11.07.2015 Views

Ferreira, José Carlos Ney, Estatuto dos Indígenas Portugueses da ...

Ferreira, José Carlos Ney, Estatuto dos Indígenas Portugueses da ...

Ferreira, José Carlos Ney, Estatuto dos Indígenas Portugueses da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

JOSt CARLOS [,lEY FU~PEIHAVASCO SOARES DA VEIG/\<strong>Estatuto</strong> <strong>dos</strong> Indfgenas<strong>Portugueses</strong> <strong>da</strong>s Provfncias<strong>da</strong> Guine, Angolae Mo~ambiqueAnotadoeLegisla


ABREVIA TURASAct. Col.B. O.C.Org.C6d. Gvilad. de Trab.C6d. Penal- Acto Colonial, promulgado por Dec. n.o 18.570, de 8 de Ju.lho de 1930. Substituiu 0 titulo V <strong>da</strong> Constitui\ao PoHtica<strong>da</strong> Republica Portugucsa, de 1911. Considerado materia constitucionalpelo art. 133.° <strong>da</strong> Constitui\ao de 1933, foi integradono texto <strong>da</strong> Constitui(ao pela l.ei n.o 2.048, de 11 de Junhode 1951.- Boletim Oficial.- Carta Orgcinica do Imperio Colonial Portugues, aprova<strong>da</strong> poeDec.-Lei n.o 23.228, de 15 de Novembro de 1933.- COdigo Civil Portugues, aprovado por Carta de Lei de 1 deJuIho de 1867, alterado pelo Dec. n.o 19126, de 16 de Dezembrode 1930 e tornado extensivo ao Ultramar por Dec.de 18 de Novembeo de 1869.- C6digo do Trabalho <strong>dos</strong> Indfgenas nas Co16nias Portuguesasde Africa, aprovado por Dec. n.o 16.199, de 6 de Dezembrode 1928.- C6digo Penal Portugues, publicado por forc;a do Dec. de 16de Seternbro de 1886, com alterac;oes introduzi<strong>da</strong>s pelo Dec.­-Lei n.o 39.688, de 5 de Junho de 1954.Con~t.Pol.- ConstituiC;3.o PoHtica <strong>da</strong> Republica Portuguesa, de 11 de Abrilde 1933, modificaJa pclas Leis n.os 1.885, 1.910, 1.945, 1.963,1.966, 2.009 e 2.049, respectivamente de 23 de Marc;o e 23de Maio de 1935, 21 de Dezcmbro de 1936, 18 de Dezernbrode 1937•23 de Abril de 1938, 17 de Setembro de 1945e 11 de Junho de 1951.D. do G.Dec.Dec.-LeiDip. Lt·g.- Diario do Govemo.- Decreto.- Decreto-Lei.- Diploma Legislativo.Dip. ()rg. <strong>da</strong>s ReI.de Dt.o Priv. - Diploma Organico <strong>da</strong>s Rela


6Est.Est. de 1916Est. de 1929Est. <strong>dos</strong> J. ~LL.Org.Port.ESiATIJTO DOS INDiGENAS P()Rl_'l_-iG-l-JE--'S-E-S-----_ <strong>Estatuto</strong> <strong>dos</strong> Indigenas <strong>Portugueses</strong> <strong>da</strong>s Provincias <strong>da</strong> Guine)Angola e 11o


I<strong>Estatuto</strong> <strong>dos</strong> Indfgenas <strong>Portugueses</strong>


Decreto-Lei n°. 39.666A Lei Organica do Ultramar (Lei n.O 2.066, de 27 de Julhode 1953) contem varios preceitos relativos a popula~oes indigenas<strong>da</strong>s provincias <strong>da</strong> Guine, Angola e Mo~ambique. Alem <strong>da</strong>s basescomponentes <strong>da</strong> sec~ao especialmente epigrafa<strong>da</strong> «Das popula~oesindigenas», encontram-se, nomea<strong>da</strong>mente, 0 n.O V <strong>da</strong> base LXV,sobre 0 julgamento <strong>da</strong>s questoes gentilicas, e 0 n.O II <strong>da</strong> base LXIX,sobre a extensao <strong>dos</strong> sistemas penal e penitenciario.A regulamenta~ao <strong>dos</strong> principios gerais conti<strong>dos</strong> nestas basesexige que sejam altera<strong>dos</strong> alguns <strong>dos</strong> preceitos <strong>dos</strong> chama<strong>dos</strong> «Es·tatuto Politico Civil e Criminal <strong>dos</strong> Indigenas» e «Diploma Or·ganico <strong>da</strong>s Rela~oes de Direito Privado entre Indigenas e nao Indigenas»Decretos n.OS 16.473 e 16.474, de 6 de Fevereirode 1929), que, por outro lado, haveria ja anteriormente conve·niencia em modificar e aditar em parte, a fim de uniformizar pro·cedimentos, extinguir regimes locais inadequa<strong>dos</strong> e alargar 0 ambito<strong>da</strong>s reformas.COIn efeito, 'em leis gerais de canicter fun<strong>da</strong>mental, como 0Acto Colonial, a Carta Organica do Imperio Colonial Portugues ea pr6pria Constitui~ao Politica, algumas <strong>da</strong>s regras conti<strong>da</strong>s no· estatuto e no diploma organico foram gradualmente aperfei~oa<strong>da</strong>s,ao mesmo tempo que outros diplomas - como 0 Decreto n.O 35.461,de 22 de Janeiro de 1946, sobre 0 casamento - enunciavam preceitosque bem caberiam no estatuto. Acresce que certas n1ateriasimportantes, entre as quais a aquisi~ao <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia por antigosindigenas, eram regula<strong>da</strong>s apenas em textos locais, falhos de ho·mogenei<strong>da</strong>de.o presente decreto aplica os principios fun<strong>da</strong>mentais, hojeconsigna<strong>dos</strong> na Constitui~ao Politica e na Lei Organica, e desenvolve-os,na extensao compativel com a sua natureza, deven<strong>dos</strong>eguir-se-lhe outros diplomas que especialmente se oc-upem de cer ..tos aspectos que exigem regulamenta~ao pormenorizaJa.


10 ESTATUTO DOS INDfGENAS POR'I1JGUESESDeseja-se acentuar tel' havido agora a preocupa(;ao de, semenfraquecer a protecs,:ao legal dispensa<strong>da</strong> ao indigena, considerarsituas,:6es especiais enl que ele pode encontrar-se no caminho <strong>da</strong>civiliza~ao, para que 0 Estado teln 0 dever de 0 impelir.Nestes tern10S :Ouvido 0 Conselho lJItramarino (*) ;lTsando <strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de conferi<strong>da</strong> pela l.a parte do n.O 2.° doartigo 109.° <strong>da</strong> Constihlis,:ao, 0 Governo decreta e eu promulgo,para valer con10 lei, 0 seguinte :(.) Rtd'.O;io ~gundo rertifica~io d P ·de . dn.fJ 132. de ]9 ~ Juuho de 11)~4. a re$1 nCla 0 ConseJhQ, l'\l.bJica<strong>da</strong> no D. do (y.


CAPITIJLO IDos indisenas portugueses e do seu estatutoARTIGO 1.0(Ambito de apliGl(ao territorial do estatuto de indigena) .(*)Gozan1 de estatuto especial, de harmonia com a Constitui~aoPolitica, a Lei Organica do Ultranlar e 0 presente diploma, os indigenas<strong>da</strong>s provlncias <strong>da</strong> Guine, Angola e Mo\ambique.§ unico. 0 estatuto do indigena portugues e pessoal, deven<strong>dos</strong>er respeitado em qualquer parte do territ6rio portugues onde seache 0 indivlduo que dele goze.1. 0 «estado» de indigena. «<strong>Estatuto</strong>».o facto de os n.ativos <strong>da</strong>s provincias portuguesas <strong>da</strong> Africa continental se encontra.remain<strong>da</strong> em determinado grau inferior de civilizac;ao irnplica a necessi<strong>da</strong>de dese processar urn ordenamento juridico adequado a possibili<strong>da</strong>de de efectivac;ao depoderes e deveres por parte desses nativos.· Isto e, os indtgenas (conceito que 0art. 2.0 (**) escIareceni) encontram-se numa posic;ao especial perante a ordem juridicageral. Ora essa posic;ao especial <strong>dos</strong> sujeitos de direito perante a ordem juridicadesigna-se em terminologia tecnica pelo nome de


12FSTATInD DOS INDlGENAS PORTIJGUESESArtigo 1.°oriein,un uma situa(io juridica geral; mas os indigmas pod em ter situa(oes. juridicasind'ividuais as nl.lis varia<strong>da</strong>s.o que nos interessa por ora e acentuar que quando falamos em e.rtddo de indfgel14nos repNtamos ao conceito amplo primeiramente assinalado.o conjunta de poderes e deveres inerentes ou respeitantes aa «estado» bem como(I mnjunto de oomus que organizam e disciplinam esse complexo de poderes e deverestomam 0 nome de «estatuto». Par esta mesma expressao designam-se assim duasreali<strong>da</strong>des que indubilh-e1mente se interpenctram, mas que conceitualmente se distinguem:a1em estaJuto esta tornado nUID sentido subjec/iI'o (conjunto de poderes e deveres); aqui, num sentido objectil'o (conjunto de regras de Direito). Distin


ESTATIJTO DOS INDfGENAS PORTVGL1:SES 13Artigo 1.0<strong>da</strong>. naeionali<strong>da</strong>de portuguesa a twos os elementos popuJacionais do Esta.do, exeeptua<strong>dos</strong>os estrangeiros.Por outro lado, nao pode eonfundir-sc 0 significado estatutario de ci<strong>da</strong><strong>da</strong>o comci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia polifica (au aetiva), isto e, a participa


14Aritigo 1."bl r~l'" "'''(101111 ;l'. f . va<strong>da</strong> na A~s(;m - ~ 1~... l,,"oposta do Dcputi'.Jo•• • C.i~te1n.l de 1929, PO!' 01 apro • d ' texto do (ontr:lprojecto <strong>da</strong> c.1.mara or-S"I1>.' Pinto no sentido de'dmanotenl 0-5e o H < S Tom!. ~ Timon) ..' . d n as pa 1 avr:" \. . t:"p


ESTATUTO DOS INDfGENAS PORrJGL'EsES 15._---- -- --"----, -..._----Artigo 2."mento sobre a nC'Ccssicladc de promover um estatuto parJ os indigenas destribalizulos~~ a~ota(J)('s ao art. 21."). Assim, 0 indigcna sO deixa de 0 set, nao por se di "dus arts, 56." e segllintes (criterio cultuml),n -- Criterio, .lct'"orios ou subordinaJos:•. ) _ Cnl~,i(i do "jl'f soli» Oil do IUf,ll do 11.1Jcimenlo; ... "que knlum tuScido»nas provinci,ts de indigenato .. , (Extep,ao: meSlllO fora dtSo..l5 provin.:.ias noscasoS previstos no § unico - preJominio do «jus SJ.ngUlnis»).d) - Criterio tlu «ius r/utTIiciJii» ou '/.1 rt!JiJ,~nci.~: . , , «vi,,:ndo h.lbitualmente»n.l~ provinLia, de indigenato, Mas nem por pas5:lr a vi""r b,rhifu.:J "ie,,:e em localcsfranho aqudJs pruvinLias (Metr6pole, Provincia.~ de nao indi!!enat, '- Cabo Verde,S, Tume e:: Principt:, India, Macau t' Timor -- ou Eslmn,c:elfO) 0 tndigena deiutli deo ser alltullI:ltilamcnte (ipso jurC->. ,om dispensa dm fl"q"i~lt"S cnul1


16f~TATI)TODOS IND1GENAS PORTUGU.b:'.b:'---~~.----Artigo 2.". . . d . terpreta~ao <strong>da</strong> defini~ao legal de indigena.3. DUvl<strong>da</strong>s susClta as na 10. " .' interpreta


ESTATIJTO DOS INDJGE;\lAS PORTcGCESES 17-------------- --------------Arti,Vo 2.(1do mcsmo diploma (condi(oes para aquisi(;.o cU ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia). a:, mulheres e O'i filhos005 nao indigenas e os filhos dum indigma e dt' t:m nao indigcna, mas perfilha<strong>dos</strong>por cste.. . ~a Guine, consideravam-se para tC)Jos os dei~O$ como ci<strong>da</strong>dios portugueses osIt;dIV.ld~os de mc;a n(.'!ra. ou dela descendr:ntcs, qut:' se encontra ,5em l'..as situat;6oesdlscmruna<strong>da</strong>s no art. 2." do Dip. Leg. n." 1.364, de 7 de Outubro de 1946, deentre as quais interessa referir a <strong>da</strong> aHnea. a): ~. actual ?Perfilhamos a opini~(' recentcmentr: sustenta<strong>da</strong> pelo Prof. SilYa CUT!:'3 D:lS suasli


IflArtigo 2:5. SitU.lt;:iO juridica <strong>da</strong> mulher indigena casa<strong>da</strong> com individuo queadquira a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.Ci. am)t.l~0es ao art. 57. 06. Indiaenas nasci<strong>dos</strong> fora <strong>da</strong>s provin<strong>da</strong>s de indigenato, para ondeos p~s se tenham deslocado definitivamente.~J.o obstant~ a interpreta(ao literal <strong>da</strong> liltim;~ parte do .§ lini_co .d~te art. 2.·pt. :lctual substituiu 0 conceitobasilar de «domicilio» p<strong>da</strong> expressao «vivendo habitualmente» e considerando quetal substitui


ESTATUTO DOS INlJi(JENAS POR11JGUESES19Artigo 2.°entre .n?s. no pr?prio .texto co,nstitucional (att- a (' ... onstirui~ao PoHtica de~inha.911. exclusIve). IX.-vera, asslln, conslderar-sc abrangi<strong>da</strong> na rernissao do art_ 7.­<strong>da</strong> Co~st. Pol. 0 Est., .q~e e exernpl.o tirico duma lei especial?Nao obstante a duvl<strong>da</strong>. a doutema portugu(:"~a tern considerado que 0 <strong>Estatuto</strong>consagra de facto urn novo criterio de atrirui~ao <strong>da</strong> naciooali<strong>da</strong>de baseand~sena c.onj.uga~ao do art. 2." com 0 § unico do art. 1.", on·Je se fala ~prl"Ssamcnteem m~lg~nas portuguescs e ponJo-se ain<strong>da</strong> em relevo a epigrafe do capitulo I:«Dos mdlgenas portllglleres e do seu cstatuto».Este problema pn:nde-sc com questoes prJ.ticas de manifesto interesse; fotexactamente urn caso concreto, levado a considera~ao do itustre PrOClirJdor dJ. Republicajunto <strong>da</strong> Rela1;ao de Louren


Artigo 2.". a 'I'onol- contr.irio como isso stria a to<strong>dos</strong>. nlo p,·rt'llte ,onsiJer.l·k> lOme) n. t.. , . f . 1 d' '-gelw. .' . d 1 n do til' resulta <strong>da</strong> anahse <strong>da</strong> fL erll a IsposlC;ao0;: rnnClplO~ In er os usos e costumes <strong>da</strong> vl'u'a 50'1' I' I-_ r _. .' _ . • _ l a Inltlgena quenao or~n<strong>da</strong>m o~ dlrcltos de: sobcranla ou nao rcpu "I1Cll1 aos Inincll)ios d >humanJ<strong>da</strong>cr'. b C


______ ES_'fATUTO D9S _fNDIGENAS PORnJGUESES21,-,~ ------- - ----- - --........_---Arti2;o 3.'_ § unico. Em rCi~ra, nJ. codifi(a~ao <strong>da</strong>s tradit;oes de direito civil devera?;ldoptar-se, de inicio, somente as disposit;oes clue {orem indispensa­Vets para. regular, dum modo geml, as r<strong>da</strong>(oes desse direito entre os indlgcnas.Sc :omarm?s,.em con.sid7'ra(ao - ~omo impOe a .indok destas ~ota.


">"'I_____E_S_T_A_Tl_TTO __ DO_S_ll\,'DIGENAS PORTlTGUESESAltlgO 3.°IIlJig


ESTAn 7 TO OOS INDIGENAS PORn;GUESES 23------------- -----------------~ .... rtigo 3.·3. Conju&;}(;aO com outras disposi~oes deste <strong>Estatuto</strong> que ~-stabeleceme~,cep\()c'i it regra do corpo do art. 3.0.. G. arts. 25." (prindpio <strong>da</strong> assimilalabora~ '~~treas duas Fontes tfpicas do Dirt'ito -- a lei e 0 costume -- deve ser 0 mais harmo.nica possivel e, mesmo. convergente (CE. Brever Re!le..:io,les Jobre Derecho Colonial,apud «Atti» <strong>da</strong> XXV reuniao <strong>da</strong> S. 1. P. S.. em Tripoli, reunido na colectaneaespanhola de obras do A., llerhos y DOCIrina.f, Madrid. 1942, pag. 166).Os motivos que tdeologicamente informam a ordem juridica geral devem, porcerto, ser relevantes em todo 0 territ6rio nacional. mas nao segundo urn doutrinarismoabstracto, uniformalizador e simetrico. de olhos cegos para a relativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>scondi,oes de vi<strong>da</strong>.o presente artigo, ponderando os imperativos culturais e etnicos, reconhecejurisdici<strong>da</strong>de aos usos e costumes pr6prios <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des indigen..'ls, consagrandoassim, expressamente, tal ordenamento consuetudinario como fonte de direito privadocolonial. Mas na forma programatica cia ultima parte do § 2." reve1a~se a preocupa­(aD de convergencia <strong>da</strong> orde.m jiiridica consuetudinaria no sentido <strong>da</strong> ordem juridicageral, de resto corolario do pr6prio desenvolvimentn <strong>da</strong> ac(ao civilizadora de carRetertendenci:dmmte assimilador, na sequencia <strong>da</strong> ideia <strong>da</strong> progressivi<strong>da</strong>de. elemento quedistingue as socie<strong>da</strong>des humanas d:ts socie<strong>da</strong>des animais (AutO! cit.. uroes de Pilololiado Direito, trad port., 2.' ed., 19)1, pag. 331).5. A ordcm juridicI consuetudinaria como ordem juridica dcriva<strong>da</strong>.Por ordem jurfdica entende~se 0 complexo de normas de Din'ito que possuem,como base ultima <strong>da</strong> sua jurisdici<strong>da</strong>de, 0 mesmo fun<strong>da</strong>mento (Cf. Kelsen. TeoriaPJlrtt do Direito, 1945, pal'. 61).Quando 0 fun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> jurisLlici<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s normas de dc-termina<strong>da</strong> ordem juri­


F5TATUTO DOS I~DiGENAS PORTI1GUESES---- ---_._------------Artigo 3.".1) A:;sim, I) Coegc(>Ss,) Iutem:«!olul de S[>eiologia Colonial, reunido ~m Parisem 1900, :l q~and,) <strong>da</strong> grande ExposiOSl c (d(>:tam~ c\a l;~ma~i(l.ldt: e as condi~ues et" livre exerdcio ciaC'PI'i'· d.a JilOla, os I:.oOtllUlia r"Jrtugu(;S~. . . d Act C I " a O'n~t) (_ lim.ites anteriormentt indlGldo, tran,an~lCJ .. J[K(.rl'porar-~e no (!


ESTATUTO DOS INDiGENAS PORTIJGUESE5 25. ---------_._-._-----Artigo 3.°Desta sortc-, us Jimilcs gerais <strong>da</strong> contunporiza(~o com 05 l1~;Oo;. " costumes locai~cnuncia<strong>dos</strong> no texto con~titu(iollal, sao l'cpdi<strong>dos</strong> no art. 3.· dcc.tt E~t.7. A no~ao ue «ordem publicd coloriial».D"v(;' notar-se, porem, que 05 Jimites estabeleci<strong>dos</strong> p<strong>da</strong> ordem Juridic;, principala ordem jurldica dcrivaJa nao sao arbitricios.A accita a l ';i,:CUliJ do respt'ito Ft'b mor.Ii erista ,IL ve entt-n,:er·se ern l;ecm&h.ibeis, imprimindo a esse Jimite LUlU cuta flexihijid.hlC'.Com (cfLito. " mor.d e 0 funJ;unento e a finaliJadl: de todo 0 Direito. t'. ~s>im,o pr,"prio direito Uln"uduJill.;rio Jos indigents (no qlt.d Sf: insncvt1TI .. alih, ;c,,,,,,,regras wrinicas, principalllll:nk nn, slxie<strong>da</strong>des isl;unizad.ls J.l Guin~ e do f1rmasdo din.itLl inJigc:na, cuja fun<strong>da</strong>mcf't .• c.',) mG,J! nie> wincid"


STATI:ro OOS INDIGENAS PORl1JGLESESArtigo 3,·, " "I'tel ~<strong>da</strong> moral crista - tern formula


ESTATIJTO ooS INDiGENAS PORTIlGUESES'2iARTIGO 4.°(Fins cia Politica Indigena)o Estado promovera por to<strong>dos</strong> os meios 0 mtIhommento <strong>da</strong>scondi~6es materiais e morais cia vi<strong>da</strong> <strong>dos</strong> indigenas, 0 desenvolvimento<strong>da</strong>s suas aptid6es e facul<strong>da</strong>des naturais e, de maneira geral,a sua educac;ao pelo ensino e pelo trabalho para a trans{orma~<strong>dos</strong> seus usos e costumes primitivos, valorizac;ao <strong>da</strong> sua activi<strong>da</strong>dee integrac;ao activa na comuni<strong>da</strong>de, mediante acesso a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.1. Legisla\"ao prete rita. Confronto.o actual art. 4." corresponde, em parte, aos arts. 3.~ e 4.· do Est. de 1929:Art. 3.° A Republica Porruguesa garante a to<strong>dos</strong> os indi'genas os dire:itosconcorrentes a Iiber<strong>da</strong>de, seguranc;a individual e proprie<strong>da</strong>de, a defesa <strong>da</strong>ssuas pessoas e proprie<strong>da</strong>des, singulares ou colectiva, a assistencia publica eliber<strong>da</strong>de do seu trabalho; e promove, por to<strong>dos</strong> os meios, 0 cumprimento<strong>dos</strong> seuse deveres conducentes ao melhoramento <strong>da</strong>s condic;:oes materiais emorais <strong>da</strong> sua "i<strong>da</strong>, ao desenvolvimento <strong>da</strong>s suas aptid6es e facul<strong>da</strong>des naturaise, de maneira geral, a sua instruc;:ao e progresso, para a transfor~op,radual <strong>dos</strong> seus usos e costumes privativos, valorizac;ao <strong>da</strong> sua acti\ri<strong>da</strong>dee sua integrac;:ao na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> colonia, de modo a constituirem urn e.:ementoessencial <strong>da</strong> sua administrac;:ao.Yd. art. 4.° do Est. de 1929, transcrito em nota 1. aD art. 3.· deste Est.2. Remissao para Iegislac;:ao geral.o presente artigo constitui urn desenvolvimento ,Li B,l'(' LX,.XXlV, n." J, <strong>da</strong>L. Org. Relacionar com os arts. 6.°, n,· 3.", 8.· e 13 7 .° .la Const. Pol.ARTIGO 5.°(A~si,tcncia sanit:lria e h~cnica as pOPlJla('~ indigerus)o Estado prestara a assistencia necess{iria ao melhoramento <strong>da</strong>.sani<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s popula~oes e seu crescimento demogr:i£ico, e bernassim a introdu


ESTATI iTO DO~28-----------------1J\.UTGENAS PORTUGUESESArtigo 5."Eft. d.· 1929:Art. 5.~ Os indlgenas tern direito a protecQio, assisten( i:l, ccluca\,ao e instm,:1opor p:1fte do l~stado. ..". 'S unico. Uma parte elas receitas pro"ement~ ~o Imposto l~dlg.~l:a serac~fig,ttoriamente destin:ld3. a efectiYa\"ao destes dlreltos e aos lr~lhoral!1entosde odem material respectivos.O~ .' do art


____ ESTAT'UTO DOS INDIGENAS PORTL"GI;ESES 29----------------'-------- -_._-------_._--------Artigo 6.°mf:fJtc d~st1n'k;" .1:)s. indigenas (Jrts. 66." e 68."), sem djMin~ao de cre<strong>dos</strong> reIJf!'(:sos(esclareClmtnto ofxaal <strong>da</strong> Port. 0.° 14,440, de 3 de Julbo de 1)53). .3. Remissao para legisla\i'io local.COIn_ rdl'rencia ao § 1.". (f. () Dip. Leg. n." 167, de 3 dc' Agosto d~ 1929(M.r.c;alnblquC'), ond~ se dispiic q~e os mlssionarios {'Strange-iros, p~a ministrar~(;.05100 aos nossos In,iI,:-:c-n~s sao obr~ga<strong>dos</strong> a a~rl'ndu(m a t.llar previamente porLTccs,Imgua tin que 0 seu msmo devera ser dcctuado.Da sjtua~aoCAPITULO IIiuridica <strong>dos</strong> indigenasSEC


:;0ESTATLTTO DO:;INDlGENAS pORTUGUESES,Arrigo 7.·I ... ..... (we d' I rule) mantem as organiza.;oes sociaisIn Ira . fb) _.1dmlfJlsh.J\.UJ 11UJlrt(l~ . 'h fes tradicionais. Como escreve 0 Pro .. • . -trutura e os seus l e . hi'WJlgenaS COOl a SU.! e,. . Ih ~ proprias nao se mtegram na erarqUla:;I1\., Cunha.. ~as auton~adC'S que e s:am jlmto delas por meio de funcionarios,dministr.itiw. d~ colon:zadores, .qluh,e ac(p of Silva Cunha, 0 Sistema Portllgues de(oro fun("ao de flSGlhza~ao e con,c 0» r. ~po/hie.; Indigena. 19~3, pa;:. 1.89): <strong>da</strong> lu""ar a formulas mistas, designa<strong>da</strong>s) A cooJuga~ao do, dOls SiStemas '" .. - . J'C .- _-' .: • d' eeta alenuath e admln/SlrafaD mulrecla alerespe


______ E_:S_l_'A_T_U_T_D_O_SI:\'DIGENAS PORTl'GUESI:S31---- ------- -------ARTIGO 8.°(Denomlla\ao <strong>dos</strong> agrega<strong>dos</strong> politilO~ tradicionais)Os agrega<strong>dos</strong> politicos trauicionais sao genericamente considera<strong>dos</strong>:egcdorias indig~nas, consentindo-se cmbora a design~aoestabel,ec~<strong>da</strong> peIo uso regIOnal (sobado, regulado, reino, etc.).§ . u.ll1.co. Quando a sua extensao 0 justifique as regedorias podemser dlvldi<strong>da</strong>s em grupos de povoa~6es e em povoa


~_2 ____ . __ ~~~T_A_TLTODOS INDiGENAS PORTUGLlESESArtigo 10.°\Ot~ ou pO\'OO(ao ser:! ess~ autori<strong>da</strong>de confia<strong>da</strong> a urn chefc de1 - 1 -,(ll!P" de povoa~oes ou ce pcvoas;ao.§ 1." 0 exer".-icio <strong>da</strong>s funs;6es de autori<strong>da</strong>Je gentilica e normalr~1(nteremuneradc.§ 2.' Os regedores e chefes de grupo de pcvoa~6es ou depovca\3.o des.:mpenham as func;:6ts atribuiclas peIo uso local, comas limitas;oes est~beleciclas neste diploma. A obcdiencia que aspopuh;6es Ihes devem e a r.:sult8nte <strong>da</strong> tradis;ao e sera ma11ti<strong>da</strong>engtl~nto respeitar os prindpios e interesses cla aclministra


ESTATUTO DOS INDIGENAS PORTUGVESES 33----------------------Artigo 11.-1. Legislal;aO preterita. Confronto.. Cf. com os arts. 96." e 97." <strong>da</strong> R. A. U. que estabdeciam regras mais pormeno­Clzacias. A homologa~ao dependia, no regime cia R. A. U., do administrador ciaCircllnscric;ao ou do Concclho e nao do Governad0r cia Provincia (Guine) Oll de Dj.~tlito(Angola e Moc;ambique), como se estabelece no Est. actual.Cum pre distinguir, hoje, entre:.:) -- Acto de esco/ha 011 designarao que compete aos incligenas e se processasegundo os seus usos e costumes (arts. 11.", 12.· e 13.°) ;b) -- Acto de investidllra, atribuido as autoti<strong>da</strong>des administrativas (vd. art. 14.°);c) -- Arto de hom%gariio, <strong>da</strong> competencia do GovernaJor <strong>da</strong> Provincia (Guine)ou de Distrito (Angola e Moc;ambique), ~(que pod em igualmente destitui·los» (aosregedores] «quando nao desempenhem convenientemente as func;5es do cargo .. (§irnico do art. 11.°).2. Condi~6es pessoais para 0 exercicio de fun


}'4 [~TATt:Y() DOS Ir-.:DfGENAS PORTUGUESES~-- ._----_._------------_.1. legisla(ao prete rita. Confronto.O. R. A. F ~ts. 109:', 11l .. ~ e 112." No. r~t!im(' deste diploma (R. A. U.)()s chC'fes dt' IXwoa


ESTATUTO DOS Ii\D1GEl\A', POHTl'GUESES 35ARTIGO 15. 0(Privilegios <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des ~entili(a5). ?s chefes gentilico~ tem os privilegios que os usos e costumeslndlgenas Ihes confenrem, podendo scr·lhes recusa<strong>dos</strong> aqueJesenjo cxerdcio se mostre jncon\'eni~nte ou imoral. .1. Legisla


30 ESTATUTO D()_~_~~_D!GENAS POR11JGlT_E_SE_S ____ _~------" 0 Sefvir-se do nome <strong>da</strong> autori<strong>da</strong>de administrativa ou <strong>dos</strong>).seus delega<strong>dos</strong>, sem seu previo conhecimento, para consecu~aode qualquer fim ;4.° Saif <strong>da</strong> area <strong>da</strong> sua circunseric;ao sem previa Iieen~a <strong>da</strong>autori<strong>da</strong>de administrativa eompetente ;5. 0 Opor resisteneia ao cumprimento <strong>da</strong>s ordens <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>desadministrativas ou ineitar a eia ;6.° Proteger ou deixar de reprimir 0 fabrieo ou a ven<strong>da</strong>ilegal de bebi<strong>da</strong>s alc06Iieas ou t6xieas ou outros aetosimorais e eriminosos ;7.° Manter encarcerado algum indigena, sem <strong>da</strong>r imediatoconhecimento a autori<strong>da</strong>de administrativa.Legisla~ao preterita. Confronto.Cf. com 0 art. 108.° <strong>da</strong> R. A. U. que este artigo reproduz em parte.ARTIGO 18. 0(Hierarquia <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des gentHicas)Os chefes de grupos de povoas;oes ou de povoas;ao estao directa­~ent.e subordina<strong>dos</strong> as regedorias indigenas ; estes ficam na dependenClado administrador <strong>da</strong> circunscriS;ao.§ unico. As ordens e instru


ESTATIlTO DOS L\IDIGENAS PORTUGCESES37Artigo 19."Conjugar;ao com outras disposirroes deste <strong>Estatuto</strong>.Cf. com 0 art. 18." 11 a enunciarao do prl'ncl'pl'O <strong>da</strong>~ administra~ao indirect.a..ARTIGO 20. 0(Devc:res <strong>dos</strong> chefes gentilicos. Fun~ao directiva <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des administrativas)Os ch~fes gentilicos Rrocura~ao desempenhar-se <strong>da</strong>s fun~5esque Ihes m~bem, respcItando, quanto possivel, os usos, costumesou. tradI~6e,s pern:iti<strong>dos</strong> pelo artigo 3. 0 e sellS paragrafosdeste dIploma; a auton.<strong>da</strong>de administrativa cumpre dirigi-Ios porforma a, com reconheClmento publico, integrar a sua ac~ao naQbra civilizadora.1. Conjugarrao com outras disposirr6es deste <strong>Estatuto</strong>.O. com 0 § 2." do art. 3."2. Prepararrao educacional <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des gentilicas.Visando a integra


.~TAll'TODO::' INDIGENAS PORTUGl1ESES----------------lt~nt;lcto Cl'n1 os (uropeus e come(am


~ ___ -=E::.:::S-=-TA~TT'TO DOS INDIGENAS PORn;GUESES39ARTIGO 23. 0(Denega(ao de dir


40__ ~~~TATUTO _DOS INDiGENAS PORTUGUESES----------------Artigo 23. 0p()\itt", t\J:I'Jnl~tr.!ti\ l', <strong>da</strong>5 Provincias de Angola (Dec. 0.0 40.225, de 5 deJU~hl' de 1955) e Mo


______ E_ST_A_TI1=-=--T::...:ODO~NDJGENAS PORTI!GUESESArtigo 25.-41-----§ 6nico: 0 juiz apreciara sempre as condutas e cominara aspenas, constderando a .infIlIe~cia. glle sobre 0 deJinquente e os actosdeste exercerem as C1rcunstanCtas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social <strong>dos</strong> indigenas.1. 0 prindpio <strong>da</strong> assimi1di<strong>da</strong> do arbitrio <strong>dos</strong> chefes tradicionaisque se arrogavam poderes discriciomirios ilimita<strong>dos</strong> nos julgamento5 <strong>dos</strong> seus subditos,- arbftrio e discricionarie<strong>da</strong>de que e impossive! consentir Sffil ofender 0 respeitopdcl sohcrania portuguesa que deve sempre incukar-se no, indigenas.2. legisla"iio preterita. Confronto.o princirio <strong>da</strong> as,imilac;ao penal nao constitui inova~ao introduziJ.l no nossodirtito 11ltram'lrino pflo E>t. actual.o Cod. Pen,d, de 1852 (e, dcpois, a nova compil.l,jo oficial de jSS6), foramm:lO<strong>da</strong>dn> apli,ar ao Ultramar e, durante muito tempo (ate 1894 - Vd. nota 2 aoalt. 26."), sem restri~:i() al.~uma, a indigenas e nao intligenas, como reflexo de urnlargo pCrlodo de as,imila~ao uniformizadora que pode hali/~r-st·. na nossa politioultmmarina. entre 1820 e 1910 (Cf. Prof. Silva Cunha, 0 SiJ/em,j, ••• pig. 121c segllintes).AI"" criticas acerbas de Ant,mio Enes ao sist('Ol~, no sell relat6rio sob1'\: ~M(r


~~ ____________ ~!~1:An:l0 DOS INDiGENAS PORTUGUESES--------_. -- --- -- --- ----------L\rtigll 25."3. 0 cst~,do de civiliv. juiz consiciere a influeneia que sobre 0 ddinqu~nte e os act os destcexercertm as cir(un~t.1nci;ls &1 vi<strong>da</strong> social <strong>dos</strong> indfgenas.QJet dinr que 0 grau de ci\"ilizJ(ao do indigena deve ser tornado como «(ircunstanu.ll>nl) senticlo pmalista uo krmo. isto e. como facto juridico acessorio modificativodl rel.l(10 juriJicl punitiva. Com efeito, alem <strong>dos</strong> elementos cJJellciais <strong>da</strong>infrac


~ unico (transitorio) -- Enquanto nao for publl'c d ... , .,. 1 '. a 0 0 no\.'o slsterru penltcnClanou tramanno contmuam em vit'or' . f d .LD 4 d' '" os paragra os 0 artlgo 13." do• ecreto n.n In. 73, e 6 de Fevereiro de 1929.Promulg:lJa ,I Ref. Peis. do {'It. (De?" dt' 19~4),0 citado § Unico caducou.2. A subs~itui\ao <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s juridico-penais aplicaveis a indirtenasEvolu\ao. '" ..Corohirio•. ddirecto"1 -de um:l tenJencia uniformizadora.•ab. , ,<strong>da</strong> a ap lCa(ao para e~Im!, ES aos e1Inquentes l.ndigcnas <strong>da</strong>s mt'dl<strong>da</strong>s )uridico-penaUs organiza<strong>da</strong>s para OS naoIndlgen~s. ~ durante mUl~o tempo assim se procedeu entre nOs, pois 0 Cod. Penal.d~ 185., f01 man<strong>da</strong>do aplKar ao LTltramar sem modific3~Oes quer <strong>dos</strong> precelt')s incrimmaJores,quer <strong>da</strong> escala <strong>da</strong>s penas e 5W modo de cumprimtntc. ICerto . e, porem, que as medi<strong>da</strong>s juridico-penais obedecem a urn pensamento deJef~sa SOCIal que, com acento tonieo na intimi<strong>da</strong>,a(1 ou na. r(edUl2~Jo social <strong>dos</strong>Jehnquentes, procu.r~ estruturar·se em fun(ao <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des que serve. Diftrentesas c.D?rdena<strong>da</strong>s SOCIalS em que se integram os suieitos passivos <strong>da</strong> reb,ao juriJicapumtIva, as penas podem revelar-se de nulo valor intimi<strong>da</strong>tivo (: constituir arelim serio enlrave a reeduca.;ao social do delinquenle.No sentido destas considerar;i5es_ e tomando partiruJarmente em conta 0 problem:!Jos delinquentes indigenas, a palavra de ordem do pensamento (oIL.nial portuguesescrevcu-a Antonio Ene,: «a prisao sem trabalho e sem tscola., nao benefieia 0africano».Compreendeu-se entao que " regime ptnitenciario de John Hml'.lrJ. intr(1Juzidoentre nos pela Lei de 1 de Julhl> de 1867 (e defendido i.i no ProlE-cto deLC'Vi Maria ]or<strong>da</strong>o), produziria efeitos contrJproducent(.'S quando aplic.do aos indiogenas. A redus50 celuJar, ililga<strong>da</strong> rnr:io ideal para a penitellfiJ mor.1! do ddinquenh;transformava-se, para os indigenas, no dim.l optimo <strong>da</strong> ocio,iJade que tanto Ihbmmpr,lz, ademais acompanha<strong>da</strong> de aumento dt" bem-estar material porql!t', no dizerde Enes, «:I pior cadt'ia i: mais abrif,a<strong>da</strong> de intemperies do que a palhGt;, eu r:uru<strong>da</strong>.a tarimha mt:nos ispera do qU(: ,1 tt:rra nUJ, 0 r,lI1dlO Inai, apetitoso e varia.!o doque a maSs.l de nltlpir.1». (M()r.lmbique, ed. <strong>da</strong> A.genciJ Geral <strong>da</strong>s Colonia." pig.73). E assim, 0 Rt·gimeoto dOl Admini;tr.IC)l> Ja ]ustt(a nas Provincias Cltramann.l:' ..lprovJdo por Dl·'. cit' 20 de Fl'\er~lm de 1894 (e regulamt:ntaJo For Dec. de 21)de St"tembro do lllt'Smo ano) no alt. 3.· estabdt. 121 t" stgs.) ; Prof. Adriano MOlc·ira (0 Problem .. PrlJlolul J, [·[tr.lm.u.pag. 311 ; AdminisJr.t(do d" jm/ira dOJ Iudigo!nus, 19'\5, pig. 14l); D:. Antbn.ioMartinez Val.ulas Prdu (Exh'l/Jao ,10 U/lr,lTIl.lr tid Rej,)rma Pri!iollaJ, RdJ.toriopublicado no Bole/im du Mi"iJ/t1ria Ju jllslir.l, n.U 46, prin(ipalmente p.;g>. 197e se/


44ESTA'!"UTO DOS INDtGENAS PORTIJGUESESArtigo 26. 0S. }'(lrtanh., na sequencia ciesla orientac;;ao quC' tanto 0 Est. de 1929 (§§ doart. 1 ~. >.'. como o. c~rpo do art. 26. 0 deste Est. estabclcccram 0 principia de quecra pernllUdo suhshtUir as penas dt' prisao por ttabalho obrigat6rio.3. A sllbsti~i~ao para indigenas d~s medi?as juridico-penais previstasno Codigo Pen,ll. A) - Idelas geraiS.. \.) art. 26." no seu parigrafo unico, transit6rio, como que remetia para novodip!oma s0'r~ 0 s.istema penitenciario ultramarino 0 desenvolvimento e a regulamenbc;;aocia lciela aflmla<strong>da</strong> no corpo do artigo que, na ver<strong>da</strong>de, apenas concede umafa cui <strong>da</strong>de a0 kgislador, porque nao ordena a substituic;;ao <strong>da</strong>s penas, nem a proibe:ape!laS perrmte que as penas de pri~~.o sejam substitui<strong>da</strong>s por trabalho obrigat6rioo que tern 0 valor de simples afirmar;ao de principios.A substituil,;3.o <strong>da</strong>s penas e hoje regula<strong>da</strong> pelo art. 26. 0 <strong>da</strong> Ref. Pris. do Ult. :Art. 16. 0 :E tornado extensivo ao ultramar 0 Decreto-Lei n.O 39.688,de 5 de Julho de 1954.§ 1." Para 05 indigenas, as penas maiores serao sempre substitui<strong>da</strong>s pelaperu de trabalhos publicos pelo periodo correspondente acrescido de um ter-1)'0 e as penas correccionais seriio sempre substitui<strong>da</strong>s pela pena de igual tempode trabalho correccional agrava<strong>da</strong>.§ 2.0 A pena aplica<strong>da</strong> aos indigenas indisciplina<strong>dos</strong> sera. sempre acresci<strong>da</strong>de metade <strong>da</strong> durat;ao que the caberia nos termos do paragrafo anterior enunca inferior ao minimo <strong>da</strong> pena de trabalhos publicos e mais um tert;o.IstJ. ultima pena sera a aplica.vel nos casos em que aos nao indigenas caberiasO uma medi<strong>da</strong> de seguran


ESTATUTO DOS INDIGENAS PORTUGUESES45Artigo 26.'2)- Em segundo Jugar, ao passo que 0 art 26' do J:rb . . - d •. -.. s ' c ft'lere apenas asu stltUl(ao e penas de prisao, 0 art 16 0 <strong>da</strong> Ref Prl·s do {J·ltt . - I . ..... ordb·ena a su st!-b~~aope (as sen as mal~re~ ed~or.reccionais (que, aU"ffi de penas de prisao englo-• nas e suspens~o e IreJtos .politi.cos, penas de multa, penas de dtsterro eate pen~s. de repreen.sao), 0 que nao delxa de levantar problemas dificeis comase reEenra. . "Nas not.as seguintes,.. trataremos s


46ESTATl'TO DOS Il'\DiGENAS POR1_'l_iG_l_JE_S_'E_S _____ _Arti,l;O 20,", - ,lc' direitos politicos c, inciubitavdmcl1(c·, no sistema J() CoJ.plnl' d ~ ~u'r,-n,.ll' . C'd'. ~ulta d" ,ubstitui"jo ordma<strong>da</strong> [lelo art. 90," do mesm(l o. A conl'l1'l a qu~ r ,,' "", 'P':' J' .,. U· I'a, pOl'~ contraflar 0 art. 97." do Cod, P('flaL segundo 0 qual «aVCfs..lO Ire, ,a " d d d".' 1 I' <strong>da</strong>s penas con


ESTATl. ru DOS INDIGEi'.AS POfl.n;Gl[ESES 47Artip) 26,"probLma na anota()o refeccntt' :'$ pen,)s (of]'t't(ion.!l'. ,)~,oprctcn.lc imulcar,se que.l solu(iio Ja duvi<strong>da</strong> nao apm.cite t'lmilem as pmas rnaiore., ma, na n.:ali<strong>da</strong>de. lUmo~c vera, l: pcr,mtc ,':i penas 'orrco:ionais qut: asswnt malOr J( ui<strong>da</strong>JLA qucstdo rode lolrKlc-se n()~ !;e,l:uintcs termo; :a)--Ou () adverbio «scmpc(:» qun ,jgni(icJ.c que ",<strong>da</strong>J a1 t'Jphie! de penaslorrelCio[],' is rdcri<strong>da</strong>s no art. 56," do e6,: Penal deVtfll wnvt:rter-~t" na esp.:cie{mica de pena de trabalho CP[rclli()nal ;b) _. Cll, difeecntementpecit:"s de pen as correccionais por penas de trabalho corren iLlna!. Lt:"mbre-11'05 que a pena de: repreellJ:io (n," 5." do art. 5(,." do Cod, P


FSTATITTO DOS IND1GENAS PORTIJGUESESb) - A pm.l de desterro (n." 2.· do art. 56.· do CbJ. Penal),. c~ ~ossa opiniiio,niio det'e JubstJluir-Je por pen .. de Ir.1b .. lho co1r,"-(J,mal. Talvez seJa util demorarm()­-nos na justifica';;in desta opiniao. porgue esta pena de desterro (como pena prin­(ipJ.l) C lIe aplica(J.o frequente a indigenas.S.lDe-se que a pena de desterro 56 e prevista, nos preceitos incriminadores do0:'


ESTATIJTO DOS INDfGENAS PORnTG{}ESES49--------------------Artigo 26.·penas maiores e correccionais quando aplica<strong>da</strong>s a delinquentes indigenas indisdplinadoJ(art. 10.· <strong>da</strong> Ref. Pris. do U1t.), isto e, indfgenas a quem eaiba qualquer<strong>da</strong>s qualifica~6es juridicas aplicaveis a05 nao indfgenas de delinquentes de difjdlcorreo;ao (art. 67.· do COd. Penal), vauios e equipara<strong>dos</strong> (art. 71.° do COd.Penal).Tal sistema de agrava,ao consiste em considerar, em rela~iio a (a<strong>da</strong> caso concretode infrae,ao penal, a configura~ao caracterol6gica de de/mquenle indigenes illdirrip/inadocomo circunstancia <strong>da</strong> pena, agravando-a quanto it dura,iio (pena normalmentesubstitui<strong>da</strong>, aeresci<strong>da</strong> de metade <strong>da</strong> sua durac;ao), e quanto ao seu limitea quo (que nunea sera inferior a perla de trabalhos puhlico


ESTATUTO DOS INTIiGENAS PORTIJGUESESArtigo 26. 0Peunte tais dificul<strong>da</strong>des, qual a solu


-~----~ .. ~~m. ......__....__.m.... ~ ... ~~ ...APlICAos- Prisao m a lor eelularpar 8 anos segul<strong>da</strong>de degredo par 12., - Degredo par 25 6nos.,Prisao maiorde 16 6 20IlnosTrabalhos Pllbllcospar21 anOS e 4meses a 266nos e 8mesesMinIma,T rabalhos publicospo r18 IInos e 8mesesIdemTrebalnos publicospar32 «140 anos_ Prisao mllior celulorpar 6 a nos segui<strong>da</strong>i, de degredo par 10.- Degredo par 20 anos.Prisao maiorde 12 II 16anosTrabaihos publicospar16 onOS a21 0 nOS e4 mesesMinima,Trobalhos p6-bllcos par13 enos e 4mesesIdemTreb61hes publlcesP Of24 a 32lln051-___ '" -----,----11.----1----11----1------.-- I'rt560 m 6 lor celularpar 4 6 nos segui<strong>da</strong>Ii' de degredo par 8._ De!lr~d0 par 15 anos.Prisao malorde 8 a 12anosTrabalhos publlcospo r10 anos e 8meses a 16anosMinimll:Trabllihos publicospar8 anosIdemTrabalhos publiCOSpor16 II 24 arros,_ Prisiio moior celularde 2 d 8 anos., _ Pris;:'o mol 0 r tempo­, ranB de 3 " 12 anos._ D .. gredo ternporarlod" :j a 12 onOS.Prisiio mlliorde 2 I! 8~nosTrabolhos publicospo r2 anos e 8meses I! 10IInos e 8meses- Redu.;:iio aominima de I,,"0 e 4 mesesde Irllbalhospublicos-Substllul~iiopor penode trab"lhoco r recclonolTrab,,\"OS poblic~spo r-4 II 16 anos--,---I-----"-~I·---I-~~ISuspens80 <strong>dos</strong> dlreitospoli/ieos:_ por 15 an ospor 20 onosTrabdlho cor-reccionalde 1 a :2flnOSsuspenS80<strong>dos</strong> di ceitelSpoillicos-par 150005por 20 Ilnos(61Trablllh,:, correcclon,,'"te 1 eno) ( 4) (~)"(1). (2).(6) - Vide paginJ ,cguilltc.(3, •


CORRECCIONAISIN DIGENAS OAS PENASAPlICA


SEC(';AO IIIDas rela~oesde natureza prlva<strong>da</strong>SUBSECC:AO IDa op~Ao pel a lei comum e <strong>dos</strong> factos que Importama aplica~ao destaARTIGO 27.0(Direito de o~ao pela lei (omwn), E permitido aos indigenas optar pela lei comum em materiade relac;oes de familia, sucess5es, comercio e proprie<strong>da</strong>de imobiliaria.§ linico. A opc;ii.o pode ser requeri<strong>da</strong> pelo interessado ou aceitepelo juiz com limita


Artj~o 27'-. ' . . . '.' sta para arlicac;ao <strong>da</strong>s leis C?ffiUnSfa adqulflram JdmltIv.ur.C-ntc a (nn':Juta pressupo, E) as nao ppsswlm aIn<strong>da</strong> aI- . 1_ " t "S ° deste 'st m' I' ~que re}::ulJ.m ,1S re :1"a\,dO on sobrevlvcnCla 0 . •n.O 35.461." . deva considerar-se revo-As consIJer:l~6es <strong>da</strong> nota 1 nao Imphcam, parem, que .~do 0 art_ 40 .. do Dec n,O 35.461, ror dois motivos :1.0 _ Porque e principio interprctativo assente que a lei /feral nao revoga lalei especial anterior, Tal revoga


_____..:.::.c..:.::~f'AT_!~~~ ~~ ___ IND_~~ENASPORl1JG_,U_E_SE_-S ____--.:..~.:..~b) - Qll.m/o a illlcialiva:Artigo 27.·Como Sf: .oi.sse ~m not,a ~ 1 ao 3.", 0 E,t. actual pc>!>slbilita aos indfgenas estabeleeerem,por JnICJatIva propna, a medt<strong>da</strong> oa apli(3(ao dus S{'Us usos c costumes,optanoo pela b mmum em alguma ou algumas <strong>da</strong>~ mathias enumera<strong>da</strong>s ne'teart. 27.0 Essa espfcie oe op


ESTATIrTO~---------IX)S Il'.'1)IGENASpORTIJGUESES1'">-. . • • for proferi<strong>da</strong> sera3· F ,r,': J.-"."(I~O: .' Se a op,ao did 1. d' - ',.,wferi<strong>da</strong> poc despacho dOdlUlZ~< copias autenticas pe as pe 0}.. e(1s.lLl", . . seriio passa as ~lavrado tt-rmLl l § lintel», de queintert'5""dO,ARTIGO 29. 0, os destribaliza<strong>dos</strong>)I . d.t let corouID a(Casos de aplica(ao exc \lSlva. . ill lorna legislativo que nos agIo-Podera ser deterrrunado por P d' 1 IDa as rela


EST A 11JTO DOS 11'.'D1GENAS POR11JGUESES-------------- -- -Artigo 30."1. Quem pode celebrar casamento canonico._ Pod em celebrar casamento can6ni(O (nao se estranhe termos utilizado a expreSsao«~elebrar casamento» em vez de «contrair casamento», porque, no casamentocan6fl1co, os nubentes sao ministros, islo e, sao des proprios que se confer em 0sacramento do matrim6nio) 05 indigenas que:a) - Tenham optado pela lei comum em materia de direitos de familia nostermos <strong>dos</strong> arts. 27." e 28.' deste Est. e reunam as condi~Oes exigi<strong>da</strong>s pela lei civil(art. 30.°) ;b) - Tenham optado p<strong>da</strong> lei comum nos termos e nos limitl'S do art_ 40.·do Dec. n.O 35.461 e reunam as condi


ESTA'llITO IYh I'\lD?GENAS PORTI.rGU.'_E_S_E_S _____ _---- ~-------_"'-rugo 30.-~ d' '- d C - S pi t -'~pktam as <strong>da</strong> Convenl:ao sobre.n.S lsptlSl(OeS est;! ~nr'~l1rao U fmCII ,,'r u.... -' - P fEscrayatura, 25 de Setl'mbro de 1926 (Cf. estudo desta cunven(ao ~m: -, co ,Marcdlo Caetano. Porth,r:,d e 0 Dir('ilo C%ni.:! lrz:t'fI:.


_ EST AniTO OOS INDfGENAS P--__ORTIrGUESESArti~ ~ 1. 6imediato sobre uma £"Oi fa Cl"rta c: de . ,FNlI~dme"lajJ do DlretlO Civil vnlt~lOa~a (Cf. ~rof. )o(lU<strong>da</strong> nesteartigo.3. Interpreta~ao sistematIca <strong>da</strong> expressao «reconhecido e protegidonos termos gerais de direito».Confff1!ltando a expressJ,o utiliza<strong>da</strong> Ill'ste ,migo - ~O Jlrcito de pruprie.itcie ... C!leconhecitiu e /Jrutegido, I/U! It:rmOJ gerJi, JI! dirertlJ» - com out~as. disp05i~Oes. desteEst. em que 0 lcgisladt)f wnfere a lei cornum 0 poJer de dlsclpluur determma<strong>da</strong>srela(Ues juridicas (v. g., :trt. 27.°, 2~.· 37.°, 4.,."), vert1t1os que, enquanto o


60Artigo 31.°· to do direito consuetu-. '. .b. e 0 reCon h eomen 0 3 0)q~ena tecIllca g=t1 deste" Est. se c~Jn:( c ~pr la lei (cf. notas ao art. :'dlnarJ" do,; mdigen.ls com os hmJtes Impostos r;. d propric<strong>da</strong>d~ sobre colsaspo..kria conduir·se qUe" 0 art. 31.· ao r


_____ Es·r AniTO oos INDfGENAS PORllJGlJESES 61-- ---- _._- ~-----~----. ._-----SUBSECCAO IIDo trabalho <strong>dos</strong> IndigenasARTIGO 32.0(Proibi~ao do trabalho compelido)o Fstado procurara fazc:r reconhecer pelo indigena que ° trabalhoconstitui elemento indispens:LVel de progresso, mas as autori<strong>da</strong>dess6 podem impor ° trabalho nos casos espedficamente previstosna lei.1. 0 trabalho <strong>dos</strong> indigenas. Importfmcia do problema.Qualquer no(ao de coloniza!;ao nos conduzid, i, ideia de que tsta representaurn esforc;o particularmente intenso de transjormarao e aper/ei[oamen/O: procw:a-seacmar sobre 0 elemento humano e sobre 0 meio fisico no sentido de valorizar ambos,introduzindo a civilizac;ao e 0 progresso numa evoluc;ao harmonica e paralela,Nas provincias portuguesas do continente africano -e, de uma maneira geral,em tocla a Africa ao sui do Saara - 0 meio fisico facultou ao e1emento humanoaborigene a possibili<strong>da</strong>de de satisfazer as suas necessi<strong>da</strong>des elementares Jem trabalbo,ou atraves duma forma tao atenua<strong>da</strong> de labor que bem pode reduzir-se a negativaaponta<strong>da</strong>, :e ponto assente entre os observadores <strong>dos</strong> problemas africanos que asatisfa(ao <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des primirias <strong>dos</strong> indigenas primitivos nao incita ao trabalho,Dai, 0 problema de forma qn:tse dilematica: sem necessi<strong>da</strong>des que 0 incitemao trab:dho, 0 indigena nao 0 procura; sem trabalho nao se criam nem podemsatisfazer-se novas necessi<strong>da</strong>des,A questao, ain<strong>da</strong> que de base fun<strong>da</strong>mentalmente economica, reveste, to<strong>da</strong>via,larguissima projec~ao social e moral: trabalhando e produzindo, os indigenas auto­-valorizam-se, «passando a viver de harmonia com a digni<strong>da</strong>de de seres racionais.(Prof. Marcello Caetano, Os N,lIit1oJ na Ecollomicl Ajricana, pag, 44), E 0 problemado tnbalho <strong>dos</strong> indigenas assume ain<strong>da</strong> implica,oes morais, enquanto e necessarioevitar que esse trabalho, de meio ao s:rviC;o do pro~resso <strong>dos</strong> in,digenas e ~a(torde pcosperi<strong>da</strong>de geral, se transforme em mstrumentu IiIClto de excIu-'l\"a prospen<strong>da</strong>dealheia. - dNos numecos seguintes <strong>da</strong>ren10s uma ripi<strong>da</strong> resenha, <strong>da</strong>s _ solu~~. encontra .ispara 0 problema do trabalho <strong>dos</strong> inJigenas" quer na leglsla,:lo prctenta" quer naactual (Cf" para melhor infocmac;ao, Prof. SlIva Cunha, 0 T,.;b,tlho Indlgen.J, 2_'ed., 1955),2. Legislat;ao preterita. Confronto.Pondo de lado 0 periodo de utiliza


62ESTATVTO DOS I!-;Di0ENAS POR11J u l)1',Cl_C_;)_-----. 18-9) publicou.!K· em 20 _de~·'nut~~.-ao do rCl.:ime tran,it61in <strong>dos</strong> lib.f/()J ale , n' tt'rmos de compensa(ao."~-"" I entar qUI: (1 ob' - dDC7~mbro do l1l:;-smo ano urn IA;c re!~u amt rbert 'fix.llldo-Ihes a nga


ESTt\'II;T() nos INDtrE" "sv l~n.: PORTCGUESESArhl'O 32,"._----/"digenas ,un Co/6,!iaJ Por'NI;U~j.1J (D", n,· 9~1 J" ,m,.nt"nJo-':e 3m,b 0 sistema do Regulamc-nto de lil~) ~ i t partlculan" (C,r. ,1 Pr,,-d) -- FtlJt: do Trabtllho d,,, indlg"J/dr cOtlJ;d~r"d d I,. (' como ('(Ier frlor..! .A primeira altera~iio ~uh C6J.e ea., (IP oma un, amCer.i. a relal,;i.o detmbalho. M;l~ /l,l regra <strong>da</strong> Itbt'r<strong>da</strong>dl' de tmbalho nao ~c conkm a facu1<strong>da</strong>d~ legaldo indigena traballdr ou ni1O, porqllC' a segun<strong>da</strong> parte <strong>da</strong> altenuti.a se op&- Qplincipiu. p.lraldo, do trnbalho COIllO dever moral (vd. alinel B). .() principio <strong>da</strong> liher<strong>da</strong>dc de trabalho (arb. 3." e 4." do COJ. de Tub.) asSumlUdigni<strong>da</strong>de de [egra Ulmtitllcional ao indllir-se no Act. Col. (arts. 19. 0 e 20.-),transitou para os ,Irts. 145." t' [·(6." <strong>da</strong> Const. Pol., repcte-se nn H"'e LXXXVI <strong>da</strong> 1.Org. l' reafirmou-se. finalrJllnte, na lilt1lna parte do art. ~2." e nos arts. H." e :>4.•deSk Est.a) --- CoroUriol do /Irindpio J;1 /il'~I'J.. 1


64I1\VfGENAS PORTUGUESES[STATUTO OOS ------Arrigo 32.0d 'regado familiar. Este corolario do- . r'a 0 recrutammto de membros .a St'll~g:to Internacional com as Conven.n:I~' 1;nF' IJ~ liber<strong>da</strong>de de trabalho 56 surglll no I ::::~nto de trabalhadores indigenas)pnnc1plO d 9'6 (*)- de(sobre reau.,.." d . d' ) . '20 de lunho ~ 1 .> • 't


EST ATUTO DOS INDfGENAS PORTUGUESESArtigo 32.~4. Idem. B) - 0 trabalho como clever moral.o principio <strong>da</strong>. li?er<strong>da</strong>de de trabalho completa.se e articula-se com a re~aque 0 traba!ho constJ.tu~, em rela~ao aos indigenas, urn dever moral. L.~ superfluo InSlstlr em que, no estado actual cia socie<strong>da</strong>de, 0 trahalho aassumedeo ~aracter de d


66ESTATUTODOS INDIGENAS PORTIGlfESEj ____- ----ArtiFo 32"rb, ',1, indJ\'idlLll e no direito a ju~:,'trotto de trabaJh~) dO'S inJigc:nas assent, ~<strong>da</strong>ded~~bl'Cl somente p:lr3 {iscali7.a • .., • 4" d ,eN. interpretlr-se extenSJ vamente,L Org. e (> do Eq resultJ._ qut' 0 art :> . ,-,f'\mJir;en,l.I n1:1." tambem a f'n:sta~·5.(>pois qUl' nall apel1as a rresta~ao de traba ih() \'l,".'<strong>da</strong>de 'wn'ratual e no principio dede trab.1lho a indi~enas devcd ;l%entar na I d 'proteq·.ll) ao tl'.th,llhador. , 1 d [('c:itos wndentes a rromovcro COd, d.. Too. contem uma vasta reue e puma eficaz protec~ao do trabalhador inJigerLl, como St'}JlD ;'I' - d. 'd-' -, 'f,'r,',·, p-ar .. 0a) - V. rl.' Ir .• baJho ;;,:1-(.1', .:l al'll ao .el!'" t •. . _ " 1_ , ,o C6d de Trab. indila (Lii<strong>da</strong>Josaffiente as c(,!ldi~"cs Ide Ja~ftJu:lU p.u" 0 trabalbo,exd~ndo a possibili<strong>da</strong>de legal de CO~1:?~alllent(l (OS m,lgenas abrangi<strong>dos</strong>nessas wndi(oes, ori~-nta<strong>da</strong>s p


67npmpriar·~(', ~h prett ..,t.. a1.t:"I11, ,Ie


--_ENAS PORllJGUESESrSTAllJTO DO~. TN~:.:...' ___---------...SUBSEC


______ E_,S_T_A TIJTO_DO __ S _I_~D_l_G_EN_AS_~~~ TlJG{JESESArtigo 35.·-------


~\)rsnnTO DOS INCIGE"-iAS l'ORWGUESES,-----------­,,\,ti,go 35,"----dLXXXV (CE. Prof. Sil\',l Cunha, LicoNtcste "'CdJ,) Jt wis.1>i,. na J3. rtftrt a ba~ ••dL p.i.>: 473).Em (ondusiio :.' " L Or f1953J OJ ir.diger/;li ,rpmas lin ham 11m dif1(!ito illdi-A,/i.enONTIt'1:.t'.1 • g. , . - indif!iallai <strong>da</strong>s len·,if.,_'",d de jrpi('Ju, sem a facu/<strong>da</strong>de de dpr?prld(dO LXXXV d L 0 EA,,/kalml!11!e, desent'oiz-clido a dOktrma d.:J B'lfe ," . r~.,. () st;Llf . - <strong>da</strong>s lerra r em COli/IiIIIO, e na Torma Iradlclonal, eeJ/arx eee que 0 IIS0 e fUI(aO '. . d a' d" d'J ' ,P "( t 3 < oJ nao ito co/dum 0 to aVla, JreJlOJ e pro-.~Jranl: 0 .10 r "wIgen." ar • ~., J ,. i . J' ,tJriNaae il1Jifiduai, segundo a I~ com:l1I: (§ NTlICOO mes:lO a:l1 g o '0 n.as a:tpropridrJo indlliduai e (OflJi!cti<strong>da</strong> aO,r mdigenJJ (cj. ,II'IJ. 37. ,38. e 39. ), com.If limiIJrij"s conJ.:tgrad.1J nos a,./r. 42: e 44.·3. 0 principio constitucional <strong>da</strong> fuo\ao social <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de.o an. 35." <strong>da</strong> Const. PoJ. atnbul it propriedJ.ue, como ao capital e ao trabalho,uma iun(ao social.D6ta regra constitucional decorrem as limita0 rE as suas terras Esta c - .ongma<strong>da</strong> nas modernas idtias an'" 'I 'I .,' once~ao, que parL-< ena, I dCG "nla lsta'> J" a defend" Jsect! 0 () Prof. .Marn'xl) e Souza (f . ".. _ la, p?rem. no corne~o 0pig. 462). .l. Adllllll1Jtra(,/(j CoiomaJ, Coimbra, 1905,A rtcl-n1:t: revolta dus quicuios nl Q ' '. "na questio do. regime <strong>da</strong>s terras p;r.l :n'1;~cnla~ ongmou .. s.(. ~m parte, aD que parect:,trado que a vlOla,Ao do direito d - gc-n<strong>da</strong>a,. J:.. experlenCla colonial tern d(;'lDons·I1Di<strong>da</strong>de e,harmonia entre inJigtn e pro P :. de mdigc'lla cayJ. perniciosa brt'(ha n.lPa,,> e co lworuzadores()r, ISSO, as 1\acij~s ttndr-m, l' . .'od .,m (mament . . n ecnanOllai Cc,lonial, nt:gavd 0 dirdto de pro-


71Artigo 35."prie~ade aos indi.l:ln,L'>. com 0 fund:un';nte> de qUl' os nativo'> nao tern uma ide.preclsa e rigoro


72 EST ATUTO OOS rl'.'DJGENAS PORTIJGUESESArtigo 35. 0que Ihes serao nt'Ce>sirias, atendendo as suas necessi<strong>da</strong>des econ6micas e ao set!descrn olvimento futuro. Garantir·se-a assim aos indigenas a sua existencia (...) ».«Os indigenas terao assim urna extensao 5ufieiente para nela vagucarem e paracu1tivarem 5ucessivamente novas terras como 0 exige a imperfei


Artigo 35."ni:tr~ilJO" 1~56, pag. 187). ~f~s. consid.eraJos do ponto de vi,ta <strong>da</strong>s norma.~ doD~re~to Publico, os bens dOnl1~alS admltem a chamaJa comerciair<strong>da</strong>Je de dirrilopu~lr~o. No. asp:eto que no~ l?te~e.,~,. tal comerciali<strong>da</strong>de pode manifestar-se na,?ropr~a_ autonzac;ao de apropnac;ao WdlVlliual <strong>dos</strong> terrenos anteriorm{"tlte dC'itinado.sa frUI~ao conJunta, nos tcrmos do § 1.0 do art. 38.°, por forma a rea1izar a finali­?ade expressa no art. 37.°: 0 Estaclo reconhece e favorel:e din:itos indiviJU3is demdigenas sobre predios rUsticos ( ... ).9. Idem. D) - Estrutura juridica <strong>da</strong>-, reservas indigenas.£ diffeil estu<strong>da</strong>r a estrutura interna


F


______ E_,S_TAI~TO DOS I~D1GE'\AS PORTfJGUESES 75--~,~ - .. ~ .... '-~-~--. --------Artigo n,"2, Remissao para legisla\ao geral... ~ A .wnn:".:io ~c Jlfeito~ in,iivlJuais de propmJ,lL:' rtgula":,-se ate 1944 purlcglsla(:1O mUlto (hsptr~a, Nes~t: ano publicou-se ,\ Lei n,' 2.001. de 16 de Maio,poueo depOiS r:guJam:nta<strong>da</strong> pt:lo Dt·c n." 33,727, df' 22 dt Junho de 1944 fRegulameNlopar,r ,I COIIL"essao de Tt'rreflfl, do Erldd{) l/ar CO//)'J!aJ Continenf.:ziJ tie Africa).Aos ,\rb. 226." e segs., desse diploma wrrtspondia urn tapitulo sobn: «Coru:ess


76 ESTATI'TO DOS I~D!GENAS PORTIJGUESESArtigo 38.·2. Tcrr-.L.


77Aetigo 38.·Distinta <strong>da</strong>s tres solu,oes referi<strong>da</strong>s e 1-a expor: < a so uc;ao portuguesa anua! que passamos4. 0 0 sistema portllglles actllal .v~gas . u~ direito real, urn d 0 17linio' as Provincias Ultram:uin3S tern sobre as terrasdlsposIp(--:i.ltmente nos OCUp.llIlaProvim"i.l exerce, indubitavelmente. urn pod"r g,tf.ll de di,rpMi{:ia do qtU! JcrivaC'xactaml'ntc a possibili<strong>da</strong>de ,Ic consentir na sua Jprnpria.;J.o pelos indi,;.:n.!s. atravesde ronn-SSJO feita pelo gOV


STATllTO lX~:)T:\DfGE:"AS PORn ;GFF.SE~ ______ _Art,p) -"s."- - - ( "" aJ' -~ d) que n:io rlderia «(lncC~1t'f-S(, M: as terras,I I'fc>cri(iio aqUi,!ti\ ,1 art_ 3,,-. Inc"-. _ - . _ IJ .' 'U' 0 n[)r natUrL'Z'\ llT'prc,.ntl\(-.\'a~,l' !,


Ani!,:!) ,fL't'ptimo meio ,ll-


Vd. anot:l(oeS ao art. 45. 0 ARTIGO 41.°AllESTATtTTO DOS INDIGENAS PORTUGUESES---- ------ ~~------------------2." 0 juiz municipal procedera, por si ou por funcionarioem quem dcleg3f, a vistoria do predio, pra vcrificar osbrtos alega<strong>dos</strong> pe10 justificante e no caso de cste serfavor,lvel despachari para que se fa~am 0 registo provisl)rio<strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de e a passagem do titulo provis6rio ;3. 0 Os


______ --=~:::ST:...A:.:.:TU.::'T(~~~lGENAS PORnJGVESES 81Arti .. o 42."- -----------'--~--.:.:.prop::ed~J~ ;4!;:r ~ ~~~~~ i~ ~t1d:lllc .lompettnle para dtuetJJ a. re',olu~ao <strong>da</strong>t:ssa ('nti<strong>da</strong>ue clcvera ,"r :: m. par.ddl~mo, ~ O~ 'pr~is,tos na lei paLl a caduci<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s concessoes,0 rr~pnetano mdl~cna nao pode ser privado <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de.constltUl<strong>da</strong> de harmonta com os artIgos anteriores, a n5.0 secem vlr~de de expropriac;ao por utili<strong>da</strong>de publica, mediante compensapocom outros terrenos disponiveis ou indemnizac;ao nos termoslegais.As .!?f antias do yroprietario indigena consignaJas Oe-.te artigo COOStItut:rn urndC-;.tl1Volvlmento do ,hsposto na alinea a) <strong>da</strong> n.l';l' LXXXV <strong>da</strong> L Org,ARTIGO 44.°(Repme <strong>da</strong> transmissao <strong>dos</strong> direit()', de proprie<strong>da</strong>de)Os direitos referi<strong>dos</strong> nos artigos 38. 0e seguintes deste diplomasao transmissiveis apenas entre indigen2.s, de harmonia com 0 queestiver disposto na lei ou no acto <strong>da</strong> eonstitui~ao desses direitosou segundo 0 prescrito pelos usos c costumes.§ {!Oieo. as predios situa<strong>dos</strong> fora <strong>da</strong>s ,lreas destina<strong>da</strong>s a frul­C;iio conjunta <strong>dos</strong> indigenas organiza<strong>dos</strong> em tribos pcJem ser t"ansmiti<strong>dos</strong>por sucessao lcgitima a indiviJuo:; nao-ioJigenas chama<strong>dos</strong>a heran~a nos ternl0S <strong>da</strong> lei COIl1Uffi.t. Limite ... a livre disposi


BlESTATIJTO DOS INDIGENAS PORTUGUES_t_S __Artigo 44.~poi, ain<strong>da</strong> no prindpio do serulo, ~egLll1Jo nJ.rra 0 Prof. ]I,~.H:nOCO e Souza, ,?Sindi!;enas venJiam por vezes, aos recem-che.gaJos aOs st'us tcrntonos, tetras que nanpos;ui:un ou nem sequer existiam (up. cit., ;XI!!. 466). . 1'. .Conduimos, com 0 Prof. Marnoco e Souza: Quando um lflUlgtna "ende umaterra .1 um indigena ou urn nao indipena a Dutro nao .ir:Jf,~ena, este contra to. no:malmenteapenas poe em jogo interessf:s puramentc: pnv.a<strong>dos</strong>. Mas que urn m~lgcnaven<strong>da</strong> uma terra a urn nao indil(ena, trata-se, soD multos ;l;pC'.·tos, de (lpera~ao deinteresse "'eral oue 0 Estado cleve acautelar e regulamentar (Prof. Marnoco eSouza, ()p."cit., pig. 467; no mesmo sentido, Prof. Ruy Vl;ich, op. cit., pag. 157-158).Foram estes os motivos que dctermimfJ.IIl 0 legIslador a estabelccer nesteart. 44." urn <strong>dos</strong> raros (:lSOS de p.::oibi,iio de reLH;oes juddica.~ entre indigenas cnao inciigenas.2. Regime <strong>da</strong> transmissibili<strong>da</strong>de <strong>dos</strong> direitos de propric<strong>da</strong>de <strong>dos</strong>indigenas.1 - QUtl-l1t() ;; p,.~d:I)J rhJtj,OJ e :"hanoI:a) - Dentro <strong>da</strong>s reservas indIgenas : absoluta intransmissibili<strong>da</strong>de de indigenaspara nlo indfgenas (corpo do art. 44.°) ;b) - Fora <strong>da</strong>s reserv.lS indigenas: transmissiveis, po:- sucess.1o legftima,entre indigenas e nao indIgenas chama<strong>dos</strong> ;\ sucessao nos termos <strong>da</strong>lei coroum (§ tinieo do art. 44.°);c) - Entre indfgenas, transmissibili<strong>da</strong>de como regra.II - Quanto a OIlIWJ beflS im6t1cis :a) - Tmnsmissibili<strong>da</strong>de relatft'a, entre indigenas e ruio indigenas, medianteautbriza


____ ESTAlLJTO DOS I:";DIGI:NAS PORl1JGUESES 83--. ----- - _. - -_.._----- -- _.._--------Artigo 4~.o~nd~~nas, pela f


ESTATIlTO DOS INDIGENAS PORTI!GVESESestas forem assumi<strong>da</strong>s perante organismos de crcd.ito, ou de assistem."i.lecon6mica estabeleci<strong>dos</strong> por lei a favor <strong>dos</strong> md~genas.~ unico. No caw de os organismos a que este artlgo se referevir! a adquirir os predios <strong>da</strong><strong>dos</strong> em garantia <strong>dos</strong> seus creditos,sO poderao aliena-los Je novo a indigenas.1. Impenhorabili<strong>da</strong>de e insuseeptibi!i<strong>da</strong>de de hipoteca <strong>dos</strong> prcdios<strong>dos</strong> indigenas.A impenhorabili<strong>da</strong>de <strong>dos</strong> predios rusticos e urbanos <strong>dos</strong> indigenas e estabeleci<strong>da</strong>na alinea c) <strong>da</strong> Base LXXXV <strong>da</strong> L. Org., que especifica ain<strong>da</strong> que a impenhorabili<strong>da</strong>denle> abrange as frutos. pendentes au oao, os quais fiearn sujeitos a lei geralnesta materia.A penhora e, como se sabe, a apreensao judicial de hens para garaotia <strong>da</strong> execu~ao.Como regra, s6 0 patrim6nio do devedor pode sec objecto de execu!;ao judicial(artigo 821 ".do COdigo de Processo Civil), mas todo 0 patrim6nio do devedoresti sujeito a execuc;ao (idem e artigo 822.° do mesmo COdigo). A maior parte <strong>dos</strong>hens impenhoraveis vern rtferi<strong>dos</strong> no artigo 822.° do C6digo de Pro':esso Civil,mas a enumera,ao n.io e taxativa, como se vi: do 0.° 16.° do mesmo artigo oode seprevem «outros bens iseotos de penhora por disposic;ao especial». E exactarnente 0caso deste artigo 46'-A iosusceptibili<strong>da</strong>de, declara<strong>da</strong> p<strong>da</strong> lei, de os predios <strong>dos</strong> iodigenas servirem degarantia (necessiriamente real) a obriga!;oes, excepto quando forem assumi<strong>da</strong>s peunteos orgaoismos de credito referi<strong>dos</strong> no corpo do artigo 46. 0liga-se Iogicamentea impenhocabili<strong>da</strong>de anteriormente referi<strong>da</strong>. ,-2. A1ien~ii() de predios adquiti<strong>dos</strong> nas condi~6es indica<strong>da</strong>sno § limeo._ A ali~nac;ao pre;vista no § \mico deste artigo articula-se como 0 titulo de a uisi-~ao ~unC!ado n~ _almea c) do artigo 39. 0 A L. Grg., Base LXXXV aI' )qprevIaesta restrH;ao. ., Inea c n.a()SUBSEC(AO IVDas rela~aes civis e comerciais entre indigenase nao-indigenasARTIGO 47. 0(Regea geral para resoJw;ao de conflitos coloniais de leis)As reJac;6es de natureza civil ou comercial entre indigenas er soas que se r~gem pela lei comum serao regula<strong>da</strong>s por estaultlma, quando nao houver outra especialmente aplicavel.1. 0 conflito colonial de leis.Sempce que: dcterminado facto ou rela ao' 'd'ntamente por divecsas leIS materiais TV ~, Jun lca possa see eegulado simulti·. , i ' r·)r se encontrar em coot -t ' . dJlU1( KaS, estamos tID pr("s


F.STAl1fTO OOS INDiGENAS PORTUGUESES--------- 85Artigo 47.-1(~b5taim>():, intmcior~alm:::'Ilre ~05 conflito.~ de lei, no tf!mpr) , prefigurando a colisao del'IS materIalS JlmllJtaneaf e nao JlluJril"zr) ,rid' ~ C;id~te que podem suseitar·st' conflitos de leis guec em rtla.;3.o a ordens iu-• JCas e ESlado, soberanos: quer em rela,ao as varias ordens juridicas de urn s.6E_sta~o de ordenamento plunleg,tslativo. Se, como no pcimeiro caso, 0 facto ou rela,­~ao e atravessado por uma fro?tei~a politi.ea (no pnarncrlte Ito po.: em agtUpar-seJa sc:guinte forma't I J' -. ·ndl.-', .l.S aj - 0 (onflito rt">O \


1'6ESTATUTO DOS II\,.TI)fGENAS peR TIJGUESESArtigo 47."1 r ao .10 nao indigena <strong>da</strong>. norb)- Jnvt'rMffiente (> ,-onflito resolve-se pc a ap Iea


1~STI111JTOIX>S JND1GENAS PORTIJGUESES--. ---~-~- -------_..Artigo 47."87quer. porque contrariava a t('ndcn~ia <strong>da</strong> legisla(af) n:laliva a, indigenas, que e deca?sl~e!a-Ios s~mpre como ne\t:s.slta<strong>dos</strong> de protlc~ao do Estado, quer porque pelospnnClpJOS gt:ral~ <strong>da</strong> ord~m~ JundlC~ portu,guesa a vontade <strong>dos</strong> particulares 56 e felevante,como meJO de cnaC;ao de dlrelto, quando uma di5posi~ao legal expressamenteIhes atribua tal facul<strong>da</strong>de .. Afastad~ a solu


88EsrAniTO DOS INDf~~ POR'ruGllESES ~ ___ _b) _ As pessoas colaiiv.l5. quer de direito priv.!do. quer de direitopublico; . _ .,.) _ Os indlgenols que, n.! molt~na <strong>da</strong> ° eelol(llo em ta~sa, tenhamoptado pel,t lei comum ~artlgo 027. ) ou a eJa t'ste]am 5ujeitospor disposi(ao legal (.Irhgo 29. ) ;1) I d' "nterpreta<strong>da</strong> a palavra restritil',lmelJle, poe forma a abean-_ - n Jg-t"na~. J t.. , d . ,ge ~penas de entre os indlvlduos que possuam 0 status e mdlge_~~, aquel~ que, nol rela(ao j~ridica em causa, se re-gem p~los. us?~ ecostumes privativos. Com efelto, ~e travar-se wna r<strong>da</strong>


______ ES~~~il.:'O _ DOS Tl\iDIGENAS PORnrGI rESP.S89Artigo 47."~a grande liher<strong>da</strong>de aD juiz para re~olvl'r probk .COlsas, largo rt ... urso it equiJ,tdel>. 1nas qUt t"Xlp;etn, p<strong>da</strong>. oatu= <strong>da</strong>s. g) - (;rl!t:n() de iulg


i\ rtir,o 4fl.


Mtigr, 49.'2. CondicionLlmento e proibidio de <strong>da</strong>); yen de produtos agricolas.Os n.OO 1.- e 2.° do ,trtigo 19 0 (onferem AS l Ire, -- devercs dcstina<strong>dos</strong> a prott-"er .(' .. prf'" t ,audt.orlt,:., es ad~inistratjvas podef· h J" ruU orcs 10 I"enas nas h p6tIguram. Os t{)piU)~ determinantes d"~1


ESTATUTO DOS INDfGENAS PORl1JuUJ:!;'r.;,92-------------- --------Arti~o 49.". 1 J": -a indfUPn:l as feiras tem inegaveis vantagens .:-,,,-" 0 1'onto (,' 1 \"Ista ua po Ju< 0---' •. . . - d t r'<strong>da</strong>des administrativas evitam inia)-Reahza<strong>da</strong>s soh a flS':Ihzl~ao as au 0 J f . f "d L:uiJ.ldes de wmer<strong>da</strong>ntes sem escnipuJos. RC\:orJe-se q~c as eleas. re ~I1 as por, )­


,______E_S_T_A~~~ INDIGENAS POR11JGLESES93Arb!!o ~o."mos 5e tamb6n na Guine), Soon' cst!: assunto vi orava em M 'amb' 0do <strong>Estatuto</strong> do Agricultor Indigena (Dip. u;g. n ~ 919 Ie 5 de: A. Ique d0 art. 27.(jual servlU de fonte ao ,l!tigo 50. 0 do actual Est' ( t' ( t d gosto §c ,1944), 0aqu.el~ .artigo contem). No btJ.tuto do Agricuit~r ~Ii~':: ~on~ o~. uruco queprOlbltlvl. ~o a~tigo 27."" arbcl<strong>da</strong>-se (Om 0 pr(:ccito sanli~na~or d~;;:' ;5.~e~~~:J:;n~c ~;c~~a, mas o.Est. actual" tal,:ez na inten


ESTATIIT'O DOS rNDiGi:NAS pORTUGUJ:::>t.c-.-----------Artigo 50. 03. Ambiw <strong>da</strong> proibi~ao de permuta ..A) -QIf.:'1I,' .. os Jlljeilof:Quando dcterrr.in.imos quais os sujcitos dJ$ rcla(oes !ur1dic~S 5usceptiveis deprovourcm 00 conflito colonial de leis, acentwlmos que 0 artIgo 47. emprega a pal~vrJ.illdigo:,; em ~entido restrite>, por forma a abra~g~r apenas, de .e~t~e a generah<strong>da</strong>de<strong>dos</strong> indigenas, aqueles que se regem pelo dlrelto consuetudlflano local (Cf.ar:igo 47.", nota 3, alinea c), n." 2.·). .o Pfohlana volt;l a colocar-se a prop6sito deste artigo 50.", e a mterroga


______ E-='S~T :A!l~1~~~ _I~'.:DIGENASPORTUG!":ESES- ~~-~ -- ______..:...9..:.:>E.rtaluto do Agriwllor 1 nd;liena :Artigo ;0. 0Artigo 35. 0, .it infrac~ao ao disro~to.,n0 ar t' .JOe 'co e punl<strong>da</strong> com multa de 2 000$00 . 'd~O .27. ou >etJ. § unl-~ -.', na runCl cnCla com a multa de5.000." 00, aprccnsao de llcenca industrl'al . t. . ed' - d bIn er l~ao eo' - dnoYa llcen~a peIo comerciante condenado para. eot b.1 .. ~ ,to


S.DOINDIGENA~ PORTLiGUESESESTATI1TO - --------SECCAO IVDos tribunals e do process oARTIGO 51.°(Competencia d os )Ulzes" municipais).,.' petem a instrucao e o julgamentoAos juizes mUDlC1pa1S com '~f'<strong>dos</strong> seguintes processos, quando por let nao orem especialmen teatribw<strong>dos</strong> a outros tribunais :, ' ., quando 0a) Pro(eSSOs (IVelS e comerClatS,autor e reusejam indigenas ;.'b) Processos relativos a cnmes contra a propne<strong>da</strong>de ~ome-, 1 ' d'genas a que correspon<strong>da</strong> pena correcclOnal,twos por m 1 '. , f'e relativos aos restantes (funes, quando reus e 0 endt<strong>dos</strong>sejam indigenas,1. Principios fun<strong>da</strong>mentais do sistema judiciario <strong>dos</strong> indigenas:A) - Especiali<strong>da</strong>de do foro,o corpo do artigo 51.° consagra 0 prindpio <strong>da</strong> 5peciali<strong>da</strong>~e ,d,? foro, logicamentecorrespondente ao principio <strong>da</strong> ~re:ial!<strong>da</strong>~e, de orden: )Und1Ca~ ,a que osindigenas estao sujeitos, Est::! correspondenoa e loglca, ,mas nao nece~sarla porque,como veremos, podem os juizes municipais aplicar aos lfldig~s a leI comum, ,Na doutrina e nas legislar;oes tem-se estabelecido tres sIstemas fun<strong>da</strong>mentalsquanto a organizar;ao <strong>dos</strong> servi


ESTKrl1TO DOS Il\'D1GENAS POR1lJ(;CESES97Artigo 51.'ca, ao eriae. tribun.lis com lOostituir;ao c'peciai para 0 julgamento de u{:st6es entregentJOs (artlgo 177.").q. " (~ ~st. .de 19~9 parecia indinar-se de


_ , )S JNDiGENAS POl~TLJGUl!SESFSTA1~IEl~yf-'i.1tiro hier;irqUica . d os tribunal' ..p",enL . . d' -. ,. <strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de de 11IflS t~ao., Idem. B) - PnnoplO -. . d' 'ario dHerenCla.-. . do (c impllcitamente,d dno sistemaImisto) podeNum sistema JU 1(1 -J d J urisdi~5es. enten en napa avra como lnani-. . -J de ou plurah .1 e ~ J ., E t <strong>da</strong>dmitJr"e uru .1. ao <strong>da</strong> ~oberama dO s a ,0. _ . .".festa~ao do poder de Ju!gar, ema.n:;nte !U manuten


{,STAnTO DOS INDICF.NAI:, PORlLi('l'E~ES99Arti~o 51."Quais as r.uoc, quem man<strong>da</strong>,man<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s as O:asl?~. E a~slm n:i.o mmprt:lnde qut' 0 imposto seja pago e 0 teabalhoprest,ado a urn tndlvlduo ~ltferen.te <strong>da</strong>qude que () domina p<strong>da</strong> foc~.l, que lhe resolveos md:lIl.do:'J que lh~ JlstnhuJ a Justl~a, que 0 protege coolra roubos e os ataquK<strong>da</strong>s tnoos lrumlgas» (CI. lHIJ(clmblque-1896-1898, pag. 17') d., l.' ed., 1899).No mesmo sentido se pronunciou Eduardo <strong>da</strong> Costa no seu relat6rio sabre «Descentralizac;ao<strong>da</strong> ac~ao administrativa nas Co\onias», aprestntado ao Congre550 Colonialde 1901, cuja conclusao XIII e do seguint.: teor :«E preciso remodeIar a administrac;ao relativa aos indigenas africanos, de modo ae em ea<strong>da</strong> grau <strong>da</strong> hierarquia que essa administr~aoeoncentrar na mesma enti<strong>da</strong>de -compotta, - a dupla autori<strong>da</strong>de administrativa e judicial, coodic;ao fun<strong>da</strong>mental paramanter 0 pRstigio dessas autori<strong>da</strong>des aos olhos <strong>da</strong>s raC;Js inferiores» (pag. 89).Da identi<strong>da</strong>de de agentes nao se se.';ue, porem, que- se possam confund.tr os orgao5e as hmt;6es. Como suporte dum 6rgao jurisdicional, isto e, como juiz municipal, 0administrador e independcllte e desintegra-se <strong>da</strong> hierarquia administrativa pau se integrarna hierarquia judiciaria (a qual se nao caracteriza, como aquela, peIo dever deobedienria) - artigo 3.° do Est. <strong>dos</strong> J, M. :Art. 3.° Os juiz(:s municipais sao independentes no exercicio <strong>da</strong> suajurisdic;ao c irrcsponsavcis pelas sentenc;as que proferirem, nos mesmostermos que os magistra<strong>dos</strong> judiciais.Logo no exerdcio <strong>da</strong>s suas fun\1ies de juiz municipal, 0 administradof n:io ra:d>eordens d()~ seus superiol't's hier.irquiws admioistrativos. .. ~ . .Por outro !ado 0 admioistrador como agente <strong>da</strong> admmlstr:u;-ao e como jUlI, descmpt'nhaa(tivi<strong>da</strong>d~s de execw;1io liS /tis fuocilmalmentc- diferentes:. alem. a exe­Lu~au <strong>da</strong>s leis ft".diza·se peJa l'ia ddmj,,'I"ifd,/hl, ('anllteriza<strong>da</strong> pel;! p:lrcr.zll<strong>da</strong>df! e pelaini<strong>da</strong>tifJ4; aqui, a extcuc;ao <strong>da</strong>s lei, decurrt> pela 1'la jllriJdici(mJi, ddinH:Ia. p~la !111P.rrrj,l/iJ.1Jee pela {',nridd_tde (0. Pmf. Marcello Cld.tl1o. "I.mllai de n'rnto Adrr.I-/llJ-lr,ltil'o, 4." t:J., 1956, pags. 5-6). ... .... .,Conduindo, diremos qUt· a len·"ir.1 (.ll.IcteriJi/


l\rtigo 51.°-, uoacia por alguns autores, como Ltssona, COm 0 funf' ,. 'oros.1mc'll'e ll11p ~ . I ef' •di.:ijriJ, ()J ... o ,i di"t merece protec(ao 19u:l mente Kaz, segura e certa e POtdJJllen, to de qu~ tl)d) reI 0" ~"'''J.r50 tecnica identica. Parece que este ti po de c;itica' 'I~tra<strong>dos</strong> com ..,r(,.~ , d d .. - d . .i,,,', elUge mJ,!; , 'I ca"O qut' nos interessa a a mlrustra~:lO e Justr~a aos inlevall 'II especll no, ' I - s6 od •S>SIUDt~ re, ". . ,'d. le civilizadora em re a


101Artigo 51.·.recUfso, isto e, 5!:ffi possibili<strong>da</strong>de de impu,l;na~}o judicial <strong>da</strong> sentelv;a ou decisio queprofJra,Os Julga<strong>dos</strong> Municipa. is nan t':m all;a<strong>da</strong> (uti"" 21 • do E t d J M' I' d ' i I d " ' s, os, .J, pe 0sera sempre a miss ve renao 0 sujeito passivo <strong>da</strong> rela


ISTAn;TO DOS I\:DiGENt~S_1_l)2_____ _.____-.---PORTVGUESESArtigo 51."_ ,-, . Olamento a demand.! (artigo 335." do COdigo de Proccssod-~nd - -' '- d -. Civd). incidente que aspJra it InVlstIr na posl~ao e reu ll~n co-.obrigado, sujeito paSSIvo. tal como 0 deman<strong>da</strong>do. na rela~ao juridic~wntroverti<strong>da</strong> ; . "-j 1J) - 0ineidente qul' poJera revcstir Llua~ moJalJ<strong>da</strong>cles'posl~.(, .1) _ Oposi~ao expontanea, (artigo 348,0 d~ C6di~o de ProcesS()Civil). incidcnte em que 0 oponente se propoe urna ver<strong>da</strong>dciraac(io. atraVl'ssaado-se, como autor, num processo quedecorre entre outros sujeitos ; 0 • '2) _ Oposi


F5TATIY'r() D(le' INDl',FNAs', ~, I'OR'rt 'GL bf:S10'>Artigo ~ I."Jrtlgos 4~ ,," e 5e,lts do l 'I F' I' -10 (-'>J'g , P ',. f" ,1 (1'1.1;11 "n.l: 'unlll.H•• 1O .lftlgo 455:, ,.t I 0 ena rauuc' ilrtJl>O «(i" d ..." I' 't . f ' - " ',., ., ,. 0 '.0. 114') Pen.11 . (' (on·r.lel~1l0: .lrtt~o,tn," do Co.Ii~() P'11.11) .1 que u'rr~ nJIpt'O.t rOfrl'«(ton,ll (arti'>o ';6" do' C," Jo 8rh!!" H ," do [,t,


fSTAn;TO DOS INDfGENAS PORTUGUESES_1_04 __ ---" _. _______ -Artigo 52.'-'-R.;; P It 1 () E,tatuto <strong>dos</strong> Julga<strong>dos</strong> Municipais., CI1lISS"0 .' --, t' 14 • do Est <strong>dos</strong>]. M.: os assessores assistem ao ]ulgado Municipal0 ar 1';0·· -I' / d ./ - f'"a fim d~' taz~rt'ffi prova do direito gentilico, na ,iJ Itl c compl tlfoes 0 !ClalS.ARTIGO 53. 0(Recutso <strong>da</strong>s sentenc;as <strong>dos</strong> jufzes municipais e de direito)Das senten~as do juiz municipal proferi<strong>da</strong>s nestes processoscabe sempre rerurso para 0 juiz de direito, de cujas decis6es serecorrera para 0 Tribunal <strong>da</strong> Rela~ao, ou obrigatoriamente, comoa lei determinar, ou facultativamente, fora <strong>da</strong> respectiva al~a<strong>da</strong>.Dos acor<strong>da</strong>os do Tribunal <strong>da</strong> ReIa~iio proferi<strong>dos</strong> nestes proces-50S nao hi rerurso.§ tillico. As senten~as <strong>dos</strong> juizes municipais que cominem. penamaior so se torn am exerutorias depois de confirma<strong>da</strong>s pelo juiz dedireito ou pelo Tribunal <strong>da</strong> Rela~iio, con forme nao existisse ouexistisse rerurso obrigat6rio.1. Os Julga<strong>dos</strong> Municipais nao tern al~a<strong>da</strong>.Como e de regra entre tribunais inferiores, os ]ulga<strong>dos</strong> Municipais nao tern ai­~ (a:u~o 21. 0 do Est. <strong>dos</strong> J. M.), similarmente ao que sucede na Metr6pole com ostrJb.u~s do mesmo nome (artigo 77. 0do <strong>Estatuto</strong> Judiciario, aprovado pelo Decreta­-LeI n. 33.547. de 23 de Fevereiro de 1944).Diz-se .al~a.<strong>da</strong>. 0 .valor limite ate 0 qual 0 tribunal julga sem admissibili<strong>da</strong>de derecurso ; a lfl~stenCJa de al.c;a<strong>da</strong> nos ]ulga<strong>dos</strong> Municipais e, assim, uma consequenciacia re~a enunCla?a neste artJgo 53.· de que cabe sempre recurso <strong>da</strong>s senten~as do juizmu!Uclpai profen<strong>da</strong>s nos processos enumera<strong>dos</strong> no artigo 51.02, Regime <strong>dos</strong> recursos.Restringindo 0{; a"" p.ocessos em'estudo do reg'Ime<strong>dos</strong> recursos apenas .is qu (arti!;o 17 0 • 14' 0 Cd) Es,t.) , entwJendo por tal apenas as Jecisoes, . , n, ., 0 Est. <strong>dos</strong> J. M.) ;


:STATIJTO DOS INDIGENAS P--------------- 'ORTIJGL~ES 10)c) - Quem !Jode reco"er:Artigo :'>3."Nas quest5es criminais 0 reu salvo h'p6t d .(art. 16·., n.· 10.· cart' 17. n:' 130 d a I esc e r'~:urso oongatOrioas partes (art 15· n o '6 0 'd' E' d' ° E,to d()~ J. M.); nas quest5es civis,. .., • ., 0 st. os J. M) melhor d' dC1<strong>da</strong> (art. 680" dux]' d . .. '. Izea 0, a parte ,enf. " 0 IgO e p[()(c


F:,HTtITO D(~~ INDfGENA:'_ _ POR.T .. l,rGVESES _ ________Artigo 5).", J d 'jqics Jos juizes municipais em causas')--R"cursl 1 , facultaovos: a5 ,n 'I ..'J ('Est "rino 3'i." c arti"o 21 - j e: a "r.n.. I' 601;t. 1, l n, •. Id de conferi<strong>da</strong> ao GOWf!10 pe 0 artl1'O .' (() Deque,usa.nd~ <strong>da</strong> faeu ; 'R de M,lio de 1939. tornou extenslvo ao UIcreto-Leln. 29,037, e _. "1)tramal' 0 COdigo Je Pnxcsso CIVI ;jl) - TribllnalS de roClOlW .' , . d' ' -' an IS questoes "c:ntliIcas, quer e nature-Em regra, os tnburt.m cle retu~,o t : " Tribunal de Comarca e 0 TribUna!za civil. quer de l1atureza cnmJl1J. , sa dO 0 rtl'go 53" do Est. afirmava mesmo- 0 >' od do corpo 0 a. .cia Rela


ESTATl'TO DOS I:\DIGENAS P,-----__ .___ _ ORTUGlJE5-ES 107Artigo H,·<strong>da</strong>s p,lrtcs; produto <strong>da</strong> iniciatIvJ destas 0 ro, ecaraasslm.iler'dejo--'(ccssua I) ,porquc d esconheu:: a vt::r<strong>da</strong>de fora d .. ( ~ ":- mtra-pw-, 0 pwccsso ver<strong>da</strong>dc matenal)00 ponto de vista <strong>da</strong> prossecu~ao penal ao rind' ]' , . 'rigor 0 principin acusat6rio : a a(~ao pl:nai t~d d~ se PlOt ode ISP?'IdIUVO co~responde em6• J" I 'b ' r In r UZI a ern JUIZO como n:gra, por rgao IstlOto ( () tn unal - () Ministerio PUbliC( , I' -.;ao investigat6ria indispens;ivd para fun<strong>da</strong>mentar a acusa '.-, ,aff) qua. compete<strong>da</strong> fun-I' , ..., ~a'J, 1> d'. a estrutura 0 proces,soPena, por sua proprIa natureza, nao adrOite geralmt'nt. a disponibild 1 dteflal de provas, ' laue () rnab)- Processo de tipo il1qui.ritorio .-No processo de tipo inquisitorio, tambem 0 juiz se mantem INutr ../, no sentldode q.ue nao p~de favo~ecer uma p-arte em detrimento de outCd, mas uma vez introduzidoI.' felto em JUlZO, ~a15 do que as partes, e 0 juiz quem dispoe do processo, dirige-o,exercendo a sua actJvlJade para alem <strong>da</strong> vontade <strong>da</strong>s pr6prias partes, com 0 fim Uniwde obter e decbr a ver<strong>da</strong>de, Nao hoi ver<strong>da</strong>de formal e ver<strong>da</strong>dt: material - J. ver<strong>da</strong>dee s6 uma e essa procura-Ia-a 0 tribunal livremente,Sob 0 aspecto <strong>da</strong> prossecu


F5TATIJTO IGENAS PORTUGUESESD(~S_IN~ID~::='l~~ ____________ l_~_R _____________-------Artigo 54.'a) - Fasr <strong>da</strong>/.1r.Jtori" " . • . .. certeza <strong>da</strong> eXlstenna dum facto ou dum direitoEsta primeira fase Ylsa a obter. a _ ) terminando por uma senten.;;a de condenacontroverti<strong>dos</strong> (activi<strong>da</strong>de de apreCla(aO , -na(ao, se for ca,o disso. d b os seguintes aetos processuais :A fase de<strong>da</strong>rat6na des a ra-se n. bal ded zido peIo autor, que sera reduzido a auto, cool)-- Reque1'lmenlo 1'er : '. ~ ual eonstario:firmado pcrante 0 lUll, e 0 q_ a identifica(ao <strong>da</strong>s part~s ;_ os fun<strong>da</strong>mentos do pedldo ;edido ou pretensao do autor ;- 0 P_ provasf 'd 'nc1uindo a identifiea


Artig!.) 54.·------------ 109A Jerl/enf" :- ConJenari 0 (eU no \X'Jido ou em pa.Ite A .,- t ~ _.., ,. d d .d~~n en,a nao p,-",cra con e-n;lr ~ quanti a e superior ou t-m objel:to diverw do \X'dido (art 661.d~ ;O~I~O de. Proces,;o Civil, aplicado subsidi:iriamente PM' fu;r;a d'on:. 1: 0 1Irtl~0 17. do Est. <strong>dos</strong> J. M.) ;- hX;Lfa ~m eqwvalente pecuniirio do pedido ou cia pan", do pedido em_ que 0 r~~ for Zond


1111E.'TATLTTODOS__ll'iDIGEI'AS POR_TI_J_G_U_E_S~E __ S ____~ _______ - - _Artigo 5--t";I) _bHlr •• -jv I'r.rw .JIOfi.f: , _ _'. . _ esta caracte'flstll'] : perante 0 (onhecunento duma in-E uma fase- d~mlln~<strong>da</strong> Pforgu~ como tal) n;Jsce a ,ruspeita (juizo de possibili<strong>da</strong>de)- a1 (au ,,0 qll_ M'.tr.lq.hl pen _ d 'd' a prJticoll I'd determma 0 acto 1'I' 1C1tO, 'emd'" t'lermma <strong>da</strong>s condi_1,,(:, qllt' d'termlllo! ollligenol -j 1 I'd "dc , 'd d 'd ' - 5e exerce no sentle () (e conso 1 ar 0 lUIZO e Suspeita-it'S To<strong>da</strong>:l adlVl ;l e 0 JUIZ "d '~l " . d 'por urn )-uizo de probabdl<strong>da</strong> e,,ubstltUJO (H , . •- _ 0 rocesSO inicia-se com 0 dfif(l de 1rol/ChI, envlado por qualquer au-I) P d l-UI'z municipal ou man<strong>da</strong>do lavrar por este, quando se tetond a e ao ,-' 'I 'b 'd· 'd'h 1-'mento de wfracc;ao cnmlOl ;ltn UI a a lfi 1gena., Do aunacOnJt'\:1 0' 6°d E d J M)to de noticia co!lstara (n,O 1. do artlgO 1, " st, os, ':c ', '"n-l'.1 de tempo e lugar <strong>da</strong> infra((;ao ;_ Iflun,,[;l L • ,_ldentificac;:io de infractor e of en dido e <strong>da</strong>s pesso-as que possaro deparsobre os £actos ;2) -AIIIII:tfao, registo e COl7clllS(iu dO juiz.' nos termos indica<strong>dos</strong> para 0pracesse> de natureza aVlI ; , ' _'\) _ 0 juiz inicia depois a reuniao de ~r~vas tendentes a IOstruc;ao do pro­- cesso, E " que 0 artigo 170,° ,do COdlg,O de Pr~esso Penal cham~ corp,-,de delifo, 0 corp a de dehto podera conduz!r a algum <strong>dos</strong> tres re-~ulta<strong>dos</strong> seguintes :_ demonstra a existtncia de infrao;ao ;_ nao sao descobertos os agentes <strong>da</strong> infrao;ao ;_ apurou-se, ao menos provisbrimante, a existencia de infracc;ao eseus agentes.No primeiTO ca50, 0 juiz man<strong>da</strong>ra arquivar 0 pracesso ; no segundoeaso, 0 proccsso fieara a aguar<strong>da</strong>r melhor prova; no terceiro caso,segue-se ...4) -, '. 0 desp:lcho de classijicarCzo. que e urn juizo de probabili<strong>da</strong>de;atraves <strong>da</strong> instru~ao preparatoria 0 juizo de mera possibili<strong>da</strong>de comque a fase fe inieiou. adquiriu elementos para Sf' aproximar mais <strong>da</strong>certeL,!, transformando-se em jUlzo de probabili<strong>da</strong>de, Mas ha que distinguir:- Se ao crime corresponder ptna correceional, 0 despacho de c!assifica


Artig-I) 54,"inexisteocia <strong>da</strong> infracdo ; demonstra\ao dl CIUt 0 'iPuido n-ao . d 'f -b' • . d ': d ob b' , , . I'> e 0 aJ!ento: 2 lD rac{ao'ou SU slstenna 0 JUIZO e pr a Ill<strong>da</strong>de exi,tente a quandc dr d . I d "provis6ria. N~~te ca~o, 0 juiz !avrara : ) J ('SpaC)1) e pronunCla1) - DesPdc/Jo de cl{Hlijica«1O definilil,tl, mO,!lfIcand,. ou wnfirmando 0despacho de pronuncia provisOria (E,t. <strong>dos</strong> J M miD'( J('.n U 7.", alinea b) : ' ., . ".1 I"2) - NotifictTrao de: 1)~onJjll~id e 110JificafoeJ p.:ra julgan:ell/Q.A nov~ p!'"nuoCla defwltlva devera Sl't notifica<strong>da</strong> ao arguido (poraoa.lo;':la com ? ,que suc:=ede com a pronunCla provJs6ri~ e. are, potc) - j"lgamei/!I;malona de fnao). depots do que: 0 juiz man<strong>da</strong>r~ notificar pau julgamentoas Pl'SSoaS enumera<strong>da</strong>s na alinea c) do artigo 16,", n.' -,0. doEst. <strong>dos</strong> J. M, .Nesta oo~a fase, procura 0 juiz tr:ImfOflTIlr em juizo de certeza (a certeza. f<strong>da</strong>-a,ya <strong>dos</strong> conheClmentos humanos, que nao e mais que urn alto grau de probabili<strong>da</strong>decomo ja afirmava Claude l>t:rnard) 0 julzo de pflAlabili<strong>da</strong>de tnun<strong>da</strong>do nO' despa~dt: c1assificac;ao definitivJ,o julgamento cometOes ern que ~sm ift­A wmpt·tenci,l <strong>dos</strong> jUiLt-& dt' direito para (l}:lh~"(\:rteres~a<strong>dos</strong> iodigt:n.1s dt,termina·se i;J,(ilmentt- por c,c\u51o Je F.i.rtes. rllJ l') que b.l:>tar.lwnf Tonlar ;IS anotac;oes .10 artigo S 1."


112I. 1'1 e 0 de harmonizar a ultima parte do CO""o d• 'co robkrn.l que se evan. 0 -.- esteo ~ P n alinea b) do arugo 51. ,artiFO 55. , com , 0- os crimes contra a propne<strong>da</strong>de, a que corres'''' d. 510 cOlllO VIm " ,.' I 0 'I:'vn aPdo artJFO . ~ 'J d s pplos J'IUl('S mUOlClpalS ; pe 0 , I serao JU ga art. 55, , pareceria q0 , . _ . . uerena (orre(cj()na 'd f - iio indi~ena, a competenCia revertena para 0 juiz d'desde que 0 of end! 0 a,se n • edireito. L~~onl'ZaraO J'a nao e necessaria, porque 0 artigo 8,0 nO 90H. 0 'so vcr a "au", , d . 0 • ' •oJe, an). , deiinitiv:unente a doutrina 0 artJgo 51. '.do Est. <strong>dos</strong> J,M. wnsagrou .CAPI11JLO IIIDa extincao <strong>da</strong> condi~ao de indigena e <strong>da</strong>. aquisi~ao <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>niaARTIGO 56. 0{Condi


indispensavel ccrti<strong>da</strong>o do registo crJ' . I d .. d"d - mlOa emonstratJva do In IVI uo nao sofreu conden~Jr'ao . e gued d'-; em pcna maJOr, nem mais deuas con enac;6es em prisao correccional.§ 2.0 Da recusa <strong>da</strong> passagern d . 'f' dd· b e C(;rtl lCa Os pel os administraoresca e recurso para as e fd d f'dd' 1 '.. n I a es re en as no artigo SR.' desteIp oma, as quaIs deCldlrao em ultima instancia df'"n()' d tman<strong>da</strong>do proc d ' dT A , -..AS e eremo e e~ as 1 Igencias que julguem conv(;nientes.§ 3. Para efeltos de concessao <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia considera-se anula<strong>da</strong>a nota de refractario, uma vez cumprido 0 servi\o militar.1. A e:xtin~ao <strong>da</strong> ~~ndi~ao de indigena e a aquisi~ao <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.LegIsla~ao pretertta. Confronto.o art. 4.°_ deste Est., ao enunciar os fins <strong>da</strong> politica indigena, act:ntllJ q'je 0Estad? se propo.e .promov.er, a par. d~ desenvolvimento e mdhoramCDto <strong>da</strong>s con,j_,C\esmor~ls e matenal,s d.a vI<strong>da</strong>. <strong>dos</strong> mdlgenas, a sua integra.;ao activa na comuni<strong>da</strong>de,medl~n.t~ acesso a CI<strong>da</strong><strong>da</strong>n.la .• Aquele artigo define, assim, nitiJamentc. 0 ur"Lle'tranSI/orro do estatuto de rndrgena; de acordo com esse caracter de transitorit<strong>da</strong>de,o Est. actual reservou urn capitulo - 0 Capitulo III, que se inicia com este art. 56..-I;'a.r:: agrup~r as .regras reguladoras <strong>da</strong> extinl;ii.o <strong>da</strong> (ondi,ao de indigena pelaaqmsl,ao <strong>da</strong> Cl<strong>da</strong><strong>da</strong>nta (arts. 56.· a 63.°) e <strong>dos</strong> termos em que a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia deriva<strong>da</strong>pode ser objecto de revoga,ao (art. 64.°).o Est. de 1929 nao continha regras sobre a materia <strong>da</strong> aquisi,ao <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia,que era objecto de legislac;ao avulsa, «falha de homogcnei<strong>da</strong>d~ como bem acentuao relatorio que precede 0 actual Est SOOre 0 assunto ~igorava a' seguinte legisla(ao:Na Glline, 0 Dip. Leg. n.O 1.364, de 7 de Outubro de 1946, diploma bastantecompleto que foi a Fonte principal <strong>da</strong>s disposi,iies deste Est. ;Em Angola, apenas 0 § 2.° do art. 1.0 do ,


FSTATUTO DOS INDfGEN':' __-;_POR.:r:tIGUE-:S-E-S-___~l~l&~. ________--------______',- de IIqnisic;Jo d.1 d<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, rr~vista no art. 60.°, s


115Artigo 56.·em /Jena maior, oem rna is dt; duas condena, do Vlt.». De outra forma, a c.;pressiioOll f!Cana s("m conteudo - porque os Indigenas nao sao conden d d ~. . 'f' -. a ns a penas e PrJ SWD- ou tena a S~gnl Ica,ao demaslado extensa de abranger as penas de destc-rro multapor contraven,oes e repreensao.'e) - Nao Ie,. sido notaJo como rejraf/,ll'io ao sen'iro miiiJ..lr, ntm d..ldo comodeserlor., Na l(gisla


116ESTATUTO DOS TNDfGEl\.'AS PORl1JGUESESArtigo 56."-<strong>da</strong> Pn[L.lrj,j n." 15. 612. d e"I-de Novembro de 1955, publica<strong>da</strong> oa II parte d-te~~volume),b)-Os faetos referi<strong>dos</strong> nas alineas b), c) e d) pode-m tambem provar-se:1) _ Nas prof'incias d( indigenalo, atraves d~ c~fica<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> ~d~inistradorcs<strong>dos</strong> concelhos ou circunscri~oes oode 0 lOdlVlduo tenha resldldo nos ultimostres anos - § 1. 0 do art. 56.· ;2) - Na melfopole e. ~s !,:ovincias ,de Ilao indigenaJo, por certifica<strong>dos</strong> <strong>da</strong>sautnri<strong>da</strong>des admlOl,tratlvas <strong>da</strong> area <strong>da</strong> sua residencia, nos term os do0." 5." <strong>da</strong> Porta ria n.o 15.612.Em Mo(ambique, estao isentos do i~posto do selo os ~'1testad?s de comportameotocivil relativos a iodigenas e os requerunentos em que sao pedl<strong>dos</strong> (cf. Pareeer <strong>da</strong>Procuradoria <strong>da</strong> Rcrublica de Lourenc;o Marques n.o 76, de 28 de Outubro de1948, in Dr, Agostwho Torres Fe-vereiro, ParecereJ, 1949, pag. 375).Tanto nas provincias de indigenato, como na metr6pole e nas provfocias de oaoindigenato e necessario, para prova do bom comportamento, alem deste atestadocerti<strong>da</strong>o de registo criminal demonstrativa de que 0 iodividuo nao sofreu as conde:na~l)es Itferi<strong>da</strong>s OJ ultima parte do § 1.0 do art. 56.° (doutrina Iepeti<strong>da</strong> no n.O 6.'<strong>da</strong> Port. n,· 15.612).Da recusa de passagem de certifica<strong>dos</strong> cabe recurso para as enti<strong>da</strong>des referi<strong>da</strong>sno art. 59.° (nas provlncias de indigenato) - § 2.° do art. 56,° ; a Port. n.o 15.612 eomissJ. sobre a mociJli<strong>da</strong>de de recurso a que esta sujeita a recusa de passagem decertifica<strong>dos</strong> pelas autori<strong>da</strong>des administrati\'as a que se refere 0 n.o 5.° do mesmodiploma. Partee-nos que nas provincias de nao indigenato se devera aplicar poranalogia, a doutrina do art. 59."'ARTIGO 57.0(Condi


E5TATIJTO DOS INDIGF:\t\S PORTUGUESES------ -- -- - --------'- 117-------Attigo 57.·', menores de 18 anos, 0art. 57." csp(·cifica c1Jramente que s6 adquirem a dJa<strong>da</strong>niJ., no caSL> de satisfJ.zerem(0) A v


'GfNAS PORTllGUESESESTATUTO ~?S~_~I ~ , ____118::...-__ --- _-------Anip;o 57.~bJ,', do art. 56.", os que vivam sob a clirecc;ao do pa'_ ui,;ros diL~ allneas '. e " J laos n'q .' '_ - _ Ii cidul Id4 por ",me dole.J d,,,,l <strong>da</strong> "qu;m;ao J. ,. '. 'dio <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia por parte do rai ? Pnconizamos jaE t~S na:l-lJos ar OS J. aqdUlsI ~ 57 0 seguindo a doutrina defendi<strong>da</strong> pelo Prof'. reta\, to a cunlr:1rrO 0,. " ~ "d .a m,c'rp "f ~ art? 0) . devr>r5o aSSlm, conSl erar-se como odginaSilYJ Cun~.l ~C; nota , ao . _.' - . ,riamentt'.nao'".IOdll!'CnJSf'lhledtimos e'1 •. rf-lh do de ../ dI egltwlOs pt- I a s aSSlml a os queEm r~h, '0 aos I os , ~ 6 0 d 18• C ",-'J d ' nos temios <strong>dos</strong> artS. 60.° e L. menores e anos e que.l?qUIn1n:.. a ~. a ~~a do pai a delta <strong>da</strong>quela aquisi(ao, parece-nos de perfilhar solu~ao~~am S(";- a Irec~ "~O' nan 0 caso <strong>da</strong> mlliher indigena que case com ci<strong>da</strong><strong>da</strong>o queIdentlc.1 a que ap(1'n,~u . t . ,ascendeu a estc estado nos term os <strong>dos</strong> mesmos artlgos.A'2. I mportancIa d a . terpretacao do artigo 57. 0 ffipara esclarecimento><strong>da</strong> 'defini~ao legal de indigena.Cf. nota 3 ao art. 2.0ARTIGO 58. 0(Autori<strong>da</strong>des competentes para concederem a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia)o requerimento para a aquisi~ao <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia deve ser dirigidoao govemador do distrito <strong>da</strong> residencia do interessado, au, naGuine, ao governador <strong>da</strong> provincia, e sera entregue, na sede doconcelho, circunscri~ao ou posto administrativo, convenientementeinstruido com os documentos torna<strong>dos</strong> necessarios pelo presentediploma e pelos reguladores do bilhete de identi<strong>da</strong>de.§ unico. Os administradores do concelho ou circunscri~ao devemenviar os requerimentos para despacho, com 0 seu pareeer concretoe fun<strong>da</strong>mentado, nos quinze dias seguintes a recep~ao deles.1. 0 processo administrativo de aquisi


_______ ES~T::.:A~ru=__=__TO DOS n\iDIG[~I~S PORTl"GLTESES-_.- 119--.-~----Artigo 58.·.10 iWvlrnador <strong>da</strong> provincia s~ 0 inJi8t"n 'd' , .de nao indigenato (n. 30 d' P a resl Ir nul'] I prOVlflna u!tramarina. " a ort.n.o15.(12).o requ('rimcnto devcr:; sec escrito em 1-processo: art. 63.°) e assinaJo pelo ioter~3P~ nt ~<strong>da</strong>do (<strong>da</strong><strong>da</strong> a gratuiti<strong>da</strong>de <strong>dos</strong>ouber escrever, assinado a ro"0 (art sell pJcecer.Emitido 0 /),II"'cel', 0 processo devera .o;er envi.ldo para despacho .t enti<strong>da</strong>J" com·fwtmte, dentro do prazo assin.lIado ../) - Der/M"ho de dccisiio ;lnstmrdo 0 prnct'S'W.) com 0 n-spt'uiyo parl,(f'C, recaid sabre 0 redido de con.:~..aodt" ci<strong>da</strong>Jania 0 dcspacho de decisiio <strong>da</strong> :1utorid.1d" competente.Qual a autllri<strong>da</strong>de competC11te P3C'.l L'mitir 0 despacho ?Em prindpio, a enti<strong>da</strong>de a quem 0 requerimento ini.:i.1! e endere(JJo, Mas hiuma excepc;ao: 0 Ministm do Ultramar p"Jt:r.i Jdeg.lr na lnsp


--- -----bTA 11}TO OOS INDIGEN~SArtigo 58."2. fase jurisdidooaliza<strong>da</strong> de recursos.PORTUGUESESh dtori<strong>da</strong>de competente e de indeferimento do requerimentso" 0 despac () a au T 'b I d R I ~ 0 para- - _ '.'d' d . eWe recurso para 0 n una a c a!;ao, nos term"'" dCOIlCessJ.U de d a ama, 0 ~~ 0art. 59. (vd. nota 0 1 ao art. 59. ).ARTIGO 59. 0(Recurso do indeferimento <strong>da</strong> concessao de ci<strong>da</strong>.<strong>da</strong>nia)Do despadlO de indeferime~tocabe recurs,?, a interpor noprazo de quinze elias, para 0 Tnbw:al <strong>da</strong> R~la~ao. . .o despacho de deferimento sera comufllcado oflC1osamente aenti<strong>da</strong>de eompetente para a passagem do bilhte de identi<strong>da</strong>de.§ tinieo. 0 bilhete de identi<strong>da</strong>de sera entregue ao interessado,depois de satisfeitas as eondic;5es regulamentares que nao sejamcontdrias a este diploma.1. Fase jurisdicionaliza<strong>da</strong> de recursos.Ap6s a fase administrativa do processo para concessao de ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia abre-se umafase de recurso, jurisdicionaliza<strong>da</strong>, se 0 despacho que pOe fim a fase administrativ~c de indeferimento. 0 6rgao jurisdicional de recurso e 0 Tribunal <strong>da</strong> Rela!;ao.A lei nao exige formali<strong>da</strong>des para este rt;'CUrso, no manifesto pcopOsito de facilita!a sua utiliza~ao pe/os indfgenas. 0 recurso podera ~r interposto por simples requerimento,stm necessi<strong>da</strong>de de set articulado.Como este recurso e apenas uma nova. fase do processo de concessiio <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.n5.o nos custa admitir que 0 rtqu(:rimento de recurso possa ser entregue na propriaadministra~ao do conctlho ou circl!nscri~ao, que 0 enviarci, pelas vias legais, para 0Tribunal <strong>da</strong> Rela~ao,2. Prazo para a interposi(;iio de recurso.o interessado dcvera remrr!:r no prazo de quinze dias.~ste ~r~o deve contar·se a partir <strong>da</strong> IlOtificar1lO, isto e, do conhecimento <strong>da</strong>doprj( via oflC1a~, ,do _contelido do dt'Spacho de indeferimento. A boa pratica sera lavrartt"r~o <strong>da</strong> ~()tlflCa~ao, dond~ crJfJStI: a <strong>da</strong>ta desta, para que 0 Trinllnal <strong>da</strong> Rcla~ao]XILa (;Jnl:ccer se 0 rtcurso e Intcrposto em tempo.Ha am<strong>da</strong> a considerar a hipotese <strong>da</strong> /Jassh'idtlde <strong>da</strong> Administrar;ao. 0 indigena~~~er:"U a :cmcessao <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e sobre 0 seu pedido recai apenas 0 siJencio <strong>da</strong>n.wIlJnIstra~ao''d d' ;oem Ih', r~ e nott'f'lCad ed-0 dcspacho de indeferimento nem se the (one ~~ (1 .a a~I:. t-'t"'ita hJjJ~t(:st (: de aplicar a doutrina do art. 489." do <strong>Estatuto</strong> do,uo:JJ~JOad1"mo Ultramano? (aprovado por Dec. n." 4O.708 de 31 de Julho de 1956);T._>:< ,dn o-se que os qulO'c d' , 0 d elllZ w') a que 5e !efcre 0 § unico do art. 58, evcontar-,,: d entro cia fase de' t - ( ~ ·:tod '., d' ( . lnS ru,ao art. 490." do citado Est:Ituto) e nao no pr~ ,f:tiVlfl,td'las a que se referc 0 art.489."d I - d fml-0 m~sm(J Jjplom-l) para rc:so u~,'o eva '-6 n~luerullentos l' 1X1j~ot\, •


ESTA l1]TO DOS INDI---- -- _____ ~ENAS POR11JGUESES--------- 121ARTIGO 60.0(Aquisi,ao autOlUlitica.<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>mad'enva<strong>da</strong>)o ?ilhete de ideoti<strong>da</strong>de sera passado sem de den - <strong>da</strong>sformalt<strong>da</strong>des previstas oeste diplo, pen C13.. - rna ,I quem apresente documentocomprovatIvo <strong>da</strong>lguma <strong>da</strong>s seguintes circunstancUts :a) Excrcer ou ter exercido cargo publico, por nomea{ao oucontrato;b) Fazer ou ter feito parte de corpos administrativos.c) Pos~uir 0 1." cicio <strong>dos</strong> liceus ou habilita~ao lit~niriaequlvalente ;d) Ser cornerciante matriculado, sOcio de socie<strong>da</strong>de comer.cial, exceptua<strong>da</strong>s as an6nimas e em coIrulndita por acc6esou proprietario de estabelecimento industrial que fun.cione legalmente.§ (JOico. Nao e considerado para 0 efeito <strong>da</strong> alinea a) 0 exer.dcio de cargo publico que tenha terminado por demissao ou res.cisao do contrato por motivo disciplinar.1. Forma automatica de aquisi~j,o <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.Alcm <strong>da</strong> forma nomlal de aquisi,iio <strong>da</strong> cid.1Jania, atIaves dum prOcc5S0 admmistrativodemonstrativo <strong>da</strong> existencia <strong>dos</strong> pressupostos de hcto exigi<strong>dos</strong> no art. ~.o(ou 57."), 0 Est. actual pre\·iu outras duas formas de aqui,i(do dol ci<strong>da</strong><strong>da</strong>.ni.a: aaquisi(ao alltomatica e a :lquisi


[STAl1 T TOD ''-'',S INDIGENAS PORTUGUESESArtigo 60.°., clrgo [],ib/ico POT lIom11 It:r n" r .. !


.Attigo 6n,od) - Ser ,'omerciante matriruJado 6' J ', . ,r Cl0 fO.e 'oeteddde . I.If ,tnommar e em comal1dila t _ ~ comerrta, exceptuaaal. d . I f >fJr aCfoes 011 propr; 1" d b1ft uUrra que II11C;one hgalmefllc.e ano e ('sla eluimenloo A m'~tr!cula do"> eomcrciantes ern nome . d" , .47. do Cocllgo Comereial 0 3«()'("'" • ~n IVldu;l, cMa rr:gula<strong>da</strong> nO'; arts 46 e• • C 1\0 «matneul J ' 0 Of"~ • ,eula <strong>dos</strong> comcrnantes ern nome indo 'd I f a< 0» (mh lea-sf' pdf) facto tla mau!-- . I" IVt ua sect;ao aos IO'.lgmas. e urn indice not6r' d 'acult'III\J'.., mas a matncuh,,em relaassumeterto caracter de permaneoti~ C e qUdC () trato (omercial que e!.k desenvolveindigenas. se esenrola segundo os habitos <strong>dos</strong> naoAs diferentes especies de socie<strong>da</strong>des com .. _ .do C6d. Comercial e no art. 1.0 <strong>da</strong> Lei de 11 ~C!~~ ~t<strong>da</strong>o f'!JunC1ad~5 00 art. 105.'por Quotas). e n e 1901 (U1 <strong>da</strong>, S{)cie<strong>da</strong>des3. ~egime de recursos por recusa <strong>da</strong> passa~em de bilhete d 'dtl<strong>da</strong>de. 0 e 1 en-Se a pa;;sa~em de bilhete de identi<strong>da</strong>de I't'queri<strong>da</strong> nos term05 d ,.recusa<strong>da</strong>, 0 mdlgena podera recorrer para 0 Tribunal <strong>da</strong> Cornarca ~osartt (,0. f~rart. 439.· do C6d, de Registo Civil e do art. 70" do C6d d P 'G'I ermos 0S . d' . '. e roc. VII e d0 10 Igena vlver em provincias ultramarinas, utilizar-se-,i do proce~50 ~pecialregu a 0 nos arts. 1082.· e seguiotes do C6d. de Proc. Civil' se vive-r na m';r6 - Iregem os arts. 165.· e seguintes <strong>da</strong> Lei 2.049, de 6 de Agosto 'de 1951. '- po e,ARTIGO 61.°(Dispensa <strong>da</strong> prova <strong>dos</strong> requisitos exigi<strong>dos</strong> pam concessao normal cia ci<strong>da</strong>.d.mia)Os govern adores de provincia poderao conceder a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>niacom dispensa <strong>da</strong> prova <strong>dos</strong> requisitos exigi<strong>dos</strong> no artigo 56. 0 aosindivfduos que notoriamente os possuam ou que tenham presta<strong>dos</strong>ervic;os considera<strong>dos</strong> distintos ou relevantes a Pitria Portuguesa.1. Forma gra<strong>dos</strong>a de aquisi


--124ARTIGO 62. 0(Valor probat6rio do Bilhete de Idcnti<strong>da</strong>dc)o bilhete de identi<strong>da</strong>de faz prova plena ~a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e, nocaso de se ter extraviado, pode a sua concessao provar-se pelosmeios admiti<strong>dos</strong> em direito.§ tinieo. as alvaras de assimila~ao e outros _ d~~entos actualmentedestin a<strong>dos</strong> a provar a quah<strong>da</strong>de de nao-mdlgena poclemem qualquer tempo, ser substitul<strong>dos</strong> pelo bilhete de identi<strong>da</strong>de'mediante simples pediclo <strong>dos</strong> interessa<strong>dos</strong> a enti<strong>da</strong>de competent~para a passagem <strong>dos</strong> bilhetes, mas,. enquanto nao 0 forem, produzem,quanto a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, 0 efeito do bllhete.1. Legisl~ao preterita. Confronto.A fonte do corpo do art. 62.0 foi 0 art. 4. 0do Dip. Leg. D.O 1.364, de 7 deOutubro de 1946 (Guine).A prova <strong>da</strong> passagem <strong>da</strong> situa.~lio juridica de indigena para a de nao indigenafazia-se:a) - Por certificado ou a/tiara de aJJimila(ao passado pelo administrador <strong>da</strong>circunscri\ao ou concelho (Angola) ;b) -Pela cerli<strong>da</strong>o <strong>da</strong> sentenra <strong>da</strong> Relal;ao (acor<strong>da</strong>o) ou do Tribunal Privativo<strong>dos</strong> indigenas (MO\ambique) ;c) -P<strong>da</strong> conccssao de bilhete de identid _Je (G . , 4 0 d D' L• 64 au Ulne: art. . 0 Ip. egon. 1.3 ).2. Remissiio para legisla~ao geral.rial Cf. as disposi\oes0do Dec-:..,n° 40711 d e 1 d e A gosto de 1956 atentando espementeno art. 60. que estJpuia sec em as d" lSpOSli;oes - d este decreto '., aphcavels . aoSindigenas apeoas na parte em que para tlas remete 0 presente Est.ARTIGO 63. 0(Gratuiti<strong>da</strong>de do processo de aquisi(ao de ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia)o processo de aquisir'£i d 'd d ., .• .• " • 's 0 a (1 a ama e gratUlto, excepto quantoas taxa) normas do bIlhete de ident'd1 a d e.Taxas e emo!umentos.~<strong>da</strong> ('xetu~io do~ servit;05 rt,· ',1 ",.~ - •kle':iJ,~ nos arts 36. . - J. fcntd,uH,dO scrao cobra<strong>dos</strong> os emolumentos esta• • c: s


___________ EST~~!T


J26--[.'T!\TlTTO JJ''''n.)..: INDiGENAS PORTUGUESES ______ ~Artigo 64. 0, I . h'p6t ",,", m lis dcfcnsavel, joi por uma r,:.~J.o de simet .J 1 'amos -,t


Arti"o 65."Sccrctario <strong>dos</strong> Neg6cios I ad ig'.1l.1S, lom as ' " _do Dc-c de 23 de Maio de 1907. amplas at!lbul~oes lO\1stllnks do arLO 37."A b,l:,e 16.' <strong>da</strong> Lei n." 277 de 15 d AniJtracao Cil'il t/,/f Pl'ovJnc;as ['ltr",. ,e g;lsto de 1914 (Lei Organica de A4mi­Governador <strong>da</strong> col6nia por si (Hl '~)r'Urltn'lJl J.'J ~ Adlmu<strong>da</strong> RIbeiro) wosagrou que 0'- ' . t" 10 erm", 10 os funeionar' , lib eli" 0 protector nato do~ IOJlgenas cia col6 . 10$ \(.'U', S or !lA<strong>dos</strong>,N.• . I nla».a vlgenCla c a C. Org., art 30" ',. 'f' Jprotector <strong>dos</strong> indlgenas. '. , CSP_lI lca-se e novo que (J gt}v,mador e 0A regra deste art. 65," t("IIl assi ." I . _Ultraroarino. ' ro, uma Ja ar,~'l tradl


12RArti}!o 65. 02." __ Ouyi r os chefc:s indigcnas sobre as necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s Suas po-PU13(Oes ; . , . . ,.• 3." -- Proct:dcr, quando 0 Jul~em ncccssa.rlO, ~ tnquento sobred os assuntos referentes aos numeros antenorcs ,to os .4." _ Propor ao1" d d'dgon:rnado~ .<strong>da</strong> co ~m~ to as as me I as que entenderemcom cnientes em beneflC10 <strong>dos</strong> tndlgenas ; "5.U _ Consultar sobre to<strong>dos</strong> os assuntos rderente;> ~ tndlgenas emue {orem man<strong>da</strong><strong>da</strong>s ouvir pelos governadores <strong>da</strong>s col~nlas ;q 6." _ Aprovar os contratos a que se rdefe 0 artlgo 10. 0 ;7.0 _ Exercer as demais atribuir;5es que lhes forem consigna<strong>da</strong>snos C6digos do Indigenato e. regulament~s locais e 9.ue os governadores<strong>da</strong>s col6nias julguem convemente confer~r~lhe~, ~o lOteresse <strong>da</strong> melhorexecw;ao <strong>dos</strong> servir;os de protecc;ao e pohtlca lOdlgenas.A quest:'.o de determinar se devem ou nao sobreviver as comis~5~s de defesa .<strong>dos</strong>indigenas, no domfnio do actual Est., prende-se com 0 problema prev~o. de determlOarse 0 Est. de 1929 foi ab-rogado (totalmente revogado por forma taClta) ou apenasderrogado parcialmente pelo Est. actual._A doutrina tem pres5uposto geralmente a total revoga{ao do Est. de 1929. Assim,o Prof. Silva Cunha escreve a paginas 212 <strong>da</strong> 2.8 edi


• ••••••••••••••••••••• & ••••ESTATIJT() DOS_ I~fGENAS PORTCGUESES------~------ 129Artigo 65,'Em materia de IntlTprctarao tcrn d d d .textos respectiv()') se houve re;;lm(-nt. e e ~ZI!'St:, elll !>uma, <strong>da</strong> comparacao <strong>dos</strong>preceitos anteriores regulando de forme a dl?fterll;ar, <strong>da</strong> parte do le~5l.ador em ·revtH.~b I d· a 1 erente (J~ mesm( -IY"csta t' ecen 0 novos principios de direito absol u~. '" ca~>s .ant'~ previ5to~ ouE a rc-vogar;ao do primeiro peIo se rn~ trunt.-nte l.ncompatlVt1S com eles.antinomia <strong>dos</strong> seus preceitos ou prin/~' (f <strong>dos</strong> rcfen<strong>dos</strong> E~tatut(>s seria tC1tal >e av(1'ificar sOmente quanto a alguns de1e2)IOS osse total como ',.f:na parcial 'Ie tal seNa primeira hip6tt.~ l'ra curial que la s fT. . . .no segundo consignado pren:ito txpres'sope· ua ~II Id.ldt. em heM tecnJca 'Ie tiv~~ 'd f' rev(w.an, (>pot nao tertotalmente ( .51 0 tHo Ic-varia so por si a c " ~ .} pnmellO 0 que,lador considerando que pn.'C~itos havi; do r:~t!~~rn~ t(.~e tal Int::!,t(: ~ ulti~ legi~p.or menor facili<strong>da</strong>de, a contigencia de uma dis


ESTATlI'f() OOS .!ND~GEi'


A Inspec~ao enviara esses relatrios, al.Umpanha<strong>dos</strong> de outroselementos que tenha por convellicntcs, ao Conselhn Ultramarino,que so?r~ eles elaborad. p~re(er, em sess;lo plena.§ tlOleo. Para clab~ra\ao do parceer referillo no corpo do artlgo,o Con.setho Ultramanno podcra solieitar a quaisquc[ autori<strong>da</strong>desc servl


I Ilegisla~aocomplementar


ESTATUTO DOS JULGADOS MUNICIPAlSDAS PROVINCIAS DA GUINE, ANGOLAE MO~AMBIQUEDecreto n.O 39.817, de 15 de Setembro de 1954, rectificado no Diiriodo Governo, l.a serie, de 10 de Outubro de 1954.Promulga a organiza


Decreto n.O 39.817A Lei Organica do Ultramar, de 27 de Junho de 1953, previuque. .nas comarcas do,ultramar.se compreendessem'Juga1 <strong>dos</strong> muniopals,e para as provlnclas do continente afrl'canA det ..T . u erminou, nabase L?,-: ' que .0. Julgamento <strong>da</strong>s questoes gentilicas fosse cometidoao JUIZ munlcipai.Surgiu . ain<strong>da</strong> a n~c:ssi<strong>da</strong>~e de,. em. execu~ao do principio legal,organlzar a admlnlstra~ao <strong>da</strong> Just1~a, ate agora confia<strong>da</strong> aosJulga<strong>dos</strong> municipais, ordinarios e especiais, julga<strong>dos</strong> instrutores etribunais privativos de indigenas.Deve, alias, recor<strong>da</strong>r-se que esta multiplici<strong>da</strong>de de tribunalsera mais aparente do que real, visto que vinham a confundir-se,(orno regra geral, na mesma pessoa - 0 administrador - as variasfun~Oes que as leis atribuiam a ca<strong>da</strong> urn.As circunstancias peculiares <strong>da</strong>s provincias ultramarinas naopennitem, nem sequer aconselham, que se entregue exclusivamenteaos magistra<strong>dos</strong> de carreira a administra~ao CIa justi~a.Por urnlado, e necessario <strong>da</strong>r especial relevancia as questoes gentilicas,submeti<strong>da</strong>s em grande parte ao direito tradicional <strong>dos</strong> indigenas,cujo conhecimento implica intimi<strong>da</strong>de, hio profun<strong>da</strong> quanto possivel,<strong>da</strong> autori<strong>da</strong>de com a vi<strong>da</strong> local. 56 ° directo representante<strong>da</strong> Administra\ao, protector <strong>dos</strong> indigenas e agente con stante <strong>da</strong>cultura portuguesa, est a indicado para resolver, ern :egra, as questoesgentHicas, aproveitando do prestigio <strong>da</strong> auto!1~a?e, que as­~im aparcce indivisa, para obter 0 cumpri111ento paclf1co <strong>da</strong>s decisoes.F rneSlno quando os problen1as suscita<strong>dos</strong> pela con:or~enciad 1 . 1 .. l' . pll'cao1 '1 f)revaienCla <strong>da</strong>ael portuguesa COITI a el IOC tgena In1"" . ... " .


FSTATUT() DOS JCLGADOS jvHJNICIPAIS138 . __ --- ________incompreemiveis, <strong>da</strong>ndo-se assin: uma grande liber<strong>da</strong>de ao juizpara resolver problemas que eXlgem, pela natureza <strong>da</strong>s coisas,largo recurso a equi<strong>da</strong>de.'-Por outra lado~ a ocupa~ao judicial de todo 0 territorio naopode prescindir <strong>da</strong> int~rven~a.~ d~s a~n1inistradores p~ra a prepara~aoe julgan1ento de qucstoes Intelramente suborchna<strong>da</strong>s a leicomum. Como, porem, a complexiclade e a multiplici<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s atribui~oesque a lei Ihes confere nao permite cometer-Ihes 0 encargo<strong>dos</strong> melindrosos problen1as juridicos, que s6 os especialistas po ...clem convenientemente resolver, manteve-se 0 sistema de guar<strong>da</strong>rpara a sua competencia as providencias mais simples ou mais ur·gentes, e no restante~ actuando como delegado do tribunal~ comum,receberao deste, para cad a caso, a orienta~ao necessaria.Pensa-se que deste lTIodo se assegura simultaneamente a ocupa~aojudicial do territ6rio e 0 respeito 'pela legali<strong>da</strong>de.Nestes tennos, OUYido ~ Conselho Ultramarino ;Us.an~~ <strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de conferi<strong>da</strong> pelo n.O 3.° do artigo 150.° <strong>da</strong>Constltul\2.0, 0 lYfinistro do Ultramar decreta e eu promulgo 0seguinte :


CAPITULO IOrganiza~ao<strong>dos</strong> iulga<strong>dos</strong>~-\rtigo 1.° Nas eomareas judiciais <strong>da</strong> Guine' An. 1 M. h ' . 1 d ' go a e 110-~amblque avera JU ga os municipais.§ unieo. A area do julgado municipal corresponde e. . ,.., , m regra,J d~s clrcunscn~~es ou concelhos. O,Mi.nistro do Ultramar pode,sob.re , propo.sta 00 gove~n? <strong>da</strong> provIncIa, autorizar a cria~ao demats oe urn Julgado municIpal nos concelhos ou circunscri~6es emGue isso se justifique.Art. 2.° Os juizes n1unicipais sao, em regra, as autori<strong>da</strong>desadministrativas <strong>da</strong>s circunscric;6es ou concelhos.§ 1.0 Quando num concelho Oll circunscri~ao houver mais queum julgado municipal, as func;6es de juiz serao exerci<strong>da</strong>s pela autori<strong>da</strong>deadministrativa que for designa<strong>da</strong> pelo governador-geralou de provincia.§ 2.° Sobre proposta do Governo <strong>da</strong> provincia, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> na naturezae quanti<strong>da</strong>de do servi~o judicial do julgado, 0 Ministro doUltramar pode determinar que as fun\oes de juiz municipal sejamexerci<strong>da</strong>s temponifia ou definitivamente por magistra<strong>dos</strong> de carreira,judiciais ou do Ministerio Publico.§ 3.° Nas suas faltas e impedimentos os jUlzes municipais queforem autori<strong>da</strong>des administrativas serao substitui<strong>dos</strong> pela formaque a lei administrativa indique. , .Art. 3.° Os jUlzes municipais sao independentes no exe~clcloca sua jurisdi~ao e irresponsaveis pelas .sen~~n~as que profenrem,nos mesmos tern10S que os magistra<strong>dos</strong> Judlclals. .Art. 4.° Nos julga<strong>dos</strong> municipais nao ha representante do 111-nistfrio Publico, praticando 0 juiz oficiosamente os ~ctos. que ,por1 el 'd epen<strong>da</strong>m de promos;ao ,.. d ague 1 e magIs ' t r ado ou seJam Inclul<strong>dos</strong>na Sua competencia. h ' bdm ' . t t'Art. S.r, Nas freguesias e postos a lnlS raos avera a ran-IV ,gendo as respectivas {lreas, julga<strong>dos</strong> de paz.


]40l:~T:\TUTO DOS JULG~DOS Ml._fN_I_C_IP_A_I.S _____ _-{' , . - 0' J'ulzes de f1az nao tem func;5es jurisdicionais e sao~ unIlO, :. . .as ;utori<strong>da</strong>des administrativas locals ou quem por leI as subs_iituir. . f - 'b 'dArt. 6.° Nos julga<strong>dos</strong> municipals as unc;oes atrt Ul as por leiaos oficiais de justic;a serao desempe.nl:a<strong>da</strong>s; segun~o as respectjYascategorias. roc funciomirios ~d~mlstratIVos, desIgna<strong>dos</strong> pelogovernador de provincia ou ~~ dl~tnto. . . .Art. 7.° Os juIga<strong>dos</strong> mUnICIpalS espec~als ac_tuaimente .exIstentesem Moc;ambique e no Estado <strong>da</strong> IndIa serao convertt<strong>dos</strong> emcomarcas a medi<strong>da</strong> que forem orc;amenta<strong>da</strong>s as correspondentesdespesas. .' .Os juIga<strong>dos</strong> municipais de DJU e de Chmde fteam desde ja sujeitosao disposto no presente diplo~a, devendo os respectivosjuizes ser sempre magistra<strong>dos</strong> de carreIra e mantendo-se em vigora Iegislac;ao relativa aos respectivos subdelega<strong>dos</strong>.CAPITIJLO IICompetencia <strong>dos</strong> iuizes municipaisArt. 8.° Compete aos juizes municipais :1.° Preparar e julgar os feitos-crimes que nao perten~am aJUlzo especial e em que a pena aplicivel seja, separa<strong>da</strong> ou cumulativamente,qualquer <strong>da</strong>s enumera<strong>da</strong>s no artigo 65. 0do C6digode Processo Penal, mesmo que se trate <strong>da</strong>s transgressoes referi<strong>da</strong>sno artigo 66. 0 deste c6digo ;2." Preparar as acr;oes clveis de valor nao excedente a 6.000$e julga-Ias quando qualquer <strong>da</strong>s partes nao requeira nos articula<strong>dos</strong>a remessa ao juiz de direito ;3." Conhecer <strong>da</strong>s execuc;5es de valor nao excedente a 6.000$,ate a arrematar;ao <strong>dos</strong> bens penhora<strong>dos</strong> ;4:" ~oma~ as prov~dtncias conservat6rias que se tornem indispensavelsa flm de eVltar 0 extravio de bens, de harmonia com 0Decreto n.O 14974, de 30 de Janeiro de 1928 .5." Proceder .ao embargo de obra nova e .1 ratific~ao do mesmoembargo f~ltO extrajudicialmente e, bern assim, a arrestos,ar.IOl~me~tos (: Imposi\=oes de selos quando 0 valor destas providenclasnao txce<strong>da</strong> 6.00M, ;


6.° Prati.car os actos process~a~s que nao envolvam julgamentoe Ihes sel.a~ d~lega<strong>dos</strong> pelo lUIZ de direito, nao podendo nosprocessos Cn~1I1a1S <strong>da</strong>r 0 despacho de pronuncia OU equivalente ;7.° Cum.rnr n:an<strong>da</strong>J~s, cartas dt ordem, precat6rias de outrosjuizos ou tnbunals, IOclullldo cita\oes e notifica\oes ;8.° E~p.edir m~n.<strong>da</strong><strong>dos</strong> e cartas, oficios ou ttlegramas precatoriose sohCltar ao lUlZ de direito 0 envio de cartas rogatorias ;9." Instruir e julgar, quando por lei nao forem especial menteatribui<strong>dos</strong> a outros tribunais, os processos que tenham por objectoquestoes dveis, sempre que auto res e reus sejam indigenas, osprocessos relativos a crimes contra a proprie<strong>da</strong>de a que correspon<strong>da</strong>pena correccional, cometi<strong>dos</strong> s6 por indigenas, e os processosrelativos a quaisquer outros crimes, quando os reus e ofendi<strong>dos</strong>sejam indigenas.§ 1.° Quando em qualquer processo se deem os incidentes deintervenc;ao de terceiros, falsi<strong>da</strong>de ou habilita\ao, ou quando nasexecuc;6es forem <strong>da</strong><strong>dos</strong> a penhora bens imobiliarios, a competenciareverte ao juiz de direito.§ 2.° Os juizes municipais nao te~1 competencia para conheeer,mesmo incidentalmente, de questoes sobre estado <strong>da</strong>s pessoasou (.las questoes clveis em que 0 Estado seja parte. ~Art. 9.° E restrita ao n.') 9.° do artigo antecedente a competencia<strong>dos</strong> juizes municipais de julga<strong>dos</strong> correspondentes a orcunscri


----1'() OOS· JUI GAlX)~ MUNIOP1USESTAW, , - .-----') Nos inventarios orfanologicos ,e de maio~es, ate a promo-_ • t . bf..? a forma <strong>da</strong> partilha, excluslve ;C10 l>U respos a so. i) Xos casOS nao abrangi<strong>dos</strong> no artigo anterior, ate a decisao-. 'I, que comnctira ao juiz de direito.110.1. r-4. 0 Autorizar, nos termos legais, registos de nascimento e obitofora <strong>dos</strong> prazos normalS;5.0 Conhecer <strong>dos</strong> recursos interpostos em materia de registocivil:6." Rubricar os livros notariais, os de registo civil, predial e co­I:lerci3.l e, bern assim, os <strong>dos</strong> comcrciantes.~ tinieo. Nao sao aplidveis aos jUlzes re£eri<strong>dos</strong> no corpo do~rti~o :1S restri~6es conti<strong>da</strong>s nos parigrafos do artigo anterior.--CAP1TULO IIICompetencia <strong>dos</strong> iuizes de paz... \rt. 11.0 Compete aos jUlzes de paz :. ...l.0 Tentar, a requerimento de qualauer interessado, a conalia-\"ao <strong>da</strong>s partes em suas deman<strong>da</strong>s, sendo obrigatorio 0 compared.-menta <strong>da</strong>s partes, sob pena de multa ate 500$, e lavrando auto nolivro proprio;2," Levantar autos de notkia <strong>dos</strong> crimes pratica<strong>dos</strong> na sua':'rt.::J., enviando-se imediatamente a autori<strong>da</strong>de judiciaria superior,(om 05 prtsos, se os houver, e com os instrumentos do crime eprovas de qualquer natureza que possa reunir ;. 3." Organizar corpos de delito, sempre que tal the seja cornetldoptla autori<strong>da</strong>de judiciaria superior, nao the cabendo nunca<strong>da</strong>r 0 d(;spacho de pronuncia ou equivalente ;, -1." Prat!


CAPITIJLO IVDas questoes gentilic:asArt. 12." 0 disp~Jsto nos artigos seguintes f: aplicave 1 a to<strong>dos</strong>os processos em que lOtc:rvenham indige'. . oas, excepto aos proce~sospor f _eItos-cnmes em que nem to<strong>dos</strong> os re . . d' ~. 0 N - _, us seJam lfl 1genas.A rt. 13. estas questoes nao


_-lTO DOS ]eLGADOS Ml1NIOP AIS£:,1:\1 _--.----____144 -~-~----I,'<strong>da</strong>de <strong>da</strong> causa 0 justificar, proferi-la par es 'ou, se a comp eXI . . , , CTtto. " 1. razo de dez dlas, A senten\a, que flxara sem~ pubhca- .l no p 'I'd . bI' pret: , , l' t pecuniario, sera Ium equ!\a ena pu lcamente em dia des'e. _ 19-considerando-se translta<strong>da</strong> para a parte que nao compare_oa d 0, 'f d d d.' r N.:; acto serlo as Flartes Inle", e.seorma,as e que po em reeOrrerpOr SImp. 1esdel'laradio:;""de que se tamara termo, no prazo de Cl'ncodlas subinJo os autos Imedltamente ,;,0 Homologa<strong>da</strong> a transaq:ao ou~ transita<strong>da</strong> a ser:tenc;a, e sendope '1 c' d ,,'di<strong>da</strong> a execuc;ao par declarac;ao verbal reduZl<strong>da</strong> a termoI 0 reu intimado a eumpn- a no prazo .i.lxa 0 pelo JUIZ,sera _.ateI f"trinta dias, Sendo indigena, se a nao cumpnr sera 0 lC10samentecondenado nos autos em trabalho correecional ate ao maximo deurn ano, pena que cessa logo que cumpra a senten~a ou logo quepor qualquer outro modo s~ ex~nga a obrigac;:ao" ?s reg~lamentosde execu~ao <strong>da</strong>s penas ftxarao a parte do salano destma<strong>da</strong> aindernniza~ao <strong>dos</strong> autores, ate ao montante do equivalente peeuniariofixado na senten~a, Nao sendo indigena, 0 condenado seracoercivamente obrigado ao cumprimento pelo processo <strong>da</strong>s execu­«;oes fiscais,Art, 16,0 As questoes criminais serao processa<strong>da</strong>s do seguintemodo:1.0 Qualquer autori<strong>da</strong>de ou funeionirio a quem seja <strong>da</strong>do conhecimentode infrac


______ E_S_T_A_TI!TO DOS JULGADoS MUNIOPA1S 1.(5~---------- -------4.° Terminado 0 corpo d d l·t ,.. . e _ : 1 0, 0 processo sera arqUlvado,se estlver demonstra<strong>da</strong> a mexIskncia <strong>da</strong> infracc:io ou d dd lh ., man a 0aguar ar me Or prova, se nao tiverern sido descobertos os seusagentes ;. . '5." ~e tiverem sido apura<strong>da</strong>s a infracc;ao e as seus agentes, 0l Ul2 <strong>da</strong>ra u~ desRacho de classificac;ao no prazo de cinco dias, no


146. - d 5 restantes provas :lpresenta<strong>da</strong>s e as informaroes dJC,,;crJ(:lO a A • ~ . os.• , lU -, seassess(\ res,fani referenoa na senten


.r..).7" A'Ind. a (lue Se ap l' lque 0 processo comum, em flagrantedehto, por cnme a q~e correspond a pena de trabalho, os indigenasserao sempre dctt<strong>dos</strong> e aguar<strong>da</strong>rao 0 julgamento em regimede trabalho corrcccional.Fora ~o flagrante delito, os indigenas serao deti<strong>dos</strong> sempreque ao cnme. corre,s~on<strong>da</strong> pC.na mai~r, sejam reincidentes ou perigosos,ou haJa legltImo receto de (lue fujam ou dificu1tem a instru~ao.Serao sempre deti<strong>dos</strong> os que oeixarem de comparecer aqualquer acto judicial para que tenham sido chama<strong>dos</strong>. Em to<strong>dos</strong>05 casos aguar<strong>da</strong>rao 0 julgamento em regime de trabalho correcdonal.A deten~ao sofri<strong>da</strong> pelos indigenas sera toma<strong>da</strong> em conta porinteiro na pena comina<strong>da</strong>.§ 8. 0 Nunca se usara com os indigenas 0 processo de ausentes,devendo 0 processo, quando haja varios reus, seguir contra ospresentes e aguar<strong>da</strong>r a oportuni<strong>da</strong>de de seguir contra os que naoforem encontra<strong>dos</strong> nem comparecerem, sem necessi<strong>da</strong>de deextrair culpa tocante.§ 9.° Os autos a aguar<strong>da</strong>r melhor prova seguirao logo que 0tribunal tenha conhecimento de quak1uer elemento probatorionovo que sirva para esclarecer 0 processo.§ 10. 0 Os crimes cometi<strong>dos</strong> por ou contra indigenas tem 0 regime<strong>dos</strong> crimes Pllblicos, nao sendo admiti<strong>da</strong> a constitui()o departe.Art. 17.0 Em to<strong>dos</strong> os proces~os que tenham por objecto questoesgentilicas obscrvar-se-a ain<strong>da</strong> 0 seguinte :147V Nao serao admiti<strong>da</strong>s provas que nao sejam consentid;J.s pelalei comum ;2.0 To<strong>dos</strong> as autos sao vali<strong>dos</strong> desde que assina<strong>dos</strong> por fun-


1~ES TAn "TO oos JULGADOS . MUNIOP ___AIS5.0 0 chamamento a jUlZO sed. efectuado e sancionado pelaseguinte forma:a) Os indlgenas serao ch~ma,<strong>dos</strong> por ~vis~ ;-erbais_ tra?smiti<strong>dos</strong>por intermedio de regedores mdlgenas e em lUlZO serao Clta<strong>dos</strong> out"f -·l<strong>dos</strong>. do que se lavrara termo. No acto ser-lhes-ao sempre;:p~i~~~<strong>dos</strong> 0 objec~ivo e 0 significado <strong>da</strong> diligencia, bern como as direitosque Ihes aSSlStem ;b) Os indigenas que deixarem de comparecer, tendo sido devi<strong>da</strong>mentechama<strong>dos</strong>, serao condena<strong>dos</strong> em multa ate 200$ e envia<strong>dos</strong>a jUlZO sob prisao, se nao justi~icarem .a falta d:ntro de pr.azo, r~zoavel.A justifica~ao pode ser feita por mforma~ao de, f~ncl0narto aucomprova<strong>da</strong> por duas testemunbas que merec;am credlto ;c) Os nao indige.n~s ser~o cita<strong>dos</strong> au noti~ica<strong>dos</strong> por intermedio<strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des admlll1strahvas, usando-~ aVISO escnto ou carta regista<strong>da</strong>com aviso de recep;ao e com as cominac;5es <strong>da</strong> lei comum.6.° As testemunhas residentes fora <strong>da</strong> area do tribunal seraoouvi<strong>da</strong>s por carta, ofieio ou telegram a precatorio ;7.° As testemunhas indlgenas prestam juramento pelos sensusos e costumes de que dirao to<strong>da</strong> a ver<strong>da</strong>de, sendo sempre adverti<strong>da</strong>s<strong>da</strong> gravi<strong>da</strong>de do juramenta e <strong>da</strong>s sanc;5es penais em que incarrem;8.° To<strong>dos</strong> os processos, salvo justo impedimento, devem serjulga<strong>dos</strong> em 1. a instancia ate tres meses depois de instaura<strong>dos</strong>. asJulgamentos s6 podem ser adia<strong>dos</strong> uma vez, par falta <strong>da</strong> parte ouarguido ou de testemunha nao prescindivel ;.9.° As simples transgressoes serao julga<strong>da</strong>s sem recurso, pord,es.racho: ... com as previas diligencias que 0 juiz entender e obrigatunaaUdltncia do arguido ;1O.~ T o<strong>da</strong>s as multas revertem para 0 cofre <strong>da</strong> provincia, salvose aIel lhes cler outro destino ,..11. 0 A lei comum sera aplica<strong>da</strong> subsidiariamente aoS caso.sO~l1SS0S qu~ nao possam ser resolvi<strong>dos</strong> por analogia com dispOS1-~ao deste dlploma ; \1:.0S6 cOHstituem nuli<strong>da</strong>des processuais a falt~ de audienci ado feu e a omissao de diligencia probat6ria que ain<strong>da</strong> possa sef


_ F~TA11JTO OOS Jl:LGADOS Ml'NJOPAIS 149._----_.._-- -- -----realiza<strong>da</strong>'.e afecte a justa decis:io <strong>da</strong> cau


ESTA11 JT() D()S HJLGAO()S MlJNJCJPA.JS----------------------tido, <strong>da</strong>ta do julgan1ento, decisao toma<strong>da</strong>, remessa ao tribunal superiore decisao final..~ lHlico. Estes livros terao termo de abertura e encerramento~ ~assina<strong>dos</strong> pelo presidente do tribunal.CAPITULO VDisposi~oesgerais e transitoriasArt. 21.0 Os julga<strong>dos</strong>, salvo disposi~aoespecial <strong>da</strong> lei, naotern al~a<strong>da</strong>. Das senten~as do juiz municipal ha sempre recursopara 0 juiz de direito e deste havera recurso para 0 Tribunal <strong>da</strong>Rela~ao, se 0 valor for superior a sua al~a<strong>da</strong> clvel ou se for aplica<strong>da</strong>pena maior ou 0 reu for declarado perigoso. Dos ac6r<strong>da</strong>osdo Tribunal <strong>da</strong> Relacao nao hi recurso ordinario ..>Art. 22.0 Os autos de que ao juiz municipal 56 incumbe a prepara~aodevem ser remeti<strong>dos</strong> a autori<strong>da</strong>de judiciaria superior semnecessi<strong>da</strong>de de conta, sendo esta feita, a final, na comarca.Art. 23. 0As referencias legais ao julgado instrutor e ao tribunalprivativo <strong>dos</strong> indigenas passarao a entender-se relativamenteao julgado n1unicipal.Publique-se e cumpra-se como nele se contem.Pa~os do Governo <strong>da</strong> Republica, 15 de Setembro de 1954. -FRANCISCO HIGINO eRA VEIRO LOPES - Antonio de OliveiraSalazar - Manuel Maria Sarmento Rodriglles.Para ser publicado no Bo{etim 0 ficial de to<strong>da</strong>s as provinciasultramarinas. - M . .i\1. Saf171ento RodrigfleJ.


R.EFORMA PRISIONAL DO ULTRAMARDecreto-Lei n.O 39.997, de 29 de Dezembro de 1954, rectificado noDiario do Governo, l.a serie, de 12 de Janeiro de 1955.Torna extensivos ao Ultramar, com as modifica~6es especifica<strong>da</strong>s~os Decretos-Leis n.O 26.643, de 28 de Maio de 1936,e n.O 39.688, de 5 de Junho de 1954, que, respectivamente, promulgaa reorganiza~ao <strong>dos</strong> servi~os prisionais e substitui variasdisposi~5es do C6digo Penal.


Decreta-Lei n.O 39.997A base LXIX <strong>da</strong> Lei Organica do Ult d.., . £ ramar, e 27 de Junhode 195), prevlu que Osse tornado extensivo It .., l' . 'd ao u ramar 0 regImeprlSlona 111stttUI 0 pelo Decreto-Lei n 0 26 643 d 2 d .6 E. d d d .,. . , e 8 e Malo de193 .~sta unl a e e prl11cIplOS ,a corohirl·o dunl·d a d e d a 1· el penalvlgente em todo 0... terri to rio portugues,aimpll·c tamb'em que sepro~ure uttl1zar 0 .conJunto <strong>dos</strong> estabelecimentos existentes nosenttdo de proporclonar ao delinquente 0 regime prisional .d d ' . - matsa e'etua 0 a sua p~rsonalt<strong>da</strong>de. E nesse sentido que se providenciacom. 0 present.e d~ploma, estabelecendo as regras necessarias parareahzar tal obJecttvo, atendendo aos meios disponiveis e ao movimento<strong>da</strong> criminali<strong>da</strong>de.Acolhendo as recomen<strong>da</strong>~oes <strong>da</strong> experiencia propria e alheia,estabelece-se a rigorosa separ~ao de indigenas e nao indlgenas,suprimindo, para os primeiros, 0 regime celular, excessivamentecruel para 0 seu modo de ser e ineficaz como instrumento de rearbilita~ao. 0 trabalho e a instru~ao religiosa sao os dois principaisinstrumentos que se consagram para actuar sobre os delinquentesindigenas, aceitando que a priva~ao <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de flsica e a 10-caliza~ao <strong>dos</strong> estabelecimentos prisionais em locais afasta<strong>dos</strong> <strong>da</strong>sua sede habitual de vi<strong>da</strong> realizam uma intimi<strong>da</strong>~ao suficiente. Osaldeamentos onde se permite a constitui~ao d~ £amn~a ao~ indlgenasque se tenham mostrado aptos para segulrem vI<strong>da</strong> l!v~e, ~onestadeverao ser utiliza<strong>dos</strong> como instrumento de asslm<strong>da</strong>~ao. -P~nsa-se tambem que 0 regime de execu~ao <strong>da</strong>s penas de~e de-pender essenclaitnente. <strong>da</strong> persona. I'd d do delinquente e nao <strong>da</strong>1 a e '. ,natureza <strong>da</strong> pena a a nl1car.. P'or lSS0 sedetermina que os lndl'-',genas.I , . grupa<strong>dos</strong> em coionlasdecl ara<strong>dos</strong> judicialmente perlgosos seJam a. . . . . d ' e para os restantes se orgapenalScspCClalS adnl1ttn 0, porem, gu l' . ~ cor, ' . S· . f isto que as co anlas -Dlzc:m arenas co16nias penals. 19n1 lca . . ,l·d -I. , . "'" .... 1 vilnento <strong>da</strong> cnn1111,1. 1 at. e,recclOnatS serao detcrmlna<strong>da</strong>::; pe 0 rno ; d;spen\:a<strong>dos</strong>1 t s m'lS que serao 1 ..,'OU pela djficu I<strong>da</strong>ue <strong>dos</strong> transpor e, ,;


REFOR1\1fA PRISIONAL DP lJLThl\_f,11iR------'---.-sempre que as eo16nias penais possam ser eficientemente utiliza<strong>da</strong>spara 0 cumprimento ?e to<strong>da</strong>s, a~ penas. Dentro d?s estabelecimentospenais e que sera necessarlO agrupar os dellnquentes demodo que nao se verifiquem ac~5es de mutua corrup~ao, nao sedecretando-categorias abstractas porque nao 0 aconselha 0 estadoactual <strong>da</strong> experiencia. -Nestes termos :Usando <strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de conferi<strong>da</strong> pela l.a parte do n.O 2.° do artigo109.° <strong>da</strong> Constitui~ao, 0 Governo decreta e eu promulgo, paravaler como lei, 0 seguinte :-,Artigo 1.° E tornado extensivo ao ultramar 0Decreto-Lein.O 26 643, de 28 de Maio de 1936, com as modifica~6es resultantesdo presente diploma.§ unico. Nos estabelecimentos prisionais nunea sera consenti­~o 0 co~~a:to entre. indigenas e nao indigenas, e s6 por excep~aove permltlra que eXlstam estabelecimentos mistos.


CAPI11JLO IDos n50 indigenasArt. 2.° As cadeias com areas serao tambem destina<strong>da</strong>s aosfins do capitulo II do titulo I do referido decreto-lei, com obedienciaaos seus n.O 4.° do artigo 19. 0 e § tinico do artigo 10.0§ 1.0 Nas provincias <strong>da</strong> Guine, S. Tome, Macau e Timor haveraapenas uma cadeia central para o,cumprimento de to<strong>da</strong>s asas penas de' prisao simples, com see~5es especiais para os fins previstosno corpo deste artigo.§ 2.0 Nas restantes provincias as cadeias centrais obedeceraoao disposto no panigrafo anterior em rela~ao a comarca onde estiveremlocaliza<strong>da</strong>s,§ 3.° Sempre que 0 tribunal tenha jurisdi~ao sabre indigenas,a cadeia respectiva sera dota<strong>da</strong> de sec~ao especial para as deti<strong>dos</strong>a aguar<strong>da</strong>r julgamento.§ 4.° Quando 0 movimento <strong>da</strong> criminali<strong>da</strong>de 0 aconselhar, podent0 Ministro do Ultramar autorizar, por portaria, 0 des dobramento<strong>dos</strong> estabelecimentos previstos nos panigrafos anteriores.§ 5.° Fora <strong>da</strong>s sedes <strong>da</strong>s comarcas, as autori<strong>da</strong>des a quem COffipetira instru~ao de processos criminais dispodio de urn estabelecimentode deten~ao apropriado, nos termos <strong>dos</strong> artigos 19.° e seguintesdo Decreto-Lei n.o 26643.Art. 3.° As penas maiores e as medi<strong>da</strong>s de seguran~a seraocumpri<strong>da</strong>s nos estabelecimentos especialmente construl<strong>dos</strong> paratal efeito, em conformi<strong>da</strong>de com 0 disposto no Decreto-Lein.O 26643.§ 1.0 Enquanto nao existirem tais estabelecimentos as refer~<strong>da</strong>ssan~6es poderao ser eumpri<strong>da</strong>s na metropole, nos estabeleclmentosdependentes do Ministerio <strong>da</strong> ]ustic;a, fica~do. a cargo <strong>da</strong>srespectivas provincias 0 transporte de e para a prOVIncIa e a manuten~ao<strong>dos</strong> condena<strong>dos</strong> ate a sua libertac;ao.§ 2.° Os governadores designarao os estabelecimentos de as-


156SlstenCla. ~ . , l: 1,"("'1 110snitais e materni<strong>da</strong>des onde, em ca<strong>da</strong> provin-PU) ...., - I ' . _ . ._" ".:-, r'sF,cctivamente orgamza<strong>da</strong>s secc;oes espcClals para osUJ. ~er,l( t _ (" _ , .fins <strong>da</strong> seq


_-------~EFORMA PRJSIONAL DO lILTRAM.AR157CAPITIJ LO IIDos indigenesArt. 8.° Os estabelecimentos risio' . .nas destinam-se a detencao e ao p ~als pnvatIvos <strong>dos</strong> indige-' b . J cumpnmento <strong>da</strong> p'na d t bIh os pu l1~os ou de trab~lho correccional. cera a-'A. rt. 9. Os estabe1eClmentos prisionat's sa~o d as seguintes espeCles:1.: Estabelec~mentos de deten~ao ;2. EstabeleClmentos destina<strong>dos</strong> aonas, que podem ser :(umprimento de pe-~entIvaa) Colonias penais ;b) Co16nias correccionais ,.c) Granjas correccionais.3.° Estabelecimentos especiais.§. 1.0 Os ~st~~elecimentos de deten~ao destinam-se a prisao pre­e eXlshrao arenas nos casos referi<strong>dos</strong> no § 3.° do artIgo2.°§ 2.° As co16nias penais destinam-se ao cumprimento <strong>da</strong>s penasde trabalhos publicos e trabalho correCCil)nal.§ 3.° As eolonias correccionais destinam-se ao cumprimento <strong>da</strong>pena de trabalho eorreecional .§ 4.° As granjas eorreeeionais destinam-se aos fins do § 1. 0 e aoeumprimento <strong>da</strong> pena de trabalho eorreecion,ll nio superior atrcs meses, sempre que nao seja possive! transferir 0 delinguentepara uma colonia penal ou eorrcccional. Serao organizad~ r<strong>dos</strong>administradores de cirllInScri


ns-----------RH"'()RMA iJoRISION,\L DO ULTRAMARArt. 10.° Serdo declara<strong>dos</strong> indisciplina<strong>dos</strong> os indigenas aquem caiba a qualificac;:ao de delinquentes de difkil correc~ao, devadios ou equipara<strong>dos</strong>.~ twico. Quando a de<strong>da</strong>ra~ao de indisciplina nao tiver sidofeit; na sentenc;:a conuenatoria, sera requeri<strong>da</strong> pelo procurador <strong>da</strong>Republica e deve ser feita peIo tribunal <strong>da</strong> rela~ao.l1a.:.los pdo governador. haven! se«;ocs rigoiosamente separa<strong>da</strong>spara os fins do § 2.° do artigo 3.° ;c) Os indisciplina<strong>dos</strong> serao interna<strong>dos</strong> em eolonias pcnais especiais.Art. 11.° Dentro <strong>dos</strong> estabelecimentos prisionais 0 agrupamento<strong>dos</strong> reclusos far-se-a de modo a evitar ac~5es de mutuacorruncao ..l ,Art. 12.° 0 trabalho <strong>dos</strong> reclusos sera predominantementeagrkola. Nas colonias penais procurar-se-a seleccionar e adestraros mais aptos para 0 exercicio <strong>da</strong>s profissoes manuais.§ tinieo. A vi<strong>da</strong> prisional sera orienta<strong>da</strong> no sentido de eriar 0habito do trabalho em cooperas:ao. Nao haved regime celular,excepto para castigo ou para estudo do delinquente, por temponao superior a urn mes e no eomes:o do internamento.Art. 13. 0Sao obrigatorios, dentro do regime prisional, a instru~aoreIigiosa e 0 casino <strong>da</strong> lingua portuguesa.Art. 14.0 Nas colonias penais serao organiza<strong>dos</strong> aldeamentospara os indigenas que, cumprido urn ters:o <strong>da</strong> pena e mostrandocondi\oes de a<strong>da</strong>pta


159CAPITULO IIIDiz~csi~oesgerais e transitoi"iasArt. 16. 0 f! tornado extensi\ {) ao ultramar 0 Decreto-Lein.O ~9 688, de 5 de JUllho de 1954.S 1." Para os indig , ' _. ~d 1 en as, as penas malO res serao sempre substltUl<strong>da</strong>s pe a'pena de trabaIhos pu' bi'1eos peio perlOdo,eorrespone~te.ac,~sclclo de um ter\o e as penas correccionais serao sempresu stltUl· as pela pena de igual tempo de trabalho (orreeeionalagrava<strong>da</strong>.§ 2.° ~ pena aplica<strong>da</strong> aDs indigenas incliseiplina<strong>dos</strong> sera sempre,acresCl<strong>da</strong> de. metade <strong>da</strong> dura~ao que the eaberia nos termos doparagr~fo. antenor ~ nunea inferior ao minimo <strong>da</strong> pena de traba­Ihos pubhcos e malS urn ter~o. Esta ultima pena sera a aplidvelnos casos em que aos nao indigenas eaberia s6 uma medi<strong>da</strong> de segurans:a.Art. 17:° Guar<strong>da</strong><strong>da</strong>s as disposi\oes do prescnte diploma, 0Decreto-Lel n.o 26643, de 28 de Maio de 1936, e 0 Dccreto-LeiIl.O 39688, de 5 de Junho de 1954, sao apliciveis subsidiariamenteaos indigenas.Art. 18,0 Ao cumprimento <strong>da</strong> pena na metr6pole sed inteiramenteapIidvel 0 regime vigente nesta.Art. 19. 0Nas provincias de governo-geral 0 conselha <strong>dos</strong> servis:oscriminais sera constituido pelo procurador <strong>da</strong> Republica,que preside; pelo seu adjunto, que tam bern a substituiri nas suasausencias ou impedimentos; por urn representante do curador<strong>dos</strong> indigenas ou <strong>dos</strong> servic;os de administra


REFl>RMA l'lHSlONAL DO ULTRAMAR10() ~ ____ - ~~-- ~-- -----------~ ~~O


REFORMA PRISI(Jl\iAL DO tTfRAMAR 161---------------.---------------Costa - Joaquim Trigo de Negreiros - lOaf) de Matos AntunesVarela - Artttr Aguec/o de Oliveira - America Deus RodriguesThomaz - Pitulo Arsenio Virissimo Cunha - Eduardo de Arantes(: Oliveira - Marmet Maria Sarmento RodrigueJ - Femando An·drade PireJ de Lima - UliJJes Cruz de Aguiar Cortes - ManuelGomes de Araujo - /oJe S(Jares del Pamer".Para ser publicado no Bolelim Oficial de to<strong>da</strong>s as provinciasultramarinas. - M. M. Sarmento Rodrigues.Para ser presente a Assembleia NacionaL


PORTARIA 11.° 15.612, de 21 de Novembro de 1955Esclarece algumas <strong>da</strong>s disposi~5es do Estahlto <strong>dos</strong> Indigenas;considera dificul<strong>da</strong>des surgi<strong>da</strong>s quanto a dorumenta~ao necessariapara os indfgenas adquirirem 0 direito a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e 0 hilhetede identi<strong>da</strong>de; determina os servi


Portaria n.O 15.612_ ~ren~o 0 Governo-Geral <strong>da</strong> provincia de Mo~alnbique pedidoes(.:l~reclmentos sobre algumas <strong>da</strong>s disposi~oes do <strong>Estatuto</strong> <strong>dos</strong>Indlgenas, aprovado pelo Decreto-Lei n.O 39.666 ,de 20 de Maiode 1954 ;Consider .... ando tan:b~m outras dificul<strong>da</strong>des surgi<strong>da</strong>s quanto adocumenta~ao necessarIa para os indigenas adquirirem 0 direitoa ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e 0 bilhete de identi<strong>da</strong>de ,.Sendo necessario deterlninar os servi~os do Ministerio e os <strong>da</strong>sprovincias ultramarinas de nao indigenato por onde cleve correro expediente respeitante a estes assuntos :Man<strong>da</strong> 0 Governo <strong>da</strong> Republica Portuguesa, pelo Ministro doUltramar, nos term os <strong>da</strong> base LXXXVIII <strong>da</strong> Lei Organica dolJltramar Portugues :1. 0 Os indigenas com residencia permanente na metr6pole ouilhas adjacentes que preten<strong>da</strong>m adquirir 0 direito a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e aconcessao do bilhete de identi<strong>da</strong>de devem dirigir os seus requerimentosao Ministro do Ultramar, acompanha<strong>dos</strong> <strong>da</strong> documenta­~ao exigi<strong>da</strong> por lei, fazendo deles entrega na Inspec~ao Superior<strong>dos</strong> N eg6cios Indigenas.2.° A esta Inspec~ao compete apreciar tais pedi<strong>dos</strong> e resolve­-los sempre que para tanto tenha delega~ao do Ministro do UItramar.3. 0 Os indigenas residentes nas provincias ultramarinas ondenao vigore 0 regime de indigenato que preten<strong>da</strong>m adquirir direitoa ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e a concessao do bilhete de identi<strong>da</strong>de devem dirigiros seus requerimentos, acompanha<strong>dos</strong> <strong>da</strong> documenta~ao exigi<strong>da</strong>por lei, ao respectivo governador <strong>da</strong> provincia, por intermedio <strong>dos</strong>servi~os de administra~ao civil, a quem competini <strong>da</strong>r 0 parecerreferido no § unico do artigo 58. 0 do Decreto-Lei n.O 39.666, de20 de Maio de 1954.4.° Quando do dOCUlnento referido na aHnea a) do artigo 56. 0 do


PORTARIA N.o 1 ).612~1~~ ____ --------------- -------------------____re_ fen·d De -reto-Lei n.O 39.666 nao conste a <strong>da</strong>ta do nascimento0 L . A. ,)odem os indigenas, seja qual for 0 local ~a sua resldenCla, suprir~ssa falta pela forma estabeleci<strong>da</strong> no ~ ~rtlgo 2:9.° do C6digo doRegisto Gvil (*), aprovado pelo Decreto n. 22.018, de 22 deDezembro de 1932.5.0 A proya <strong>dos</strong> factos referi<strong>dos</strong> nas alincas b), c) e d) do arti-0 56.0 do Decreto-Lei n.lI 39.666 far-se-a pela forma prescrita nas0leis, tnas podem tamb~m provar-se, gu~nt? aos in~J~en~ residentesna metr6pole. ilhas ad~accntes ou pr?Vln~las de na,o Indlgenato, POfcertifica<strong>dos</strong> <strong>da</strong>s auton<strong>da</strong>des ad1TIIDlstratIvas <strong>da</strong> area <strong>da</strong> sua residencia.6.0 A prova do facto a que se refere a alinea e) do artigo 56. 0do Decreto-Lei n.O 39.666 faz-se juntando documento comprovativopassado pela autori<strong>da</strong>de lnilitar competente <strong>da</strong> metr6pole, <strong>da</strong>s ilhasadjacentes ou <strong>da</strong>s provincias de nao indigenato.7.° E sempre exigivel para prova do born comportamento a certi<strong>da</strong>odo registo criminal demonstrativa de que 0 interessado nao~ofreu condena


,IndiceAbn."Viatllras ...Pags.5EST ATUTO DOS INDfGENAS PORTUGUESESRelat6rio ...Capitulo I - Dos indigenas portugueses e do seu estat~~o :::Capitulo II - Da situa~ao juridica <strong>dos</strong> indigenas ...SeC/;ao I - Da organiza

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!