PANAMÁ v TÁXI! pouco mais de dez anos, quando os Estados Unidos devolveram ao Panamá o direito de controle absoluto sobre o Canal, o que lhe conferiu a chance de crescer livre de amarras ditadas pelos norte-americanos, convertendo cada um de seus pólos de história em pontos turísticos atraentes. Cotado pelo jornal New York Times para ser o destino mais visitado em 2012, o país busca trazer outras potencialidades para o primeiro plano de sua vitrine, o que dá oportunidade, por exemplo, para a Calzada de Amador, uma espécie de avenida da orla que divide o oceano Pacífico ao meio, e pela qual se tem acesso às ilhas de Naos, Perico e Flamenco. Ambiente de clima bastante despojado, rodeado por bares, sorveterias, lojas, danceterias e restaurantes erguidos em prédios baixos, o que permite vislumbrar ao longe a modernidade impressa na arquitetura das edificações da Cidade do Panamá, a região de Flamenco é aprazível para diferentes atividades, dentre elas, o final de tarde observando o por do sol, ou mesmo uma passeio de bicicleta em família, tomando a brisa no rosto. A sensação de liberdade é plena. Construída a partir de pedras retiradas durante as escavações do Canal do Panamá, a Calzada do Amador terá em 2013 um novo componente, o Museo de La Biodiversidad, que trará para o seu acervo a variedade da flora e fauna para o interior de um edifício de traços futuristas projetado por Frank Gehry. Apesar do charme associado à combinação de marinas, sol e paisagem deslumbrante da ilha, é a região de Casco Antiguo que pode ser denominada como a nova – e talvez, a melhor – aposta do turismo panamenho, já que na área tombada como Patrimônio Mundial, pela Unesco em 1997, estão remanescentes de uma cidade fundada em 1673, contornada por uma muralha de pedra, cuja função principal era proteger o país contra os ataques insistentes de piratas durante o século 17. Por uma pequena dúzia de ruas apertadas, que nem sempre permitem a passagem simultânea de dois carros em direções opostas, a admiração se volta para o conglomerado de casarões coloridos de um ou dois andares, onde se acumulam os mais diversos pontos comerciais, variando de lojas de souvenires a restaurantes super badalados, junto de casas humildes. Num olhar rápido seria possível ver aqui um Faz parte da cultura do trânsito do Panamá, andar em uma velocidade um pouco acima do limite convencional. Portanto, não estranhe o velocímetro e as constantes fechadas entre os motoristas. No caso dos taxistas a realidade é um pouco mais alarmante, já que em busca de alternativas para sair do trânsito vale, até mesmo, passar por dentro de estacionamentos para cortar a fila. Não se estresse, no final dá tudo certo, já que por lá está todo mundo acostumado com este tipo de comportamento. Outro detalhe é que andar de táxi sempre compensa, pois os preços são fechados previamente variando de US$ 3,00 a US$ 5,00 para a maioria das direções, e há também o costume de dividir o táxi com desconhecidos o que no final das contas diminui ainda mais o valor da corrida para você. pouco da cubana Havana, se não fosse a presença de carros modernos e importados espalhados pelas vias. Embora seja dono de uma área geográfica pequena, Casco Antiguo, ainda que um contraponto à pós-modernidade da Cidade do Panamá, está em um momento de valorização, estimulada pelo processo de restauração de seus prédios históricos de aparência colonial, e por residir como uma das últimas regiões panamenhas onde é possível apreciar o clima bucólico, despertado no contato próximo com as pessoas, no tempo que se aproveita debaixo de uma árvore na praça, na qualidade de vida que se tem em frente ao mar de ondas tranqüilas. Em um desses casarões está o Café René, capaz de comportar em seu interior não muito mais do que 20 pessoas, e talvez mais umas dez nas mesas da parte externa. Restrito na proporção, mas gigante numa proposta gastronômica que torna o lugar disputado, isto porque, por aqui a idéia é que o cliente se delicie com um menu degustação composto de onze pratos, entre eles, salada de legumes, arroz tailandês, rolinho primavera e espetinho de carne. Além do preço atraente – cada pessoa paga US$ 22,50 – o restaurante é um desses lugares que te conquista pela simplicidade, vista nas panelas e nos diversos utensílios espalhados pelas paredes, e no preparo das composições gastronômicas que acontece nos fogões distantes poucos metros de você. A proximidade garante que os frutos do mar, carnes e legumes frescos cheguem à mesa em temperatura ideal, e como adicional você torna o jantar ainda mais apetitoso escolhendo um dos vinhos chilenos da carta. BERÇO DE HISTÓRIA As pequenas distâncias, aliás, convidam os turistas a quererem passar a tarde toda em Casco Antiguo, conhecendo os traços culturais que se propagam nos menores detalhes, como na Plaza de Francia e na Plaza de La Independencia, que estão tomadas por elementos que recontam períodos variados deste povo. Aqui se espalham bancas de produtos artesanais, com destaque para as capas de almofadas ornadas com bordados coloridos representando motivações ideográficas pré-colombianas e para as jóias de inspiração indígena, marcadas pela utilização de madeira, fibras têxteis e sementes vegetais em sua concepção. A feira de artesanatos que contorna a Plaza Francia é um emblema da tradição deixada pelos povos indígenas que alimentaram parte da história panamenha, contudo, ela divide espaço com um componente cultural de outra nação: o chapéu panamá. Exposto em grande escala de modelos e cores, o artigo, que faz a fama no país em outras nações, é a certeza de boas vendas entre os turistas, que proliferam pelas ruas ostentando com alegria o chapéu que na verdade é originário do Equador. Em virtude da grande quantidade de opções e de preços, escolher um modelo tradicional verdadeiro requer um pouco de destreza, uma vez que é necessário atentar para qualidades imprescindíveis do produto, como sua flexibilidade e espaçamento. Para não ser passado para trás, dobre o chapéu como se fosse uma 2 FOTOS: © ATP / BRUNA PIOVESAN 38 2012 BRASIL TRAVEL NEWS
mApós saída dos Estados Unidos do controle do Canal do Panamá, país vive momento de explosão imobiliária mO futurismo arquitet6onico tornou-se um dos emblemas da Cidade do Panamá INo shopping Albrook marcas locais de sapatos, cosméticos e roupas são maioria mTraços da cultura indígena são revelados nas obras do artesanato panamenho