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Boletim nº 3 - Escola Superior de Educação de Viana do Castelo ...

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Apren<strong>de</strong>r a apoiar a educação nos países frágeis*O Grupo <strong>do</strong>s Países Frágeis integra<strong>do</strong> no Comité <strong>de</strong> Apoioao Desenvolvimento – (CAD) da Organização para aCooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estáa trabalhar no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> aconselhar os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res no apoioà educação nos “países frágeis”. 1O Grupo <strong>do</strong>s Países Frágeis é constituí<strong>do</strong> porespecialistas em governação, prevenção <strong>de</strong> conflitos ereconstrução <strong>de</strong> agência <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento bilaterais emultilaterais para facilitar a coor<strong>de</strong>nação e partilha <strong>de</strong> boaspráticas para aumentar a eficácia <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento nos“países frágeis”.O CAD caracteriza os países frágeis como sen<strong>do</strong>aqueles on<strong>de</strong> existe uma falta <strong>de</strong> compromisso político ou umafraca capacida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>senvolver e implementar políticas afavor <strong>do</strong>s pobres. Tais países ten<strong>de</strong>m a ser caracteriza<strong>do</strong>scomo possuin<strong>do</strong> uma governação fraca e com tendência paraos conflitos violentos. Neles vivem um sétimo da populaçãomundial, um terço daqueles que vivem com menos <strong>de</strong> um dólarpor dia e meta<strong>de</strong> das crianças que morrem antes <strong>de</strong> atingir aida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cinco anos. Mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s cerca <strong>de</strong> 115 milhões<strong>de</strong> crianças que não frequentam a escola primária vivem empaíses frágeis.O CAD i<strong>de</strong>ntificou quarto tipos <strong>de</strong> países frágeis: em<strong>de</strong>terioração (<strong>de</strong>teriorating); <strong>de</strong>senvolvimento para<strong>do</strong> (arrested<strong>de</strong>velopment); recuperação recente (early recovery); e pós--conflito (post-conflict). Esta tipologia é útil quan<strong>do</strong> que pensaem diferentes estratégias <strong>de</strong> resposta. Por exemplo, emsituações <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração não será fiável, nem apropria<strong>do</strong>trabalhar com o esta<strong>do</strong>. Contu<strong>do</strong>, talvez seja possível trabalharcom as comunida<strong>de</strong>s no planeamento a longo prazo e no apoiosustentável ao sistema educativo enquanto que o esta<strong>do</strong> vai<strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> as suas capacida<strong>de</strong>s. Durante a fase <strong>de</strong>recuperação recente, os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res po<strong>de</strong>m trabalhar la<strong>do</strong> a la<strong>do</strong>com os parceiros governamentais numa transição gradual paraque o esta<strong>do</strong> possa <strong>de</strong>sempenhar um papel maior naorganização <strong>do</strong>s serviços educativos. No entanto, há oreconhecimento da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter em conta a realida<strong>de</strong>local no planeamento das respostas em contexto específicos.A educação só recentemente foi incluída como o quintopilar da ajuda humanitária. Mesmo assim, não énecessariamente incluída na resposta humanitária das agênciasinternacionais. Isto acontece apesar <strong>do</strong> facto <strong>de</strong> a educaçãoser um direito humano reconheci<strong>do</strong> com prováveis benefíciosinter-geracionais e na vida das pessoas no que se refere aocrescimento, à segurança e ao <strong>de</strong>senvolvimento. A educação<strong>de</strong>sempenha um papel fundamental na formação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>nacional e po<strong>de</strong> ser, ao mesmo tempo, uma arma e um promotor<strong>de</strong> paz. Felizmente, existe um reconhecimento crescente entreos especialistas em educação que a dicotomia entre ajuda -- <strong>de</strong>senvolvimento é artificial e a educação <strong>de</strong>ve ser planeadacomo um esforço a longo prazo. Este reconhecimento, contu<strong>do</strong>,necessita <strong>de</strong> ir para além <strong>do</strong>s especialistas em educação se,se preten<strong>de</strong>r que esta integre o nexo assistência humanitária-- <strong>de</strong>senvolvimento.Se as intervenções nos está<strong>do</strong>s frágeis não forem<strong>de</strong>senvolvidas <strong>de</strong> uma forma holística, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com umaabordagem sectorial po<strong>de</strong>rão surgir problemas. As previsõespara um <strong>de</strong>senvolvimento sustentável po<strong>de</strong>m ser obstruídaspor falta <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino pós-básico. É tambémessencial centrar-se na formação <strong>de</strong> professores – em particular<strong>de</strong> professoras – mesmo em condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong>terioradas ou com o <strong>de</strong>senvolvimento aprisiona<strong>do</strong>, pois, aeducação po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar um papel fundamental natransição pós-conflito. Se a formação vocacional não éproporcionada para os jovens fora da escola as suas frustraçõespo<strong>de</strong>m <strong>de</strong>spoletar um retrocesso às condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração.Deverá ser salienta<strong>do</strong>, contu<strong>do</strong>, que a formação vocacionaltem um registo misto, especialmente quan<strong>do</strong> as oportunida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> trabalho não se encontram imediatamente disponíveis.É importante construir a partir <strong>de</strong> iniciativasespontâneas da comunida<strong>de</strong> que, geralmente, prece<strong>de</strong>m aorganização <strong>do</strong>s serviços educativos apoia<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong>exterior. Contu<strong>do</strong>, é necessário sermos cautelosos. A confiançanas comunida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> intensificar a ina<strong>de</strong>quação,especialmente no caso <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s que estão<strong>de</strong>smembradas em consequência <strong>do</strong> conflito.educ@r sem fronteiras - Novembro 20066

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