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V e t e r i n a r i a n D o c s<br />

www.veterinariandocs.com.br<br />

Patologia Clínica Cirúrgica<br />

Cirurgia do Sistema Auditivo<br />

01-Oto-hematoma<br />

Definição<br />

É uma afecção comum do aparelho auditivo, onde ocorre formação de uma<br />

coleção de sangue, com uma contusão de segundo grau principalmente na face interna<br />

do pavilhão auricular.<br />

Causas<br />

-Otite (devido ao balanço da cabeça);<br />

* As otites externas têm sido apontadas, de uma forma geral, como o principal fator<br />

etiológico envolvido na patogênese dos otohematomas, porém nem sempre ela está<br />

presente.<br />

-Traumatismo;<br />

-Mosca;<br />

Tratamento<br />

-Rompimento de vasos;<br />

-Enfermidades que alterem os fatores de coagulação;<br />

-Punção: em 99% dos casos não funciona;<br />

-Cirúrgico: consiste em retirada de uma porção da pele, deixando-a aberta.<br />

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Tratamento Cirúrgico<br />

-Deve-se tratar primeiramente e principalmente a causa primária, para se retirar<br />

o incômodo do animal e assim evitar balanços de cabeça com recidivas;<br />

-Não necessita a colocação de dreno, existem técnicas que utilizam;<br />

-Deve-se fazer suturas transfixantes que passam por toda orelha, para evitar que<br />

o ferimento feche rapidamente;<br />

Figura 1. Incisão em „S‟ na parte interna da orelha para resolução de otohematoma.<br />

02-Ablação Total do Conduto Auditivo<br />

Sempre colocar dreno por 7 dias<br />

Cirurgia de Tórax<br />

03-Toracotomia<br />

-Não apresenta riscos maiores que cirurgias abdominais;<br />

-Cuidados: ventilação mecânica ou manual (assistida) e reestabelecimento da<br />

pressão negativa;<br />

-Animais com pneumopatia ou traumatismo subjacentes estão em risco<br />

aumentado de desenvolver infecções pulmonares. Esses pacientes devem ser<br />

monitorados cuidadosamente, administrando-se antibióticos profiláticos ou iniciando-se<br />

antibióticos terapêuticos junto com o primeiro sinal de infecção (leucocitose e/ou febre).<br />

-Carnívoros apresentam 13 pares de costelas;<br />

-O lobo pulmonar esquerdo é dividido em lobo cranial (cranial e caudal) e lobo<br />

caudal, enquanto o lobo pulmonar direito (maior) é dividido em lobo cranial, médio,<br />

caudal e acessório.<br />

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-Cães conseguem sobreviver a uma perda aguda de até 50% de seu volume<br />

pulmonar, no entanto, podem ocorrer acidose respiratória transitória e intolerância a<br />

exercícios.<br />

Indicações<br />

-Cirurgias exploratórias<br />

-Cirurgias cardiovasculares (pericárdio, válvulas, septos, grandes vasos,<br />

persistência de ducto arterioso e presença de 4º arco aórtico);<br />

-Cirurgias em brônquios;<br />

-Cirurgia de timo;<br />

-Cirurgia de redução de hérnias (hérnias crônicas – sempre com colocação de<br />

drenos);<br />

Localização<br />

-Cirurgia pulmonar (lobectomia);<br />

-Cirurgias cardíacas: 5º EIC;<br />

-Cirurgias em diafragma e cardia: entre 8º e 9º EIC;<br />

hilos.<br />

-Cirurgias pulmonares (lobectomia): entre 4º e 5º EIC tem-se acesso a todos os<br />

Tipos<br />

-Intercostal direita ou esquerda;<br />

-Esternotomia mediana;<br />

-Transesternal;<br />

03.1-Toracotomia Intercostal<br />

Tópicos<br />

-Pode-se acessar entre 3º e 10º EIC, podendo acessar porção anterior do<br />

abdômen;<br />

-Deve-se utilizar afastadores autoestáticos como o afastador de Finochieto;<br />

-Em lobectomia total deve-se ligar em separado artéria, veia e brônquio;<br />

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03.2-Emergência<br />

Etapas<br />

1º: faz-se o acesso à cavidade torácica;<br />

2º: pericardiectomia;<br />

3º: massagem cardíaca;<br />

4º: deve-se instituir acesso venoso de alto calibre (cateter calibre 16 ou 18) em<br />

veia jugular de preferência;<br />

5º: pode-se fazer o clampeamento da aorta (fazendo com que o sangue seja mais<br />

redirecionado para a cabeça do paciente);<br />

03.3-Toracatomia com Ressecção de Costela<br />

Tópicos<br />

-Tem-se maior exposição;<br />

-Utilizada quando necessita-se maior incisão/acesso;<br />

-Constitui em retirada de um segmento da costela;<br />

-Incisa-se em cima da costela, disseca-se o periósteo e serra-se a costela com<br />

serra fina (para não haver problemas com a posterior redução);<br />

-Deve-se ter cuidado com nervo e artéria intercostal que percorrem parte caudal<br />

da costela;<br />

03.4-Esternotomia Mediana<br />

Tópicos<br />

-Única técnica que permite acesso a toda cavidade torácica;<br />

-Utilizada para toracotomia exploratória;<br />

-Deve-se manter intacto o manúbrio ou xifoide devido a estabilidade posterior<br />

(estabilidade também minimiza dor pós-operatória);<br />

-Deve-se utilizar fio de aço de diâmetro 0,8 mm a 1 mm;<br />

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-É preferível a utilização de eletrocautério, pois há grande sangramento local;<br />

-Para incisão do esterno é recomendado a utilização de serra oscilatória;<br />

-No momento da redução da incisão, deve-se ter cuidado com a artéria torácica<br />

interna.<br />

03.5-Lobectomia Parcial<br />

Pode-se realizar uma lobectomia parcial para remover uma lesão focal que<br />

envolva metade a dois terços periféricos do lobo pulmonar ou para biópsia. A<br />

lobectomia parcial pode ser realizada por toracotomia no quarto ou quinto espaços<br />

intercostais laterais ou esternotomia mediana.<br />

Também pode-se realizar uma lobectomia parcial com grampeadores<br />

(grampeador toracoabdominal).<br />

03.6-Lobectomia Completa<br />

É realizada melhor por toracotomia lateral.<br />

Se o pulmão contiver uma quantidade grande de material purulento, evite que<br />

uma quantidade excessiva de fluido drene para os brônquios e traquéia por meio de<br />

pinçamento do brônquio próximo ao hilo, antes de manipular o lobo.<br />

Lobos pulmonares torcidos devem ser removidos sem destorcer.<br />

03.7-Toracotomia Transesternal<br />

Tópicos<br />

-Aumenta a exposição intercostal bilateral;<br />

-Indicado quando necessita-se exposição ampla do tórax;<br />

-A artéria torácica interna irá ser seccionada e deve ser ligada antes;<br />

03.8-Outros Procedimentos<br />

-Tetralogia de Fallot: faz-se ponte entre a artéria aorta e artéria pulmonar para<br />

melhoria da oxigenação.<br />

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-Perda de parede torácica: pode-se utilizar parede de polipropileno (o mesmo<br />

que é utilizado para redução de hérnias abdominais).<br />

Cirurgia de Coluna Vertebral<br />

Introdução<br />

Primeiramente deve-se fazer um completo exame neurológico para se ter<br />

conhecimento do local, extensão e gravidade da lesão<br />

Exame Neurológico<br />

01-Exame da Cabeça<br />

-Estado mental (hiperexcitado, normal-alerta, apático, semicomatoso e<br />

comatoso)<br />

-Comportamento (sistema límbico e córtex): andar em círculos, pressionar a<br />

cabeça contra obstáculos, agressividade, vocalização, balançar compulsivo da cabeça.<br />

-Postura e coordenação da cabeça: desvio lateral da cabeça (head tilt), giro<br />

ortotônico do pescoço, tremores intencionais e opistótomo.<br />

-Nervos cranianos: olfatório (I), óptico (II), oculomotor (III), troclear (IV),<br />

trigêmio (V), abducente (VI), facial (VII), vestibulococlear (VIII), glossofaríngeo (IX),<br />

vago (X), acessório (XI) e hipoglosso (XII).<br />

02-Andar e Postura:<br />

Avaliar: tronco cerebral, córtex cerebral, cerebelo, medula espinhal, nervos<br />

periféricos e sistema muscular<br />

-Alterações:<br />

-Fraqueza ou paresia: arrastar das patas e tremores.<br />

membros).<br />

-Ataxia: déficit proprioceptivo geral (cruzar os membros e pisar nos<br />

-Hipermetria: aumento do arco do passo (alteração cerebelar).<br />

-Hipometria: membro espástico, sem flexão do carpo ou do tarso.<br />

03-Exame Medular e Membros:<br />

-NMS: é responsável pelo inicio dos movimentos voluntários, manutenção do<br />

tônus muscular e regulação da postura. Tem seu corpo celular na substância cinzenta e<br />

percorre toda a medula. O NMS exerce uma função inibitória sobre o NMI, e por isso,<br />

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quando lesado, ocorre aumento do tônus muscular e dos reflexos, demonstrando a<br />

hiperatividade do NMI.<br />

-NMI: tem seu corpo celular localizado na substância cinzenta da medula<br />

espinhal e suas raízes emergem no plexo braquial (C6 – T2) e no plexo lombossacral<br />

(L4 – S3).<br />

03.1-Reflexo Medular: testam a integridade dos componentes sensoriais e<br />

motores do arco reflexo e determinam se a lesão está localizada no NMI ou no NMS.<br />

Há 3 tipos de respostas esperadas: (1) ausência ou depressão de reflexos (NMI), (2)<br />

reflexos normais e (3) reflexos exagerados (NMS).<br />

-Lesões no NMI: perda da atividade motora voluntária, perda dos<br />

reflexos medulares, perda do tônus muscular e atrofia muscular por denervação<br />

(paralisia tipo flácida).<br />

-Lesões no NMS: perda da atividade motora voluntária, reflexos<br />

exagerados, hiperativos, aumento do tônus muscular, atrofia muscular por desuso e<br />

aparecimento de reflexos espinhais anormais (paralisia tipo espástica).<br />

Reflexos de Membro Pélvico<br />

03.1.1-Reflexo Patelar: constitui no reflexo de membro pélvico mais confiável.<br />

Normal: extensão rápida e única.<br />

Alterado: a ausência ou depressão do reflexo (reflexo hipopatelar) e a<br />

diminuição do tônus muscular (flacidez) indica lesão de NMI (entre L4 e L6). A perda<br />

unilateral sugere lesão no nervo femoral. Reflexos exagerados (reflexo hiperpatelar) e<br />

aumento do tônus muscular (espasticidade) sugerem uma lesão cranial ao segmento L4<br />

(NMS).<br />

03.1.2-Reflexo de Retirada: deve-se aplicar o menor estímulo doloroso possível ao pé.<br />

Normal: flexão do membro.<br />

Alterado: ausência ou depressão do reflexo indicam lesão em L6 a S1 (NMI) e o<br />

reflexo exagerado indica lesão cranial ao segmento L6 (NMS).<br />

Reflexos em Membro Torácico<br />

03.1.3-Reflexo Tricepital: o tendão tricepital deve ser golpeado com um martelo bem<br />

próximo ao olecrano.<br />

Normal: extensão ligeira do cotovelo (difícil de disparar em animais normais,<br />

logo reflexos ausentes ou deprimidos podem não indicar anormalidade);<br />

Alterado: reflexo exagerado indica lesão cranial a C7 (NMS).<br />

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03.1.4-Reflexo Bicepital:<br />

Normal: flexão ligeira do cotovelo.<br />

Alterado: reflexos ausentes ou deprimidos sugerem lesão de segmentos entre C6<br />

e T8 (NMI) e reflexos exagerados indicam lesão cranial ao segmento C6 (NMS).<br />

Outros Reflexos<br />

03.1.5-Reflexo Esfinctérico Anal: estimulação perineal suave com agulha ou pinça.<br />

Normal: contração do músculo esfinctérico anal.<br />

Alterado: ausência ou depressão do reflexo indica lesão no cordão espinhal<br />

sacral (S1 a S3) ou no nervo pudendo (NMI).<br />

03.1.6-Reflexo Panicular: disparado por estímulo de alfinetada na pele da região dorsal<br />

do animal (costas), começando da região da 5ª vertebra lombar e continuando<br />

cranialmente.<br />

Normal: crispação dos músculos do tronco cutâneo em ambos os lados.<br />

lesão.<br />

Alterado: ausência de crispação e ocorre em um ou dois segmentos caudais à<br />

03.1.7-Dor Profunda: importante para se determinar o grau da lesão e se é valido entrar<br />

para cirurgia ou não, avalia-se o prognóstico. As fibras de dor profunda são as mais<br />

internas e resistentes na medula. Se perder dor profunda 50% da medula está<br />

comprimida (grau 5).<br />

Figura 2. Corte esquemático da medula espinhal<br />

Fonte: SLATTER, 2007.<br />

03.2-Reações Posturais: são respostas complexas, que mantêm a posição<br />

ereta normal de um animal. As reações posturais anormais não fornecem informações<br />

precisas de localização, mas podem indicar doenças neurológicas.<br />

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03.2.1-Posicionamento Proprioceptivo: deve ser realizado flexionando-se a pata de<br />

maneira que a sua superfície dorsal fique no chão.<br />

Normal: animal retorna a pata imediatamente à posição normal.<br />

Alterado: animal demora ou não volta a posição normal da pata.<br />

03.2.2-Carrinho-de-mão: deve ser realizado fazendo o animal sustentar seu peso nos<br />

membros torácicos, enquanto é sustentado pela parte de baixo do abdômen.<br />

Normal: animais caminham para frente com movimentos coordenados de ambos<br />

membros torácicos.<br />

Alterado: iniciação lenta de movimentos (lesões no cordão espinhal cervical,<br />

tronco cerebral ou córtex cerebral) e movimentos exagerados (dismetria) podem indicar<br />

anormalidades no cordão espinhal cervical, tronco cerebral inferior ou cerebelar.<br />

03.2.3-Saltitamento:<br />

Normal: sustenta seu peso normalmente e consegue acompanhar os movimentos.<br />

Alterado: iniciação fraca (déficit proprioceptivo) e movimentos fracos (déficit<br />

motor).<br />

03.2.4-Prova da Resistência Extensora: deve-se pressionar a região da cernelha e da<br />

garupa, verificando-se a resistência do animal e simetria da extensão dos membros em<br />

resposta a pressão para baixo.<br />

03.2.5-Hemicaminhada: deve ser realizada levantando-se os membros torácico e<br />

pélvicos de um lado, se maneira que todo o peso do animal seja sustentado pelos<br />

membros opostos. A avaliação é a mesma que no caso do carrinho de mão.<br />

03.2.6-Teste da Folha de Jornal: consiste em fazer o animal pisar com um dos membros<br />

em uma folha, e esta folha quando puxada arrasta a pata do animal junto.<br />

Radiografia<br />

Normal: retirar a pata e voltar a posição normal.<br />

Alterado: manter a pata em cima da folha não voltando a posição normal.<br />

-Qualidade<br />

-Anestesia geral ou sedação: animal deve estar relaxado<br />

-Posicionamento correto.<br />

-Evitar sombras.<br />

-Deve-se ter uma suspeita do local para melhor incidência do raio<br />

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*Na radiografia cervical deve-se utilizar uma espuma para alinhar a coluna.<br />

Mielografia<br />

-Consiste em injeção subaracnóidea para delinear o cordão espinhal. Pode-se<br />

puncionar na cisterna magna, entre L5 e L6 (melhor) e entre L6 e L7.<br />

-Introduz-se 0,25 a 0,45mL/kg de iopamidol (Iopamiron ® ) 1% de morte em<br />

50min o contraste é todo eliminado.<br />

-Na radiografia cervical contrasdtada é normal no inicio dos segmentos ter uma<br />

pequena elevação.<br />

*O contraste pode provocar convulsão devido o aumento da PIC.<br />

Indicações Contraste<br />

-Quando o exame neurológico evidencia lesão que não é vista pela radiografia<br />

de triagem;<br />

-Para determinar múltiplas lesões;<br />

-Embasar a decisão cirúrgica e tipo de procedimento;<br />

*Todos os graus de compressão devem ser operados;<br />

Material Necessário para Cirurgia<br />

-Afastadores autoestáticos (Ex.: Gelpi);<br />

-Pinças;<br />

-Cera óssea;<br />

-Broca;<br />

01-Subluxação/Luxação Atlanto-Axial<br />

Definição<br />

É uma condição congênita e/ou adquirida por traumatismo, que acomete<br />

principalmente cães da raça toy, caracterizando-se por diferentes graus de neuropatias<br />

motoras e ainda por quadros intensos de dor cervical.<br />

*A forma traumática pode ocorrer em qualquer idade, em qualquer tamanho ou raça de<br />

cão.<br />

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Etiologia<br />

Existem vários processos patológicos que podem levar a subluxação atlantoaxial:<br />

ausência congênita ou hipoplasia do dente, fratura ou separação do dente e ruptura<br />

ou ausência dos ligamentos (alares, apicais e transversos).<br />

Sinais Clínicos<br />

Figura 3. Desenho esquemático anatômico do occipital, atlas e axis.<br />

Os sinais clínicos de dor cervical e disfunção motora nos membros se devem à<br />

pressão na medula espinhal.<br />

Traumas severos de cordão espinhal causam vários graus de déficits em todos os<br />

quatro membros.<br />

*Excessiva manipulação cervical, particularmente a flexão, está contra indicada nestes<br />

cães para evitar a lesão espinhal iatrogênica.<br />

A dor cervical pode ser intensificada pela flexão do pescoço, seguida por<br />

quedas, paresia e paralisias. Também verifica-se ataxia de membros, tetraparesia ou<br />

tetraplegia.<br />

Diagnóstico<br />

Surgimento agudo progressivo ou intermitente.<br />

-Anamnese e História Clínica;<br />

-Sinais Clínicos;<br />

-Exames Complementares:<br />

-Radiografia: projeção latero-lateral revelará a presença de subluxação<br />

pelo aumento da distância entre atlas e axis, com corpo do axis deslocado dorsalmente e<br />

cranialmente e projeção ventro-dorsal para verificar processo odontóide.<br />

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Tratamento<br />

-Não cirúrgico: restrição de movimentos em gaiolas (4 semanas), aplicação de<br />

um colete no pescoço (por 1 a 2 meses) e o uso de medicações anti-inflamatórias podem<br />

levar a uma melhora do paciente, entretanto isto é normalmente transitória.<br />

-Cirúrgico: redução e estabilização da articulação atlanto-axial, eliminando a<br />

compressão e prevenindo o movimento vertebral. Existem técnicas de estabilização<br />

dorsal e ventral, usando o ligamento nucal, fixação por banda de tensão, fio ortopédico,<br />

polimetilmetacrilato, fixação com parafuso, placas e pinos. Há técnicas em que se<br />

propõe a artrodese local entre atlas e axis.<br />

*Animal deve ficar em repouso e com atadura (colar cervical) por 1 mês.<br />

02-Espondilopatia Cervical (Síndrome de Wobbler)<br />

Definição<br />

É um distúrbio neurológico por compressão medular identificado mais<br />

comumente nas raças Dobermann, Dinamarquês e outras raças grandes.<br />

Etiologia<br />

Ainda não bem esclarecida mas suspeita-se de fundo genético e nutricional<br />

(excesso de cálcio).<br />

A compressão medular origina-se da estenose do canal vertebral (por falha do<br />

desenvolvimento), instabilidade vertebral ou, com menor frequência, ocorre<br />

secundariamente a anormalidades dos tecidos moles.<br />

Sinais Clínicos<br />

Diagnóstico<br />

Ataxia branda de membros pélvicos até tetraplegia e presença de dor cervical.<br />

-Anamnese e História Clínica;<br />

-Sinais Clínicos;<br />

-Exames Complementares:<br />

-Radiografia simples: imprecisas;<br />

-Mielografia: verifica-se compressão ventral da medula espinhal devido a<br />

protrusão dorsal do disco intervertebral.<br />

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Tratamento<br />

-Não cirúrgico (não muito efetivo): atividade restringida, analgésicos, relaxantes<br />

musculares, glicocorticoides (curto prazo e doses anti-inflamatórias) e uso de coletes<br />

cervicais.<br />

-Cirúrgico: descompressão direta (fenda ventral ou laminectomia dorsal),<br />

descompressão indireta (distração-estabilização vertebral), estabilização vertebral sem<br />

distração ou fenestração do disco intervertebral.<br />

03-Discopatia Toracolombar<br />

Introdução<br />

As lesões toracolombares representam 85% dos problemas de disco<br />

intervertebral em cães, causando déficits neurológicos graves, que refletem na qualidade<br />

de vida dos animais.<br />

Os discos intervertebrais formam coxins entre as partes ósseas de vértebras<br />

adjacentes a partir de C2 - C3 até as vértebras coccígeas.<br />

Figura 4. Desenho esquemático da vertebra espinhal com seus componentes.<br />

Fonte: SLATTER, 2007.<br />

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Definição<br />

É a degeneração condróide do núcleo pulposo dos discos intervertebrais, seguida<br />

da extrusão do material, o que ocasiona compressão de cordão espinhal e<br />

aprisionamento de raiz nervosa. Os locais mais comuns de extrusão discal são os<br />

espaços intervertebrais entre T11 - T12.<br />

Ocorrência<br />

Tanto as extrusões, quanto as protrusões estão mais comumente relacionadas às<br />

raças condrodistróficas; Teckel, Beagle, Pequinês, Lhasa Apso e Shih-tzu, bem como<br />

nas raças com tendências condrodistróficas; Poodle “Toys” e Cocker Spaniel. Raças de<br />

grande porte, também podem apresentar qualquer uma das degenerações.<br />

Sinais Clínicos<br />

Dificuldade de locomoção, dor abdominal ou dorsal aparente, paralisia dos<br />

membros, podendo chegar a perda de percepção da dor profunda e incontinência<br />

urinária e fecal.<br />

Diagnóstico<br />

-Anamnese e História e Clínica;<br />

-Sinais Clínicos;<br />

-Exames Complementares:<br />

-Radiografia simples: projeção latero-lateral sempre posicionando bem a<br />

coluna vertebral com espumas.<br />

-Mielografia;<br />

-Análise do LCR;<br />

Diagnóstico Diferencial<br />

Embolia fibrocartilaginosa, fraturadeslocamento espinhal, mielopatia<br />

degenerativa, discospondilite, síndrome da cauda equina, moléstia neoplásica, e<br />

meningite; estas afecções são descartadas por meio das avaliações físicas,<br />

microbiológicas, clinicopatológicas e radiográficas apropriadas.<br />

Tratamento<br />

-Clínico: é recomendado para animais com dor aparente e com déficits<br />

neurológicos discretos. Os princípios do tratamento são cuidados auxiliares, restrição da<br />

atividade física e o uso de medicamentos antiinflamatórios ou miorrelaxantes para o<br />

controle da dor e da hiperestesia.<br />

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*O tratamento clínico voltado para diminuir o edema da ME por meio de<br />

corticosteróides está indicado apenas para os animais com déficits neurológicos de<br />

início agudo examinados no decorrer das primeiras 8 horas após a lesão. O<br />

corticosteroides mais indicado para estes casos são o metilpredinisolona (Solumedrol ® )<br />

30mg/Kg EV inicial com 15mg/Kg em 2 a 6 horas posteriores.<br />

-Cirúrgico: as indicações gerais para a intervenção cirúrgica em animais com<br />

moléstia do DIV são as seguintes: sintomas clínicos não reativos ao tratamento clínico,<br />

sintomas clínicos recidivantes ou progressivos, paresia ou paralisia com preservação de<br />

sensação dolorosa profunda e paralisia e ausência de dor profunda com duração inferior<br />

a 48 horas.<br />

O tratamento cirúrgico das discopatias pode ser subdividido nos procedimentos<br />

profiláticos e terapêuticos. A profilaxia envolve a fenestração para a remoção de<br />

material nuclear do próprio disco.<br />

O tratamento da extrusão envolve técnicas descompressivas exploratórias, que<br />

visam à remoção de material discal presente no interior do canal vertebral ou no forame<br />

intervertebral<br />

04-Síndrome da Cauda Equina<br />

Definição<br />

A cauda eqüina é o final da medula espinal que se situa na região lombo sacra,<br />

constituindo a coleção de raízes nervosas que descem pelo canal vertebral, pelas<br />

vértebras L6, L7 e sacro. A medula espinhal termina no interior do canal espinal a altura<br />

das vértebras L6 a L7 no cão e S1 a S2 no gato. Os nervos espinais permanecem no<br />

canal e emergindo após a vértebra de mesmo número, sendo estes denominados de<br />

cauda eqüina, comumente consistindo nos nervos L7, sacral e coccígeo.<br />

É a moléstia neurológica provocada por estenose congênita ou adquirida do<br />

canal vertebral lombossacro.<br />

Etiopatogenia<br />

Congênitas: raras;<br />

Adquiridas: extrusão de disco, estenose do canal devido a espondilose crônica,<br />

fraturas e luxações, que determinam a compressão da região.<br />

A síndrome lombossacral reflete vários graus de envolvimento dos membros<br />

pélvicos, bexiga, esfíncter anal, e cauda. A compressão dos segmentos espinhais L7-S3<br />

(e nervos relacionados) é comumente o resultado das lesões à junção do lombosacral<br />

(segmentos vertebrais L7-S1). Às vezes podem ocorrer combinações de anormalidades<br />

congênitas e adquiridas, estenosando o canal vertebral lombossacro.<br />

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03.1-Espondilose: ocorre devido à formação de pontes ou esporões ósseos laterais ou<br />

ventrais ao corpo vertebral, levando à compressão medular, sem causa inflamatória ou<br />

infecciosa, podendo estar associada com hérnia ventral, ou instabilidade vertebral,<br />

sendo um achado comum em cães de grande porte.<br />

03.2-Fraturas/Luxações: fraturas do corpo vertebral L7 são relativamente comuns,<br />

normalmente como o resultado de um acidente automobilísticos. Quando há ocorrência<br />

de fraturas, a parte caudal da vértebra, tipicamente, é deslocada crânio-ventralmente, e,<br />

embora um deslocamento considerável ocorra freqüentemente, os resultados do<br />

tratamento normalmente são muito bons, com retorno considerável da função.<br />

03.3-Protrusão de Disco L6/L7: As protusões podem ser do tipo I e II, ocorrendo<br />

principalmente em raças de grande porte, em que há a degeneração do disco<br />

intervertebral por metaplasia condróide com alteração na concentração de<br />

glicosaminoglicanos, perda de água e proteoglicanos e aumento na quantidade de<br />

colágeno. O disco, assim, torna-se mais cartilaginoso e seu núcleo perde a capacidade<br />

de absorver choques mecânicos, sendo essa degeneração, geralmente, distrófica.<br />

03.4-Discoespondilite: também denominada de osteomielite intradiscal é uma doença<br />

que envolve um ou mais discos, podendo ser resultado de infecção por fungo ou<br />

bactéria, devido a migração de corpo estranho, anestesia peridural ou até mesmo via<br />

hematógena, sendo o Staphylococcus aureus o microrganismo mais freqüente nestes<br />

casos.<br />

Sinais Clínicos<br />

Verifica-se dor e claudicação dos membros pélvicos, fraqueza, flácidez com<br />

paralisia ou não de membros pélvicos e cauda. Proprietários freqüentemente reclamam<br />

da pouca disposição do animal em saltar e subir escadas ou dificuldade de se levantar.<br />

A bexiga é freqüentemente paralisada, que resulta em retenção de urina e<br />

passivas transbordações, ou seja, incontinência.<br />

Tratamento<br />

Dependente da causa desencadeante.<br />

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Referências Bibliográficas<br />

STAINKI D. R., GARCIA F.S., SILVA N.R. Atlantoaxial Instability in Dog: Brief<br />

Revision and Case Report. Revista da FZVA Uruguaiana, v. 5/6, n.1, p. 136-143.<br />

1998/1999.<br />

SLATTER, D. Manual de Cirurgia de Pequenos Animais. 3 ed. 1 e 2 vol. Editora<br />

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FOSSUM, T. W. Cirurgia de Pequenos Animais. 2 ed. Editora Roca: São Paulo, 2005.<br />

BRASIL F.B., GIORDANO P.P., MARTINS A.W. Síndrome da Cauda Eqüina,<br />

Etiopatologia. Revisão de Literatura (parte I). Bol. Med. vet. – Espírito Santo do<br />

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MARCELO ROSCAMP. Discopatia em Cães. Monografia apresentada para conclusão<br />

do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná, 2007.<br />

FERREIRA M.M.G., AVANTE M.L et al. Discopatia Toracolombar. Revista<br />

Científica Eletônica de Medicina Veterinária – Ano VI – Número 10 – Janeiro de 2008<br />

– Periódicos Semestral.<br />

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