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análise dos dados referentes à aids no estado de são paulo

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Boletim Epi<strong>de</strong>miológico ANO XXV – Nº 1<br />

90% do total <strong>de</strong> casos <strong>no</strong>tifica<strong>dos</strong> <strong>no</strong> período (Tabela 3). Vale<br />

ressaltar que <strong>dos</strong> 117 municípios, 103 possuem Pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> Ações<br />

e Metas (PAM) e representam 71% do total <strong>de</strong> 145 municípios<br />

prioritários do Estado.<br />

Com relação à escolarida<strong>de</strong>, 48% das gestantes têm entre<br />

um e sete a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> concluí<strong>dos</strong>, 26% tem oito a<strong>no</strong>s ou mais,<br />

e 2,5% não possuem escolarida<strong>de</strong>. Ressalta-se que em 21% do<br />

total <strong>de</strong> casos, essa informação encontra-se ig<strong>no</strong>rada ou sem preenchimento,<br />

comprometendo a análise das tendências temporais<br />

<strong>de</strong>ssa variável (Tabela 4).<br />

Quanto à variável raça/cor, 52% e 34% <strong>dos</strong> casos foram<br />

classifi ca<strong>dos</strong>, respectivamente, como brancos e par<strong>dos</strong>/negros.<br />

Apesar das limitações <strong>de</strong>ssa informação, como a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

classificação da raça/cor e o alto índice <strong>de</strong> informação <strong>de</strong>sconhecida,<br />

observa-se entre 2000 e 2007 uma redução do percentual<br />

<strong>de</strong> ig<strong>no</strong>ra<strong>dos</strong>, passando <strong>de</strong> 29% para 9% (Tabela 4).<br />

As primeiras medidas necessárias para a redução da transmissão<br />

vertical ocorrem, prioritariamente, na atenção básica, <strong>no</strong>s<br />

serviços que realizam o pré-natal. Nesse momento, é <strong>de</strong> extrema<br />

importância o acesso precoce, amplo e <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> a essa<br />

assistência para garantir o diagnóstico em momento oportu<strong>no</strong>,<br />

permitindo a profilaxia e/ou o tratamento a<strong>de</strong>quado. É necessário<br />

que os serviços promovam monitoramentos e avaliações para<br />

i<strong>de</strong>ntifi car as possíveis barreiras impeditivas <strong>de</strong>sse processo.<br />

Apesar das políticas públicas <strong>de</strong> incentivo para testagem do<br />

HIV, principalmente durante o pré-natal, os serviços ainda apresentam<br />

dificulda<strong>de</strong>s em prover o diagnóstico a esta população, pois,<br />

das 12.210 gestantes <strong>no</strong>tificadas, 1.493 (12%) só tiveram acesso<br />

ao diagnóstico <strong>no</strong> momento do parto ou após o nascimento da<br />

criança. A proporção <strong>de</strong> mulheres que tinham conhecimento do<br />

seu status sorológico <strong>no</strong> período anterior ao pré-natal foi <strong>de</strong> 52%<br />

(Tabela 5), <strong>de</strong>vendo ser lembrada a importância <strong>de</strong> se promover<br />

discussões sobre direito reprodutivo nas portadoras do HIV/<strong>aids</strong><br />

e estratégias para a redução da transmissão vertical.<br />

Na Tabela 5 verifica-se que 10.898 gestantes (89%) realizaram<br />

o pré-natal e <strong>de</strong>ste total 73% tiveram acesso à terapia com<br />

ARV. Para análise <strong>de</strong>sta variável, consi<strong>de</strong>rou-se como “uso <strong>de</strong><br />

ARV <strong>no</strong> pré-natal”, as gestantes que iniciaram a terapia ARV<br />

como profilaxia e as que estavam em tratamento para a infecção<br />

pelo HIV/<strong>aids</strong>. Chama a atenção o percentual <strong>de</strong> gestantes com<br />

início tardio do pré-natal, 16% <strong>no</strong> terceiro trimestre, per<strong>de</strong>ndo a<br />

chance <strong>de</strong> instituir mais precocemente a profilaxia com ARV.<br />

No período é mantido um percentual relativamente constante,<br />

em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> 5%, <strong>de</strong> gestantes que não utilizaram ARV, entretanto,<br />

em 2007 e 2008 esta proporção apresenta um preocupante<br />

aumento, passando para 19% e 18% respectivamente (Tabela 5).<br />

Recomenda-se que a vigilância epi<strong>de</strong>miológica <strong>de</strong> cada serviço<br />

promova a revisão <strong>de</strong>sses casos, para <strong>de</strong>scartar a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> entendimento incorreto e/ou preenchimento ina<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>sta<br />

variável, adicionando-se o fato <strong>de</strong> que, em 2007, houve a implantação<br />

do <strong>no</strong>vo instrumento <strong>de</strong> <strong>no</strong>tificação, exclusivo para gestantes<br />

HIV, pertencente à plataforma do SINAN-NET.<br />

De 10.551 partos informa<strong>dos</strong>, 61% evoluíram para cesárea e<br />

31% para parto vaginal. O percentual ig<strong>no</strong>rado nesse quesito foi <strong>de</strong><br />

7%, valor acima do observado <strong>no</strong> Boletim Epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> Aids em<br />

Dezembro 2008<br />

2007³. Chama a atenção os 262 casos (2,5%) em que o produto da<br />

gestação foi aborto ou natimorto. Em relação às ações <strong>de</strong> prevenção<br />

na assistência ao parto, excluindo 92 casos <strong>de</strong> abortos, <strong>no</strong>ta-se que<br />

1370 casos (13%) não tiveram acesso ao uso <strong>de</strong> ARV <strong>no</strong> momento<br />

do parto. Dos 9.773 nasci<strong>dos</strong> vivos, 88% iniciaram o uso <strong>de</strong> ARV<br />

nas primeiras 24 horas, entretanto 214 crianças expostas (2%) não<br />

receberam ARV e em 805 casos (8%) essa informação encontravase<br />

ig<strong>no</strong>rada ou sem preenchimento (Tabela 6). Apesar do aumento<br />

histórico do percentual <strong>de</strong> mulheres e <strong>de</strong> crianças que fizeram uso<br />

do ARV <strong>no</strong> parto e <strong>no</strong> nascimento respectivamente, ainda há necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> investigar as oportunida<strong>de</strong>s perdidas para a redução da<br />

transmissão vertical do HIV nesses dois momentos, pois as medidas<br />

existem, são comprovadamente eficazes e não po<strong>de</strong> ser justificável<br />

a falta <strong>de</strong> acesso para gestantes e crianças.<br />

O SINAN-NET disponibilizado até o momento, não contempla<br />

a fi cha da criança exposta, mas há previsão <strong>de</strong> que em 2009<br />

haja a inclusão <strong>de</strong>sse agravo. A Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica da<br />

Coor<strong>de</strong>nação Estadual <strong>de</strong> DST/Aids, preocupada com o controle<br />

e seguimento <strong>de</strong>sses casos, publicou <strong>no</strong> Boletim Epi<strong>de</strong>miológico<br />

<strong>de</strong> Aids em 2007³ as orientações aos serviços para condução da<br />

<strong>no</strong>tifi cação <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> crianças expostas ao HIV. Entretanto,<br />

um número muito baixo <strong>de</strong> crianças nascidas a partir <strong>de</strong> janeiro<br />

<strong>de</strong> 2007, foi informado à Divisão <strong>de</strong> Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica,<br />

comprometendo a análise <strong>de</strong>sses casos.<br />

Na análise das informações <strong>referentes</strong> ao acompanhamento<br />

das crianças expostas, apresentada na Tabela 7, observa-se<br />

que, ao longo do período houve uma diminuição <strong>no</strong> número<br />

<strong>de</strong> crianças que receberam aleitamento mater<strong>no</strong>, porém ainda<br />

<strong>de</strong>tecta-se 17 casos (1,5%) em 2006. Neste mesmo a<strong>no</strong>, foram<br />

registra<strong>dos</strong> seis casos (0,5%) <strong>de</strong> aleitamento mater<strong>no</strong> cruzado.<br />

Apesar da importância da informação para a adoção <strong>de</strong> medidas<br />

preventivas, <strong>de</strong>vido à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infecção por essa via,<br />

observa-se <strong>no</strong> tempo um aumento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> ig<strong>no</strong>ra<strong>dos</strong> para<br />

esse quesito.<br />

Foi importante a redução <strong>no</strong> percentual <strong>de</strong> crianças que não<br />

utilizaram ARV, passando <strong>de</strong> 10% em 2000 para 1,6% em 2006,<br />

porém, tem sido observado um aumento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> ig<strong>no</strong>ra<strong>dos</strong><br />

para esse quesito, 16% e 39% em 2000 e 2006, respectivamente.<br />

Em relação ao uso do ARV por tempo inferior a seis semanas<br />

verifi ca-se um aumento <strong>no</strong> último a<strong>no</strong> analisado, passando <strong>de</strong><br />

8% (N= 62 casos) em 2000 para 11% (N=127) em 2006. Fazse<br />

necessária à investigação <strong>de</strong>sses casos pelos serviços <strong>de</strong><br />

atenção a saú<strong>de</strong>.<br />

As informações <strong>referentes</strong> ao encerramento <strong>dos</strong> casos pelo<br />

serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> apresentaram melhora em comparação aos<br />

a<strong>no</strong>s anteriores. No Boletim Epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> Aids em 2007³,<br />

os casos em andamento ou com informação ig<strong>no</strong>rada somavam<br />

42% (N=3870) do total, atualmente o número <strong>de</strong> casos em aberto<br />

somam 24% (N=2121), uma queda importante em relação aos<br />

a<strong>no</strong>s anteriores. Apesar da melhora na qualida<strong>de</strong> do encerramento<br />

<strong>dos</strong> casos <strong>de</strong> criança, ainda não é possível, utilizar essa<br />

informação como indicador para a taxa <strong>de</strong> transmissão vertical<br />

do HIV, já que o número <strong>de</strong> casos com perda <strong>de</strong> seguimento e<br />

ig<strong>no</strong>rado é bastante signifi cativo.<br />

Os da<strong>dos</strong> apresenta<strong>dos</strong> confirmam a relevância das<br />

ações recomendadas pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> e Coor<strong>de</strong>-<br />

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