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UNDERGROUND ROCK REPORT - 1

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A Red Nightmare<br />

A Red Nightmare<br />

Imdependente - Nacional<br />

Uma excepcional revelação vinda<br />

lá de Belém, no Pará. Como dá<br />

gosto de escutar um trabalho tão bem<br />

feito, caprichado tanto na arte musical,<br />

quanto na visual. Pois é, o negócio<br />

vem em digipack, com uma arte<br />

gráfica linda (Gustavo Sazes é o cara)!<br />

O som desses caras é um Death Metal<br />

com toques modernos, executado com<br />

muita maestria. Sim, os arranjos ficaram<br />

fantásticos, variados e brutais. Há<br />

partes velozes, como manda o figurino,<br />

e também aquele ‘groovie’ em outros<br />

momentos, de modo que tudo parece se<br />

complementar e deixar o material irresistível.<br />

Até os solos estão inspirados aqui.<br />

Mas em meio à destruição sonora,<br />

os caras mostram um lado menos<br />

agressivo – no caso, lá pela metade<br />

da ótima “A Red Nightmare PT.III”,<br />

o que mostra quanta bagagem esses<br />

caras têm. Que trabalho lindo!<br />

O ‘debut’ conta ainda com a primeira<br />

demo, também intitulada “A Red<br />

Nightmare”, como bônus, regravada.<br />

A produção do disco também é<br />

impressionante. Nos momentos mais<br />

brutais, a caixa de som corre perigo de<br />

estourar com o peso dos instrumentos.<br />

Vai por mim, uma das maiores surpresas<br />

do ano! Foda, foda, FODA! (CK)<br />

Aneurose<br />

From Hell<br />

Imdependente - Nacional<br />

abe daqueles Thrash Metal com toques<br />

Smodernos, bem produzido e feito por<br />

gente competente? Olha a Aneurose se encaixando<br />

no perfil!<br />

É cadenciado, é pesado, maravilhosamente<br />

‘grooviado’ e, como não poderia<br />

deixar de ser, empolgante. Viu só? Nem só<br />

de alta velocidade vive o estilo!<br />

Escute a chamada “Hunting Knife”,<br />

com uma levada que intima a entrar na<br />

roda e testar sua saúde até seu final. E a<br />

seguinte, “Drink Like a Man”, até começa<br />

meio Heavy, mas desembesta pra algo<br />

mais violento e direto. O refrão é um grude<br />

só! “FIRE!!!”<br />

Um “quê” de Pantera surge em “Square<br />

in Flames”, mais especificamente da música<br />

“A New Level”. Boa também!<br />

E a que fecha o disco, “Spoilled Little<br />

Girl (S.L.G.)”, talvez seja a mais porrada.<br />

Cuidado, pois ela atordoa!<br />

Pelo visto, os caras não gostam de mesmice,<br />

já que cada faixa tem uma cara bem<br />

própria, algo admirável no trabalho, especialmente<br />

constatando que conseguem soar<br />

agressivos em todas elas.<br />

Em meio a tudo isso, o bom vocal de<br />

Wallace Almeida, que até lembra um pouquinho<br />

o de Chuck Billy (Testament) em<br />

alguns momentos.<br />

Quase esqueço, a banda vem de um lugar<br />

especialista em música extrema: Minas<br />

Gerais. Portanto, carrega a bandeira do<br />

mal, e com merecimento!Não deixem de<br />

conhecer esse material, intenso na medida.<br />

Metal até a alma do corpo em decomposição!<br />

(CK)<br />

Angry<br />

Future Chaos<br />

Metal Maximus/Tauil Entretenimento<br />

Nacional<br />

á tinha passado da hora desse ‘debut’ sair!<br />

JO Thrash Metal permanece mortal e dessa<br />

vez, vem acompanhado, em um ou outro<br />

momento, pelo Death Metal. Cinco anos de<br />

atividades comemorados em grande estilo!<br />

A gravação está uma maravilha, expondo<br />

toda a fúria do quarteto, formado por<br />

Alex (guitarra), Diego Armando (baixo/<br />

vocal), Ricardo Luiz (bateria) e Renato<br />

Haboryni (gravou a segunda guitarra).<br />

E o que se percebe é o talento de todos<br />

os músicos – escute, por exemplo, o solo<br />

fantástico da faixa-título (ó o clipe aí embaixo)<br />

ou as boas viradas de bateria -, que<br />

dominam os respectivos instrumentos.<br />

Bom, e o vocal continua com aquela pegada<br />

nervosa que remete a Tom Araya, em<br />

meio às músicas velozes na maior parte do<br />

tempo (com a caixa da bateria marcando a<br />

“cabeça” do tempo em quase todas as composições).<br />

Falando em voz, há participações<br />

especiais de Diego Armando, Alex Rangel<br />

(Attomica), Juliana Reis (Martíria) e Jairo<br />

(Chaos Synopsis) nos backing vocals.<br />

Além da mencionada faixa-título, vale a<br />

pena falar também de “Struck in the Past”,<br />

com arranjos fodas, a seguinte, “Suffocated<br />

by Despair”, lindamente brutal, e a última,<br />

“Last Day”, com mais de sete minutos!<br />

A capa e o encarte são bem caprichados,<br />

mais um ponto positivo para o conjunto<br />

que, como já demonstrado no EP “Only<br />

Lies” (2010), sabe investir na parte visual.<br />

Thrash que carrega o clássico e um<br />

pouco do moderno: se é isso que você<br />

curte, é bom voar atrás desse material, violento<br />

como deve ser. Aliás, agitar ao som<br />

de “Future Chaos” pode comprometer o<br />

pescoço... mas e daí? Vale a pena! (CK)<br />

Protector<br />

Reanimated Homunculus<br />

High Roller Records / Kill Again<br />

Records - Nacional<br />

Banda oitentista (embora tenha dado<br />

um enorme intervalo nas atividades<br />

entre 2003 e 2011) e como tal, investe num<br />

Thrash Metal daquela época com um pouco<br />

de Death. É alemão, então, já se sabe<br />

que é bruto como um tanque de guerra.<br />

Como seria de se esperar, percebe-se<br />

uma ou outra semelhança com os clássicos<br />

daquele país, como Kreator (antigo)<br />

e Sodom, por exemplo, mas a Protector<br />

consegue ser mais violenta.<br />

A voz de Martin Missy tem um timbre<br />

bem do estilo Black Metal, rasgado<br />

e seco, o que dá uma aura mais malévola<br />

para o som da banda e engrandece o<br />

resultado final.<br />

Entre tantas boas composições, vale<br />

destacar “Deranged Nymphomania”,<br />

que é uma pancada na cara que afunda<br />

os dentes no fundo do crânio, assim<br />

como “Lycopolis” e a que fecha o disco,<br />

“Calle Brutal”. Essa última é bem curta,<br />

composta pra aniquilar!<br />

“Road Rage” também é uma maravilha,<br />

com boas levadas velozes, e<br />

há também uma regravação para “The<br />

End”, originalmente registrada na demo<br />

“Resurrected” (2000).<br />

A capa – muito bonita por sinal - remete<br />

a trabalhos Death Metal, estilo que<br />

a banda misturava em maior quantidade<br />

com o Thrash em anos passados. Aliás,<br />

entrando no mérito do encarte, muito<br />

bacana ele contar com o resumo da<br />

história da banda! E a coisa foi além,<br />

pois lá fala por onde andam todos os<br />

ex-integrantes do grupo (e os atuais),<br />

e também há comentários sobre todas<br />

as faixas. Está aí uma coisa muito legal<br />

que as bandas deveriam fazer.<br />

Vale a pena conhecer esse material, deliciosamente<br />

extremo e que saiu em versão<br />

nacional pela Kill Again Records. (CK)<br />

Subcut<br />

Grind Years 2004-2011<br />

A<br />

Vários Selos - Nacional<br />

qui, uma ótima compilação dos<br />

paulistas, uma das mais importantes<br />

e respeitadas bandas do Grindcore<br />

nacional. Afinal, não é fácil encontrar<br />

esse material, que saiu inicialmente<br />

em splits, hoje em dia. Portanto, mais<br />

do que nunca, essa iniciativa, feita por<br />

diversos selos em parceria, sacia a fome<br />

dos fãs do grupo.<br />

Apenas para constar, a compilação<br />

vem de splits com as seguintes bandas:<br />

Pretty Little Flowers (2011), Social<br />

Chaos (2007), Disturbance Project<br />

(2006) e Fuck the Facts (2004).<br />

Como todos já devem saber, e já foi<br />

dito aqui no blog outras vezes, a Subcut<br />

faz um Grind com uma identidade própria,<br />

inconfundível. É nervoso, veloz ao<br />

extremo, sujo e desgraçado.<br />

A alternância de vocais característica<br />

se faz competente como sempre, assim<br />

como os riffs diretos e agressivos. A bateria,<br />

claro, não descansa.<br />

Obviamente que a qualidade da gravação<br />

varia, mas todas, de maneira geral,<br />

estão bem acima da média, de modo<br />

que não há do que reclamar. Isso é que<br />

é legal dos caras: mesmo sendo tão extremos,<br />

eles tomam cuidado com a produção,<br />

de modo que ela esteja tinindo<br />

(para os padrões do estilo).<br />

Poxa, e o que é bom, dura pouco...<br />

essa preciosidade, com 24 barulhos, não<br />

chega a meia hora de duração. Bom,<br />

melhor colocar pra repetir, né?<br />

Sejamos francos: fãs de Grind são<br />

masoquistas! Afinal, adoramos ter nossos<br />

ouvidos massacrados pelo caos sonoro,<br />

e a banda é uma das que realmente<br />

sabe como violentar os canais auditivos.<br />

Pessoal, hora de cair no óbvio: indispensável,<br />

um documento importante da<br />

história do underground nacional. Haja<br />

crânio para ser tão esfolado! Se vira<br />

para tentar conservar o seu. (CK)<br />

Pile of Corpses<br />

For Sex, For Violence,<br />

For Alcohol<br />

S<br />

Independente - Nacional<br />

abe a famosa frase que tem feito<br />

sucesso nas redes sociais, “The<br />

zoeira never ends”? Pois então, tem<br />

tudo a ver com o ‘debut’ da Pile of<br />

Corpses, não no sentido pejorativo,<br />

mas como algo divertido e bem humorado.<br />

Porque o som desses doentes,<br />

meus amigos, é calcado no Thrash/<br />

Death Metal esporrento, pra assustar<br />

qualquer desavisado.<br />

Os caras são figuras e mandam ver<br />

em letras sacanas e de humor negro<br />

que conquistam pela falta de noção (a<br />

introdução já “diz” tudo).<br />

Quanto à sonoridade, a influência<br />

da escola americana é grande, mas<br />

nem por isso eles são cópia de algum<br />

medalhão. A velocidade é constante<br />

em quase todo o disco (parabéns<br />

para o habilidoso baterista Pinguim)<br />

e o peso da guitarra de JP, que destila<br />

bons riffs, é um dos grandes atrativos<br />

de “For Sex, For Violence, For Alcohol”.<br />

Aliás, o talento dos músicos é fato.<br />

Afinal, constroem músicas bem interessantes<br />

mesmo sem trazer inovações<br />

para o estilo que executam.<br />

O que merecia mais cuidado é a<br />

gravação, que ficou meio tosca. Tudo<br />

está audível, mas lembra registros<br />

do começo dos anos noventa, quando<br />

ainda careciam de mais qualidade<br />

no quesito. Aliás, a primeira (e maravilhosa)<br />

demo da POC, “Hail War<br />

(Enhanced)”, datada de 2004 (dez<br />

anos!) tem uma produção melhor do<br />

que a do CD.<br />

Mas podem ficar tranquilos, porque<br />

as composições animais se sobressaem<br />

a qualquer empecilho relacionado<br />

à gravação. Portanto, foi apenas uma<br />

observação construtiva.<br />

A Pile of Corpses continua lançando<br />

trabalhos de alto nível e perfeitos<br />

para aqueles que gostam do contraste<br />

entre a brutalidade e a graça. Delicie-<br />

-se e regurgite, refazendo os processos<br />

continuamente. Vale a pena.<br />

PS: Ainda me lembro do show deles<br />

em Araraquara/SP. O vocalista usando<br />

uma máscara de porco foi hilário. Eles<br />

devem se lembrar de mim, pois fui o<br />

único que comprou a mencionada<br />

demo depois da apresentação. (CK)<br />

<strong>UNDERGROUND</strong> <strong>ROCK</strong> <strong>REPORT</strong> - 13

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