandeira e Hino Nacional................................................................... 100<br />

21.3 Economia e Moeda ............................................................................ 101<br />

21.4 Política ............................................................................................... 101<br />

21.4.1 Estrutura Governamental ................................................................ 102<br />

21.4.2 Família Imperial............................................................................... 102<br />

21.4.3 Relações Internacionais.................................................................. 102<br />

21.4.4 Governos Locais e Centrais ............................................................ 103<br />

21.5 Indústria ............................................................................................. 103<br />

21.5.1 Estrutura Industrial .......................................................................... 103<br />

21.5.2 Indústrias de Manufatura................................................................. 103<br />

21.5.3 Agricultura de Pesca ....................................................................... 104<br />

21.5.4 Comércio......................................................................................... 104<br />

21.6 Produtos de moda brasileiros exportados para o Japão .................... 104<br />

21.7 O mercado da moda Japonesa.......................................................... 107<br />

21.8 Estilistas japoneses que usam o Japão como inspiração .................. 127<br />

Issey Miyake .............................................................................................. 127<br />

Yohji Yamamoto......................................................................................... 128<br />

Comme des Garçons – por Rei Kawakubo ................................................ 129<br />

Moda de Issey Miyake, Yohji Yamamoto e Rei Kawakubo ........................ 129<br />

21.9 Estilistas brasileiros que usam o Japão como inspiração .................. 130<br />

Erica Ikezili................................................................................................. 130<br />

Renato Loureiro ......................................................................................... 131<br />

Mário Queiroz............................................................................................. 131<br />

V.ROM ....................................................................................................... 131<br />

Mareu Nitschke .......................................................................................... 132<br />

Solange Félix ............................................................................................. 132<br />

Walter Rodrigues ....................................................................................... 132<br />

Jum Nakao................................................................................................. 133<br />

Lino Villaventura......................................................................................... 134<br />

Akiko Suyama ............................................................................................ 134<br />

22 CULTURA JAPONESA X TEMA ....................................................................... 135<br />

11


23 PÚBLICO – ALVO.............................................................................................. 137<br />

24 MARCA.............................................................................................................. 146<br />

Origem da expressão.............................................................................................. 147<br />

25 METODOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES.......................149<br />

26 PESQUISA DE TENDÊNCIAS DE MODA..........................................................152<br />

27 BRIEFING DA COLEÇÃO...................................................................................164<br />

28 DESENVOLVIMENTO DA COLEÇÃO................................................................165<br />

28.1 Plano de Coleção................................................................................165<br />

28.2 Cartela de Cores.................................................................................167<br />

28.3 Materiais e Aviamentos......................................................................171<br />

28.4 Coleção...............................................................................................176<br />

28.5 Fichas Técnicas e Modelagem...........................................................186<br />

29 CONCLUSÃO.....................................................................................................203<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 205<br />

12


13<br />

INTRODUÇÃO<br />

Existem diversos países ricos com atrativos culturais para serem<br />

pesquisados. Dentre eles está o Japão, um país insular da Ásia, uma potência<br />

econômica mundial que concentra sua população e suas atividades sobre um<br />

território de pequenas proporções, que vem tendo um crescimento significativo na<br />

economia.<br />

A história do Japão é extremamente rica, por suas tradições, costumes e<br />

cultura que hoje mescla a vida cotidiana cultural com a tecnologia dos dias atuais. A<br />

possibilidade de trabalhar com moda para o Japão é totalmente única, pois os<br />

japoneses mantêm um equilíbrio entre o passado e o futuro. A moda japonesa hoje é<br />

totalmente despojada, alegre e diferente, fazendo assim com que a criatividade<br />

brasileira agrade as consumidoras japonesas. O Brasil tem infra-estrutura adequada<br />

para o desenvolvimento de novos produtos, basta aliar a qualidade que já é<br />

conseguida nos grandes <strong>centro</strong>s produtores de calçados e o design.


14<br />

Na década de 70 quando os estilistas japoneses apareceram em cena na<br />

moda internacional, despertaram em muitos, a curiosidade e suas criações apesar<br />

de serem originais, seguiam a tradição européia.<br />

Hoje a maioria dos melhores estilistas japoneses voltou às suas origens,<br />

criando revoluções na moda, desprezando a diferença entre artesanato e arte, usam<br />

tecidos e malhas para fazerem roupas que são verdadeiras obras de arte.<br />

O presente projeto apresenta uma pesquisa feita sobre a cultura, costumes,<br />

arte do povo japonês, aliando a tudo isso o mercado, a moda, o público-alvo e a<br />

marca. A coleção de bolsas brasileiras para o mercado japonês tem um estilo casual<br />

e despojada, como são as consumidoras deste produto, que aliam qualidade e<br />

beleza.


15<br />

1 HISTÓRIA<br />

A história do Japão é intensa e passa por diversos períodos contrastantes de<br />

muitas guerras, lutas por ideais, conquistas e ao mesmo tempo uma incessante<br />

busca pela paz, espiritualidade e veneração aos ancestrais, o que faz do Japão uma<br />

potência mundial tecnologicamente desenvolvida, mas ao mesmo tempo sempre<br />

ligada a um passado que buscou dominar a qualquer preço e por isto obrigou seus<br />

habitantes a viverem períodos bastante difíceis e com muitas perdas. Como o<br />

passado está sempre presente, é importante conhecer os períodos que compõe a<br />

sua história.<br />

1.1 Kioto – Capital do Japão Antigo<br />

Mais de 12 séculos atrás, em 794, a capital do Japão foi transferida para<br />

Heian Kyo, onde hoje é Kioto (figura 1). Heian Kyo significa “capital da paz e<br />

tranqüilidade”. Por mais de um milênio, esta continuou a ser a cidade de residência<br />

do imperador e <strong>centro</strong> do país, até que em 1868 a capital foi transferida novamente,<br />

desta vez para Tóquio. Kioto desempenhou um papel crucial na cultura, na religião e


16<br />

na política japonesas de um período histórico a outro, desde a Era Heian, que durou<br />

quase 400 anos, e através das eras Kamakura, Muromachi, Azuchi-Momoyama e<br />

Edo. Pode-se dizer que, ao longo deste tempo, a história do Japão segue os passos<br />

da história de Kioto. Tem 14 templos e santuários considerados Patrimônios<br />

Históricos da Humanidade pela Unesco, e mais de 1.700 Patrimônios Nacionais e<br />

Propriedades Culturais tombados pelo governo japonês. Uma viagem a Kioto é uma<br />

experiência inesquecível, verdadeira descoberta do Japão antigo.<br />

Hoje com população de cerca de 1,5 milhão de habitantes, Kioto dispõe das<br />

conveniências de qualquer cidade moderna do Japão e continua a mudar com a<br />

passagem do tempo. Mas a antiga herança cultural desta cidade que durante mil<br />

anos foi a capital japonesa continua viva, sempre à espera do turista.<br />

Figura 1: Kioto<br />

Fonte: http://www.hoffmann.caltech.edu/PlacesVisited/html0001/images/Kyoto%202001.jpg<br />

1.2 Pré-história e proto-história<br />

O povoamento do Japão, anterior ao VIII milênio a.C., foi feito provavelmente<br />

por populações norte-asiáticas do Paleolítico Superior ou pelo menos no Mesolítico.


17<br />

Em meados do III milênio a.C. grupos de cavaleiros de origem altaica vindos<br />

da Coréia conquistaram o Japão meridional. Introduziram a construção de grandes<br />

túmulos para os soberanos e deram novas crenças, mitos e um esquema de<br />

organização social aos camponeses Yayoi. Mais tarde os novos imperadores, para<br />

legitimar seu poder, fizeram redigir uma “história do Japão” fazendo sua linhagem<br />

descender da deusa do Sol, Amaterasu. Duas obras, o Kojiki e o Nihon Shoki foram,<br />

pouco depois, as únicas fontes autorizadas para o estabelecimento de uma história<br />

do Japão depois da chegada do budismo.<br />

O período de Asuka (meados do século VII - início do século VIII), após a<br />

morte do príncipe Shotoku, adepto ao budismo, vários códigos de lei foram criados,<br />

definindo um sistema de governo baseado no modelo chinês dos Tang.<br />

1.3 Período de Nara (710-794)<br />

Seis seitas budistas impuseram suas concepções à corte, que se estabeleceu<br />

definitivamente em Nara. As fugas de camponeses, esmagados pelos impostos,<br />

enfraqueceram o poder imperial em benefício dos chefes de clãs e das comunidades<br />

religiosas. Os monges aumentaram seu poder em relação à corte. O imperador<br />

Kammu, a fim de se libertar dessa dominação fundou uma nova capital em Nagaoka<br />

(784) e, dez anos depois, em Heian Kyo (Kioto), que fez edificar com base no plano<br />

em tabuleiro da capital Tang. Inaugurada em 794, Heian Kyo foi a capital do Japão<br />

até 1868.


18<br />

1.4 Período Heian (794-1185/1192)<br />

Este período caracteriza-se pelo aparecimento de novas doutrinas budistas.<br />

Grandes mosteiros foram fundados, e foi criada uma escrita silábica que permitiu a<br />

transcrição de complementos japoneses. A partir de 858, a família dos Fujiwara<br />

assumiu o poder, que o conservou até meados do século XII. Teve início uma era de<br />

paz e desenvolvimento cultural que ficou conhecido como a era “clássica” do Japão.<br />

Em 940 ocorreu uma revolta (clã dos Taira) e os Fujiwara enviaram tropas do clã<br />

Minamoto para reprimi-la.<br />

1.5 Período de Kamakura (1185/1192-1333)<br />

O chefe do clã Minamoto, Yoritomo, e seu irmão Yoshitsune eliminaram o clã<br />

dos Taira; logo, voltaram-se contra os Fujiwara e conquistaram os territórios ao norte<br />

de Honshu. Yoritomo instaurou uma sociedade quase feudal. Distribuiu terras aos<br />

camponeses, porém deu-lhes um status inferior aos dos guerreiros (samurais). Em<br />

1192, tornou-se xogum (ditador militar) e o imperador perdeu a autoridade. Yoritomo<br />

estabeleceu um bakufu (governo militar) em Kamakura, colocando fim ao regime dos<br />

“imperadores isolados”. Após sua morte, um senhor do clã Hojo assumiu a regência<br />

do bakuru. O Japão repeliu tentativas de invasões dos mongóis, porém enfraqueceu<br />

seus guerreiros e o bakuru debilitou-se. O imperador Daigo II restaurou o poder com<br />

a ajuda de Takaiji Ashikaga tomando e incendiando a cidade de Kamakura.


19<br />

1.6 Período Ashikaga ou de Muromachi (1333-1582)<br />

O chefe mais poderoso do Japão, Takauji Ashikaga, voltou-se contra o<br />

imperador e estabeleceu seu bakuru em Kioto. Em 1338 nomeou-se xogum. O<br />

imperador legítimo, Gokameyama, refugiou-se nas montanhas de Yomato com seus<br />

partidários, inaugurando o período de cisma dinástico chamado “das duas cortes”.<br />

Entre 1467 a 1477 surgiu uma guerra chamada “da era Onin” que colocou em<br />

disputa a sucessão do xogum Yoshimasa. Os conflitos entre diferentes senhores<br />

(daimios) duraram um século.<br />

Em 1568, um senhor do norte, Oda Nobunaga, conseguiu vencer seus<br />

adversários fez-se nomear xogum, venceu os Ashikaga e atacado por um dos seus<br />

generais, suicidou-se. Hideyoshi Toyotomi sucedeu a seu senhor.<br />

1.7 A era dos ditadores (1582-1616)<br />

Hideyoshi fez com que o filho de Nabunaga Oda fosse eleito xogum. Deu<br />

continuidade à guerra contra os senhores. Determinou que se fizesse um<br />

recenseamento geral das terras, tributou os camponeses e interditou o porte de<br />

armas aos não-samurais. Imprimiu também sua própria moeda e favoreceu o<br />

desenvolvimento das minas de ouro e prata. Hedeyoshi lançou-se à conquista da<br />

Coréia. Suas tropas entraram em Seul e ele decidiu atacar a China, mas coreanos<br />

começaram a vencer. Com a morte de Hideyoshi, o Japão abandonou a Coréia.<br />

Tokugawa Ieyasu venceu as tropas dos outros daimios na batalha de Sekigahara e<br />

estabeleceu um bakuru em Edo (atual Tóquio). Monopolizou o comércio da seda,


20<br />

dividiu os vassalos em três classes e fez aplicar permanentemente o código de<br />

regulamentação feudal instaurado por Hideyoshi.Ieyasu morreu em 1616. Sua obra<br />

foi imensa e durável: unificou o país e deu-lhe um governo estável, restabeleceu<br />

relações amigáveis com a China, aperfeiçoou a frota de comércio e estabeleceu<br />

ótimas relações com os países do Sudeste Asiático e mesmo com a Europa.<br />

1.8 Período Edo ou dos Tokugawa (1616-1868)<br />

Depois de consolidar sua posição no bakufu, Hidetada Tokugawa, foi<br />

sucedido por seu filho Iemitsu que reforçou as proibições relativas aos estrangeiros,<br />

promulgadas por seu pai, Todos os portos japoneses foram fechados aos navios<br />

europeus, exceto Hirado e Nagasaki. Na ocasião, houve uma grande rebelião e o<br />

bakufu reagiu violentamente, massacrando os cristãos e proibindo que os navios<br />

portugueses e espanhóis abordassem o Japão. O país foi fechado aos estrangeiros,<br />

exceto aos chineses e aos holandeses, que foram autorizados a freqüentar uma<br />

parte do porto de Nagasaki.<br />

A partir do fim do século XVII, a classe dos mercadores começou a assumir<br />

uma grande importância. Para atender às suas grandiosas despesas, os daimios se<br />

individaram com os mercadores. No século XVIII ocorreram também muitas revoltas<br />

camponesas por causa da miséria. A primeira metade do século XIX se caracterizou<br />

pelo confronto com os países ocidentais, que queriam a abertura do Japão ao<br />

comércio internacional. Em seguida os russos, os holandeses, os ingleses e os<br />

norte-americanos se manifestaram. O bakufu foi forçado a assinar um acordo e, em<br />

seguida, fez acordos semelhantes com a Grã-Bretanha, Rússia e Holanda, que


21<br />

provocaram uma revolta em uma parte da população. Em 1864, os partidários do<br />

imperador se revoltaram e venceram as tropas do bakufu, e Yoshinobu demitiu-se.<br />

Um governo provisório foi estabelecido, mesmo contra a vontade de alguns<br />

partidários. Mutsuhito assumiu o trono e transferiu o governo para Edo, rebatizada<br />

Tóquio. Começou então um novo período, a “era Meiji”.<br />

1.9 A era Meiji (1868-1912) e as seguintes (1912-1926)<br />

Desejando adotar as técnicas da Revolução Industrial que fariam do Japão<br />

uma grande potência econômica, o imperador introduziu novas instituições:<br />

supressão das instituições feudais, <strong>criação</strong> de universidades, instauração do sistema<br />

militar obrigatório, formação de um “gabinete parlamentar”, promulgação de uma<br />

constituição, ocidentalização das práticas judiciais, dos costumes e hábitos. Os<br />

partidários do antigo regime, que eram numerosos, se revoltaram.<br />

Após uma disputa sobre a Coréia, as forças japonesas desembarcaram na<br />

China e invadiram Formosa. O Tratado de Shimonoseki (1895) consagrou a vitória<br />

do Japão e a independência da Coréia, mas as potências ocidentais obrigaram o<br />

Japão a devolver à China a península de Liaodong. O Japão concluiu uma aliança<br />

militar com a Inglaterra em 1902, para conter as investidas russas contra a Coréia.<br />

Em 1904, o Japão atacou a marinha russa e a frota russa do Báltico, enviada em<br />

reforço. A Rússia foi obrigada a conceder aos japoneses o direito de se instalarem<br />

na Manchúria e na Coréia e a ceder-lhes metade da ilha Sacalina.


22<br />

Com a morte de Mutsuhito, seu filho e sucessor, Yoshihito, inaugurou a era<br />

Taisho. O Japão entrou na I Guerra Mundial ao lado dos aliados (1914). Interveio<br />

com eles na Sibéria e combateu os bolcheviques até 1922. Na conferência de paz<br />

de Paris, obteve a posse de todas as ilhas do Pacífico ao norte do Equador, antes<br />

pertencentes à Alemanha.<br />

Em 1923, um terremoto destruiu Tóquio e Iocoama. Em 1926, Hirohito<br />

sucedeu a seu pai e inaugurou a era Showa.<br />

1.10 II Guerra Mundial<br />

Em 1940, o governo militarista japonês alia-se à Alemanha e à Itália e ocupa<br />

a Indochina francesa no ano seguinte. Com esta expansão o Japão gera um conflito<br />

com os Estados Unidos. O Japão ataca e destrói uma esquadra norte americana,<br />

ocupa o Sudeste da Ásia e a maior parte do Pacífico Ocidental, mas acabam sendo<br />

derrotado. Porém, a rendição só acontece após a explosão das bombas atômicas<br />

jogadas pelos Estados Unidos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki. Assim, os<br />

Estados Unidos impõem uma Constituição e um sistema de governo baseada nas<br />

democracias ocidentais. Em 1954, o Japão assina um tratado de defesa com os<br />

Estados Unidos, que inclui a instalação de bases norte-americanas. A guerra deixou<br />

mais de 1.800.000 vítimas no Japão; 40% das cidades foram arrasadas e a<br />

economia, completamente destruída.


23<br />

1.11 O pós-guerra<br />

Sob o poder de MacArthur, uma nova constituição foi promulgada. Aplicada<br />

desde 1947, inaugurou uma monarquia constitucional sob o controle de um<br />

parlamento de tipo britânico. Houve um período inicial de instabilidade, sucedido por<br />

uma retomada do crescimento econômico, favorecido pela guerra da Coréia. O<br />

Tratado de São Francisco. Assinado com os Aliados devolveu ao Japão sua<br />

soberania e permitiu-lhes reconstruir uma força policial, mas continuou proibindo a<br />

reconstrução da força militar japonesa. Esse tratado foi sendo renovado, mesmo<br />

com a oposição interna do Japão. Durante os anos 50 e 60, o socialismo e o<br />

antiamericanismo se desenvolveram no Japão, e, em 1969, os Estados Unidos<br />

decidiram abandonar perto de 50 bases militares, prometendo devolver Okinawa três<br />

anos depois. O Japão se tornou uma das principais potências econômicas e políticas<br />

do mundo. Sua integração ao mundo capitalista e ocidental foi realçada graças à<br />

participação crescente da Europa no comércio do Japão e pela adesão à<br />

Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 1964. Nos<br />

anos 70, os liberais-democratas que assumiram o poder tiveram que enfrentar um<br />

problema em relação à expansão econômica, uma crise monetária, a competição<br />

com um dólar desvalorizado e uma taxa de 10% sobre as importações. O primeiroministro<br />

Kakuei Tanaka recebeu poderes do Parlamento para combater a crise e<br />

decretou “estado de urgência”. Paralelamente, a diplomacia se orientou para os<br />

países produtores de petróleo. O governo teve sucesso na luta contra a inflação, e o<br />

tratado de paz e amizade assinado com a China permitiu ao Japão estender sua<br />

influência ao extremo oriente. No entanto, em 1979, a forte alta dos preços levou o


24<br />

governo a propor um plano setental de ajuste que previa enormes investimentos<br />

para o desenvolvimento econômico e social do país, a redução do desemprego e um<br />

crescimento muito superior ao dos outros países industrializados.<br />

O primeiro-ministro Yasuhiro Nakasone continuou a política de recuperação<br />

econômica. O rigoroso plano econômico que adotou foi a principal causa de sua<br />

impopularidade. Foram quatro anos de sucessões, mas, de maneira geral, as<br />

grandes linhas de orientações fixadas por Nakasone foram mantidas por seus<br />

sucessores. O imperador Hirohito morreu em 1989 e foi sucedido por seu filho,<br />

Akihito, que inaugurou a era Heisei.<br />

No final dos anos 80, o Japão havia se tornado uma das três principais<br />

economias capitalistas mundiais, sendo responsável por 10% do produto mundial<br />

bruto. Acumulou saldos no comércio exterior, tornou-se também o maior país credor<br />

do mundo. Em relação à política externa, o Japão foi marcado pela ajuda financeira<br />

concedida à Europa do Leste e à antiga União Soviética e, também, pelo<br />

empréstimo de bilhões de dólares para apoiar os Estados Unidos na Guerra do<br />

Golfo. As eleições de 1993 transformaram politicamente o Japão e puseram fim ao<br />

poder exercido pelo Partido Liberal Democrata por, 38 anos. A divulgação de novos<br />

casos de corrupção em que estava envolvida a maioria dos grandes líderes do<br />

governo, em 1988, fragilizou a força política do PLD, que, pela primeira vez, se viu<br />

em minoria. Em agosto, Marihiro Hosokawa integrante de um partido político,<br />

assumiu o cargo de primeiro-ministro e formou um governo frágil, compreendendo,<br />

além dos três partidos neoconservadores, agremiações de <strong>centro</strong> e o Partido<br />

Socialista. Não conseguindo impor seus projetos, Hosokawa deixou o governo em


25<br />

1994. O socialista Tomiichi Murayama tornou-se o primeiro-ministro e formou um<br />

governo a partir da aliança entre o PLD, o Partido Socialista e o Partido Pioneiro<br />

(Sakigake). No entanto, o governo político causou fortes prejuízos ao país, no<br />

momento em que se desejava uma maior participação internacional, além de<br />

dificultar a busca de soluções dos conflitos econômicos que opuseram o Japão aos<br />

Estados Unidos e à Europa. Em 1995, apesar da derrota do Partido Socialista nas<br />

eleições para o Senado, Murayama continuou no poder devido à junção com o PLD<br />

e o Partido Pioneiro. O fracasso do Partido Socialista foi atribuído à insatisfatória<br />

atuação do governo frente a crises como o terremoto de Kobe, que causou 5000<br />

mortes, e o ataque da seita religiosa Aum Shinri Kyo no metrô de Tóquio, com gás<br />

sarin, intoxicando mais de 5500 pessoas. Em 1996, o poder passou novamente para<br />

o PLD. Em setembro de 1996, Hashimoto dissolveu o Parlamento e antecipou as<br />

eleições previstas para 1997. O PLD venceu, mas não conseguiu maioria<br />

parlamentar, tendo de negociar alianças para conseguir constituir um governo.<br />

Uma lei votada em 1992 autoriza o envio de tropas japonesas ao exterior,<br />

como parte das operações de manutenção de paz. Em agosto de 1993, em visita à<br />

China, o primeiro-ministro Hosokawa formalizou o pedido de desculpas pelas ações<br />

do passado. O Japão passou a intensificar as relações políticas e econômicocomerciais<br />

com os outros países do Sudeste Asiático. Em julho, foi feito outro pedido<br />

de desculpas, dessa vez pelas ações na Coréia. Em agosto de 1995, ao<br />

completarem cinqüenta anos de rendição do Japão na II Guerra Mundial, o Japão<br />

reconheceu a posição de agressor na guerra.


26<br />

O ano de 1996 foi marcado pela tentativa de conciliação do Japão com os<br />

Estados Unidos na área comercial e pelas negociações quanto à devolução das<br />

bases militares americanas em Okinawa.


27<br />

2 LITERATURA<br />

Os primeiros textos da literatura japonesa são duas reuniões semi-históricas<br />

do século VIII, o Kokiji e o Nihon-shoki, e uma antologia de toda a poesia japonesa<br />

escrita desde o século IV, o Manyo-shu. Do século IX ao XII, se destacam dois<br />

gêneros: o monogatari, narrativa poética e romanceada e o nikki, diário íntimo. A<br />

idade de ouro desses dois gêneros ocorreu por volta do ano 1000, no apogeu do clã<br />

Fujiwara.<br />

Do século XII ao XV, foi a época dos romances históricos, das crônicas<br />

guerreiras, dos relatos épicos. Entretanto, os jogos poéticos sempre foram<br />

estimulados pela corte. Entre os principais mestres do waka (poemas) destacaramse<br />

o monge Saigyo, Fujiwara e Minamoto. Duas obras originais e importantes<br />

dominaram a época: o Hojoki e o Tsurezuregusa, coletânea de anotações escritas<br />

sem preocupação com a composição. No século XIV, apareceu o nô, drama lírico<br />

que combina a música, a dança e a poesia.<br />

Do século XV a 1750, numerosos escritores contentaram-se em plagiar os<br />

monogatari, enquanto isso, surgiam dois novos gêneros, um deles romanesco,


28<br />

soshi, e o outro, dramático, o jururi. No campo da poesia, observou-se o<br />

aparecimento de uma poesia mais concisa, o haiku. A partir de 1650, assistiu-se a<br />

um renascimento das letras e das artes: foi denominado o “século de Osaca”. A<br />

importância de certos eruditos sinólogos sufocou a literatura nacional, porém<br />

Saikaku renovou o soshi. A arte de haiku atingiu o apogeu com Basho.<br />

A literatura romanesca no período de 1750-1868 foi representada por Ueda<br />

Akinari. Kyoden santo, Bakin Kyokutei, Ikku Jippensha, samba Shikitei escreveram<br />

romances burlescos. Namboku Tsuruya e Mokuami Kawatake deram sua<br />

contribuição ao kabuki, o monge Ryokan cultivou o gênero waka, Buson e Issa<br />

Kobayashi, o hinku. A disputa entre os wagakusha (partidários de um renascimento<br />

propriamente japonês) e os kangakusha (fiéis aos estudos chineses) foi vencida<br />

pelos primeiros com Norinaga Motoori. Essa evolução iria se observar durante todo<br />

o século XVIII e a primeira metade do século XIX.<br />

O Japão abriu-se às influências ocidentais. Em 1878, a língua escrita e a<br />

língua falada foram unificadas. Dos escritores mais celebres da segunda metade do<br />

século XIX citam-se: Yukichi Fukuzawa, Shoo Tsubuchi e Shimei Futabei, autor do<br />

primeiro romance em língua moderna. Por volta de 1900, impôs-se o movimento<br />

naturalista com Tosos Shimazaki, Katai Tayama e Shusei Tokuda. De 1910 a 1925<br />

ocorreu uma reação contra o naturalismo, liderada por Ogai Mori, Sosoki Natsume,<br />

Junuchiro Tanizaki, pelo círculo de idealistas de “shirakaba” e, sobretudo por<br />

Ryonosuke Akutagawa, mestre do conto e do ensaio.


29<br />

De 1925 a 1945, a literatura assumiu colorações políticas. Os “neosensacionalistas”<br />

eram antimarxistas. Com Yasunari Kawabata, por volta de 1950, a<br />

literatura pura retomou seus direitos. O trauma da guerra e a reflexão sobre o lugar<br />

do escritor numa sociedade em plena recomposição inspiraram Haruo Umezaki.<br />

Kobo Abe e Shusaku Endo. Atentos aos problemas sociais e condenando o<br />

militarismo, os autores dos anos 60 e 70 abordaram também o reencontro<br />

conflituoso com o Ocidente. Os meios de comunicação favorecem vários autores<br />

consagrados, como Seicho Matsumoto, mestre do romance policial.<br />

Destacam-se na prosa: Shuntaro Tanikawa, Ryo Murakami, entre outros. A<br />

poesia que passou por influências ocidentais, renovou também o tanka e o haiku.<br />

Após Minoru Yoshioka, um dos poetas surrealistas mais marcantes do pós-guerra,<br />

os jovens poetas trabalham sobre as possibilidades gráficas da língua, em resposta<br />

à sua degradação.


30<br />

3 BELAS-ARTES<br />

No século VI-VII, a influência chinesa era predominante, mas na arquitetura a<br />

disposição dos prédios era tipicamente japonesa. As fundações religiosas se<br />

multiplicaram. Tributária ainda da China dos Wei do Norte na escultura realizada, por<br />

Tori, a habilidade dos artesãos japoneses se revelou no trabalho em madeira.<br />

Na época de Nara, no século VIII, a contribuição chinesa permaneceu. Nara e<br />

seus templos foram construídos segundo o modo continental. Na escultura, a<br />

madeira laqueada e o gesso foram substituídos pelo bronze vagarosamente.<br />

Na época Heian, no século XI-XII, Heian Kyo, próximo da atual Kioto, tornouse<br />

a capital. As seitas esotéricas suscitaram uma arquitetura que, embora<br />

conservando um plano restrito, se ordenou mais e mais segundo a configuração do<br />

terreno, traço característico da arquitetura japonesa. As residências privadas<br />

participaram desse compromisso entre o rigor das fórmulas continentais e a tradição<br />

japonesa xintoísta (construções sobre estacas, tetos em casca de árvore, galeria<br />

circular, etc.).


31<br />

Os escultores representavam as divindades com o aspecto terrível de acordo<br />

com as crenças das seitas esotéricas. Foram fundados ateliês onde se praticava a<br />

técnica das peças ensambladas.<br />

Na pintura, alguns temas e caracteres nacionais se afirmaram: predileção<br />

pela linha em detrimento do volume, elegância das formas, tratamento das<br />

paisagens evocando a doçura do campo japonês.<br />

Na época de Kamakura (1185-1333), após os desastres das guerras civis,<br />

verificou-se um período de reconstrução. No domínio religioso, as fórmulas<br />

arquitetônicas japonesas do século precedente recuaram em proveito da China.<br />

Os pintores prosseguiram em seu impulso e por vezes levaram a<br />

individualização até a caricatura. Houve realismo na escultura. O vigor plástico se<br />

impõe em admiráveis retratos de leigos e sacerdotes.<br />

Na época Ashikaga (1333-1573), as comunicações com a China se tornaram<br />

oficiais e o budismo zen permaneceu notado na arquitetura profana. Sempre sob a<br />

influência zen os jardins esotéricos se desenvolveram.<br />

Pouco solicitado pelo zen, o escultor deu liberdade à sua inspiração, criando<br />

máscaras para o nô e agregada à corte imperial. A escola Tosa ilustrou<br />

brilhantemente o yamatoe, destinadas à decoração das moradias, as composições<br />

se tornaram cada vez mais decorativas. A pintura com tinta dos Song do sul,


32<br />

introduzida pela seita zen, tornou-se conhecida, e colecionadores encorajaram os<br />

monges que a praticavam.<br />

Na era dos ditadores (1573-1616), os castelos dos ditadores, assentados<br />

sobre maciços de pedra e construídos em madeira, rivalizavam em luxo. Abrangiam<br />

ornamentos esculpidos e decoração. Expressão da natureza e senso decorativo se<br />

aliavam na obra de Hasegawa Tohaki, que apesar do emprego da aguada<br />

monocromática, possui um estilo desvencilhado da influência chinesa. Foi ainda a<br />

natureza que inspirou o gênio de Sanraku (decoração do Daikaku-ji, Kioto). Para as<br />

residências particulares criou-se uma arquitetura funcional e despojada,<br />

admiravelmente ordenada.<br />

Na era dos Tokugawa (1616-1868), Kioto conservou o papel de capital<br />

cultural, mas Edo (Tóquio) se tornou o <strong>centro</strong> político. Comércio e indústria<br />

enriqueceram a burguesia, em que trabalhavam os grandes decoradores. O pintor<br />

Korin Ogata, célebre por suas grandes composições, juntou seu talento ao do irmão,<br />

o oleiro Kenzan. Laqueadores, desenhistas de tecido e as porcelanas Imari foram<br />

exportados para a Europa. Ike no Taiga e Yoga Buson criaram o bujin-ga (pintura de<br />

letrados), que associou o ideal chinês à sensibilidade nipônica. Maruyama Okyo<br />

fundou uma escola em que o realismo e o lirismo se correspondiam.


33<br />

4 COSTUMES<br />

Os japoneses têm muitos costumes e nas últimas décadas, alguns objetos<br />

tradicionais da cultura japonesa foram incorporados ao cotidiano dos brasileiros, por<br />

questão de comodidade e conforto, como futons, ofurôs, entre outros.<br />

4.1 Futon<br />

Os acessórios de dormir sofreram grande mudança a partir da Segunda<br />

Guerra Mundial, com o aparecimento da fibra sintética como matéria-prima, e os<br />

acessórios que até então eram feitos pelas famílias passaram para a produção<br />

industrial.<br />

O futon (figura 2) é uma peça imprescindível para os japoneses, feita de<br />

algodão é usado também nas casas com tatami como colchões, originado da<br />

palavra tatamu, que significa dobrar, o tatami (esteira) é um elemento-chave da<br />

decoração japonesa, pois faz parte da milenar cultura japonesa o ato de se sentar<br />

e/ou deitar diretamente no chão, em cima de esteiras. Durante o dia, são dobrados e<br />

guardados em armários, transformando, assim, o quarto em sala de estar.


34<br />

Figura 2: Futon<br />

Fonte: http://www.tools-portal.com/de/digitaleblaupaene/bilder/Futon.jpg<br />

4.2 Quimono e Calçados<br />

O quimono (figura 3) é confeccionado a partir de um tecido de 12 a 13 metros<br />

de comprimento por 40 centímetros de largura, é composto de 8 partes que,<br />

costuradas umas às outras, aproveita o tecido em sua totalidade. Suas estampas<br />

variam muito e é feito de seda.<br />

Os estilistas brasileiros admitem que o Japão influencia seus trabalhos. Como<br />

é o caso de Walter Rodrigues que admite que Yoji Yamamoto e Rei Kawakubo<br />

foram decisivos para que entrasse no mundo da moda: “Eles desconstruíram a<br />

moda ocidental e a reconstruíram de um modo japonês”, analisando e falando de<br />

Yoji e Rei Kawakubo; “Parei com o japonismo porque achei que já tinha feito tudo,<br />

mas isso não quer dizer que eu não possa explorá-lo no futuro”, admite.<br />

Os estilistas Kansai Yamamoto e Kenzo também trouxeram a cultura<br />

japonesa nas cores e no modo de reestruturação das roupas.


35<br />

Figura 3: Quimono<br />

Fonte: Revista Non-no, Edição Nº14, página 172<br />

O obi (figura 4) é uma faixa comprida, tingida ou de rico brocado, não é<br />

apenas decorativa, mas funcional, pois o quimono não tem nenhum tipo de botões<br />

ou fechos e o obi serve para mantê-lo fechado. Até o momento, o quimono era o<br />

<strong>centro</strong> das atenções, mas as poucas inovações em seu design levaram os tecelões<br />

e tingidores a voltar sua atenção para o obi, tornando-o mais elaborado e<br />

aumentando sua largura. Hoje também é usado para sustentar os vestidos. Alguns<br />

calçados são usados junto com os quimonos e há trinta anos atrás eram usados<br />

com bastante freqüência, como os Geta, Zori e as Warji (figura 5).<br />

Figura 4: Obi<br />

Fonte: Livro Guia da Cultura Japonesa página 332


36<br />

Figura 5: Calçados japoneses<br />

Fonte: Revista NIPPONIA Descobrindo o Japão Edição 21 página 27<br />

4.3 Hachimaki<br />

Desde a Antigüidade os japoneses costumam usar faixas na cabeça, os<br />

chamados hachimaki (figura 6) para demonstrar o espírito de decisão e de esforço.<br />

Durante as batalhas, eles colocavam a faixa antes da armadura, pois esta tinha duas<br />

finalidades, o de demonstrar o espírito guerreiro e também servia como uma espécie<br />

de almofada, pois o kabutô (capacete) se colocado diretamente na cabeça<br />

machucava.<br />

A tradição do hachimaki se tornou conhecida no Ocidente durante a II Guerra<br />

Mundial, quando os kamikazes (pilotos suicidas) utilizavam a faixa com o desenho<br />

da bandeira japonesa, o chamado asahi hachimaki. Também chamou a atenção do<br />

mundo quando o famoso escritor japonês Yukio Mishima, que utilizava um<br />

hachimaki, cometeu suicídio cortando a própria barriga. Mas, independente das<br />

tragédias, o fato de usar hachimaki ainda hoje tem a conotação de demonstração de<br />

confiança, segurança e concentração de energia para alcançar um objetivo sendo<br />

utilizado em situação de esforço intenso, como é o caso de estudantes que


37<br />

costumam usar em períodos de provas para auxiliar na concentração e os atletas o<br />

utilizam em competições esportivas.<br />

Figura 6: Hachimaki<br />

Fonte: http://www.goodsfromjapan.com/shop/im/headbands/gokaku.jpg<br />

4.4 Ofurô<br />

O ofurô passou a ser muito utilizado também no Brasil, por sua eficácia no<br />

relaxamento, eliminação de dores no corpo, em cuja água passou a ser adicionados<br />

óleos essenciais, pétalas de rosas e outros elementos.<br />

No Japão, havia dois métodos para se tomar banho: o “banho a vapor”, que<br />

era realizado numa sala fechada, e o “banho de água quente”, que consistia na<br />

imersão em uma banheira cheia de água quente. O ofurô se refere ao segundo<br />

método.<br />

Na Idade Média, o ofurô ocupava uma posição importante nos templos<br />

budistas. Poucas famílias tinham condições de destinar um cômodo especial para o<br />

ofurô, sendo assim, instalado na parte externa da residência.


38<br />

Hoje, não são usados apenas para o banho, mas também para o relaxamento<br />

e tratamento terapêutico.<br />

4.5 Furoshikis e Leques<br />

Furoshikis (figura 7) são grandes lenços quadrados, normalmente coloridos<br />

que os japoneses têm usado por muito tempo para embrulhar vários objetos. Eles<br />

não apenas estão sendo usados cada vez mais, mas também dão um ar de<br />

elegância para o presente.<br />

É bastante comum os japoneses agradarem seus amigos com uma<br />

lembrança envolta em um furoshiki. Os leques (figura 8) são feitos de papel<br />

ornamental colado à armação de varetas de bambu. Alguns leques de luxo são<br />

feitos de sândalo ou ébano.<br />

Figura 7: Furoshiki<br />

Fonte:http://gojapan.about.com/library/cards/item5.gif


39<br />

Figura 8 : Leques<br />

Fonte: Revista NIPPONIA Descobrindo o Japão Edição 30 página 24<br />

4.6 Amuletos<br />

As crenças religiosas dos japoneses estão diretamente ligadas aos amuletos.<br />

Há uma convivência pacífica e pragmática entre o xintoísmo e o budismo.<br />

4.6.1 Omamori e Ofuda<br />

O omamori (figura 9) é uma pequena peça, feita à mão, de papel ou de tecido,<br />

na qual está inscrito o nome do deus ou uma invocação especial e é consagrado<br />

pelo monge.<br />

O ofuda também é um amuleto da sorte. Feito de madeira tem espessura fina,<br />

formato retangular e traz inscrito o nome do santuário ou alguma imagem de um<br />

deus e é consagrado pelo monge xintoísta. É colocado nas residências para afastar<br />

acidentes como fogos, doença e outros infortúnios.<br />

Figura 9: Omamori


40<br />

Fonte:http://www7.plala.or.jp/awatajinja/gazou/pict/omamori-r.jpg<br />

4.6.2 Sete Deuses da Felicidade (shichifukujin meguri)<br />

É um conjunto de sete deuses (figura 10), cada um com uma determinada<br />

missão. São eles: Daikoku – Deus da Fortuna, Bishamon – cuida da dignidade e da<br />

riqueza, Hotei – generosidade e satisfação, Benzai – garante saúde e beleza para<br />

quem recebe, Fukurokuju – Deus da Longevidade e Popularidade, Ebisu – Deus da<br />

Sinceridade e Honestidade, e Juroujin – garante vida longa e inteligência aos seus<br />

possuidores.<br />

Figura 10: Sete Deuses da Felicidade<br />

Fonte: http://www.luasenovas.com.br/upload/SetedeusesTodos.jpg<br />

4.6.3 Daruma<br />

Um dos mais populares amuletos acredita-se, trazem sorte nos negócios e<br />

proteção. Geralmente feitos de papel machê, o daruma (figura 11) é caracterizado<br />

por um bigode preto e manto vermelho. Ele representa o Buda, ele tem sido<br />

presenteado com os dois olhos em branco. Após recebê-lo faz-se um desejo e pinta-


41<br />

se um dos olhos, somente depois de o pedido ser realizado o daruma terá os dois<br />

olhos pintados.<br />

Figura 11: Daruma<br />

Fonte: http://www.oldjapaninc.com/images/Large-Daruma-large.jpg<br />

4.6.4 Maneki-neko<br />

O maneki-neko (figura 12) é obrigatório nas casas comerciais, é uma<br />

estatueta de um gato que está acenando com uma das patas. A popularidade desse<br />

amuleto se refere à lenda de um casal de comerciantes que teria encontrado e<br />

tratado os ferimentos desse gato. Para retribuir essa generosidade, ele ficava na<br />

frente da loja chamando os fregueses com uma das patas. Acredita-se que a pata<br />

direita levantada chama dinheiro e a esquerda freguesia. Em relação a cor, os<br />

brancos trazem sorte, os negros espantam os maus espíritos e os marrons afastam<br />

as doenças e os dourados atraem riqueza.


42<br />

Figura 12: Maneki-neko<br />

Fonte: http://www.shelleylake.com/gallery_images/manekineko.jpg<br />

4.6.5 Tanuki<br />

O Tanuki (figura 13) é feito de cerâmica, com chapéu de palha preso ao<br />

pescoço e garrafa de saquê pendurada em um dos lados e é considerado uma figura<br />

especial no folclore japonês. É amado e temido ao mesmo tempo. Contam-se<br />

histórias em que ele era vilão, mas um vilão brincalhão, com inocência e ao mesmo<br />

tempo, há histórias simpáticas do Tanuki, em que ele transformou uma chaleira de<br />

chá em fortuna para a pessoas que haviam salvo sua vida.<br />

Figura 13: Tanuki<br />

Fonte: http://www.inhgroup.com/blog/media/2/20050912-tanuki.jpg<br />

4.6.6 Sinos (FUURIN) e Incenso<br />

Fuurin (figura 14) são os pequenos sinos que soam com o movimento do<br />

vento. São feitos de metal ou porcelana e ficam suspensos nos galhos das árvores


43<br />

ou beiral das casas. A peça de papel pendurada sob o sino, a qual pode trazer a<br />

inscrição de um poema, ao ser soprado pelo vento provoca os sons dos sinos.<br />

Senkou é o bastão de incenso que, de acordo com o costume japonês, é<br />

posto para queimar diante do altar familiar e sempre durante as orações em<br />

reverência ao falecido ou nos serviços funerais. Ao mesmo tempo, é considerado<br />

hospitaleiro receber o convidado com o ar perfumado pela queima de incenso. Como<br />

acontece freqüentemente, o incenso é queimado pelos praticantes da cerimônia do<br />

chá antes da entrada dos convidados à sala do chá.<br />

Figura 14: Fuurin<br />

Fonte: http://www.hyogo-bussan.or.jp/item/kougei/kougei_item/photo/p_fuurin.jpg


44<br />

5 CULINÁRIA<br />

No Japão, os principais alimentos são arroz e peixe, mas também são<br />

consumidos massas e pães. São apreciados tanto os pratos tradicionais, tais como:<br />

sushi que é um rolinho de arroz recheado e envolto em algas ou coberto por uma<br />

faixa de peixe (figura 15), como o yakissoba que se trata de um macarrão frito com<br />

legumes, a tempura, o sashimi, para o qual existem muitas variedades de peixes<br />

para a sua preparação, o saquê que é servido quente, mas pode ser bebido gelado<br />

e misturado a outras bebidas e sucos, originando coquetéis, nigirizushi, é um bolinho<br />

feito de arroz coberto com uma peça de fruto do mar, contendo wasabi (raiz forte)<br />

entre esta última e o arroz, é degustado colocando o shoyu (molho de soja), enfim<br />

como pode ser degustado também hambúrguer, curry, espaguete, pizza, comida<br />

chinesa, etc. Existe grande variedade de doces (wagashi) e os bolos do tipo<br />

ocidental.<br />

O que proporciona a preferência por peixes e frutos do mar no Japão é a<br />

geografia. O Japão tornou-se um dos maiores importadores de peixes e moluscos<br />

do mundo.<br />

Seus pratos encantam por sua organização, pela forma como são arrumados<br />

e seus coloridos. É inspiradora a forma com que os japoneses cuidam da


45<br />

apresentação dos pratos, os enfeites que são colocados mostram a preocupação<br />

com o visual.<br />

Figura 15: Sushi<br />

Fonte: http://www.vitalita.com/foodpicts/california-sushi-roll.jpg<br />

5.1 Hashi<br />

Hashi (figura 16) é um utensílio utilizado como talheres no Japão, China e<br />

Coréia. Pode ser de madeira ou plástico. Para as pessoas que não tem habilidade é<br />

mais fácil pegar o hashi na parte do meio, com a prática é preferível pegar na parte<br />

de cima para maior alcance e mais segurança no manuseio.<br />

Figura 16: Uso do Hashi<br />

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hashi


46<br />

6 ARQUITETURA JAPONESA E REFERÊNCIAS URBANAS<br />

A arquitetura japonesa sofreu influências diretas do clima, da geografia e dos<br />

costumes. Caracteriza-se por cômodos arejados, telhado inclinando e piso interno<br />

coberto por tatami. O material mais utilizado é a madeira, pois antigamente era<br />

encontrada nas florestas que cobriam boa parte do arquipélago. Os cômodos da<br />

casa eram projetados de forma a refrescar as residências japonesas.<br />

A influência chinesa na arquitetura japonesa é muito evidente, um exemplo<br />

disto é a suave curva de um telhado ou o contraste geral entre curvas e retas,<br />

encontradas no século XII em templos. Mais tarde, a arquitetura japonesa sofreu<br />

influência do Ocidente, principalmente européia, a partir do século XVI e no século<br />

XX, a arquitetura americana tem sido a referência principal. Nos dias de hoje, a<br />

arquitetura pós-moderna é considerada bastante ousada no design e resultados<br />

arrojados das novas funções da arquitetura.<br />

O objetivo do jardim japonês é ressaltar a beleza do ambiente natural, mesmo<br />

que isso não signifique a natureza em sua forma original, pois alguns jardins são<br />

feitos com materiais que representam as árvores, arbustos e pedras. Os moldes dos<br />

primeiros jardins vieram da China e depois foram sofrendo alterações e substituindo<br />

materiais.


47<br />

7 ELEMENTOS DECORATIVOS<br />

Existe uma série de elementos decorativos originários do Japão, sendo<br />

utilizados com grande freqüência inclusive nas casas brasileiras.<br />

7.1 Biombos<br />

O biombo (figura 17) é utilizado como divisória ou para cerimoniais na<br />

Antiguidade. O biombo transformou-se hoje em objeto decorativo. É feito de moldura<br />

de madeira e sobre essas molduras são esticados papéis ou seda que, por sua vez,<br />

são pintados de forma decorativa.<br />

Figura 17 - Biombo<br />

Fonte: http://www.arcoweb.com.br/interiores/fotos/45/biombos.jpg<br />

7.2 Luminárias (chouchin)


48<br />

Chouchin (figura 18) é a luminária japonesa feita de armação de bambu<br />

coberta de papel ou de seda. Originalmente, era uma espécie de lanterna em que se<br />

colocava uma vela acesa no interior e era carregada na mão ao sair à noite.<br />

Figura 18: Chouchin<br />

Fonte: http://ikeda.2.pro.tok2.com/PhotoLib/200201/020102Kamakura_Chouchin0433_J.jpg<br />

7.3 Corda trançada kumi-himo e Papel kara-kami<br />

Corda (figura 19) feita com fios tingidos que são trançados à mão. Usadas há<br />

muitos anos em acessórios tradicionais. As estampas do papel kara-kami (figura 19)<br />

são feitas com bloco de madeira, através da técnica criada há mais de 300 anos. É<br />

usado para descanso de copos e garrafas.


49<br />

Figura 19 – Corda trançada e papel kara-kami<br />

Fonte: Revista NIPPONIA Descobrindo o Japão Edição 30 página 25<br />

7.4 Artesanato de bambu e peças de cerâmica kiyomizu<br />

Os artesanatos de bambu (figura 20) são usados para resguardar da luz solar<br />

ou para dividir ambientes, sua aparência natural assegura uma sensação de<br />

conforto nos dias quentes. Existem dois tipos de cerâmicas Kiyomizu (figura 21),<br />

porcelana e cerâmica propriamente dita. As duas são feitas na roda de oleiro e<br />

decoradas à mão.<br />

Figura 20 – Artesanato de bambu<br />

Fonte: Revista NIPPONIA Descobrindo o Japão Edição 30 página 25


50<br />

Figura 21: Peças de Cerâmica kiyomizu<br />

Fonte: Revista NIPPONIA Descobrindo o Japão Edição 30 página 21<br />

7.5 Kataná<br />

Kataná (figura 22) é o mais nobre dos instrumentos guerreiros e antigamente<br />

só podia ser manejada pelo samurai, (no Japão medieval existiam muitas disputas,<br />

sendo assim os samurais, guerreiros formados pela arte da luta que com espadas<br />

iam para o ataque de seus ideais) sendo proibido seu uso pelos mercadores e<br />

camponeses. Ela ficava presa à cintura, do lado esquerdo do corpo, com o corte<br />

virado para cima. Geralmente usava-se um par de espadas, o daishô (pequena e<br />

grande) - uma com 60 a 90 cm de comprimento (kataná) e a outra de 30 a 60 cm<br />

(wakizaki).<br />

"Um fio tão delicado como uma navalha, tão forte como a quilha de um<br />

arado", é a definição do kataná feita por Laerte Ottaiano, especialista brasileiro em<br />

espadas japonesas. Não só a lâmina, o acabamento também tinha que atingir a


51<br />

perfeição, através da habilidade dos ferreiros e dos laqueadores. Hoje é usado como<br />

decoração.<br />

Figura 22: Kataná<br />

Fonte: http://www.martialartswords.com/shop/gallery/catalog/flame%20katana%203.jpg


52<br />

8 A ARTE DO PAPEL<br />

O papel como material básico tem alcançado grande aceitação no mercado<br />

brasileiro, esta técnica japonesa seja ela como decoração, material didático e até<br />

mesmo instrumento comercial vem crescendo e popularizando no Brasil.<br />

8.1 Washi<br />

O washi (figura 23) foi inventado na China, há 2.200 anos, com a finalidade de<br />

registrar as letras, propagou-se nas sociedades islâmicas e difundiu-se pela Europa.<br />

No Japão, o papel foi introduzido junto com o budismo. O método chinês de<br />

confecção de papel era artesanal e utilizava como matéria-prima, trapos de linho,<br />

posteriormente palhas de arroz e bambu. No Japão, a escassez de trapos de linho<br />

levou ao desenvolvimento de matérias-primas a partir de vegetais peculiares ao<br />

país, como resultado teve o Washi, um tradicional papel japonês.<br />

Atualmente, no Japão, devido a sua durabilidade e resistência, é utilizado em<br />

diferentes finalidades. Usado como material de decoração (luminárias, biombos,<br />

portas corrediças, etc.) e nos trabalhos artísticos como origami, papel para caligrafia<br />

(shodou), entre outros.


53<br />

Figura 23: Washi<br />

Fonte: http://www.papermojo.com/group/washi-potluck.jpg<br />

8.2 Washie<br />

Utiliza o washi para formar desenhos. O papel pode ser tanto desfiado quanto<br />

cortado com tesoura ou outros instrumentos cortantes. No Japão, existe ainda a<br />

técnica chamada de chiguirie, que rasga o papel artesanal em pedaços e o usa para<br />

formar desenhos.<br />

8.3 Oshie<br />

Oshie (figura 24) é uma variedade de trabalho artesanal com tecido. É usado<br />

o papelão para recortar as formas desejadas, como pessoas, flores, aves, e depois é<br />

coberto com tecido e colado nas bordas. O vão entre o tecido e o papelão é<br />

preenchido com algodão, dando relevo às figuras que pretende retratar.


54<br />

Figura 24: Oshie<br />

Fonte: http://www.japanesedollsandcrafts.com/images/oshie/OSS-5.jpg<br />

8.4 Kirie<br />

Kirie (figura 25) é a técnica antiga que consiste em recortar o papel usando<br />

lâmina. É vazada determinadas partes do papel e conservando outras, criam-se<br />

figuras ou contornos que podem representar ideogramas, padrões decorativos ou<br />

até mesmo ilustrações de livros. Esse papel “cortado” é colocado sobre outro papel,<br />

que serve de fundo.<br />

Figura 25: Kirie<br />

Fonte: http://chocolate.catfood.jp/blog/archives/kirie.jpg


55<br />

8.5 Kirigami<br />

Kirigami (figura 26) é a arte japonesa de produzir trabalhos decorativos<br />

através de dobras e corte de papel em diversas formas, denominado também de<br />

“trabalho de artesanato com recorte”. São usados o estilete, a tesoura e outros<br />

instrumentos cortantes no papel washi. Este se difere do Kirie, pois o desenho<br />

formado é totalmente contínuo. É utilizado este processo para confecção de cartões<br />

tridimensionais, embalagens, etc.<br />

Figura 26: Kirigami<br />

Fonte:http://www.origami-cdo.it/cdo/convegno/fotoconv2001/Im000209.jpg<br />

8.6 Origami<br />

O origami (figura 27) arte tradicional de dobrar papel deixou de ser exclusivo<br />

dos japoneses para se tornar universal. Acredita-se que o origami nasceu na<br />

decorrência natural da invenção do papel e as primeiras dobraduras estão ligadas às<br />

comemorações religiosas na Antiguidade.


56<br />

Figura 27: Origami<br />

Fonte: http://www.ipsd.org/Uploads/DEC1_6th%20grade%20-%20origami.jpg<br />

8.7 Embalagem (Wrapping)<br />

Wrapping (figura 28) é o termo contemporâneo usado para substituir o verbo<br />

tsutsumu (embalar), derivado da palavra tsutsushimu, que significa modéstia,<br />

prudência e é sinônimo de refinamento. Costumes tradicionais de proteger o<br />

presente e demonstra atenção àquele que será presenteado. Existem várias regras<br />

para montar a embalagem, essas técnicas têm o poder de valorizar e personalizar o<br />

ato de presentear.<br />

Figura 28: Wrapping<br />

Fonte: Livro Guia da Cultura Japonesa página 160


57<br />

8.8 Pipas<br />

As pipas vem da China, no ano 200 a.C. foram introduzidas no Japão no<br />

século 10, como ornamento e brinquedo da aristocracia japonesa, sendo<br />

instrumento de transmissão de mensagens para fins militares e eram também<br />

utilizadas para afugentar maus espíritos e pedir ou agradecer uma ação divina, fosse<br />

saúde ou pela boa colheita. Popularizou-se somente no século 17, aliada à<br />

existência de papel de excelente qualidade, bambu e linho.<br />

desenhos.<br />

As pipas japonesas são conhecidas mundialmente pela riqueza de formatos e


58<br />

9 MÚSICA, KARAOKÊ E DESENHO ANIMADO<br />

9.1 Músicas tradicionais<br />

A música tradicional japonesa, chamada de hougaku, é aplicada à variedade<br />

de músicas originadas desde os tempos remotos até 1868 (Revolução Meiji),<br />

quando o Japão saiu de seu isolamento feudal e incorporou elementos da música<br />

ocidental.<br />

A música tradicional japonesa é classificada de acordo com os tipos de<br />

instrumentos utilizados. Tais como:<br />

Gagaku – mais antiga das músicas tradicionais japonesas, refere-se à música<br />

e dança cerimonial da corte imperial do Japão.<br />

Shoumyo: cânticos litúrgicos budistas têm como característica um potente<br />

coral masculino.


59<br />

Biwagaku: músicas que têm o biwa como instrumento ideal para<br />

acompanhamento das longas baladas cantando as grandes batalhas e heróicos<br />

eventos.<br />

Nô-gaku: refere-se ao teatro nô, uma arte que combina com música,<br />

acompanhado de um instrumento de percussão.<br />

Soukyoku: música executada por Koto (figura 29) ou por um conjunto de Koto.<br />

A característica da música tradicional japonesa é que são todas<br />

acompanhadas por instrumentos, mas são poucas as composições puramente<br />

instrumentais. O acompanhamento instrumental avança exatamente no mesmo<br />

passo que a canção.<br />

Figura 29: Koto<br />

Fonte: http://elm.fukuyama.hiroshima-u.ac.jp/life5/koto.jpg


60<br />

9.2 Rock e Karaokê<br />

O rock é uma das adorações de japoneses, inclusive amadores formam sua<br />

própria banda. Uma das diversões dos japoneses de hoje é cantar nos bares e nos<br />

pubs, usando microfone acompanhado da letra da música na tela do Karaokê.<br />

Atualmente tem aumentado o número de estabelecimentos com este tipo de serviço.<br />

9.3 Mangás e animês<br />

Os mangás (figura 30) ou os quadrinhos japoneses, não diferem na evolução<br />

de sua trajetória dos outros países até chegar à forma definitiva de sua linguagem.<br />

Animês (desenho animado) é muito popular o desenho animado no Japão.<br />

Está crescendo cada vez mais a popularidade, até mesmo no exterior.<br />

No Japão, a indústria dos mangás, dos animês e do videogame forma um<br />

tripé sólido dentro do mercado japonês. Após o grande sucesso dos animes, o<br />

investimento inicial da indústria cinematográfica japonesa foi recuperada por meio<br />

deste tripé: os mangás bem-sucedidos originam roteiros para animes, que estimulam<br />

a venda de revistas, vídeos e assim por diante.


61<br />

Figura 30: Mangás<br />

Fonte: http://www.northarc.com/images/gals/gals012.jpg


62<br />

10 ESPORTES E JOGOS<br />

São considerados esportes populares no Japão o judô, kendô, o karatê e<br />

outras artes marciais tradicionais, além de esportes originários do exterior como o<br />

beisebol e o futebol. No verão, o surfe e o iatismo são bastante populares, assim<br />

como o esqui, golfe, tênis de mesa e o snowboard, no inverno.<br />

10.1 Sumô<br />

O Sumo é o esporte nacional do Japão e tem uma história de mais de 1000<br />

anos. Os lutadores penteiam-se como os samurais, e nos dão uma noção da<br />

aparência dos japoneses do passado.<br />

Os contentores usam uma espécie de sunga e se agarram pelo cinto, tendo<br />

como objetivo forçar o adversário a deixar o círculo onde se luta ou tocar o chão com<br />

qualquer parte do corpo que não sejam os pés. Apesar do peso dos lutadores a<br />

velocidade do ataque é importante. Os combates são em geral de curta duração.


63<br />

10.2 Budô (Artes Marciais)<br />

Muitos japoneses se dedicam a artes marciais como o judô, o kenjutsu o<br />

Kendô, o Karatê e o aikido. O Judô, que significa “a maneira gentil” pela qual os<br />

oponentes são dominados, usando sua força, ganhou popularidade internacional, e<br />

firmou-se como uma modalidade olímpica oficial. Do mesmo modo, o Kendô, que<br />

utiliza espadas de bambu e armaduras para proteção, tem atraído aficionados no<br />

exterior, nos últimos anos.<br />

10.2.1 Judô<br />

Esporte de combate, em que a agilidade e a velocidade na execução dos<br />

golpes são fatores importantes para este esporte. Os combates são disputados em<br />

um tatame, em média duram de dois a sete minutos. O valor (classificação) do<br />

judoca é definido pela cor da faixa, usado sobre o quimono. No fim da luta, o que<br />

obtiver mais vantagem técnica será o vencedor, porém quando nenhuma vantagem<br />

técnica desempatar os adversários, o árbitro decidirá. As categorias são<br />

determinadas por pesos, super - ligeiro (menos de 60 Kg) , meio – ligeiro (menos de<br />

65 Kg), ligeiro (menos de 71 Kg), meio-médio (menos de 78 Kg), médio (menos de<br />

86 Kg), meio-pesado (menos de 95 Kg) e pesado (acima de 95 Kg) .


64<br />

10.2.2 Kenjutsu<br />

É a arte do manejo da espada. Os samurais começaram a aprimorar as<br />

técnicas das espadas. Na Era Edo, muito mais do que combate, tornou-se um<br />

caminho de elevação espiritual, conceito que permanece até os dias atuais.<br />

10.2.3 Kendô<br />

Arte marcial de origem japonesa em que os combatentes protegidos por um<br />

capacete e um colete rígido, lutam com sabre de bambu.<br />

10.2.4 Karatê<br />

Esporte de combate de origem chinesa, aperfeiçoado pelos japoneses.<br />

Objetivo é pôr o adversário fora de combate, através das mãos e pés. Pode ser<br />

atacado a cabeça, o pescoço, o peito e o abdome. A duração é de três minutos e<br />

disputado num quadrado de 8m de lado, como no judô são classificados por pesos.<br />

10.2.5 Aikidô<br />

É a arte de não lutar e defesa pessoal, pois não possui competições. A cintura<br />

é a base do deslocamento, pois o ataque é rapidamente<br />

recebido com um<br />

deslocamento circular de desvio. O contra-ataque vem logo após, usando as pernas,<br />

mãos e braços, mas sempre de forma a imobilizar o adversário sem machucá-lo. No<br />

aikidô o objetivo é se unir ao adversário para poder conduzi-lo e controla-lo.


65<br />

10.3 Beisebol<br />

O Beisebol é um dos esportes mais populares e com mais público. Cada vez<br />

mais jogadores optam por uma carreira de beisebol na liga profissional americana.<br />

Praticado num campo delimitado por placas (bases), por duas equipes de<br />

nove jogadores cada um. A bola, atirada pelo lançador, deve ser rebatida o mais<br />

longe possível pelo rebatedor que, em seguida, corre de base em base, enquanto os<br />

defensores recuperam a bola. Expandiu-se pelo Japão desde 1945.<br />

10.4 Futebol<br />

O futebol é o esporte mais popular do mundo, onde uma partida confronta<br />

duas equipes de 11 jogadores cada uma, durante dois tempos de 45 minutos<br />

separados por um intervalo de 10 a 15 minutos. A partida é dirigida por um árbitro,<br />

auxiliado por dois juízes de linha, ou “bandeirinhas”. O objetivo do jogo é marcar<br />

gols. Cada falta é punida com uma cobrança (chute) e com pênalti quando a falta<br />

ocorrer na área.<br />

O número de fãs de futebol vem crescendo desde o estabelecimento da Liga<br />

Profissional de Futebol do Japão, em 1992. E, o fato do Japão e a Coréia terem<br />

sediado os jogos da Copa do Mundo, da FIFA, em 2002, intensificou esse interesse.


66<br />

10.5 Jogo Go<br />

Go é um jogo de posicionamento com regras simples, mas cujo domínio pode<br />

levar uma vida toda. É jogado em um tabuleiro com 361 pontos de interseção com<br />

161 pedras pretas e 160 brancas. O objetivo é conquistar o maior território possível.<br />

Acredita-se que este jogo é jogado desde o século X a.C.<br />

10.6 Jogo Shougi<br />

Semelhante ao xadrez, o shougi é uma batalha que se trava sobre o tabuleiro.<br />

Ambos têm a mesma origem. O objetivo deste jogo é capturar o rei do adversário,<br />

mas em vez de xeque-mate, se grita “oute”. Os jogadores consideram a partida mais<br />

complexa que a do xadrez, pois as peças que foram “conquistadas” podem voltar ao<br />

tabuleiro, como aliadas. Essa regra amplia bastante a possibilidade de criar<br />

diferentes estratégias, o que torna o jogo bastante desafiador.


67<br />

11 A ARTE DO DÔ<br />

As artes japonesas tiveram origem na China. Chegando ao Japão, recebem<br />

influências regionais de toda espécie e, aos poucos, ao longo dos anos, foram se<br />

“japonesando” para tomarem feições de artes genuinamente japonesas, que ainda<br />

hoje podemos conhecer.<br />

Cada campo artístico incorpora o sufixo “Dô”- significa caminho, constituindose<br />

o termo “gueidou”, o caminho das artes. Exemplo: shodou (caminho da caligrafia),<br />

gadou (caminho da pintura), chadou (caminho do chá).<br />

11.1 Cerimônia do chá<br />

A cerimônia do chá (figura 31) se estabeleceu no século XVI pelo monástico<br />

Sem-no Rikyu. Valoriza o espírito de Wabi (beleza singela). Conhecido como<br />

Chadou, a cerimônia do chá também é o entrosamento entre o anfitrião e o<br />

convidado que concilia culturas, cria novas belezas e por vezes realiza evento social<br />

ou uma cerimônia solene.


68<br />

Figura 31: Cerimônia do Chá<br />

Fonte: http://www.br.emb-japan.go.jp/portugues/jpg/cha1.jpg<br />

11.2 Ikebana<br />

Ikebana (figura 32) é uma técnica de arranjo de flores típica do Japão.<br />

Originalmente eram arranjadas no local para receber os deuses de Shinto e<br />

reverenciar os espíritos no budismo. No século XVI, acompanhando a moda da<br />

cerimônia do chá, passou a ser arranjado para ornamentar as salas de chá.<br />

Figura 32 - Ikebana<br />

Fonte: http://www.ikebana.org/Images/Welcome/KurosakiR02182005_3.JPG


69<br />

11.3 Shodou (Arte da Caligrafia)<br />

Shodou (figura 33) é a arte de escrever os caracteres japoneses com o pincel<br />

molhado na tinta de origem chinesa. É conhecida como Shuji e compõe uma<br />

disciplina no curso de primeiro grau. São utilizados também para cartões de ano<br />

Novo.<br />

Figura 33: Shodou<br />

Fonte: http://maid-nonko.up.seesaa.net/image/shodou.jpg<br />

11.4 Sumie<br />

Arte independente marcada pelo surgimento de importantes artistas, como<br />

Sesshu, que criam uma linguagem japonesa. Sesshu utilizava a técnica conhecida<br />

como shumpo, que significa dar pincelada com linhas finas e delicadas para produzir<br />

um efeito de tridimensionalidade. O Sumie (figura 34) possui traços semelhantes aos<br />

da caligrafia e usa praticamente os mesmos materiais (suzuri – recipiente para<br />

preparar a tinta; fude-pincel,papel; e sumi-tinta feita de fuligem de plantas e cola) e<br />

segue os mesmos princípios: pinceladas com controle e energia e tem que ter muita<br />

concentração, pois a tinta não pode ser removida do papel ou alterada. É uma arte


70<br />

no melhor estilo zen: exercitar a paciência, a humildade e a simplicidade, sempre em<br />

busca do aperfeiçoamento e, além disso, não é para pintar a forma da natureza, mas<br />

para captar a sua essência.<br />

Figura 34: Sumie<br />

Fonte:http://www.sanrin.it/09/pag-76-img-sumie.jpg


71<br />

12 TEATRO JAPONÊS<br />

“A influência japonesa sempre foi muito forte em meu trabalho. Sempre me<br />

amarrei na atuação do cinema japonês, que não era muito expansiva, muito<br />

exteriorizada. Eu não entendia, mas me interessava muito aquela harmonia entre<br />

vida e morte”. Antunes Filho, diretor do Centro de Pesquisa Teatral do Sesc.<br />

Quatro formas estéticas distintas definem a tradição cênica japonesa. São<br />

elas o bugaku, o nougaku, que compreende o teatro nô e Kyogen -, o Kabuqui e o<br />

bunraku.<br />

12.1 Bunraku<br />

O Bunraku (figura 35) é uma expressão vigorosa da cultura plebéia do<br />

Período Edo (1603-1868), com mais de três séculos de existência. Em cena, são<br />

feitas por um único narrador as narrativas, estilo denominado gidayuu, algo entre<br />

declamado e cantado. É ele quem dá a voz de todos os personagens. O tayuu,<br />

denominado o narrador é acompanhado por um músico de shamisen – instrumento<br />

de três cordas, que acentua as falas, sustenta os cantos e determina o ritmo das


72<br />

cenas. Os manipuladores de bonecos, os titeriteiros, em número de três para cada<br />

personagem, completam a unidade dramática do bunraku, com movimentos tão<br />

precisos quanto realistas. Existem os manipuladores, o principal, o omozukai,<br />

movimenta a cabeça e o braço direito do boneco, o segundo, hidarizukai, opera o<br />

braço esquerdo e o terceiro, ashizukai, movimenta as pernas do boneco. Com tanta<br />

complexidade, a tradição ordena que cada manipulador passe dez anos em<br />

treinamento básico para dominar as técnicas específicas. Os aprendizes e os<br />

segundos manipuladores operam com os rostos cobertos de preto e só o<br />

manipulador principal possui o rosto descoberto. As cenas mais dramáticas<br />

requerem que o titeriteiro permaneça impassível, não chamando a atenção para si.<br />

Figura 35: Bunraku<br />

Fonte: http://www.fjsp.org.br/bunraku/wall04b.jpg<br />

12.2 Teatro Nô<br />

Umas das manifestações teatrais mais antigas do Japão, nô significa a arte<br />

de exibir talento. Com sete séculos de história, o gênero conserva uma estética


73<br />

cênica rigorosa, que busca o máximo de significação com o mínimo de expressão.<br />

Nô é habitado por deuses, guerreiros e mulheres enlouquecidas, às voltas com os<br />

mistérios do espírito. O protagonista (shite) é o único que porta a máscara, este é<br />

geralmente o espírito errante que exprime a nostalgia dos tempos passados. O<br />

coadjuvante (Waki), geralmente um monge, não interfere no curso de ação, apenas<br />

é revelador da essência do shite. Quatro instrumentos e um coro auxiliam na<br />

condução da trama, que é solucionada através de dança. Esse coro possui uma<br />

função dramática decisiva, conduzindo a narrativa.<br />

12.3 Kyogen<br />

Kyogen revela os defeitos do ser humano, seus personagens apresentam<br />

humanidade, as narrativas são próximas do cotidiano das pessoas. Conflitos entre<br />

patrão e empregado, intrigas entre marido e mulher, um esperto querendo passar a<br />

perna em um ingênuo, entre outros.<br />

Apresentadas nos intervalos de peças nô, as narrativas Kyogen cumprem o<br />

ritual das jornadas cênicas, alternando sátiras e dramas, propiciando maior<br />

envolvimento do público.<br />

12.4 Kabuqui<br />

No início, os espetáculos eram apresentados em templos e imitações de<br />

palcos de nô, depois devido à popularidade, foram transferidos para locais mais<br />

amplos. Dos primórdios, até hoje, o Kabuqui foi consolidando suas formas através


74<br />

de um longo processo acumulativo. É representado apenas por homens, mesmo em<br />

papéis femininos, uma das características mais marcantes do kabuqui.


75<br />

13 DANÇAS JAPONESAS<br />

As primeiras referências de dança japonesa aparecem em uma das fontes<br />

mais antigas da literatura Shintou: o Kojiki. Era uma dança muito religiosa, às vezes<br />

ligadas aos rituais das comunidades agrícolas. Esta dança, apesar de todo o<br />

misticismo, demonstra aspectos bem definidos, considerada a primeira semente das<br />

manifestações Kagura, de onde nasceram outros estilos, incluindo a famosa dança<br />

do teatro kabuqui. Os movimentos apresentam cada vez mais público maior em<br />

festivais e festas, como as comemorações do Ano Novo. Há algumas características<br />

que marcam essas danças até o período Meiji (1868-1912), que é o momento de<br />

grande modernização do país. A dança conquista sua autonomia na Era Taisho<br />

(1912-1926), sincronizando com as novas tendências, os primeiros dançarinos<br />

modernos do Japão foram revolucionários Baku Ishii (1886-1962) e Michio Ito (1892-<br />

1961). Outro nome importante foi, por exemplo, Kazo Saito (1887-1955), que<br />

apresentou uma dança em sintonia com o conceito de arte total.<br />

Até a década de 50, o panorama da dança no Japão foi, portanto, composto<br />

pela dança clássica japonesa e as várias manifestações contaminadas pelo<br />

Ocidente, mas sempre à moda nipônica, ou seja, com todos os fantasmas e


76<br />

monstros inventados pelo imaginário japonês. O criador do movimento Butô foi o<br />

dançarino Tatsumi Hijikata (1929-1986), este possui uma estética que choca, com<br />

cabelos raspados e corpos pintados de branco. Butô-fu também criado por Hijikata,<br />

transformou-se em uma possibilidade de investigar o corpo em crise e os diferentes<br />

estados de consciência de um corpo, um tema pertinente no período do pós-guerra<br />

japonês e que parece ter persistido nos trabalhos pós anos 80 e 90. As danças<br />

evoluíram muito nos últimos anos, inovaram com tecnologia e jogos de imagens.<br />

Hoje não existe mais um padrão de danças contemporâneas japonesas, a<br />

diversidade é a chave das novas investigações.<br />

13.1 Dança Clássica<br />

A dança japonesa, nihon buyou, popularmente chamada de Kabuqui Buyou,<br />

por ter tido origem nos palcos do teatro Kabuqui, caracteriza-se por três elementos<br />

essenciais: mai, odori e furi.<br />

Mai é uma dança mais estática, vinda de danças rotativas e círculos<br />

altamente refinados do teatro nô. Odori desenvolveu-se da dança do povo, em<br />

grupo, mais dinâmica, relacionada a um tipo de dança de saltos e pulos. E por<br />

último, o furi, em um sentido mais amplo são os gestos, atitudes ou movimentos do<br />

corpo e que, num sentido mais restrito, refere-se a coreografia.<br />

O nihon buyou difere visivelmente do balé ou de outra dança ocidental: a<br />

bailarina usa sapatilhas para dançar, os braços levantados acima da cabeça e o<br />

corpo erguido nas pontas dos pés, em uma tentativa de libertar-se da terra e


77<br />

confirmar sua própria existência. Já os dançarinos de buyou tendem à flexão dos<br />

quadris e membros inferiores e, assim, buscam estabelecer maior contato com a<br />

terra, reforçando pelos movimentos dos pés que se arrastam e pisam fortes no solo.<br />

No Japão, existem escolas de buyou com seu estilo característico e ainda hoje são<br />

conduzidas pelo tradicional sistema de iemoto, mestre-guia, que outorga aos seus<br />

discípulos graduados o título de natori e um nome artístico, bem como a permissão<br />

para ministrar aulas desse determinado estilo de dança.<br />

13.2 Dança Folclórica<br />

Coube ao Kabuqui dar expressão artística refinada ao odori, as danças de<br />

festivais rústicos e populares. A influência do odori transparece fortemente no<br />

Kabuqui, e uma das manifestações é a dança alternada, solada por cada um dos<br />

artistas. Essa forma está intimamente relacionada com um velho costume japonês,<br />

praticado até hoje, em que os convidados em festa se apresentam individual e<br />

espontaneamente para o entretenimento de todos.


78<br />

14 SAÚDE E PLANTAS<br />

Não só a comida japonesa conquistou adeptos no Ocidente. A medicina<br />

Japonesa, como a acunpultura e a moxabustão também são bastante utilizados no<br />

Brasil.<br />

A alimentação dos japoneses é muito saudável, à base de soja e peixe está<br />

voltada para a longevidade. A fitoterapia oriental, que usa ervas e raízes medicinais<br />

também é bastante difundida. Com os esportes praticados no Japão, acontecem<br />

muitas fraturas e luxações, então foram desenvolvidas variedades de compressas.<br />

O acunputor japonês tem uma habilidade incrível no manuseio da canaleta,<br />

sendo indolor a inserção da agulha na pele. Hoje são utilizadas na acunpultura<br />

agulhas de aço inoxidável, o que permite a esterilização completa.<br />

A massagem chamada Anma é resultado no aperfeiçoamento técnico e<br />

sensitivo da massagem propriamente dita. Tem a massagem Shiatsu, que uma<br />

prática mais recente, utilizando técnicas de pressão e vibração dos dedos, para<br />

realizar tratamentos de patologias.


79<br />

A moxabustão é um dos recursos fundamentais da terapêutica oriental, onde<br />

há aquecimento e cauterização da pele nos pontos de acunpuntura.<br />

O Watsu consiste no alongamento e massageamento dos pontos de tensão<br />

muscular em uma piscina aquecida a 35ºC.<br />

Através da técnica de cultivar árvores em miniatura, o Bonsai tornou-se um<br />

elemento decorativo também nas casas e jardins das pessoas de outras culturas,<br />

como os brasileiros.<br />

Bonsai (figura 36) são árvores ou plantas em miniatura cultivadas em vasos<br />

rasos. Por meio de métodos especiais para controlar o crescimento e protegidos de<br />

doenças e insetos, os bonsais são considerados verdadeiras obra-de-arte e tesouros<br />

valiosos herdados através de gerações. Os bonsais são lapidados cuidadosamente<br />

para atingir as mais variadas formas, o homem molda a natureza.<br />

Figura 36: Bonsai<br />

Fonte: http://www.bonsai.co.yu/Rein-01.jpg


80<br />

As cerejeiras (figura 37) também chamadas de sakura são o símbolo da<br />

felicidade no Japão. São utilizadas as pétalas da sakura para fazer chá que é usado<br />

em rituais como casamento e ocasiões festivas. No outono, as folhas caem e<br />

florescem uma vez ao ano por cerca de uma semana.<br />

Figura 37: Cerejeira<br />

Fonte: http://www.prefgarca.sp.gov.br/Cerejeira01.jpg


81<br />

15 VIDA E ETIQUETA BÁSICA NO JAPÃO<br />

Os japoneses têm muitos hábitos e rituais no cotidiano, que vai desde o<br />

cumprimento até a refeição. Isto é passado de geração para geração, os japoneses<br />

mais antigos tentam permanecer nas tradições mesmo que os jovens busquem cada<br />

vez mais transformar tudo em algo novo.<br />

15.1 Cumprimento e antes de entrar<br />

No Japão, curvar-se é a forma de cumprimento. Quando alguém se curva, a<br />

norma geral é curvar-se em retribuição. Se quem o cumprimentar tiver um status<br />

superior, a regra é se curvar ainda mais e por um tempo maior. Esse gesto também<br />

pode ser usado como uma demonstração de apreço e pedido de desculpas. Antes<br />

de entrar em casa os japoneses tem o costume de tirar os sapatos e deixar na porta.<br />

15.2 Intervalos para o chá<br />

Em muitas casas japonesas, se oferece chá verde, café ou chá preto, de<br />

acordo com a preferência do convidado. Os japoneses não tomam chá verde com


82<br />

açúcar ou com leite. Muitas vezes, o chá verde é acompanhado de um doce<br />

japonês.<br />

15.3 À mesa<br />

Antes da refeição cada pessoa diz, Itadakimasu, e após, gochisosama<br />

deshita. Ambas as frases expressam apreciação pela comida.<br />

Em residências particulares, geralmente são servidos vários pratos para cada<br />

um. Porções individuais são colocados para os convidados nos seus próprios pratos,<br />

em uma disposição definida. A comida também pode ser servida em pratos maiores<br />

para serem partilhados com outros que estiverem à mesa.<br />

15.4 Uso de Hashi<br />

O costume em geral é manter a tigela de arroz à sua esquerda e utilizar a<br />

mão direita para pegar o alimento com o hashi.<br />

15.5 Forma apropriada de tomar bebidas alcoólicas<br />

Normalmente, as pessoas servem umas às outras, não sendo costume servir<br />

o próprio copo. Os integrantes do grupo observam os copos dos demais, e servem<br />

mais à medida que se esvaziam. Os japoneses não bebem apenas saquê, mas<br />

também apreciam cerveja, vinho e uísque.


83<br />

15.6 Jantando fora<br />

Alguns restaurantes expõem nas vitrines reproduções, feitas de cera, dos<br />

pratos que servem. Pode-se escolher a partir dessas imitações ou de fotos do<br />

cardápio. Não é necessário dar gorjeta no Japão.


84<br />

16 EVENTOS ANUAIS E FESTIVIDADES<br />

16.1 Eventos Anuais<br />

O Ano Novo é um dos eventos mais importantes para os japoneses, onde as<br />

famílias se reúnem para festejar o novo ano, visitam templos xintoístas e budistas,<br />

rezam pela saúde e bem estar da família pelos próximos doze meses.<br />

Setsubun é o evento que é comemorado no dia 03 de fevereiro atirando e<br />

espalhando a soja, para espantar os demônios e acenar pela vinda da felicidade.<br />

Eles ainda recolhem os grãos de soja espalhados pelo chão, em quantidade<br />

correspondente a sua própria idade e rezam para espantar as doenças, acidentes e<br />

outros acontecimentos indesejáveis.<br />

No dia 03 de março Hina-Matsuri é realizado com as famílias que tem filhas<br />

pequenas, que arranjam as bonecas “Hinas” em lugares apropriados para isso e<br />

pedem para proteger a saúde e o crescimento dessas crianças.


85<br />

Hanami é o evento quando a cerejeira desabrocha com seu esplendor<br />

oferecendo uma bela visão paisagista no início de abril, os japoneses desfrutam de<br />

festas ao ar livre, bebendo sakê ou comendo embaixo das cerejeiras.<br />

Kodomo no hi (dia da criança), este evento também conhecido como Tangono-sekku,<br />

realizado no dia 05 de maio, as famílias que têm filhos pequenos enfeitam<br />

a casa com miniatura de capacete utilizado pelos samurais, bonecos guerreiros,<br />

ostentam uma biruta em forma de peixe (carpa) fora de casa, e rezam pelo seu<br />

crescimento saudável.<br />

Realizada no dia 07 de julho, tanabata, a festa das estrelas se origina de uma<br />

lenda chinesa que conta que, uma vez por ano, Altair e Veja atravessam a<br />

Constelação Ama no Gawa (Via-Láctea) para se encontrarem. Neste dia, escrevem<br />

os seus desejos em papel cortado em tiras e penduram junto com as folhas<br />

coloridas num galho de bambu.<br />

No período de 13 a 15 de agosto (ou em julho, de acordo com o antigo<br />

calendário), acontece Obon, para confortar os espíritos dos antepassados. É um<br />

evento realizado em observância ao budismo. Colocam-se frutas e vegetais numa<br />

bandeja para serem oferecidos aos espíritos e em algumas religiões, o povo dança o<br />

bom-odori ao som do tambor, em torno de um andaime. Em outras, lançam<br />

lanternas de papel nas águas do rio, para enviar o espírito de volta ao seu mundo.


86<br />

No dia 15 de novembro, a família veste os meninos de 3 e 5 anos de idade e<br />

as meninas de 3 e 7 anos com roupas de festa, e levam para o templo xintoísta,<br />

para rezar por seu crescimento saudável, este é chamado de Shichi-go-san.<br />

Ohmisoka é onde no último dia do ano, à noite a família se reúne, come soba<br />

(macarrão integral), deseja e reza pela saúde de todos no ano vindouro.<br />

16.2 Festividades<br />

Sanja Matsuri (Festival Sanja), próximo a 17 de maio Templo Asakusa,<br />

Tóquio, mais de 100 alegorias de templos de variados tamanhos desfilam<br />

energiacamente pelas ruas de Asakusa.<br />

De 01 a 29 de julho acontece Guion Matsuri (Festival Guion), Templo<br />

Yasaka, Kioto, durante cerca de um mês são realizados diversos eventos, sendo<br />

particulamente famosa a Procissão de Yamaboko.<br />

Nebuta Matsuri (Festival Nebuta), próximo a 02 a 07 de agosto Cidade de<br />

Aomori, Província de Aomori. O ponto máximo é o desfile das lanternas de papel<br />

pintadas de guerreiros e outras imagens.<br />

Hakata Guion Yamakasa, de 01 a 15 de julho Templo Kushida, Fukuoka. É<br />

uma festa com mais de 750 anos de história. Os jovens carregam alegorias com<br />

mais de uma tonelada de peso e correm pelas ruas da cidade, transmitindo coragem<br />

e sensação de alta velocidade.


87<br />

Neve de Sapporo, este festival atrai mais de dois milhões de visitantes<br />

anualmente, do Japão e do exterior. Estátuas de neve e esculturas de gelo de vários<br />

tamanhos e formas ficam expostas no <strong>centro</strong> de Sapporo, em fevereiro nos sete dias<br />

deste festival.


88<br />

17 LOCAIS TURÍSTICOS DO JAPÃO<br />

Existem vários pontos turísticos do Japão, mas podemos destacar alguns<br />

deles: Na região de Tohoku – Montanhas Shirakami, nessa área montanhosa,<br />

fronteira entre as províncias de Akita e Aomori, está localizada a maior floresta<br />

virgem de faias do mundo, na região Kinki – Monumentos Históricos de Nara Antiga,<br />

Horyu-ji, Nara era a capital do Japão, no século VIII. Os monumentos e templos<br />

históricos da cidade refletem a era da cultura budista trazida da China e da<br />

Península Coreana. O complexo de Horyu-ji nos arredores da cidade de Nara, é<br />

formado por 40 templos, dos séculos VII e VIII, e sua estrutura de madeira é<br />

considerada a mais antiga do mundo, shikoku – Ponte de Seto Ohashi, a ponte Seto<br />

Ohashi que se estende entre as ilhas de Honshu e Shikoku, através do Mar<br />

Setonaikai, conectando as províncias de Okayama e Kagawa, é a ponte mais longa<br />

do mundo, com estradas e trilhos ferroviários. A ponte se divide em seis segmentos<br />

que formam uma distância total de 9,4 quilômetros.<br />

O Shinkansen, trem-bala, trafega a uma velocidade acima de 200Km/h,<br />

podendo chegar a 300 Km/h. Foi inaugurado em 1964, ligando Tóquio a Osaka.


89<br />

Atualmente, o sistema de trens conecta Tóquio à maior parte das principais cidades<br />

do país, e é muito utilizado tanto para viagens de negócios, quanto para turismo.<br />

Na região Chubu encontra-se o Monte Fuji (figura 38), a mais imponente<br />

montanha do Japão, o Monte Fuji, com 3776 metros de altura, é adornado por<br />

inúmeros lagos e bosques. Possui uma bela forma cônica, esculturada por camadas<br />

de lavas vulcânicas, com uma longa base de declive. Há mais de trezentos anos, o<br />

vulcão permanece inativo. O povo japonês elegeu o Monte Fuji, desde tempos<br />

antigos, como uma montanha sagrada.<br />

Figura 38: Monte Fuji<br />

Fonte:<br />

http://images.encarta.msn.com/xrefmedia/sharemed/targets/images/pho/t054/T054822A.jpg


90<br />

18 GUEIXAS E BONECAS JAPONESAS<br />

As gueixas (figura 39) são treinadas por anos para saber as artes da dança,<br />

do canto e serem muito femininas, belas e misteriosas, as gueixas e seu mundo<br />

reservado sempre foram motivos de curiosidade entre os japoneses e também no<br />

Ocidente. Essas mulheres desfrutam glamour e prestígio proporcionado por<br />

quimonos caríssimos, banquetes e a companhia dos homens mais poderosos do<br />

Japão.<br />

Figura 39: Gueixa<br />

Fonte: http://madeinjapan.uol.com.br/2005/12/27/a-seducao-das-gueixas/


91<br />

A pele é coberta com uma tintura branca e uma parte da nuca é deixada sem<br />

pintura, o que garante sensualidade extra. Os cabelos devem ser mantidos<br />

compridos, para que se possa fazer o penteado tradicional (figura 40). De cabelos<br />

arrumados, a gueixa deve tomar cuidado para não desfazê-los na hora de dormir.<br />

Por isso, acomoda a cabeça em uma espécie de travesseiro de madeira (figura 40).<br />

Figura 40: Penteado tradicional e travesseiro de madeira<br />

Fonte: http://madeinjapan.uol.com.br/2005/12/27/a-seducao-das-gueixas/<br />

Os tamancos (figura 41) que as gueixas calçam são chamados pokkuri e são<br />

sempre usados com meias. Elas são responsáveis pelo entretenimento (figura 41)<br />

dos homens mais influentes do Japão, a função delas é dançar, tocar shamisen e<br />

cantar.<br />

Figura 41: Tamancos e entretenimento dos homens com gueixas<br />

Fonte: http://madeinjapan.uol.com.br/2005/12/27/a-seducao-das-gueixas/


92<br />

As bonecas japonesas existem desde o início da cultura japonesa e, muitas<br />

vezes representam a história de seus costumes. Chamadas de ningyo, ao longo do<br />

tempo, foram sofrendo pequenas modificações. O termo ningyo surgiu no século IX,<br />

sendo sua primeira referência os haniwa, estatuetas de barro encontradas em<br />

tumbas pré-históricas. Essas bonecas não eram utilizadas apenas como brinquedos<br />

infantis, elas eram associadas principalmente às crenças religiosas. Existem vários<br />

tipos de bonecas, saga, kio, sasano, karakuti, kamo, hakata, gosho e Kokeshi (figura<br />

43).<br />

Figura 43: Bonecas japonesas Gosho e Kokeshi<br />

Fonte:http://www.acbj.com.br/alianca/palavras.php?Palavra=16


93<br />

19 IDIOMA E RELIGIÃO<br />

19.1 Idioma<br />

O idioma utilizado no Japão é a língua japonesa. Para escrever, os japoneses<br />

utilizam três formas de escrita: Kanji que veio da China, Hiragana e Katakana<br />

criadas no Japão.<br />

Kanji<br />

A palavra Kanji significa “letra chinesa” ou “escrita chinesa”, são ideogramas<br />

que datam mais de cinco mil anos a.C., eram desenhos usados para rituais<br />

supersticiosos, mas com o tempo sofreram alterações e tornaram mais simplificados,<br />

como padrões de escrita e foi aumentando sua quantidade, contendo hoje mais de<br />

cinqüenta mil deles.<br />

Os Kanjis no Japão são usados para grafia de substantivos, pronomes e<br />

radicais de verbos, de advérbios e de adjetivos. Cada Kanji tem um significado.


94<br />

Hiragana.<br />

O Kanji veio da China, porém o Japão possui um alfabeto silábico chamado<br />

Hiragana<br />

O hiragana é um alfabeto silábico composto por 71 letras inventado pelas<br />

mulheres do Japão antigo, que, proibidas de freqüentar escola, criaram versões<br />

simplificadas de alguns kanjis. Com o tempo essas versões passaram a representar<br />

apenas sons. Atualmente eles são utilizados em partículas, desinências de verbos,<br />

de adjetivos e de advérbios. Há alguns substantivos e radicais de verbos, de<br />

adjetivos e de advérbios que também são escritos em hiragana. Textos infantis,<br />

feitos para crianças que ainda não aprenderam muitos kanjis, são compostos quase<br />

exclusivamente deles. Mesmo nos textos adultos também se utiliza o hiragana em<br />

forma de kana, minúsculas letras colocadas em cima (ou do lado, no caso das<br />

escritas verticais) dos kanjis difíceis, que poucas pessoas sabem ler. O objetivo<br />

desses kanas é facilitar a leitura desses kanjis difíceis.<br />

Katakana<br />

O katakana é também um alfabeto silábico de 71 letras, assim como o<br />

hiragana. E também representa apenas sons. Quem o inventou foram os monges<br />

japoneses. Mesmo para eles, que eram relativamente cultos, era difícil lembrar da<br />

leitura de cada kanji. Então eles escreviam pequenos "lembretes" ao lado das letras<br />

mais complicadas. Esses lembretes se tornaram o katakana, que, hoje, é utilizado<br />

para grafar palavras de origem estrangeira, algumas interjeições etc., em alguns


95<br />

vocábulos grafados nesse alfabeto os japoneses colocam um traço após a sílaba<br />

tônica, identificando-a.<br />

19.2 Religião<br />

A religião do Japão é o budismo e xintoísmo.<br />

Budismo<br />

Religião e filosofia derivada dos ensinamentos de Buda, que podem ser<br />

sintetizados por: tudo é impermanente, a realidade é mutável, e não existe nada de<br />

indestrutível. O essencial do pensamento budista está anunciado em Quatro Nobres<br />

Verdades: 1º-a existência humana é sofrimento, 2º-a causa do sofrimento é o<br />

desejo, 3º- para se libertar do sofrimento, é preciso suprimir a causa; consumido o<br />

Karma (enquanto a conseqüência da ação), o ser será libertado do samsara (o ser<br />

está submetido ao ciclo de nascimentos e mortes); 4º- o caminho aberto por Buda<br />

conduz ao último propósito da vida, o nirvana, que põe fim à sucessão de<br />

renascimentos e liberta o homem definitivamente pela iluminação, da qual o Buda é<br />

o exemplo.<br />

Budismo Japonês<br />

Introduzido no Japão, no século VI, evolui para uma tendência ao formalismo<br />

e ao ritualismo. Distingue-se em três períodos: 1º- Período Nara (710 -794), budismo<br />

estava restrito aos letrados e aos monges; 2º - Período Meian (794-1185),


96<br />

desenvolve uma união parcial com Xintoísmo. 3º - Período Kamakura (1192-1333),<br />

marca a origem de um budismo japonês.<br />

Xintoísmo<br />

Os deuses são personificação das forças naturais e os espíritos dos<br />

antepassados são igualmente considerados como deuses. A partir do séc. VI os<br />

budistas juntaram as divindades xintoístas, pouco a pouco se formou o sincretismo.


97<br />

20 JAPÃO: UM PAÍS DE TECNOLOGIA<br />

Ultimamente cada vez mais a relação do Japão com a tecnologia tem se<br />

estreitado é um país que visa o futuro e a modernidade e está envolvido no<br />

desenvolvimento de tecnologias de ponta em todas as áreas. Prova disto são os<br />

robôs (figura 44) desenvolvidos até hoje, que são capacitados a executar tarefas<br />

para os seres humanos. Existe uma feira no Japão onde robôs exibem suas<br />

habilidades e, embora eles não estejam prontos para se unir à força de trabalho,<br />

você poderá observá-los e ver o quanto eles já estão próximos da condição ideal.<br />

Figura 44: Robôs<br />

Fonte: http://www.terra.com.br/noticias/galeria/robos/020326_robos_coreografia.jpg


98<br />

21 MERCADO<br />

21.1 Dados Gerais do Japão<br />

21.1.1 Área, população e capital<br />

Japão tem uma área aproximada de 378.000 Km 2 . O seu tamanho<br />

corresponde a cerca de 1/25 dos Estados Unidos, metade do Chile, 1,5 vezes a<br />

Inglaterra e 1,3 Filipinas. Cerca de 67% da superfície terrestre do Japão é coberta<br />

de florestas, enquanto que cerca de 13% é ocupada pela área rural. É, portanto, um<br />

país, que possui uma quantidade relativamente grande de áreas verdes.<br />

A população atual do Japão é de 127,74 milhões de habitantes. É o nono país<br />

mais populoso do mundo. Dessa população 48% se concentra nas três maiores<br />

metrópoles (Tóquio, Osaka e Nagoya) que ocupam 11% da área total do país.<br />

(Folheto Consulado Japonês). A população é fortemente urbanizada (entre as quais<br />

Tóquio, Osaka, Locoama e Nagóia que possuem mais de um milhão de habitantes).<br />

As principais cidades do Japão são Tóquio, Osaka, Yokohama, Nagóia, Sapporo e<br />

Kioto. A densidade é de 338 hab. /km 2 populacional.


99<br />

A capital do Japão é Tóquio. É uma cidade gigantesca com 12.000.000<br />

habitantes. No <strong>centro</strong> de Tóquio se concentram os edifícios que alojam órgãos<br />

governamentais como o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal, etc., que fazem<br />

desta cidade o <strong>centro</strong> político do Japão. Tóquio é também o <strong>centro</strong> econômico onde<br />

se juntam numerosas e variadas empresas. É lá que se localizam também os<br />

diversos estabelecimentos culturais, empresas jornalísticas, as estações de TV, que<br />

fazem da cidade o <strong>centro</strong> de cultura e das informações.<br />

21.1.2 Expectativa média de vida ao nascer (2003)<br />

anos.<br />

Os homens vivem em média 78,36 anos e as mulheres vivem em média 85,33<br />

21.1.3 Geografia<br />

Por sua localização no extremo leste da Ásia, o Japão (figura 45) tornou-se<br />

conhecido como a terra do sol nascente. É formado por quatro ilhas principais e três<br />

mil ilhas menores, é um país extremamente montanhoso, o que dificulta a agricultura<br />

e contribui para que 67% do território ainda seja coberto por florestas, com isso leva<br />

o desenvolvimento da maior indústria de pesca do mundo.<br />

O país está sujeito a terremotos, erupções vulcânicas, tufões e maremotos.<br />

Seus verões são quentes e úmidos e seus invernos são rigorosos ao norte.


100<br />

Figura 45: Mapa do Japão<br />

Fonte: http://www.criancafazarte.com.br/volta/img/mapa_japao_pq.gif<br />

21.2 Bandeira e Hino Nacional<br />

A bandeira nacional do Japão (figura 46) é conhecida como hi-no-maru. Tem<br />

um círculo vermelho, que simboliza o sol, no <strong>centro</strong> de um campo branco. As<br />

palavras do hino japonês Kimigayo se baseiam em um poema waka, escrito há mais<br />

de 1000 anos, e expressam o desejo de prosperidade nacional e paz eterna.<br />

Figura 46: Bandeira do Japão<br />

Fonte: http://www.meg.org.br/images/flags/large/ja-lgflag.gif


101<br />

21.3 Economia e Moeda<br />

O Japão alcança alto crescimento econômico, graças ao rápido<br />

desenvolvimento industrial observado após a Segunda Guerra Mundial, é um dos<br />

países prósperos do mundo. O país é um dos mais competitivos fabricantes e<br />

exportadores de produtos eletrônicos e de automóveis, o que o transformou na<br />

segunda potência econômica mundial, atrás apenas dos Estados Unidos. O sistema<br />

de governo é a monarquia constitucional parlamental, seu chefe de Estado é o<br />

Imperador Akihito, seu chefe de Governo: Primeiro Ministro Junichiro Koizumi, o<br />

ministro de Negócios Estrangeiros é Nobutaka Machimura, o PIB Real (2004)<br />

US$4,9 trilhões (quatro trilhões e 934 bilhões de dólares) segundo Economic and<br />

Social Research Institute, Cabinet Office, Government of Japan, PIB per capita<br />

(2004) é US$38.625 e suas reservas internacionais (dez/2004) US$844 bilhões<br />

segundo Ministry of Finance of Japan. A moeda é Iene, e 1 dólar norte americano<br />

são 103,78 ienes.<br />

21.4 Política<br />

Após o final da 2ª Guerra Mundial em agosto de 1945, o Japão deu os<br />

primeiros passos para tornar-se uma nação democrática. A Constituição de Japão,<br />

que entrou em vigor em 1947, baseia-se em três princípios: soberania do povo,<br />

respeito aos direitos humanos fundamentais e renúncia à guerra. A Constituição<br />

também determina a independência dos três poderes públicos: o legislativo, o<br />

executivo e o judiciário.


102<br />

21.4.1 Estrutura Governamental<br />

O Parlamento, poder legislativo, é composto pela Câmara dos<br />

Representantes, ou Câmara Baixa, com 480 membros e a Câmara Alta, com 242<br />

membros. O poder executivo é exercido, através de sistema parlamentarista, pelo<br />

gabinete. É liderado pelo primeiro-ministro juntamente com doze ministérios e<br />

agências. O Poder Judiciário foi outorgado ao Supremo Tribunal e a instâncias<br />

superiores, bem como às comarcas e a outros juizados de competência específica.<br />

21.4.2 Família Imperial<br />

O imperador é o símbolo do Estado e da unidade do povo, não possuindo<br />

poder de governar. Todos os atos do Imperador, em relação ao Estado, são<br />

recomendados e aprovados pelo Gabinete. O atual Imperador, Akihito subiu ao trono<br />

em 1989, como o 125º da linhagem imperial. O imperador Akihito e a imperatriz<br />

Michiko foram “abençoados” com três filhos e três netos.<br />

21.4.3 Relações Internacionais<br />

O Japão está profundamente envolvido em diversas atividades para a<br />

obtenção da paz, da prosperidade e da estabilidade mundial. Enquanto busca<br />

soluções para questões mundiais como o terrorismo, a economia mundial, a<br />

proteção ambiental, entre outras, o Japão exerce também um papel ativo para<br />

garantir a estabilidade em questões regionais, que poderiam causar impacto na


103<br />

comunidade internacional, fortalecendo os vínculos e a colaboração com as<br />

principais potências mundiais, com ênfase nas relações com os Estados Unidos.<br />

21.4.4 Governos Locais e Centrais<br />

No Japão, há quarenta e sete províncias e um total de aproximadamente<br />

3.200 cidades, municípios e vilas. Cada municipalidade tem sua própria assembléia.<br />

Os governadores das províncias e os prefeitos das cidades e municípios são<br />

escolhidos por voto popular. O sistema de governo local é regido por uma forma de<br />

democracia direta, a mesma do governo central.<br />

21.5 Indústria<br />

A economia do pós-guerra do Japão expandiu-se notavelmente, mantendo<br />

uma taxa média de crescimento anual de 8% de 1953 a 1973, o tornou o país a<br />

segunda maior economia mundial, após os Estados Unidos.<br />

21.5.1 Estrutura Industrial<br />

“O período de rápido crescimento no Japão (década de 50 a<br />

80) foi principalmente impulsionado pelo setor secundário com<br />

atividades tais como o aço, a construção naval, a fabricação de<br />

automóveis e de equipamentos elétricos. A valorização do Iene, que<br />

teve início em 1985, fez com que muitos fabricantes japoneses<br />

deslocassem a produção para o exterior. Cinco por cento da<br />

população ativa está atualmente empregada em indústrias do setor<br />

secundário e 65% em serviços e outras indústrias do setor terciário”.<br />

Segundo folheto Consulado Japonês no Brasil – Porto Alegre -RS.<br />

21.5.2 Indústrias de Manufatura


104<br />

Automóveis e equipamentos elétricos são os dois maiores produtos de<br />

exportação industrial. Na indústria automotiva, 350.000 robôs industriais, 56% do<br />

total do mundo, estavam em operação no final do ano de 2002. Pesquisas e<br />

esforços para o desenvolvimento da biologia, química, física e outros campos de<br />

tecnologia de ponta estão sendo realizados (Associação de Robôs do Japão).<br />

21.5.3 Agricultura de Pesca<br />

O Japão depende de importações para o fornecimento de alimentos já que<br />

sua taxa de auto-suficiência é baixa, e apenas 13% da sua área é utilizada para a<br />

agropecuária. Por ser uma ilha, seu povo desenvolveu predileção por frutos do mar.<br />

A nação ocupa o quarto lugar no ranking mundial, no total anual de captura de<br />

pescados. (Ministério da agricultura, Silvicultura e Pesca – Japão 2002).<br />

21.5.4 Comércio<br />

Atualmente, as principais exportações incluem equipamentos e maquinários<br />

(equipamentos elétricos, de precisão e automóveis). Os principais itens de<br />

importação são maquinários, derivados de petróleo e alimentos. O Japão obteve no<br />

seu balanço anual de 2003, um superávit de US$ 136,2 bilhões, em novembro de<br />

2004. (FMI, Ministério das Finanças - Japão).<br />

21.6 Produtos de moda brasileiros exportados para o Japão


105<br />

Vários produtos brasileiros de moda são exportados para o Japão, entre eles<br />

está o famoso e “velho” jeans. De acordo com os dados oficiais da Associação<br />

Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o Brasil é o segundo maior<br />

produtor de jeans do mundo, perdendo apenas para a China.<br />

"Atualmente, os produtos brasileiros diferenciados têm feito<br />

um grande sucesso no exterior porque apresentam qualidade, design<br />

e um conjunto de tratamentos e beneficiamento que vão além das<br />

customizações e lavagens, que se equiparam às italianas. Há uma<br />

renovação permanente da criatividade das peças jeans", afirma Yeda<br />

Amaral, consultora especializada em jeanswear para o segmento<br />

profissional.<br />

Grandes grifes, como Ellus, Carmim, Colcci, Forum, e Vide Bula fazem um<br />

trabalho relevante no exterior. Desde 1999, a Ellus exporta para o Japão.<br />

A moda que o Brasil exporta para o Japão é eclética e com muita criatividade,<br />

calças, blusas, vestidos, calçados, bolsas, tudo com um toque brasileiro. Novas<br />

marcas brasileiras estão entrando no mercado japonês. A Pantanal Fashion Export é<br />

uma cooperativa que reúne empresários, artesãos, índios, pescadores e bordadeiras<br />

da região pantaneira, onde fazem roupas com estilo baseado na cultura local. Deu<br />

tão certo que a empresa exporta para vários países europeus e ganha simpatia dos<br />

japoneses.<br />

Outra marca que está entrando com tudo no Japão é a Morenaton Brazilian<br />

Soul in Shoes, que faz produtos com a cara das japonesas. O interesse pelo<br />

mercado japonês vem crescendo cada vez mais e uma das grandes motivações é<br />

que as japonesas são fanáticas por marcas extrangeiras.


106<br />

As sandálias Havaianas não só é modismo brasileiro, como também viraram<br />

acessórios fashion e hoje podem ser encontradas até em lojas de grifes famosas<br />

japonesas. O gerente de uma loja japonesa, Hiromichi Horie, diz que o modelo tem<br />

uma boa aceitação entre os clientes, em sua maioria jovens japoneses. Outro<br />

calçado que faz sucesso entre as garotas japonesas é o tênis de futebol de salão.<br />

“Elas não usam para jogar bola, mas para combinar com<br />

roupas. Além de confortáveis são bonitos”, disse o gerente da loja<br />

Nustep, Naoyuki Ohta.<br />

As calças da marca Gang caíram no gosto das celebridades como Adriane<br />

Galisteu e Raica Oliveira e de celebridades internacionais também, Britney Spears,<br />

Jennifer Lopes e Christina Aguilera.<br />

Agora acaba de ser “descoberta” pelas<br />

japonesas, pelo fato de terem formas mais retas, a calça ajuda a modelar essas<br />

formas.<br />

É no bairro Harajuku (região central de Tóquio) que concentra à<br />

efervescência dos fashionistas do Japão e que também tem marcas brasileiras<br />

querendo ser vistas e compradas.<br />

É lá que a Melissa (figura 47) buscou espaço no Japão, onde japonesas que<br />

tem um “look” moderno, despojado e alternativo usam as sandálias, faça frio ou<br />

calor.


107<br />

Figura 47: Melissa<br />

Fonte: http://www.melissa.com.br/mww/<br />

Bolsas de luxo da estilista Serpui Marie também são bem aceitas no Japão,<br />

as bolsas são exportadas com muitos enfeites, brilho e desenhos. Está no mercado<br />

há cerca de 20 anos e começou a exportar há 14 anos. Também exporta para outros<br />

países, como, China, Estados Unidos e França.<br />

21.7 O mercado da moda Japonesa<br />

Visto sempre como pessoas sérias, fechadas, reservadas e que cultivam suas<br />

tradições, os japoneses estão cada vez mais se assustando com eles mesmos, tudo<br />

porque os adolescentes (figura 48) estão se rebelando, encarando a sociedade<br />

conservadora sem medo de expor seu estilo. Hoje têm de tudo, maquiagem pesada,<br />

roupas coloridas, criatividade e muita irreverência.<br />

"Não tenho que fazer só o que os meus pais mandam ou o<br />

que a sociedade impõe. Posso me vestir de anjo e sair pela rua<br />

quando eu bem entender e não vou me sentir ridícula fazendo isso. É


108<br />

o meu jeito de mostrar que penso diferente". Diz Megumi Saito, uma<br />

adolescente de 15 anos que mora em Tóquio.<br />

O grito de liberdade está deixando os mais velhos de “cabelos em pé”.<br />

"Este mundo está perdido", fala a dona de casa Hitomi<br />

Kouda, 58 anos, ao encontrar um anjo de luto de 14 anos, uma<br />

enfermeira serial killer de 13 e uma barbie falante de 16.<br />

É uma moda que causa desgosto para pessoas como Kouda. Os turistas<br />

adoram, e fotografam tudo para guardar a revolução explosiva.<br />

Figura 48: Adolescente<br />

Fonte: http://www2.uol.com.br/caminhosdaterra/reportagens/145_japao.shtml<br />

É intrigante pensar, que um país que está cada vez mais futurista não se<br />

desliga de seu passado e de suas origens culturais. Em Tóquio, encontramos algo<br />

contraditório, um mundo inovador, tecnológico com coisas que remetem a cultura<br />

japonesa.<br />

Shibuya (figura 49) é um bairro em Tóquio que mistura diferentes comércios,<br />

desde lojas relacionadas à moda e até cafés para mulheres desfrutarem suas horas<br />

vagas de compras. O bairro Harajuku (figura 50) também é bastante conhecido,


109<br />

existem cafés, bares, salões de beleza e lojas que absorvem o que de novo aparece<br />

nesta metrópole que interpreta de uma maneira muito própria o conceito de<br />

novidade.<br />

Figura 49: Shibuya<br />

Fonte: http://rotas.xl.pt/0504/200.shtml<br />

Figura 50: Harajuku<br />

Fonte: http://rotas.xl.pt/0504/200.shtml<br />

“Cheguei em Tóquio e fui direto pra Harajuku Station (figura<br />

51). É uma explosão de energia contagiante, que se estende pelos<br />

caminhos estreitos da Takeshita Dori, espécie de 25 de Março teen.<br />

O lugar que mais me impressionou foi Uru Harajuku, onde, sentada<br />

para observar o povo, fui tomando anotações e quando vi rabiscava<br />

tão freneticamente quando vejo um desfile. Ali todos têm um look, e<br />

descubro que Tóquio é uma franja - lugar em que imagem é tudo, a<br />

obsessão é o cabelo”. Relato de Érika Palomino em seu site<br />

(http://www.erikapalomino.com.br/moda/tendencias/index.php?md_te<br />

nd_id=831)


110<br />

Figura 51: Harajuku Station<br />

Fonte: http://home.catv.ne.jp/dd/hirvonen/tokio/Harajuku.jpg<br />

“O novo jeito de vestir dos japoneses combina muitas<br />

camadas e sobreposições, a fluidez e o movimento dos tecidos, tudo<br />

solto, meio caído, meio jogado, com muita malha e algodões. Os tênis<br />

AllStar são os calçados oficiais e as bolsas são em forma de<br />

melancia, grandonas e penduradas no ombro, ou estruturadas de<br />

alças curtas, penduradas no braço”. Relato de Érika Palomino em seu<br />

site (http://www.erikapalomino.com.br/moda/tendencias/index.php?md<br />

_tend_id=831)<br />

“E o estilo ladylike da moda atual é perfeito para as<br />

japonesas, de passos curtos e pés virados para dentro, andando<br />

devagar e, muitas vezes escoradas pelos rapazes. Nas unhas dos<br />

pés, o esmalte com glitter, em cores bizarras como prata e um verde<br />

medonho, da linha jovem da Shiseido. Bonés, bonés e bonés (e os<br />

japoneses são loucos por um chapéu)”. Relato de Érika Palomino em<br />

seu<br />

site<br />

http://www.erikapalomino.com.br/moda/tendencias/index.php?md_ten<br />

d_id=831<br />

“As calças são mais curtas ou sobre os sapatos, e tem uma<br />

nova versão de uma calça pós-cargo, com as laterais puxadas por<br />

fivelinhas. Sapatinhos de salto baixo têm obrigatoriamente frente<br />

pontuda. Ah, vale também calcanhar de propósito no tênis,<br />

transformando-o em chinelão. Muito iPod, guarda-chuva comprido<br />

usado sem esforço, sacolas, sempre”. Relato de Érika Palomino em<br />

seu<br />

site<br />

http://www.erikapalomino.com.br/moda/tendencias/index.php?md_ten<br />

d_id=831<br />

O modo como as japonesas se cuidam está influenciando o estilo de<br />

mulheres no Brasil. As consultoras de moda como Glória Kalil e Érica Palomino<br />

estão indo para Tóquio para descobrir o que as japonesas fazem para cuidar da pele


111<br />

branca e ter aspecto jovial. Por esta razão que elas têm uma paixão por cosméticos,<br />

corretivos faciais que clareiam a pele, sombra e lápis brancos e pretos. A<br />

maquiagem (figura 52) é a nova marca das japonesas.<br />

Figura 52: Maquiagem<br />

Fonte: http://www.noolhar.com/opovo/colunas/beleza/437410.html<br />

A fiscalização noturna japonesa é rígida, não é permitido menor de idade<br />

freqüentar bares ou clubes noturnos, isso influenciou para o surgimento de tribos<br />

que se reúnem, aos domingos, com sua respectiva tribo. E como bairros alternativos<br />

estão Harajuku e Shibuya que reúne jovens com roupas alternativas e coloridas. São<br />

muitas tribos, cada uma com estilo e atitude de seu grupo, mas quase todos buscam<br />

chamar a atenção, ser fotografado por uma das inúmeras revistas japonesas já<br />

especializadas em divulgar a moda da juventude nipônica.<br />

Umas das primeiras tribos criadas no Japão foi Gyaru (pronúncia japonesa<br />

para palavra ‘girl’ – garota, em inglês), meninas que descolariam os cabelos,<br />

tomavam muito sol e estavam sempre na moda. Mas com o tempo, elas ficam<br />

“comuns” e surgiram as ultra-exageradas das gyaru, as Yamamba.


112<br />

Dotadas de uma pele dourada, através de várias horas de bronzeamento<br />

artificial, cabelo descolorido, maquiagem exagerada e brilhante, essas garotas<br />

ganharam o apelido de “Bruxas da Montanha” (Yamamba, em japonês). Junto do<br />

apelido, elas têm a fama de garotas fúteis, que se interessam por roupas de marcas<br />

muito caras, passam o dia falando e mandando mensagens nos seus celulares e<br />

freqüentando fliperamas. Algumas dessas garotas, para sobreviver ao alto custo de<br />

vida das Yamamba (figura 53), chegam até mesmo a trabalhar durante o ano letivo<br />

(coisa proibida no Japão), ou mesmo se prostituir. Existe, ainda, a versão masculina<br />

das Gyaru e Yamamba. São os Surfers, garotos viciados em surf rock californiano,<br />

donos de um bronzeado exagerado e que carregam pranchas de surf em pleno<br />

<strong>centro</strong> conturbado de Tóquio.<br />

Figura 53: Yamamba<br />

Fonte: http://crazyjapan.canalblog.com/images/yamamba.jpg<br />

Kogal (figura 54) é um estilo parecido com Yamamba, é um “look” muito<br />

fashion, são meninas bronzeadas artificialmente com cabelos pintados de loiro,


113<br />

roupas chamativas,<br />

calçados altíssimos, maquiagem carregada, acessórios<br />

coloridos e extravagantes.<br />

Figura 54: Kogal<br />

Fonte: http://www.livemusicstudio.com/mac/pages/ganguro.html<br />

Existe no Japão o estilo Fruits (figura 55), inpirada a partir de uma revista<br />

criada em 1994 por Shoichi Aoki para documentar o surgimento de uma cultura de<br />

moda de rua em Tóquio. Na revista são representados uma grande variedade de<br />

estilos que foram e ainda estão se desenvolvendo no Japão. As coletâneas de fotos<br />

da revista, tiradas diretamente nas ruas de Tóquio, serviram de inspiração para<br />

milhares de pessoas em todo o mundo.<br />

Muitas pessoas acham que existe um 'estilo fruits', por causa da<br />

predominância de superposições e acessórios coloridos, mas este não é o caso.<br />

Para o ocidental não inserido nesta subcultura pode não parecer, mas na revista há<br />

vários estilos diferentes e com características próprias, alguns que se<br />

desenvolveram e outros que desapareceram.


114<br />

Figura 55: Estilo Fruits<br />

Fonte: http://www.onlineneko.com/glossario.htm<br />

Visual Kei (figura 56) ou Visual Rock é um tipo de música pop/rock japonês<br />

em que os músicos dão forte ênfase numa aparência visual ostentosa, vestindo-se<br />

com trajes bem trabalhados. Qualquer coisa, de uma pitada de glamour a um<br />

exagero de personificação feminina pode ser chamado de Visual Rock. Esses<br />

artistas consideram que precisam se enfeitar para encenar sua música.<br />

Como símbolos mais altos de expressão da nova sociedade japonesa, as bandas<br />

"Visual Kei" estão transformando-se na força motriz da música japonesa e no<br />

cenário da moda.<br />

Figura 56: Visual Kei


115<br />

Fonte: http://www.nanigoto.com.br/visual.html<br />

O estilo das Gothic Lolitas (figura 57) surgiu junto com as bandas japonesas<br />

de Visual Kei, onde mesclou as rendas e o clima melancólico e triste dos góticos. O<br />

precursor do estilo e criador do termo 'Elegant Gothic Lolita' foi Mana, guitarrista do<br />

extinto grupo de Visual Kei, Malice Mizer. Mana arrebanhou milhares de seguidoras<br />

e seguidores, ao se apresentar vestindo como antigas bonecas de cerâmica<br />

vitorianas, cheio de rendas, babados e laços, mas sempre com um toque triste e<br />

gótico.<br />

No Japão, as Gothic Lolitas já se tornaram uma tribo comum, principalmente<br />

nos grandes <strong>centro</strong>s urbanos, precursores de comportamento, como Tóquio.<br />

Durante os fins de semana, as grandes praças e parques se enchem dessas garotas<br />

e garotos, que se reúnem para conversar, mostrar seus mais recentes visuais e<br />

aquisições.<br />

A popularização das Gothic Lolitas tornou-se tão incrível que surgiram<br />

inúmeros animes e mangás com personagens vestidos nesse estilo.<br />

Figura 57: Gothic Lolitas


116<br />

Fonte: http://www2.uol.com.br/ohayo/v2.0/eventos/materias/mar22_lolitas.shtml<br />

Mangás e bonecas japonesas servem de inspiração para a moda, que hoje<br />

pode ser conferida em campanhas publicitárias da marca Lanvin (figura 58). São<br />

meninas de testa e olhos grandes, boca pequena e cabelos presos, depois de ter<br />

apresentado um desfile com referências no mundo oriental, com muitos obis, alguns<br />

recortes de origami e uma série de flores em acrílico, resolveu manipular fotos e<br />

transformar uma modelo em uma mistura de mulher-boneca.<br />

Figura 58: Lanvin<br />

Fonte:<br />

http://www.usefashion.com/use/news/mostra_rec.asp?vitemmenu=news&idnews=9049&tempo<br />

rada=11&segmento=news#<br />

Os japoneses cultivam sua própria cultura, mas tem uma incrível capacidade<br />

de processar influências que chegam de fora. As japonesas deram para adotar<br />

biquínis minúsculos (figura 59) e ir para as praias do país. Isso é contraditório, ao<br />

mesmo tempo em que é extremamente inovador.


117<br />

Figura 59: Biquínis Minúsculos<br />

Fonte: http: //viomundo. globo.com/site.php?nome=Bizarro&edicao=287<br />

Os cabelos das japonesas (figura 60) fazem bastante sucesso, são pintados<br />

de castanhos, vermelhos, ruivos, loiros, preto, repicados, desfiados, coloridos,<br />

penteados, enfim são para todos os gostos e modelos. Uma das tendências fortes é<br />

valorizar os cabelos.<br />

Figura 60: Cabelos das japonesas<br />

Fonte:http://japaoejaponeses.blogspot.com/2005/10/penteados-japoneses.html<br />

As japonesas usam roupas sobrepostas a outras, bonés, é uma mistura de<br />

estilos, um pouco de streetwear e saias estilo hippie (figura 61), há também um


118<br />

estilo que é chamado de street fashion (figura 62) que pode ser confundido com um<br />

mistura de gótico (figura 63) com lolitas.<br />

Figura 61: Estilo Hippie<br />

Fonte: http://bartpogoda.com/japan/index.php?g=13&f=5<br />

Figura 62: Street Fashion<br />

Fonte: http://www.theforeigner-japan.com/photoessays/2003/200311/12.htm


119<br />

Figura 63: Gótico<br />

Fonte: http://lphe1dell1.epfl.ch/~lhinz/japon/tokyo/harajuku/photos/.jpg<br />

As cantoras japonesas fazem muito sucesso na parada pop no Japão. Um<br />

exemplo disto é a cantora Ayumi Hamasaki, como se fosse a “madonna” japonesa<br />

(figura 64), as meninas imitam ela nas roupas, no cabelo e na maquiagem. Ela<br />

aborda em suas músicas assuntos polêmicos, como a discriminação racial e a falta<br />

de liberdade de expressão e da liberdade do ser humano de um modo geral.<br />

Figura 64: Madonna Japonesa<br />

Fonte:http://www.katana.com.br/musica/jpop/Ayumi%20Hamasaki/imagens/ayumi03.jpg


120<br />

As meninas (figura 65) que freqüentam o colégio também são fashion, após<br />

saírem da aula saem nas ruas de Harajuku ,conversam e vão aos camelôs.<br />

Figura 65: Meninas<br />

Fonte:http://www1.cs.columbia.edu/~sedwards/photos/japan200507/20050720-<br />

0173%20Harajuku%20Girl.jpg<br />

Existem grupos que são denominados cosplays (figura 66), pois usam<br />

fantasias baseadas em personagens de animes e mangás do Japão. Kawaii (figura<br />

67) significa em japonês gracioso, bonito, que é um outro estilo que existe no<br />

Japão. É uma mistura de desenho animado feminino com sensualidade, usando<br />

saias curtas e blusas justas.


121<br />

Figura 66: Coplays<br />

Fonte:<br />

http://www.cosplaybr.com.br/cb/vergaleria.php?galeria=51d71c7ac89c7ed4ca85d033bb218272<br />

Figura 67: Kawaii<br />

Fonte: http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://cherrypop.over-blog.com<br />

O quimono há muito tempo esquecido no guarda-roupa das japonesas, voltou<br />

à moda no Japão. A vestimenta passou a ser apreciada até mesmo pelas<br />

adolescentes, que compram o traje de segunda mão por um preço mais barato.<br />

Segundo elas, o quimono as faz sentir especiais e diferentes.<br />

“O que vejo agora é um ‘quimono boom’”, observa Atsushi Tomita, um<br />

executivo da Associação Têxtil de Quioto, pois a popularidade é grande no Japão.


122<br />

A moda japonesa não é só de mulheres e meninas que se vestem feito<br />

loucas, com muito colorido ao mesmo tempo preto total dependendo da tribo, peças<br />

sobrepostas, cabelos pintados, acessórios extravagantes, há também as que se<br />

vestem na moda casual (figura 68 a 75) para os padrões que existem hoje entre as<br />

adolescentes no Japão, com estilo ocidental e cores da moda, mas discretas.<br />

Figura 68: Moda Casual<br />

Fonte: http://bartpogoda.com/japan/index.php?g=13&f=5<br />

Figura 69: Moda Casual<br />

Fonte: http://www.oreno.org/photos/2003_tokyo/harajuku_001.jpg


123<br />

Figura 70: Moda Casual<br />

Fonte: Fonte: Revista NIPPONIA Descobrindo o Japão Edição 33 página 27<br />

Figura 71: Moda Casual<br />

Fonte: Revista Non-No Edição 9


124<br />

Figura 72: Moda Casual<br />

Fonte: Revista Non-no Edição 9<br />

Figura 73: Moda Casual<br />

Fonte: Revista Non-no Edição 14


125<br />

Figura 74: Moda Casual<br />

Fonte: Revista Non-no Edição 14


126<br />

Figura 75: Moda Casual<br />

Fonte: Revista NIPPONIA Descobrindo o Japão Edição 33 página 28<br />

Miuccia Prada lançou, dia 05/05/2006, uma “coleção-cápsula” da Miu Miu<br />

(figura 76) inspirada no romanticismo das bonecas japonesas. A coleção tem<br />

vestido, vestido-casaco, tops, saia e calça, é toda em linho branco amassado. Cada<br />

uma delas é “passada” para ficar com pregas irregulares. As peças vão chegar às<br />

lojas da marca na Europa e no Japão a partir de meados deste mês.<br />

Figura 76: Miu Miu<br />

Fonte:http://www.usefashion.com


127<br />

21.8 Estilistas japoneses que usam o Japão como inspiração<br />

Alguns estilistas japoneses renomados no mundo da moda, como Issey<br />

Miyake, Yohji Yamamoto e Rei Kawakubo, usam ou já usaram o próprio Japão como<br />

fonte de inspiração para o desenvolvimento de suas coleções.<br />

Issey Miyake<br />

Yssey significa “uma vida” e Miyake significa “três casas”.<br />

Issey nasceu em 1938 num Japão pobre e olhando as revistas de moda<br />

compradas pela irmã, com isso incentivando seu talento para a moda. Com o passar<br />

dos anos foi melhorando e em Tóquio, num estúdio é que nascem suas criações,<br />

onde peças evoluem com o passar das horas. Dez pessoas trabalham com ele e a<br />

maioria japonesa.<br />

Saber transformar uma proeza estética e tecnológica num verdadeiro sucesso<br />

comercial é com Yssey mesmo. Exemplo disto é o plissado que o mundo todo usou<br />

em 1983 e também ampliou as confecções dos Estados Unidos com o jeans Levi’s.<br />

Em 1997, treze butiques foram abertas juntando-se aos 96 pontos-de-venda<br />

existentes. Seus colaboradores dizem que ele nunca tem fim. As roupas são criadas<br />

para serem usadas no cotidiano e conhecer as pessoas que vão usar são um<br />

incentivo para sua <strong>criação</strong>.


128<br />

Sua primeira coleção é inspirada no judô e kendô. Hoje 80% da sua produção<br />

é vendida no Japão.<br />

“Eu não crio uma estética para a moda. Faço estilo com base<br />

na vida. E não com base no estilo”. Issey Miyake<br />

Yohji Yamamoto<br />

Yohji Yamamoto significa “ao pé da montanha”.<br />

Nasceu em Tóquio em 1943, filho de costureira, teve o apoio da mãe viúva<br />

para sua escolha profissional. Com uma clientela feminina só esperava cópias dos<br />

modelos parisienses, porém com o pouco dinheiro que ganhava permitia que<br />

realizasse os seus modelos. Ganhou uma viagem para Paris através de um<br />

concurso que participou e ganhou em 1969, onde ficou oito meses na capital da<br />

moda aprendendo o ofício de estilista.<br />

Sua primeira coleção acontece em 1977 com sua primeira empresa. Em 1981<br />

conquistou Paris e neste ano ocorreu seu desfile e da sua antiga companheira Rei<br />

Kawakubo. A imprensa mundial estava presente e em alguns dias os desconhecidos<br />

tornaram–se célebres. Em 1984 ataca os conservadores do terno.<br />

“O fato é que eu nasci no Japão. Mas jamais me utilizei deste<br />

rótulo”. Diz Yohji Yamamoto, mas, no entanto utiliza tecidos que<br />

enfeitam o corpo, com efeito, de uma tradição, como a seda dos<br />

quimonos, faz com que o Oriente fascine o mundo.<br />

“Os que usam as minhas roupas querem afirmar um ponto de<br />

vista”. Diz Yohji Yamamoto, resumindo o seu trabalho.


129<br />

Comme des Garçons – por Rei Kawakubo<br />

Comme des Garçons é uma grife lançada nos anos 70, em Tóquio, criada<br />

pela inteligência de Rei Kawakubo.<br />

Nasceu em Tóquio em 1942, tem uma visão glamourosa das coisas, por isso<br />

faz tanto sucesso. A paixão pela foto e pelas artes gráficas fez surgir SIX, revista<br />

autônoma sem periodicidade, Comme de Garçons remete a outro imaginário, uma<br />

espécie de barômetro do tempo da moda, feito apenas de imagens.<br />

As imagens e fotos circulam mais rápido do que as roupas há intercâmbio<br />

entre um país e outro, a moda não dura à eternidade e as fotos guardam um<br />

passado.<br />

“Se um desfile deve transmitir em vinte minutos um<br />

concentrado de vontades, de idéias, se pode colocar o olhar para<br />

trabalhar e incitar ao devaneio, seu efeito se prolonga e se<br />

desenvolve nas lojas onde todas as coleções se encontram: homem,<br />

mulher, vestidos cotidianos tranqüilos e gentis, camisas brancas e<br />

calças simples, ou estrelas misteriosas e complexas vindas do desfile<br />

aceitam aqui se deixar olhar, tocar e, porque não, se deixar provocar<br />

e mais ainda, se houver afinidades? A entrada é franca” segundo<br />

Livro Universo da Moda Comme des Garçons pág.15.<br />

“A <strong>criação</strong> não é algo que possa ser calculado” Rei Kawakubo<br />

Moda de Issey Miyake, Yohji Yamamoto e Rei Kawakubo<br />

“A moda ocidental tem um caso amoroso duradouro com as<br />

mais variadas inspirações étnicas. Mas nas últimas décadas uma<br />

geração de designers japoneses mudou para sempre as diretrizes da<br />

haute couture internacional. A influência do Japão no mundo fashion<br />

do século XX começou quando Paul Poiret criou, em 1912, um traje<br />

francamente inspirado no modelo do quimono. Absurdamente<br />

feminina e muito confortável, a <strong>criação</strong> de Poiret caiu no gosto da<br />

mulherada que se viu livre das amarras do espartilho. Na segunda<br />

metade da década de 70, enquanto Giorgio Armani revolucionava as<br />

regras da moda reinventando terninhos e afirmando a máxima do less<br />

is more, um grupo de gênios japoneses tomou de assalto as


130<br />

passarelas parisienses. Issey Miyake, Rei Kawakubo e Yohji<br />

Yamamoto trouxeram o sabor oriental em suas criações voltadas para<br />

o lado de cá do planeta.Mais preocupados em envolver e disfarçar as<br />

formas do corpo do que enfatizá-las, seus trajes são produzidos para<br />

realçar a beleza do tecido, concentrando-se mais na textura e menos<br />

na forma” segundo site<br />

(http://www.pucrs.br/famecos/cyberfam/cb22/jap1.htm)<br />

A artista plástica japonesa chamada Yayoi Kusama, é o nome da vez, já<br />

desenvolveu trabalhos para diferentes museus, escreveu livros e agora está com<br />

uma exposição de seus trabalhos em Akita, no Japão intitulada “Yayoi in Forever”<br />

que ficou aberta até 14 de maio de 2006. Pode virar referência para a <strong>criação</strong> de<br />

produtos de moda, como aconteceu com Takashi Murakami para Louis Vuitton.<br />

21.9 Estilistas brasileiros que usam o Japão como inspiração<br />

Estilistas brasileiros também usam a influência japonesa para criar suas<br />

coleções e como isso faz com que o Japão seja uma rica fonte de inspiração para o<br />

mundo no universo da moda.<br />

Erica Ikezili<br />

A estilista Erica Ikezili, 26 anos, nasceu no Paraná e foi criada em São Paulo.<br />

Erica é de origem japonesa, a base da <strong>criação</strong> de moda da Erica é da cultura<br />

japonesa, ela consegue adaptar para o corpo brasileiro, ocidental, suas criações. É<br />

uma roupa com características orientais para corpos ocidentais. E por isso sua<br />

incansável luta para compreender o japonês.


131<br />

Renato Loureiro<br />

Estilista mineiro começou sua carreira na moda há mais de 25 anos.<br />

Especialista em misturar as mais modernas tendências internacionais a artesanatos<br />

brasileiros, ele cria peças que fazem sucesso no país e exterior.<br />

“Eu comecei a trabalhar com moda exatamente na época em<br />

que os japoneses eram a grande novidade, em que eles viraram tudo<br />

pelo avesso, começaram a fazer as costuras para o lado de fora,<br />

ensinaram para gente que a assimetria é mais bonito que a simetria.<br />

Antigamente ficávamos horas para tirar ponta de uma saia e, com a<br />

vinda dos japoneses, descobrimos que isto não era preciso, que uma<br />

ponta é mais bonita que uma coisa redonda. Isso tudo ficou muito<br />

como um aprendizado de moda para mim e me influenciou. Acho esta<br />

influência boa até hoje” segundo Renato Loureiro em entrevista para<br />

o site http://www.estilosamiracampos.com.br<br />

Mário Queiroz<br />

O estilista já se inspirou em revistas japonesas de vanguarda em suas<br />

criações. Já utilizou tecidos tecnológicos, tecidos japoneses com efeito de<br />

apapelado e plastificado. Ideogramas japoneses que surgem em transfers e<br />

estampas de rostos japoneses masculinos.<br />

V.ROM<br />

V.ROM foi criada em 1997 pela associação de Rogério Hideki e Vitor Santos.<br />

Rogério já vinha do mundo da moda e Vitor trabalhava com cenografia em filmes<br />

publicitários.


132<br />

O nome V.ROM -pronuncia-se vírum- é uma espécie de sigla que junta o<br />

nome dos dois criadores misturada a CD-ROM. Em 2002, Alberto Hiar, o Turco<br />

Loco, proprietário da Cavalera, entrou na sociedade, tornando-se responsável pela<br />

produção e distribuição da marca. No mesmo ano, a V.ROM estreou no São Paulo<br />

Fashion Week com um desfile de influência de videogame e mangás japoneses.<br />

Mareu Nitschke<br />

O estilista já utilizou a influência japonesa em seus desfiles, em um deles<br />

usou vestidos como quimonos, chinelos parecidos com os famosos guetas,<br />

ideogramas japoneses estampados, calças jeans estilo samurai, blusas com gola<br />

japonesa tudo misturado com o estilo gótico e o japonismo.<br />

Solange Félix<br />

Em um dos desfiles do Paraná Fashion, só deu oriente na passarela estilista<br />

Solange Félix. Sua coleção nomeada de “Oriente-se” trouxe referências do kung-fu<br />

da China, fruits do Japão e muito de mangá. Um adorno na cabeça e a maquiagem<br />

deixaram clara a referência.<br />

Walter Rodrigues<br />

Um dos estilistas que mais utilizam o Japão como influência, que foi utilizada<br />

em diversos desfiles. O último foi recente na Casa França Brasil, no Rio de Janeiro,


133<br />

que Walter Rodrigues apresentou sua coleção de inverno 2006 (figura 77).<br />

Voltando com seus traços orientais, desta vez mais evidente, o estilista fez um<br />

belíssimo trabalho de modelagem e de recortes. Vestidos longos com grandes<br />

caudas abrem o desfile, gueixas glaciais e formas que valorizaram o corpo feminino.<br />

Figura 77: Coleção de inverno 2006<br />

Fonte:http://www.usefashion.com<br />

Jum Nakao<br />

O estilista em um se seus desfiles na passarela do São Paulo Fashion Week<br />

mesclou o passado e o futuro. Os vestidos com cintura baixa - estilo anos 20 e 30 ,<br />

com saias soltas e plissadas, e tulê ao fundo. Ou feitos de tricô e detalhes em<br />

crochê. A influência japonesa também apareceu nas estampas de desenhos florais<br />

com pássaros (como quimonos japoneses) e flores de tule na lapela dos vestidos<br />

com formas de origamis.


134<br />

Lino Villaventura<br />

O paraense Lino Villaventura foi um dos primeiros estilistas brasileiros a<br />

trabalhar para o mercado internacional. Em 1989, foi convidado pelo Itamaraty para<br />

representar o Brasil em uma feira internacional em Osaka, no Japão, a "World Trade<br />

Fashion". A participação rendeu visibilidade, com um destaque no jornal britânico<br />

Financial Times. Logo estava com roupas em lojas de Tóquio, Osaka, Londres e<br />

Nova York. Em parceria com a mulher, Inez Villaventura, produz as criações e peças<br />

sob encomenda em uma fábrica própria.<br />

Akiko Suyama<br />

A japonesa Akiko Suyama é a diretora da descolada loja Dual, em Tóquio, e<br />

já veio ao Brasil duas vezes em busca de novos estilistas. Akiko viaja pelo mundo<br />

atrás de novidades para a loja Dual, sempre acompanhada pelo seu assistente e<br />

tradutor Alan Hideo. Na loja há várias marcas brasileiras, segundo ela dão um ar de<br />

novidade e importância, pois seu público-alvo são pessoas que trabalham<br />

diretamente com moda ou que gostam de estar na moda.<br />

O interesse pelos estilistas brasileiros foi através de Alexandre Herchcovitch, onde<br />

viu seu trabalho e teve curiosidade de conhecer mais estilistas brasileiros. Foi aí que<br />

veio ao Brasil atrás deles, Sommer, Erica Ikezili, Carlota Joakina, Theodora,<br />

Jefferson de Assis, Mareu Nitschke, Daniele Mabe e Bella Golzer, eles fazem um<br />

trabalho conceitual brasileiro, mas com o padrão das japonesas. Os preços das<br />

roupas são acessíveis e atraem o público.


135<br />

22 CULTURA JAPONESA X TEMA<br />

Como ficou notório, o Japão é um país extremamente rico em cultura, os<br />

amuletos, as formas como usam o papel, o kirie, oshie, washie para fazer perfeitas<br />

obras de arte, a vestimenta como o quimono, os arranjos de mesa chamados<br />

Ikebana, bambu como decoração, shodou, a arte da caligrafia, o misterioso mundo<br />

das gueixas, sua maquiagem delicada e seus aprendizados de anos, o uso do hashi<br />

para comer, o cultivo dos bonsais, os mangás e animes, peças de cerâmica,<br />

hachimaki, a famosa faixa para pôr na cabeça, enfim é uma variedade muito grande<br />

de costumes que englobam a cultura japonesa.<br />

Isso fez com que o desenvolvimento da coleção fosse feito de uma forma<br />

delicada no processo criativo, com bastante cuidado nos detalhes, pois os japoneses<br />

apreciam essa forma organizada e colorida como pode ser notado em seus pratos,<br />

rituais e cerimônias, os materiais selecionados traduziram a sutileza, o toque macio<br />

e extremamente feminino, como os quimonos e os obis, os adornos devem ser leves<br />

e ao mesmo tempo misturados com pesados, como ilhoses grandes e variados, uma<br />

mistura de expressivo com funcionalidade.<br />

É uma mescla constante de passado e futuro, tradição e modernidade, cultura<br />

com moda atual, esta é a sutil diferença entre produtos que já existem hoje no<br />

mercado japonês e estes que virão para encantar, por se tratar de uma proposta<br />

nova para o mercado consumidor.


136<br />

A moda japonesa ultimamente tem se desenvolvido bastante, estando sempre<br />

à frente. Chega a ser chocante para pessoas que não tem o hábito de mudanças,<br />

pois existem muitos estilos, grupos que usam determinadas roupas que vão desde<br />

muito colorido a todo preto.<br />

As japonesas absorvem todos os tipos de moda e isto é um processo muito<br />

rápido, como grifes e marcas não tão conhecidas assim. Os estilos são variados, por<br />

exemplo, o Fruits usa roupas coloridas, com acessórios chamativos, cabelos<br />

pintados, bolsas descoladas, Yamamba, são meninas bronzeadas artificialmente,<br />

com plataformas altíssimas e roupas coloridas e cabelos pintados de loiro, estilo<br />

“patricinha”, já o estilo gothic lolitas usam maquiagem pesada, ar de melancolia e<br />

tristeza, a cor preta mesclado com rendas e vestidos delicados.<br />

Enfim, há uma variedade de estilos chamativos no Japão, mas há também<br />

uma moda não tão chamativa assim, diríamos que é uma moda “formal” comparada<br />

com as de tribos já descritas. São meninas e mulheres que se vestem na moda<br />

atual, com roupas, acessórios e cabelos modernos e jovens. É um nicho de mercado<br />

bastante rico, pois não só de “moda louca” se encantam as mulheres do Japão, elas<br />

buscam beleza e modernidade na moda mais discreta e extremamente feminina. E é<br />

este foco que vai ser dado para a coleção de bolsas brasileiras para o mercado<br />

japonês, um desenvolvimento de produtos com estilo casual e despojado, porém<br />

encantador para as mulheres consumidoras de um produto necessário para o<br />

cotidiano feminino.


137<br />

23 PÚBLICO – ALVO<br />

Para a definição do público-alvo foram levados em consideração os dados<br />

levantados na pesquisa de mercado feita anteriormente. Foram coletadas fotos da<br />

revista japonesa de moda Non-No em várias edições. Nesta revista pode ser visto<br />

garotas japonesas, que vestem roupas da moda e estilos que preferem.<br />

Figura 78: Público-Alvo<br />

Fonte: Revista Non-No, edição Nº14<br />

A figura 78 mostra jovens usando roupas da moda, a primeira jovem está de<br />

calça justa verde musgo, cinto preto e bata branca sobreposta à outra blusinha<br />

preta, o cabelo com um coque na parte de cima da cabeça fazendo um “look”<br />

totalmente despojado. A segunda é uma moça com uma calça capri cinza, uma<br />

bolsa de mão prata e blusinha cinza claro combinando com a calça, tornando um


138<br />

visual para o dia-a-dia. A terceira mostra a modelo com uma capri camuflada e<br />

blusinha preta, cabelo semi-preso tornando um modelito prático, bonito e totalmente<br />

fashion. Já a última mostra a jovem usando calça jeans básica com uma blusinha e<br />

casaquinho preto, segurando uma bolsa de mão, deixando-a confortável.<br />

Figura 79: Público-Alvo<br />

Fonte: Revista Non-No, edição Nº14<br />

A figura 79 mostra a primeira jovem de calça jeans, cinto marrom e baby-look<br />

azul bebê e cabelo desfiado, tornando o seu look básico e prático.<br />

Na segunda e terceira mostra as meninas de calças jeans desfiadas e<br />

rasgadas, com cinto e blusinha listrada e de manga com babado, respectivamente,<br />

ambas com cabelos compridos, remetendo conforto e leveza em seus visuais. Na<br />

quarta mostra a moça também de blusinha listrada, capri rasgada e cabelos presos,<br />

deixando o seu look despojado.


139<br />

Figura 80: Público-Alvo<br />

Fonte: Revista Non-No, edição Nº16<br />

A figura 80 mostra a primeira modelo com um coque em cima da cabeça e a<br />

franja solta, capri com bolsos nas laterais, bolsa prata de mão e blusinha azul e<br />

casaquinho azul turquesa, tornando seu visual prático para o dia-a-dia. A segunda<br />

está de blusinha sobreposta sobre outra, calça jeans dobrada e bolsa de mão preta,<br />

com cabelo arrumado também com um coque, deixando-a moderna, porém não<br />

sofisticada. A terceira e a quarta estão de blusinhas sobrepostas à outra, sendo que<br />

a terceira está de colares no pescoço e calça jeans, ambas com um cabelo com<br />

corte desfiado e prático, um look mais fashion que as demais.


140<br />

Figura 81: Público-Alvo<br />

Fonte: Revista Non-No, edição Nº16<br />

A figura 81 mostra a primeira modelo com um bolerinho com uma fita de cetim<br />

de amarrar e uma blusinha branca por baixo, calça jeans com rasgos e bolsa de<br />

mão preta, um visual delicado. A segunda e a terceira estão com blusas larguinhas<br />

sobre a calça jeans, sendo que a segunda usa uma bolsa de mão, remetendo<br />

praticidade e a terceira um look mais chique e elaborado. A quarta menina está de<br />

calça jeans com uma flor de enfeite na cintura e uma baby look com gola pólo azul e<br />

zíper como detalhe, aparência nada comum.


141<br />

Figura 82: Público-Alvo<br />

Fonte: Revista Non-No, edição Nº17<br />

A figura 82 mostra a primeira modelo está com calça jeans, blusinha e<br />

bolerinho listrado com cabelo despojado, metade solto e a outra metade presa com<br />

um coque, traduzindo tranqüilidade. A segunda jovem está com uma blusa larguinha<br />

violeta e saia verde musgo desbotada, revelando um jeito moderno. A terceira jovem<br />

está com uma blusinha marrom com colares combinando e capri jeans, tornando<br />

seu estilo urbano. A terceira e a quarta menina estão com mini saia jeans e blusinha<br />

preta e rosa bebê com casaquinho, respectivamente, denotando praticidade.<br />

Figura 83: Público-Alvo<br />

Fonte: Revista Non-No, edição Nº18


142<br />

A figura 83 mostra a primeira menina está com uma bolsa de ombro de poá<br />

azul com uma calça jeans, blusinha, e casaquinho verde escuro, tornando-a original.<br />

A segunda garota está com uma saia na altura do joelho e cinto largo, blusinha<br />

branca e jaqueta, colar e cabelo curtinho, deixando seu visual urbano, porém na<br />

moda. A terceira jovem está com uma bata colorida com colares e cabelos presos,<br />

remetendo irreverência. A quarta menina está com capri verde musgo desbotado,<br />

bata com desenhos geométricos, bracelete e colar dando um ar moderno e<br />

funcional.<br />

Figura 84: Público-Alvo<br />

Fonte: Revista Non-No, edição Nº23 e Nº 9<br />

A figura 84 mostra as duas primeiras meninas de saia e blusinhas soltas no<br />

corpo, transmitindo serenidade. A terceira moça está usando uma calça jeans e bata<br />

floral. A quarta jovem está de calça de algodão branca com uma blusinha com<br />

estampa e cabelos compridos. A quinta modelo está com um vestido estampado,<br />

colar e pingente e cabelos compridos. As três últimas meninas demonstram<br />

romantismo.


143<br />

Como pode ser visto em todas as imagens das jovens, de uma maneira geral<br />

elas possuem um estilo moderno e feminino, que usam calça jeans, capris, saias,<br />

blusinhas estampadas e lisas, acessórios como braceletes e colares. Adoram um<br />

modelo prático e moderno, as cores são da moda, porém discretas. Possuem um<br />

poder aquisitivo bom e gostam de estar sempre na moda.<br />

O público – alvo pode ser definido como mulheres jovens, de 20 a 30 anos,<br />

que pertencem à classe A e B, com estilo jovial. São mulheres independentes e que<br />

estão sempre ligadas com o mundo da moda, que não só buscam beleza, mas<br />

também conforto e qualidade.<br />

Levando em consideração o poder aquisitivo das consumidoras, estas<br />

poderão comprar diversos itens para combinar com seu vestuário de acordo com<br />

seu estilo, assim possibilitando a <strong>criação</strong> de várias opções.<br />

Os produtos a serem desenvolvidos são modernos e diferentes, fugindo da<br />

moda muito extravagante e colorida que existe hoje no Japão, que, aliás, quase<br />

domina, será um produto elaborado diretamente para as consumidoras de um<br />

acessório indispensável para o universo feminino, a bolsa, atraente pela beleza,<br />

autenticidade e não por um “visual carregado” como mostra os estilos das jovens<br />

japonesas. As bolsas serão de modelos de mão e de ombro, ambas com delicadeza<br />

e leveza, com estilo casual e despojado, como são as mulheres consumidoras desta<br />

coleção.


144<br />

Figura 85: Panorama geral do Público – Alvo<br />

Fonte: Revista Non-No, edição Nº9, 14,16,17,18 e 23


145<br />

Figura 86 -Painel Público – Alvo<br />

Fonte: Revista Non-No, edição Nº9, 14,16,17,18 e 23


146<br />

24 MARCA<br />

A definição da marca da coleção a ser desenvolvida foram levados em<br />

questão o estilo da caligrafia dos japoneses e a expressão usada por eles, que no<br />

caso é a própria marca.<br />

Wabi Sabi é uma expressão milenar que os japoneses criaram para definir a<br />

beleza que mora nas coisas imperfeitas, efêmeras e incorretas. É um jeito de “ver”<br />

as coisas numa ótica mais simples, natural e de aceitação da realidade, porque<br />

estamos sempre correndo atrás do perfeito e perfeito não existe. Existe é a<br />

aceitação de aprender a ver nossos erros e tentar corrigi-los para viver melhor.<br />

Nossa vida é uma busca constante de melhoramento. Devemos aceitar<br />

nossos erros como aceitamos nossas qualidades para que possamos nos<br />

aperfeiçoar. Então enxergaremos algo de belo até mesmo nas coisas feias,<br />

imperfeitas e simples, como a expressão passa.


147<br />

Origem da expressão<br />

“Contam que o conceito surgiu por volta do século 15. Um<br />

jovem chamado Sen no Rikyu (1522-1591) queria aprender os<br />

complicados rituais da Cerimônia do Chá. E foi procurar o grande<br />

mestre Takeno Joo. Para testar o rapaz, o mestre mandou que ele<br />

varresse o jardim. Rikyu lançou-se ao trabalho feliz. Limpou o jardim<br />

até que não restasse nem uma folhinha fora do lugar. Ao terminar,<br />

examinou cuidadosamente o que tinha feito: o jardim perfeito,<br />

impecável, cada centímetro de areia imaculadamente varrido, cada<br />

pedra no lugar, todas as plantas caprichadamente ajeitadas. E então,<br />

antes de apresentar o resultado ao mestre Rikyu chacoalhou o tronco<br />

de uma cerejeira e fez caírem algumas flores que se espalharam<br />

displicentes pelo chão. Mestre Joo, impressionado, admitiu o jovem<br />

no seu mosteiro. Rikyu virou um grande Mestre do Chá e desde então<br />

é reverenciado como aquele que entendeu a essência do conceito de<br />

wabi-sabi: a arte da imperfeição.O que a historinha de Rikyu tem para<br />

nos ensinar é que estes mestres japoneses, com sua sofisticadíssima<br />

cultura inspirada nos ensinamentos do taoísmo e do zen budismo,<br />

conseguiram perceber que a ação humana sobre o mundo deve ser<br />

tão delicada que não impeça a verdadeira natureza das coisas de se<br />

revelar. E a natureza das coisas é percorrer seu ciclo de nascimento,<br />

deslumbramento e morte. Efêmeras e frágeis. Eles enxergaram a<br />

beleza e a elegância que existe em tudo que é tocado pelo carinho do<br />

tempo. Um velho bule de chá, musgo cobrindo as pedras do caminho,<br />

a toalha amarelada da avó, a cadeira de madeira branqueada de<br />

chuva que espreguiça no jardim, uma única rosa solta no vaso, a<br />

maçaneta da porta nublada das mãos que deixou entrar e sair.”<br />

Segundo<br />

http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2004/08/wabi_sabi_e_a_a<br />

.html<br />

(figura 87).<br />

A cor definida da marca foi o vermelho para representar a bandeira do Japão<br />

Figura 87: Bandeira do Japão<br />

Fonte: http://www.meg.org.br/images/flags/large/ja-lgflag.gif


148<br />

A marca será usada em fundo branco, jamais poderá ser usada em fundos<br />

de outra cor. A fonte foi desenhada de forma característica da caligrafia japonesa.<br />

Figura 88 – Painel Marca


149<br />

25 METODOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES<br />

Existem várias metodologias para o desenvolvimento de produtos, porém cada<br />

profissional, empresa e situação exigem um desenvolvimento de acordo com os<br />

mesmos. Para desenvolver um produto, seja ele de qualquer área, é preciso passar<br />

por uma série de etapas para a sua concepção. Isso faz com que uma empresa<br />

tenha vários departamentos, como <strong>criação</strong>, desenvolvimento de materiais,<br />

confecções de protótipos, enfim resultando num desenvolvimento de produto.<br />

“ A moda é um fenômeno social de caráter temporário que descreve<br />

a aceitação e disseminação de um padrão ou estilo, pelo mercado<br />

consumidor, até a sua massificação e conseqüente obsolescência<br />

como diferenciador social.” ( TREPTOW, Doris, Inventando Moda,<br />

2003, p. 26)<br />

“O designer de moda precisa conhecer as tecnologias disponíveis<br />

para o desenvolvimento de produtos que possam ser absorvidos por<br />

um público determinado. Sua preocupação deve centrar-se não<br />

apenas na comercialização do produto, mas na funcionalidade e nos<br />

benefícios que possa proporcionar ao usuário, ainda que, sobretudo<br />

no design de moda, esses benefícios sejam atributos intangíveis.”<br />

(TREPTOW, Doris, Inventando Moda, 2003, p. 46)<br />

Antes do lançamento da uma coleção, existem etapas, como pesquisa de mercado,<br />

pesquisa de tendências e o desenvolvimento da coleção. É preciso que tenha um<br />

cunho comercial e que atenda o perfil do consumidor pesquisado. (TREPTOW,<br />

2003).<br />

A metodologia a ser apresentada neste trabalho é de Doris Treptow, professora do<br />

curso de Bacharelado em Moda da Universidade Regional de Blumenau (FURB), no


150<br />

qual escreveu um livro sobre desenvolvimento de coleções, “Inventando Moda,<br />

Planejamento de Coleção”.<br />

A metodologia tem como objetivo a definição do público-alvo, definição da marca,<br />

pesquisa de tendências e planejamento da coleção.<br />

Dentro do planejamento constam varias etapas, sendo elas: Cronograma de<br />

coleção, que consiste em uma tabela que cruza atividades previstas e datas de<br />

execução, de forma que a coleção possa ser concluída até o prazo final estipulado.<br />

Definição do mix de produtos que determina os produtos oferecidos pela empresa e<br />

o mix de moda, que trata da identificação de três categorias de produtos: básicos<br />

(modelos que estão presentes em quase todas as coleções – 10%), fashion<br />

(modelos comprometidos com as tendências – 70%) e vanguarda (são peças<br />

complementares – 20%). Varia de empresa para empresa a porcentagem do mix de<br />

moda. (TREPTOW, 2003)<br />

Após a definição do tamanho da coleção, o designer faz uma pesquisa de<br />

tendências, briefing (vêm do inglês que significa dentre várias definições,<br />

transmissão de instruções finais ou informações essencial para a <strong>criação</strong> da<br />

coleção) e a próxima etapa é a inspiração do tema para a coleção. (TREPTOW,<br />

2003)<br />

Logo vem a cartela de cores, que deve ser composta por todas as cores que serão<br />

utilizadas, incluindo preto e branco e cartela de materiais que serão utilizados pela<br />

coleção. Todos os materiais utilizados devem ser identificados com a descrição,<br />

códigos, cores e fornecedores. Os aviamentos são classificados quanto a sua<br />

função, como componente, decorativo, aparente e não-aparente. (TREPTOW,<br />

2003).


151<br />

Os esboços são os primeiros desenhos para a <strong>criação</strong> da coleção, após os<br />

desenhos definidos são feitos as fichas técnicas, que são a descrição do modelo,<br />

seus materiais e cores. A ficha técnica varia muito de acordo com cada empresa.<br />

(TREPTOW, 2003).<br />

A ficha técnica é a base para fazer os protótipos, porém é preciso fazer a<br />

modelagem dos modelos definidos, passar por vários processos de fabricação,<br />

como corte, preparação, costura. A coleção de bolsas para o mercado japonês será<br />

desenvolvida com base nesta metodologia.


152<br />

26 PESQUISA DE TENDÊNCIAS DE MODA<br />

Tendência descrita abaixo foi retirado do site http://www.usefashion.com, estação<br />

Primavera/Verão 2006/2007.<br />

As megatendências foram chamadas de Minimal e Décor, sendo que a<br />

Minimal é caracterizada pela economia de elementos, esta tendência ganha, para o<br />

verão, certa liberdade e incorpora elementos delicados, românticos e geométricos,<br />

muitas vezes aproximando-se do seu oposto, o Decor. Dentro desta megatendência<br />

identificamos três subtendências que, apesar de surgirem do mesmo ponto,<br />

apresentam características diferenciadas. São elas: o evanescente, o lírico e o<br />

geométrico informal. A megatendência Décor é uma tendência ornamental aparece<br />

tanto em versões sensuais, num estilo romântico provocativo como, colocada sobre<br />

peças construídas e rigorosas, chegando próximo do minimalismo. Dentro desta<br />

megatendência entram o libertino, o barroco mínimo e o excêntrico.<br />

As tendências gerais foram caracterizadas como Minimal – Geométrico<br />

Informal, Evanescente, Lírico e Décor – Mínimo, Excêntrico e Libertino.<br />

Na tendência Minimal – Geométrico Informal traz a geometria do verão<br />

aparece de forma despojada e não muito rígida. No calçado, ela está bem<br />

representada na utilização de enfeites em formas circulares ou quadradas, na<br />

repetição de tiras no cabedal ou então, na própria construção da forma e do solado.


153<br />

Nas bolsas, os formatos rígidos e estruturados fazem parte do geométrico informal<br />

(Figura 89).<br />

Figura 89: Bolsas Marca Stella McCartney, Balenciaga, Marni<br />

Fonte: http://www.usefashion.com<br />

A tendência Minimal – Evanescente é o mínimo aqui é abordado de maneira<br />

rarefeita, com materiais que trazem transparência ou então em cores claras, muito<br />

próximas as tonalidades da pele. As formas arredondadas, leves e delicadas são a<br />

opção para este estilo novo e original (Figura 90).<br />

Figura 90: Bolsas Marca Mulberry e Prada<br />

Fonte: http://www.usefashion.com<br />

A tendência Minimal – Lírico é o estilo lírico é uma ramificação delicada e<br />

poética da tendência minimal. Entra aqui, peças românticas com ornamentos<br />

femininos, porém bastante contidos e minimalistas. As cores suaves e a utilização<br />

de flores como enfeite são artifícios bastante usados no Lírico (Figura 91).


154<br />

Figura 91: Bolsas Marca Giorgi Armani e Christian Louboutin<br />

Fonte: http://www.usefashion.com<br />

O estilo Décor – Barroco Mínimo propõe dois termos contraditórios<br />

justapostos. A ornamentação no calçado e na bolsa do Barroco Mínimo é colocada<br />

sobre peças secas de estrutura geometrizada, em focos e pontos estratégicos<br />

(Figura 92).<br />

Figura 92: Bolsas Marca Bottega Veneta e Louis Vuitton<br />

Fonte: http://www.usefashion.com<br />

A tendência Décor – Excêntrico vale tudo! O estilo excêntrico pesa a mão na<br />

ornamentação e traz diferentes referências (japonesas, gregas, country, imperiais e<br />

art nuveau) para serem colocadas em um mesmo produto (Figura 93).


155<br />

Figura 93: Bolsas Marca Fendi e Gucci<br />

Fonte: http://www.usefashion.com<br />

A tendência Décor-Libertino traz tiras de couro, amarrações e formas de salto<br />

altíssima fazem o calçado ganhar estilo fetiche e sensual. Nas bolsas, são as alças<br />

de corrente e os materiais marcantes como couro escovado e verniz, que deixam<br />

produto provocante e Libertino (Figura 94).<br />

Figura 94: Bolsas Marca Dolce & Gabbana e Christian Louboutin<br />

Fonte: http://www.usefashion.com


156<br />

Em relação aos materiais da estação o verniz já se tornou pop nos desfiles<br />

internacionais. Para o verão veio destacado pelas tonalidades de cores vibrantes,<br />

como o rosa-choque usado nos calçados da Prada, ou verde e azul, apostas da<br />

Lanvin. Porém, as cores sóbrias continuam, como mostra a Burberry. Além disso, as<br />

vitrines, as campanhas e os editoriais de moda estão ditando a supremacia do<br />

material nas peças da estação (figura 95).<br />

Figura 95: Bolsa de Verniz Marca Luella<br />

Fonte: http://www.style.com<br />

O Couro Réptil há algum tempo no mercado o couro réptil possui muitas<br />

formas de acabamentos e por isso, a facilidade de <strong>criação</strong>. Calçados e bolsas<br />

ganham texturas em croco e cobra e, para o verão, aparecem em versões leves,<br />

como mostra a Versace, que usou o material apenas no detalhe (Figura 96).


157<br />

Figura 96: Bolsa de Couro Réptil Marca Bottega Veneta<br />

Fonte: http://www.usefashion.com<br />

O couro liso é carta marcada em estações geladas ou quentes, o couro liso se<br />

distingue em acabamentos macios ou estruturados, além dos efeitos de cores. Mas,<br />

o principal destaque do verão vai para o couro natural, com cor de couro mesmo<br />

(Figura 97).<br />

Figura 97: Bolsa de Couro Liso Marca Chloé<br />

Fonte: http://www.usefashion.com


158<br />

A mistura de dois ou mais materiais oferece formas inusitadas de <strong>criação</strong>. E é<br />

para a próxima estação que esta mistura aparece nos desfiles e, mais recentemente,<br />

nas vitrines do hemisfério norte. Atente para o contraste de componentes como:<br />

cetim e vinil (Giorgio Armani), pêlo e verniz e, (Louis Vuitton) canvas e couro (Figura<br />

98)<br />

Figura 98: Bolsas com mistura de materiais Marca Cacharel e Prada<br />

Fonte: http://www.usefashion.com<br />

Os trançados são a novidade para o verão foram as peças construídas com<br />

materiais trançados ou até mesmo com “tirinhas”. Eles aparecem normalmente<br />

puros, valorizando a trama ou o próprio material. Aspecto vazado, mosaico e corte a<br />

laser garantem o frescor em inúmeras peças, em diferentes materiais (Figura 99).<br />

Figura 99: Bolsa Trançada Marca Bottega Veneta<br />

Fonte: http://www.usefashion.com


159<br />

Os apliques e enfeites estão presentes no verão, trazendo alegria às peças.<br />

Sejam grandes, pequenos, coloridos, brilhantes ou não, eles estão aí misturando os<br />

estilos e trazendo graça aos acessórios (Figura 100).<br />

Figura 100: Bolsa com aplique Marca Moschino<br />

Fonte: http://www.usefashion.com<br />

As estampas florais podem ser mini ou maxi, sem nenhum problema. Mas são<br />

coloridas e se destacam pela delicadeza. As geométricas - listradas, em poás, ou<br />

mesmo em xadrez “vichy”- são charmosas e quebram o gelo de produções sérias,<br />

mesmo quando criam um clima de balneário retrô, floral, geométrico, pop (Figura<br />

101, 102 , 103 e 104).<br />

Figura 101: Bolsas com Estampas Marca: Marni, OiOi e Sally Spicer<br />

Fonte: http://www.usefashion.com / http://zappos.com


160<br />

Figura 102: Bolsas com Estampas Marca: Rampage e Sally Spicer<br />

Fonte: http://zappos.com<br />

Figura 103: Bolsas com Estampas Marca: Not Rational Fornarina, Bumble e OiOi<br />

Fonte: http://zappos.com<br />

Figura 104: Bolsas com Estampas Marca: Timi & Leste e Jansport<br />

Fonte: http://zappos.com<br />

As pedrarias conquistaram seu lugar nas bolsas. Em tamanhos pequenos,<br />

grandes com formas e cores variadas. Ficam muito bem aplicadas solitariamente,<br />

mas a mistura delas traz bons resultados. Outra opção é o strass, discreto e<br />

refinado. Difícil fazer uma escolha entre as opções de pedraria. O importante é que<br />

estejam adequadas ao estilo da marca (Figura 105).


161<br />

Figura 105: Bolsas com pedrarias e strass Marca: BCB Girls, Cíntia Rowley e Elliott Lucca<br />

Fonte: http://shoes.com / http://zappos.com<br />

O jeans ganha seu diferencial com lavagens que denotam uma aparência suja<br />

ou de desgaste. Muitas peças são compostas também, por outros materiais, tanto<br />

tecidos, quanto aviamento (Figura 106).<br />

Figura 106: Bolsas com jeans Marca: Andréia Borba e Guess<br />

Fonte: http://www.flickr.com/photos/andreaborba/page2/<br />

http://www.jornaldamulher.org/moda/moda.htm<br />

O cetim valoriza as formas do produto e traz elegância à produção. É um tecido leve,<br />

como pede a estação. Nas passarelas internacionais, este material apareceu quase sempre<br />

sozinho (Figura 107).


162<br />

Figura 107: Bolsa de Cetim Marca Chanel<br />

Fonte: http://www.style.com<br />

A camurça, o couro, em versão suede, camurção ou então com elastano,<br />

ocasiona conforto e requinte aos looks da temporada. Saindo das modelagens<br />

habituais, proporciona peças de design inovador. Recortes diferenciados<br />

comprovam a diversidade deste material (Figura 108).<br />

Figura 108: Bolsa de Camurça Marca Chado Raph Rucci<br />

Fonte: http://www.style.com


163<br />

A riqueza do verão fica por conta dos bordados e crochês , podendo ser em<br />

linha, pedrarias ou aplicações, mostrando a doçura em motivos florais e praianos ou<br />

apenas a sensualidade dos brilhos (Figura 109).<br />

Figura 109: Bolsa com bordado Marca Reminiscense<br />

Fonte: http://www.usefashion.com


164<br />

27 BRIEFING DA COLEÇÃO<br />

No livro ‘Inventando Moda, Planejamento de Coleção “, de Doris Treptow,<br />

trata de um conceito de Pires sobre briefing:” O briefing é um painel que concentre<br />

de modo claro e sintético o conceito da coleção e que comunique as cores, os<br />

materiais, as texturas, as linhas, as formas, os volumes e outras informações<br />

importantes ““ (Figura 110).<br />

Figura 110: Painel de Materiais


165<br />

28 DESENVOLVIMENTO DA COLEÇÃO<br />

Tendo o público-alvo, a marca e o tema já definidos faz-se o planejamento e o<br />

desenvolvimento da coleção. Define-se o mix de produtos e mix de moda.<br />

28.1 Plano de Coleção<br />

A coleção primavera/verão 2006/2007 da marca Wabi Sabi é destinada ao<br />

público feminino casual e despojado, que sempre está informada sobre o mundo da<br />

moda. A coleção é composta por oito bolsas, sendo que sete destas são de modelo<br />

de mão e uma de ombro, inspirada na cultura japonesa traz um significado para<br />

cada bolsa criada, que será explicado a seguir.<br />

A tabela 01 mostra o mix de produtos e mix de moda como a metodologia de<br />

Doris Treptow exige.


166<br />

Mix de Moda Básico Fashion Vanguarda TOTAL<br />

Mix de Produtos<br />

Bolsa de modelo<br />

1 5 1 7<br />

de mão<br />

Bolsa de modelo<br />

0 1 0 1<br />

de ombro<br />

TOTAL 1 06 1 8<br />

12,5 % 75 % 12,5 % 100%<br />

Tabela 01: Mix de Produtos X Mix de Moda<br />

Os modelos de mão são de tamanhos pequenos e médios e a bolsa de ombro o<br />

tamanho é médio.


167<br />

28.2 Cartela de Cores<br />

A coleção Wabi Sabi é composta por quinze cores, tendo cores metalizadas como<br />

bronze, prata, ouro, mais vibrantes como vermelho, pink, verde e cores mais claras<br />

como celeste e lilás. As cores aparecem nos materiais usados nas bolsas, como<br />

estampas e ornamentos, após a pesquisa de tendência foi definida essas cores<br />

mostrada na figura 111 para se trabalhar nesta coleção de bolsas.<br />

A figura 112 e 113 mostra bolsas de marca renomadas no mercado e suas cores<br />

que são exatamente a cartela de cores apresentadas, este painel é para verificar<br />

que as cores escolhidas para trabalhar na coleção são realmente equivalentes ao<br />

mercado da moda e fazem parte da cartela de tendência de moda.


Figura 111: Cartela de Cores da Coleção<br />

168


169<br />

Figura 112: Bolsas de Marcas renomadas e suas cores<br />

Fonte: http://www.usefashion.com


170<br />

Figura 113: Bolsas de Marcas renomadas e suas cores<br />

Fonte: http://www.usefashion.com


171<br />

28.3 Materiais e Aviamentos<br />

Os materiais (Figura 114) utilizados na coleção da marca Wabi Sabi, são misturados<br />

tecidos com estampas, como florais e miúdos, como poás, listras, jeans com lúrex,<br />

estampas geométricas com materiais sintéticos, metais com banho ouro velho, ouro<br />

escovado e níquel, cristais, apliques e enfeites (figuras 115, 116 e 117) exatamente como foi<br />

mostrado na pesquisa de tendências. Os materiais da estação associado à cultura japonesa<br />

que é o foco da coleção (mercado japonês).


Figura 114: Cartela de materiais<br />

172


Figura 115: Cartela de aviamentos<br />

173


Figura 116: Cartela de aviamentos<br />

174


Figura 117: Cartela de aviamentos<br />

175


176<br />

28.4 Coleção<br />

A <strong>criação</strong> da coleção de bolsas brasileiras para o mercado japonês foi<br />

inspirada na cultura japonesa mesclada com materiais e cores da estação<br />

Primavera/Verão 2006/2007. Cada bolsa tem uma característica japonesa, desde<br />

costumes até arte. Nesta coleção foi usada camurça sintética, jeans com lúrex,<br />

tecidos com estampas: geométricas, poás no forro, floral miúdo e graúdo, metais<br />

aplicados, enfeites, paetês, cristais, pingentes, enfim uma série de elementos que<br />

compõe a coleção. Esta coleção é composta por oito modelos (Figura 118), não<br />

sendo separada por linhas e sim por uma única coleção. Cada bolsa foi batizada<br />

com um nome que caracteriza o elemento cultural utilizado no produto. Futuramente<br />

cada bolsa pode ter uma segmentação de vários produtos, pode-se trabalhar com<br />

linhas e cada uma delas tendo como elemento cultural que hoje é utilizada em uma<br />

única bolsa. Todos os nomes das bolsas foram elaborados na forma de associação<br />

do produto, por exemplo, bolsa esportes, foi inspirada nos esportes japoneses,<br />

podendo ser usada em eventos casuais, que não necessariamente seja esportivo.<br />

Cada uma das bolsas será explicada a seguir.


Figura 118: Quadro da Coleção de Bolsas<br />

177


178<br />

Bolsa Esportes<br />

Bolsa inspirada nas faixas utilizadas pelos competidores nos esportes como sumô,<br />

karatê, aikidô. Na faixa da bolsa foi usado um material sintético, Napa Vestuário,<br />

com aplicações de metais em banho ouro velho. O corpo da bolsa foi confeccionado<br />

em camurça sintética com forro listrado. A alça e faixa dão um toque sofisticado e<br />

bonito no produto (Figura 119).<br />

Figura 119: Bolsa Esportes


179<br />

Bolsa Hashi<br />

Bolsa inspirada no hashi e na culinária japonesa. Hashi é utilizado como talheres no<br />

Japão. O material utilizado tem a representatividade dos pratos japoneses, pois é<br />

muito delicado, colorido e organizado. Foi confeccionado em tecido com estampa<br />

que traduz essas características da cultura japonesa, o detalhe com hashi em<br />

madeira pintada e botão em banho ouro. A bolsa traz as cores do verão (Figura<br />

120).<br />

Figura 120: Bolsa Hashi


180<br />

Bolsa Cerejeiras<br />

Bolsa inspirada nas cerejeiras também chamadas de sakura são o símbolo da<br />

felicidade no Japão. O bordado na bolsa foi criado com paetês que transmitem a<br />

sutileza das pétalas das cerejeiras. Feito com material jeans e lúrex prata e forro<br />

floral rosa associando também as cerejeiras (Figura 121).<br />

Figura 121: Bolsa Cerejeiras


181<br />

Bolsa Bambu<br />

Bolsa inspirada no artesanato japonês, que utilizam muito o bambu para<br />

confeccionar objetos. O enfeite criado com palha e miçangas coloridas dá um toque<br />

delicado. A camurça estampada com desenhos geométricos e alça de bambu<br />

transmitem sensação de leveza e criatividade, o forro confeccionado em preto para<br />

dar um contraste com o colorido da bolsa (Figura 122).<br />

Figura 122: Bolsa Bambu


182<br />

Bolsa Mangás<br />

Bolsa inspirada nos mangás e animês japoneses, que são tão populares no Japão e<br />

no mundo. Foi utilizado na confecção da bolsa, lona com transfer de estampa dos<br />

desenhos animados misturado com material sintético metalizado, dando um “ar”<br />

jovial e alegre (Figura 123).<br />

Figura 123: Bolsa mangás


183<br />

Bolsa Kirie<br />

Bolsa inspirada na técnica Kirie, que consiste em recortar o papel usando lâmina,<br />

criam-se figuras ou contornos que podem representar ideogramas, padrões<br />

decorativos ou até mesmo ilustrações de livros, esse papel é sobreposto em outro<br />

papel, que serve de fundo. Na confecção da bolsa foi usado um tecido floral como<br />

fundo e sobreposto uma camurça sintética. As alças foram confeccionadas com<br />

correntes e cristal o que remete a delicadeza desta técnica (Figura 124).<br />

Figura 124: Bolsa Kirie


184<br />

Bolsa Ideogramas<br />

Bolsa inspirada nos ideogramas japoneses representados pelos pingentes e fita de<br />

gorgurão. A bolsa foi confeccionada em tecido preto com forro em poá preto com<br />

bolinhas brancas. As cores da fita e dos pingentes em branco e vermelho para<br />

representar a bandeira japonesa. O vermelho das miçangas e os metais em níquel<br />

dão uma vivacidade harmônica à bolsa (Figura 125).<br />

Figura 125: Bolsa Ideogramas


185<br />

Bolsa Quimono<br />

Bolsa inspirada nos quimonos e obis usados pelas japonesas. A bolsa foi<br />

confeccionada com tecido de estampa característica e faixa azul contrastando,<br />

enfeite de flor verde na faixa representando o obi. O forro também em azul com<br />

roletê para fechamento da bolsa (Figura 126).<br />

Figura 126: Bolsa Quimono


186<br />

28.5 Fichas Técnicas e Modelagem<br />

DADOS<br />

FICHA TÉCNICA - BOLSA<br />

Modelo: Bolsa Esportes<br />

Descrição da Peça: Bolsa de mão, feito de<br />

material camurça com napa vestuário, forro<br />

Estação: Primavera/Verão 2006/2007<br />

listrado e fechamento com botão de imã.<br />

Forro<br />

listrado<br />

Metais<br />

Botão de Imã<br />

Parte 2 – Tira<br />

Enfeite, alça<br />

Parte 1 – Corpo,<br />

lateral, fundo<br />

Nó enfeite<br />

Etiqueta da<br />

marca<br />

Descrição dos<br />

materiais<br />

Referência Fornecedor Cor<br />

Parte 1 Camurça Microfibra Toni Têxtil Jambo<br />

Parte 2 Napa Vestuário Endutex Bronze<br />

Forro Poliéster 2374 Drill AHB Cores terrosas<br />

Bolso Interno Poliéster 2374 Drill AHB Cores terrosas<br />

Rebite 0.5/ 1.0 Met.Daniel Ouro Velho<br />

Enfeite E1502 Metalsinos Ouro Velho<br />

Etiqueta 88666503 Haco Branco/Vermelho<br />

Linha Poliamida Nº60 Linhanyl 1065 (Jambo)<br />

Botão Botão de Imã 18 Girassol Níquel


187


188<br />

DADOS<br />

FICHA TÉCNICA - BOLSA<br />

Modelo: Bolsa Hashi<br />

Descrição da Peça: Bolsa de mão, feito de<br />

material estampado geométrico, fechamento com<br />

Estação: Primavera/Verão 2006/2007<br />

velcro e botão de enfeite.<br />

Botão Enfeite<br />

Velcro<br />

Corpo – Lateral,<br />

fundo, alça, forro<br />

Hashi de enfeite<br />

Etiqueta da<br />

marca<br />

Descrição dos<br />

Referência Fornecedor Cor<br />

materiais<br />

Corpo 88272 Drill AHB Cores variadas<br />

Forro 88272 Drill AHB Cores variadas<br />

Fita Nylon 15mm Cremer Branco<br />

Enfeite Hashi Morada do Gnomo Bordô<br />

Velcro Macho/fêmea 25mm JMW Bege 90<br />

Enfeite (metal) Ez 1601 Met.Solary Ltda Ouro<br />

Etiqueta 88666503 Haco Branco/Vermelho<br />

Linha Poliamida Nº60 Linhanyl 8001 (Bege)<br />

- - - -


189


190<br />

DADOS<br />

FICHA TÉCNICA - BOLSA<br />

Modelo: Bolsa Cerejeiras<br />

Descrição da Peça: Bolsa de mão, feito de<br />

material jeans cm lúrex, detalhes em paetês e<br />

Estação: Primavera/Verão 2006/2007<br />

forro estampado.<br />

Botão de Imã<br />

Paetês<br />

Corpo – Lateral,<br />

fundo, alça<br />

Etiqueta da<br />

marca<br />

Descrição dos<br />

Referência Fornecedor Cor<br />

materiais<br />

Corpo Jeans Lúrex Tela AHB Jeans/Prata<br />

Forro 88264 Drill AHB Pink<br />

Fita Nylon 15mm Cremer Branco<br />

Botão Botão de Imá 18 Girassol Níquel<br />

Enfeite Paetês 5mm Enfeites e Cia Rosa Cristal<br />

Linha Poliamida Nº60 Linhanyl 1022 (Rosa)<br />

Linha Poliamida Nº60 Linhanyl Preto<br />

Linha Poliéster Nº120 Linhanyl 1449 (Prata)<br />

Etiqueta 88666503 Haco Branco/Vermelho


191


192<br />

DADOS<br />

FICHA TÉCNICA - BOLSA<br />

Modelo: Bolsa Bambu<br />

Descrição da Peça: Bolsa de mão, feito de<br />

material estampado geométrico, alça de bambu e<br />

Estação: Primavera/Verão 2006/2007<br />

enfeite de palha e miçangas. Fechamento com<br />

velcro.<br />

Alça de Bambu<br />

Enfeite de<br />

Palha e<br />

Miçangas<br />

Corpo – Lateral<br />

e fundo<br />

Velcro<br />

Etiqueta da<br />

marca<br />

Descrição dos<br />

Referência Fornecedor Cor<br />

materiais<br />

Corpo Camurça 933745 Drill AHB Laranja/Preto/Bege<br />

Forro Shantung Drill AHB Preto<br />

Alça Bambu Médio Mimosa Natural<br />

Velcro Macho/fêmea 25mm JMW Bege 90<br />

Enfeite 2607-40 ( 2 peças) Acessórius Natural<br />

Linha Poliamida Nº60 Linhanyl 8001 (Bege)<br />

Etiqueta 88666503 Haco Branco/Vermelho<br />

Fita Nylon 15mm Cremer Branco


193


194<br />

DADOS<br />

FICHA TÉCNICA - BOLSA<br />

Modelo: Bolsa Mangás<br />

Descrição da Peça: Bolsa de mão, feito de<br />

material lona estampado com mangás,<br />

Estação: Primavera/Verão 2006/2007<br />

fechamento com amarração.<br />

Roletê Alça<br />

Roletê Enfeite<br />

Corpo<br />

Metal<br />

Etiqueta da<br />

marca<br />

Descrição dos<br />

Referência Fornecedor Cor<br />

materiais<br />

Corpo Lona 8030 ITM Creme<br />

Transfer Corpo Mangás Colorgraf Multi<br />

Forro Cacharel + esp.2mm ITM Prata<br />

Fundo/ Roletês Napa Vestuário Endutex Prata<br />

Enfeite AMZ 1430 Met.Daniel Níquel<br />

Ilhós I-54 (12 peças) Met.Daniel Níquel<br />

Linha Poliamida Nº60 Linhanyl 1535 (Cinza)<br />

Linha Poliamida Nº60 Linhanyl Branco<br />

Etiqueta 88666503 Haco Branco/Vermelho


195


196<br />

DADOS<br />

FICHA TÉCNICA - BOLSA<br />

Modelo: Bolsa Kirie<br />

Descrição da Peça: Bolsa de mão, feito de<br />

camurça e tecido floral miúdo, fechamento com<br />

Estação: Primavera/Verão 2006/2007<br />

velcro.<br />

Tira Corrente<br />

Velcro<br />

Corpo<br />

Forro Enfeite<br />

Strass<br />

Etiqueta da<br />

marca<br />

Descrição dos<br />

Referência Fornecedor Cor<br />

materiais<br />

Corpo Camurça Microfibra Toni Têxtil Lilás<br />

Forro Enfeite e Forro Popeline Estampado 2 Entremalhas Lilás/Branco<br />

Strass Borboleta Picotex Rotfix Cristal<br />

Alça 0602 Botfix Níquel<br />

Velcro Macho/fêmea 25mm JMW Branco<br />

Fita Nylon 15mm Cremer Branco<br />

Linha Poliamida Nº60 Linhanyl 221 (Lilás)<br />

Linha Poliamida Nº60 Linhanyl Branco<br />

Etiqueta 88666503 Haco Branco/Vermelho


197


198<br />

DADOS<br />

FICHA TÉCNICA - BOLSA<br />

Modelo: Bolsa Ideogramas<br />

Descrição da Peça: Bolsa de ombro, feito de<br />

cetim, forro poá, metais e pingente de<br />

Estação: Primavera/Verão 2006/2007<br />

ideogramas.<br />

Corrente com pingentes e<br />

miçangas<br />

Corpo<br />

Rebites<br />

Etiqueta da<br />

marca<br />

Descrição dos<br />

Referência Fornecedor Cor<br />

materiais<br />

Corpo Shantung Drill AHB Preto<br />

Forro Cetim Poá 6 Drill AHB Preto/Branco<br />

Fita Gorgurão D1453665 Helvetia Branco/Vermelho<br />

Rebite 1590 Met.Daniel Níquel<br />

Argola/Corrente ENB 4548/30/ 0164 Met.Daniel/Botfix Níquel<br />

Pingente E0270 Metalsinos Níquel /Preto/Vermelho<br />

Zíper Nylon 0.5 JMW Preto/ Níquel<br />

Linha Poliamida Nº60 Linhanyl Preto / Branco


199<br />

Etiqueta 88666503 Haco Branco/Vermelho<br />

Miçanga A163 Com.Asa Vermelho


200


201<br />

DADOS<br />

FICHA TÉCNICA - BOLSA<br />

Modelo: Bolsa Quimono<br />

Descrição da Peça: Bolsa de ombro, feito de<br />

cetim, forro poá, metais e pingente de<br />

Estação: Primavera/Verão 2006/2007<br />

ideogramas.<br />

Roletê<br />

Enfeite Flor<br />

Faixa<br />

Corpo<br />

Etiqueta da<br />

marca<br />

Descrição dos<br />

Referência Fornecedor Cor<br />

materiais<br />

Corpo Tec.Est.88117 Drill AHB Verde/Celeste<br />

Forro Poliéster Crepado Entremalhas Celeste<br />

Faixa Poliéster Crepado Entremalhas Celeste<br />

Roletê Novitá Misto Endutex Celeste<br />

Enfeite Flor G-18 Acessórius Verde Translúcido<br />

Linha Poliamida Nº60 Linhanyl Branco<br />

Linha Poliamida Nº60 Linhanyl 1310 (Azul)<br />

Etiqueta 88666503 Haco Branco/Vermelho<br />

- - - -


202


203<br />

29 CONCLUSÃO<br />

A exportação brasileira vem crescendo cada vez mais e a aceitação dos<br />

produtos brasileiros no Japão é muito grande. Os produtos do Brasil vêm<br />

conquistando espaço justamente pelo diferencial agregado nos produtos vendidos<br />

para o mercado Japonês. Embora existam muitas tribos extremamente<br />

extravagantes, existe um nicho de mercado mais casual que ainda tem uma<br />

deficiência de produtos disponíveis no Japão, é justamente este mercado que foi<br />

trabalhado.<br />

A bolsa deixou de ser um acessório sem importância para o universo<br />

feminino, seu uso vem crescendo e se tornando um acessório indispensável no<br />

mundo da moda. Por ter um valor de produção baixo em relação a outros produtos,<br />

seu preço final varia muito de acordo com os materiais que são utilizados na <strong>criação</strong><br />

dos mesmos.<br />

Com a pesquisa de mercado de moda, pode-se notar que existe uma carência<br />

de produtos voltados para consumidoras mais casuais, com o propósito de atender<br />

este nicho de mercado, foi escolhido este estilo para a <strong>criação</strong> desta coleção de<br />

bolsas brasileiras para o mercado japonês.<br />

Para a <strong>criação</strong> da marca Wabi Sabi foi levado em consideração a caligrafia<br />

usada pelos japoneses, a cor da bandeira do Japão e a própria expressão milenar<br />

usada por eles, que significa a beleza que mora nas coisas imperfeitas, efêmeras e


204<br />

incorretas. Uma expressão simples, letra característica e cores do próprio país que<br />

traduzem a marca.<br />

Com base na metodologia encontrada na bibliografia, foi criado um método<br />

para o desenvolvimento da coleção de bolsas, cada etapa do desenvolvimento foi<br />

descrito no trabalho apresentado.<br />

Para este trabalho foram criados oito modelos de bolsas baseados na cultura<br />

japonesa e materiais utilizados para estação Primavera/Verão 2006/2007, acreditase<br />

ter criado produtos que atenderão as necessidades das consumidoras. Foi criada<br />

uma coleção e não linhas, posteriormente pode ser criado linhas com cada<br />

característica relevante de bolsas apresentadas neste trabalho, assim tendo uma<br />

unidade de produto para cada cultura significativa.<br />

Fazendo uma análise de todos os itens pesquisados, é imprescindível que o<br />

produto a ser lançado no mercado seja inovador, diferenciado e com design<br />

chamativo para os olhos de cada consumidora que necessita de um produto bonito<br />

para compor seu look. Contudo, toda pesquisa feita foi de suma importância para a<br />

<strong>criação</strong> deste projeto.<br />

Ao finalizar este projeto considero ter atingido o objetivo geral do projeto que<br />

é a <strong>criação</strong> de uma coleção de bolsas brasileiras para o mercado japonês e também<br />

que este contribui para outras pessoas que gostariam de ter acesso a essas<br />

informações apresentadas no mesmo.


205<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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