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PORTUGAL

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IRÃ<br />

predominantemente, muçulmana (chiita), sendo a restante constituída<br />

por comunidades sunitas, judeus, cristãos e zoroastrianos, estes<br />

últimos pertencentes a uma das mais antigas religiões monoteístas<br />

do mundo. A língua oficial é o persa, existindo, ainda, outros dialetos.<br />

Embora a maioria das pessoas considere o Irã um país árabe, algo que<br />

incomoda o seu povo, esta associação não tem qualquer fundamento,<br />

pois a sua origem é ariana. A situação geográfica e estratégica do país,<br />

eixo de confluência de vários países do Médio Oriente, do Cáucaso,<br />

da Ásia Central e do Golfo Pérsico, desde sempre tem permitido<br />

assumir um relevante papel na região. É exemplo o estreito de Ormuz,<br />

situado entre o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico, por ser aqui<br />

que transita cerca de 40% do tráfego marítimo petrolífero mundial.<br />

Com a revolução islâmica em 1979, após instalado o poder teocrático<br />

dos Aiatolas, o Irã viveu praticamente isolado do mundo ocidental.<br />

inglês ou persa. Eu optei pela língua local, pois para mim era indiferente.<br />

Mais uma vez achei que a língua não devia ser uma barreira<br />

e, ao fim de poucas horas, o entendimento já era total. Entre gestos,<br />

sorrisos, papéis e uma incrível afabilidade, tudo correu na perfeição<br />

durante a permanência neste fabuloso país.<br />

Teerã: a moderna capital<br />

Na fervilhante e caótica capital, Teerã, a cidade menos oriental do<br />

Irã, rodeada por montanhas cobertas de neve, encontramos diversos<br />

monumentos que aguçam o espírito para uma visita mais pormenorizada<br />

a locais carregados de história, entre os quais o Museu<br />

Nacional, o Museu do Tapete, o monumento Azadi, construído<br />

para comemorar os 2.500 anos do Império. Também a não perder,<br />

a visita a vários antigos e belos palácios, atualmente transformados<br />

Praça Azadi<br />

(Liberdade) no<br />

centro de Teerão2<br />

No entanto, nos últimos anos tem-se assistido a algumas mudanças<br />

sociais e a uma abertura do seu regime político, apesar da ocorrência<br />

de diversos incidentes com alguns países ocidentais, em particular,<br />

com os Estados Unidos da América. Entre as muitas singularidades<br />

que aqui encontramos, é o facto de o Irã ser o país com o maior<br />

número de feriados a nível mundial: 132. Também foram desfeitas<br />

algumas ideias pré concebidas, contrariamente ao que se imagina,<br />

no Irã as mulheres apenas usam o hjab – lenço preto que cobre parcialmente<br />

os cabelos... Apesar de ser comum nas camadas mais conservadoras<br />

do Islã, o uso do chador – o manto que cobre totalmente<br />

o corpo, com exceção do rosto, é apenas obrigatório no interior das<br />

mesquitas. Talvez devido à peculiar forma de eu viajar, sempre acontecem<br />

episódios interessantes que me fazem acreditar no meu lema<br />

de viagens Partir, simplesmente. Quando decidi visitar o Irã, tal como<br />

sempre acontece, planejei a viagem ao pormenor, mas sem qualquer<br />

compromisso com agências de viagem, hotéis ou aluguel de carros.<br />

À chegada ao aeroporto da capital – Teerã, depois de ultrapassados<br />

os trâmites normais e, já no exterior do aeroporto, decidi alugar um<br />

carro com motorista. Perguntaram-me se queria alguém que falasse<br />

Praça Imam<br />

Khomeini em<br />

Teerão2<br />

em Museus, pertencentes à família do antigo Xá Reza Phalevi, em<br />

especial, o esplendoroso Golestan Palace, rodeado de belos jardins.<br />

Em contraponto a estes tesouros históricos, na zona mais rica e<br />

moderna da cidade, encontramos uma série de centros comerciais,<br />

cafés e restaurantes, sendo o mais famoso o Café Naderi, local de<br />

encontro da elite intelectual do país. Deixando para trás a capital<br />

e caminhando para o sul, encontramos a bela cidade de Esfahan,<br />

famosa pela sua arquitetura. Ladeando a enorme praça Naqsh-e<br />

Jahan, uma das mais belas do mundo, encontramos o Grande<br />

Bazar, belíssimos palácios e mesquitas, entre as quais a majestosa<br />

mesquita Jámeh, supremo testemunho vivo da evolução da<br />

arquitectura iraniana no período islâmico. Também nesta cidade<br />

situa-se o mais elegante hotel do Irã, o Abbasi, instalado num local<br />

privilegiado, antigo ponto de encontro de caravanas reais no século<br />

XVII. Nas margens do rio Zayandé, nas velhas pontes que ligam os<br />

dois lados da cidade, podemos observar o movimento constante e<br />

ruidoso dos comerciantes locais, que contrasta com o imponente<br />

silêncio das mesquitas. À noite, sob os arcos dourados da ponte,<br />

a cidade vibra ao som das águas, acomodando-se nos estreitos 2<br />

70 2012 BRASIL TRAVEL NEWS

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