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análise dos dados referentes à aids no estado de são paulo

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Boletim Epi<strong>de</strong>miológico ANO XXV – Nº 1<br />

em setembro <strong>de</strong> 2007, em seminário organizado pelo Programa<br />

Nacional <strong>de</strong> DST e Aids e, em âmbito estadual, em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

2007, em seminário realizado pela CE DST/AIDS <strong>de</strong> São Paulo<br />

em parceria com o Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. (Grangeiro; et al, 2007)<br />

Este último evento, realizado em São Paulo, teve por<br />

objetivos:<br />

88<br />

• Socializar os acha<strong>dos</strong> produzi<strong>dos</strong> <strong>no</strong> diagnóstico<br />

situacional <strong>dos</strong> CTA, com enfoque <strong>no</strong> <strong>estado</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo;<br />

• Apresentar a posição do Programa Nacional DST/Aids<br />

quanto à missão, objetivos, populações prioritárias e<br />

princípios <strong>de</strong> atuação <strong>dos</strong> CTA;<br />

• Apresentar a visão da Coor<strong>de</strong>nação Estadual DST/<br />

Aids sobre o papel do CTA, a inserção <strong>de</strong>stes serviços<br />

na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e suas ativida<strong>de</strong>s estratégicas nas<br />

áreas <strong>de</strong> prevenção, assistência, vigilância e diagnóstico<br />

das DST e Hepatites Virais;<br />

• Aprofundar o diagnóstico e i<strong>de</strong>ntifi car, a partir <strong>dos</strong><br />

acha<strong>dos</strong> da pesquisa, das propostas do PN DST/<br />

Aids, da CE DST/Aids SP e do Programa Estadual <strong>de</strong><br />

Hepatites Virais, bem como da visão <strong>dos</strong> profissionais,<br />

gestores e membros da socieda<strong>de</strong> civil, os principais<br />

<strong>de</strong>safios a serem enfrenta<strong>dos</strong> para o fortalecimento<br />

das ações <strong>dos</strong> CTA.<br />

Características da re<strong>de</strong>, clientela e acesso ao diagnóstico<br />

<strong>dos</strong> CTA do <strong>estado</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Os Centros <strong>de</strong> Testagem e Aconselhamento (CTA) foram<br />

implanta<strong>dos</strong> <strong>no</strong> país a partir <strong>de</strong> 1988 e, <strong>no</strong> <strong>estado</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />

a partir <strong>de</strong> 1989, com o objetivo <strong>de</strong> agilizar e ampliar o acesso<br />

ao diagnóstico do HIV.<br />

Até <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006 foram implanta<strong>dos</strong> <strong>no</strong> <strong>estado</strong> 79<br />

CTA, <strong>dos</strong> quais 69 respon<strong>de</strong>ram ao questionário. Esses serviços<br />

representam uma cobertura <strong>de</strong> 57,3% da população do <strong>estado</strong><br />

e 68,0% <strong>dos</strong> casos <strong>de</strong> <strong>aids</strong>.<br />

A população geral constitui a principal clientela atendida em<br />

88,4% <strong>dos</strong> CTA. Quando os da<strong>dos</strong> são analisa<strong>dos</strong> consi<strong>de</strong>rando<br />

as três principais clientelas atendidas, as populações vulneráveis<br />

são referidas por 78,3% (tabela 1), sendo que profissionais do<br />

sexo e homens que fazem sexo com homens (HSH) foram os<br />

mais referi<strong>dos</strong> (46,4%), em contraposição aos usuários <strong>de</strong> drogas,<br />

que aparecem entre a clientela principal <strong>de</strong> apenas 15,9%<br />

<strong>dos</strong> serviços (Gráfi co1).<br />

Ao selecionarmos os municípios com proporções <strong>de</strong> casos<br />

<strong>de</strong> <strong>aids</strong> entre HSH e UD acima da média regional, observamos<br />

que apenas 51,4% <strong>dos</strong> CTA aten<strong>de</strong>m prioritariamente a população<br />

HSH e 45,9% UD; mostrando incompatibilida<strong>de</strong> entre o perfil epi<strong>de</strong>miológico<br />

<strong>dos</strong> casos <strong>de</strong> <strong>aids</strong> do município e a clientela atendida<br />

<strong>no</strong> CTA (Gráfi co 2).<br />

Em 92,8% <strong>dos</strong> CTA a origem da clientela atendida é constituída<br />

principalmente por <strong>de</strong>manda espontânea. As proporções<br />

<strong>de</strong> usuários que são referencia<strong>dos</strong> por projetos <strong>de</strong> prevenção e<br />

por bancos <strong>de</strong> sangue são relativamente baixas, sendo <strong>de</strong> 43,5%<br />

e 21,7%, respectivamente (Tabela 1).<br />

Quanto ao volume <strong>de</strong> testes realiza<strong>dos</strong>, apenas 6,2%<br />

<strong>dos</strong> serviços realizam 15 ou mais testes/dia e uma proporção<br />

expressiva (49,2%) realiza até 5 teste/dia (Tabela 1).<br />

Em contrapartida ao baixo número <strong>de</strong> exames realiza<strong>dos</strong><br />

pelos serviços, a maioria (82,3%) possui proporções <strong>de</strong> soropositivida<strong>de</strong><br />

acima da observada para a população geral, isto é,<br />

acima <strong>de</strong> 1%.(Tabela 1).<br />

A maioria <strong>dos</strong> CTA possui o elenco mínimo <strong>de</strong> testes disponíveis<br />

recomenda<strong>dos</strong>, que são: a triagem sorológica e o confi r-<br />

matório para HIV, VDRL para triagem <strong>de</strong> sífi lis e os marcadores<br />

sorológicos Anti-HBc e HBs-Ag para hepatite B e anti-HCV para<br />

hepatite C. No entanto, me<strong>no</strong>s da meta<strong>de</strong> <strong>dos</strong> CTA entregam o<br />

resultado positivo para HIV em até 15 dias (43,5%) (tabela 2).<br />

Principalmente <strong>no</strong>s CTA do interior do <strong>estado</strong>, ter acesso ao<br />

resultado <strong>de</strong> HIV positivo leva mais <strong>de</strong> 15 dias em 77,4% <strong>dos</strong><br />

serviços (Gráfi co 3).<br />

Quanto ao retor<strong>no</strong> <strong>dos</strong> usuários para retirada <strong>de</strong> resulta<strong>dos</strong> <strong>dos</strong><br />

exames, apenas 25,5% <strong>dos</strong> CTA apresentam taxas <strong>de</strong> me<strong>no</strong>s 90%<br />

<strong>de</strong> retor<strong>no</strong>, não havendo variação significativa entre os serviços do<br />

interior e da Gran<strong>de</strong> São Paulo. A maioria <strong>dos</strong> CTA (52,9%) tem taxa<br />

<strong>de</strong> retor<strong>no</strong> entre 76% a 90%. (Tabela 2)<br />

Quanto ao horário <strong>de</strong> atendimento, apenas 29% <strong>dos</strong> CTA<br />

aten<strong>de</strong>m em horário estendido, que inclui fim <strong>de</strong> semana ou após<br />

as 18h00. Esta característica aparentemente está associada<br />

ao gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> CTA que funcionam inseri<strong>dos</strong> em outros<br />

equipamentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que possuem horários mais restritos <strong>de</strong><br />

atendimento. Importante ressaltar que apenas 23,2% <strong>dos</strong> CTA,<br />

não estão inseri<strong>dos</strong> em outra unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (Tabela 2).<br />

Ao relacionarmos o período <strong>de</strong> atendimento com a população<br />

atendida, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s extramuros<br />

e o volume <strong>de</strong> testes realiza<strong>dos</strong> (porte do serviço), é possível<br />

observarmos que aqueles CTA que funcionam em regime parcial,<br />

ou seja, em até 7 perío<strong>dos</strong> semanais, são os que me<strong>no</strong>s<br />

realizam ativida<strong>de</strong>s extramuros e os que me<strong>no</strong>s referem aten<strong>de</strong>r<br />

populações vulneráveis em seus serviços (Gráfi co 4).<br />

Estratégias para ampliação do diagnóstico<br />

A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> CTA do <strong>estado</strong> vem crescendo em consonância<br />

com a diretriz programática que recomenda que todo os 145 municípios<br />

prioritários para controle da epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> <strong>aids</strong> <strong>no</strong> <strong>estado</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo conte com pelo me<strong>no</strong>s um <strong>de</strong>stes serviços, com<br />

o objetivo <strong>de</strong> fortalecer e ampliar o acesso <strong>de</strong> populações mais<br />

vulneráveis à testagem, aos insumos e ações <strong>de</strong> prevenção às<br />

DST/HIV/AIDS e hepatites virais .<br />

Até outubro <strong>de</strong> 2008 foram cadastra<strong>dos</strong> junto ao Programa<br />

Estadual <strong>de</strong> DST/Aids <strong>de</strong> São Paulo 97 CTA inseri<strong>dos</strong> em 60<br />

municípios. To<strong>dos</strong> pertencem ao grupo <strong>de</strong> municípios prioritários<br />

para o controle da <strong>aids</strong> <strong>no</strong> <strong>estado</strong>, ou seja: recebem verba específica<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações programáticas, possuem<br />

mais <strong>de</strong> 20.000 habitantes e apresentam incidência <strong>de</strong> pelo<br />

me<strong>no</strong>s 25 casos <strong>de</strong> <strong>aids</strong> <strong>no</strong>tifi ca<strong>dos</strong> por 100.000 habitantes.<br />

No mapa <strong>de</strong> São Paulo estão evi<strong>de</strong>ncia<strong>dos</strong> os municípios<br />

que possuem CTA. Destacada em branco, vemos a ausência<br />

Dezembro 2008

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