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Teatro em São Paulo, o Sábato Magaldi e a Maria<br />
Thereza Vargas dizem que Fala Baixo é sobre a<br />
condição feminina no teatro, Jorginho, o Machão<br />
é sobre o machismo e Roda Cor de Roda já é uma<br />
peça feminista. Na época, eu não gostava que me<br />
chamassem de feminista, porque feminista era<br />
considerada a mulher feia, que nenhum homem<br />
queria. Hoje em dia, eu sinto orgulho de ter sido<br />
feminista de uma forma inconsciente e por ter feito,<br />
sem querer, a curva da consciência da mulher<br />
no teatro e na maioria das minhas peças.<br />
A descoberta do humano<br />
Conheci Leilah Assumpção no início dos anos 70,<br />
logo após o êxito extraordinário de Fala Baixo<br />
Senão Eu Grito. Uma peça que falava diretamente<br />
à mulher e a um mundo velho que estava<br />
sendo sacudido em todas as partes depois dos<br />
movimentos da juventude, em 1968, na França,<br />
na Itália, na Tchecoslováquia, nos Estados Unidos,<br />
no Brasil, em toda a América Latina.<br />
131<br />
Fui entrevistá-la no aconchegante apartamento<br />
da Rua General Jardim. Eu, uma crítica tímida<br />
em começo de carreira, ela, uma jovem autora<br />
de sucesso. Descobri um ser humano desarmado,<br />
sem falsas impostações, muito comuns no ambiente<br />
teatral. Leilah era doce e delicada, de uma<br />
simplicidade desconcertante para uma autora