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2CLAUDIA DE NONI VELHOA UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE BREATH-STACKING NA REEXPANSÃOPULMONAR EM PACIENTES COM DRENO DE TÓRAXCENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALEAprovado em _________________ <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2007, pela banca abaixo assina<strong>da</strong>.Banca:Ms. Suzana <strong>de</strong> Fátima VettorazziMs. Cássia Cínara <strong>da</strong> Costa


5DEDICATORIADedico este trabalho aos meus pais,Antenor e Eloir, pelos momentos <strong>de</strong> força eincentivo durante to<strong>da</strong> minha existência, bemcomo pela oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> cedi<strong>da</strong> para que eupu<strong>de</strong>sse vencer mais uma etapa importante epreciosa <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>.E ao meu filho Gustavo que vibrava etorcia por mim em todos os momentos.Pai, Mãe e Gus, obrigado...Pai, Mãe e Gus, conseguimos!!Pai, Mãe e Gus amo muito vocês!!


10HIV – Vírus <strong>da</strong> Imuno<strong>de</strong>ficiência HumanaPEEP – Pressão Expiratória Positiva Final


121.6 Manifestações clínicas.................................................................................................... 351.7 Radiografia <strong>de</strong> tórax ....................................................................................................... 361.7.1 Sinais do pneumotórax no raio-x............................................................................. 371.8 Fisioterapia ..................................................................................................................... 371.8.1 Técnica <strong>de</strong> Breath-Stacking..................................................................................... 381.9 Teste <strong>de</strong> função pulmonar .............................................................................................. 391.9.1 Manovacuômetria .................................................................................................... 391.9.2 Espirometria ............................................................................................................ 411.9.3 Cirtometria............................................................................................................... 432 METODOLOGIA................................................................................................................ 452.1 Delineamento do estudo ................................................................................................. 452.2 Procedimentos ................................................................................................................ 472.2.1 Contato inicial ......................................................................................................... 472.3 Projeto Piloto.................................................................................................................. 482.4 Estudo principal.............................................................................................................. 503 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................ 513.1 Descrições <strong>da</strong> amostra .................................................................................................... 513.2 Espirometria e manovacuometria:.................................................................................. 523.3 Tempo <strong>de</strong> permanência com o dreno <strong>de</strong> tórax e radiografia <strong>de</strong> tórax ............................ 583.4 Murmúrio vesicular ........................................................................................................ 60CONCLUSÃO......................................................................................................................... 61ANEXOS ................................................................................................................................. 69APÊNDICES........................................................................................................................... 72


13RESUMOA fisioterapia através <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> técnica “Breath Stacking” tem como principalobjetivo a reexpansão pulmonar, porém existem poucos trabalhos sobre a aplicação <strong>de</strong>statécnica. Entre as doenças que necessitam reexpansão pulmonar o pneumotórax possui umaincidência significativa na população, tendo como a principal causa o traumatismo torácico. Otraumatismo torácico que evolui para um pneumotórax limita a expansibili<strong>da</strong><strong>de</strong> torácica edurante o tratamento muitas vezes é necessária à colocação <strong>de</strong> um dreno para facilitar areexpansão pulmonar, porém mesmo com a colocação do dreno, ain<strong>da</strong> é necessária arealização <strong>de</strong> procedimentos fisioterapêuticos para aju<strong>da</strong>r na reexpansão. O presente trabalhotem como objetivo avaliar a aplicação <strong>da</strong> técnica “Breath Stacking” em indivíduos com dreno<strong>de</strong> tórax. Está pesquisa possui um paradigma quantitativo do tipo <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> casos,composto por três pacientes com pneumotórax à esquer<strong>da</strong>, com média <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> 23,5 anos,todos do sexo masculino, que foram avaliados em um Hospital do Vale dos Sinos. Osseguintes testes foram realizados no primeiro e no último dia <strong>de</strong> atendimento: espirometria,manovacuometria. Também foram avaliados os radiogramas <strong>de</strong> tórax, realizados no dia <strong>da</strong>colocação do dreno e no dia <strong>da</strong> retira<strong>da</strong> do dreno, os sinais vitais, cirtometria e auscultapulmonar antes e após ca<strong>da</strong> sessão. Todos os pacientes obtiveram melhora na espirometria, namanovacuometria e na cirtometria após a aplicação do tratamento com a técnica. Conclui-seque a técnica foi benéfica para os pacientes estu<strong>da</strong>dos, porém é necessário um estudo com umnúmero maior <strong>de</strong> colaboradores para que se comprove a eficácia <strong>da</strong> técnica na reexpansãopulmonar.Palavras chaves: Reexpansão Pulmonar, Breath-Stacking, Fisioterapia.


14ABSTRACTThe physiotherapy with application of breath stacking maneuvers has for mainobjective pulmonary reexpantion, however had few works about application of this technique.Among the diseases that need pulmonary reexpansion the pneumotórax have a significantinci<strong>de</strong>nce in population, having of main cause the thoracic traumatism. This can evolve forpneumotórax limit thoracic expansibility and many times during the treatment is necessary acollocation of drain to facilitate a pulmonary reexpantion, however even with collocation of adrain still needs realization of physiotherapeutic procedures to assist in reexpantion. Thepresent study have for main objective evaluate application of breath stacking technique inindividuals with thoracic drain. This research have a quantitative paradigm like a study ofcases, compound for three patients with a pneumotórax in left, and median age of 23,5 yearsold, all mans that were evaluate in a Vale dos Sinos Hospital. The subsequent tests were donein first and the last <strong>da</strong>y of atten<strong>da</strong>nce: espirometry, manuvacuometria, cirtometria. Thoracicradiographies were evaluated too, was done in the <strong>da</strong>y of drain collocation and withdrawal,vital sings and pulmonary ausculta before and after each session. All patients obtainedimprovement on espirometry, on manovacuometria and on cirtometria after treatment withapplication of the technique. Conclu<strong>de</strong>d that the technique was beneficent for studied patients,however is necessary a study in a bigger number of collaborators to prove the efficacy intechnique of pulmonary reexpantion.Key – words: Pulmonar reexpantion, Breath-stacking, Physiotherapy.


15INTRODUÇÃOOs recursos fisioterapêuticos para o tratamento <strong>de</strong> doenças respiratórias são bastantedistintos para as diferentes situações nas quais os pacientes se encontram. Quandoencontramos doenças que restringem a expansão pulmonar o principal objetivo no tratamentofisioterapêutico seria melhorar a expansão, para tanto, a <strong>utilização</strong> <strong>de</strong> técnicas para expandir opulmão são diversas.Entre as alterações do tórax que afetam a expansão pulmonar po<strong>de</strong>mos citar ostraumatismos torácicos que estão entre um dos principais traumas sofridos pela população<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito, aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trabalho e <strong>da</strong> violência urbana. Existemalgumas emergências cirúrgicas no tórax que precisam ser imediatamente reconheci<strong>da</strong>s ereverti<strong>da</strong>s <strong>de</strong>vido a sua incomparável morbi<strong>da</strong><strong>de</strong> e mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>: pneumotórax, hemotórax e<strong>de</strong>rrame pleural, nas quais ocorre uma redução ou eliminação <strong>da</strong> pressão intrapleural negativacausando um colapso pulmonar, resultando em uma atelectasia.Segundo Silva (1983), o trauma <strong>de</strong> um modo geral é reconhecido como uma novadoença do mundo civilizado ocupa já o terceiro lugar entre as causas <strong>de</strong> morte em qualqueri<strong>da</strong><strong>de</strong>, com <strong>de</strong>staque absoluto para população abaixo <strong>de</strong> 40 anos. Nessa ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira epi<strong>de</strong>mia, otrauma torácico tem contribuído com uma importante parcela <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Segundo a Organização Mundial <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> OMS, a mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> geral por trauma <strong>de</strong>tórax está em torno <strong>de</strong> 10%. O trauma vem crescendo no mundo civilizado e assumindo umaimportância socioeconômica sem prece<strong>de</strong>ntes. À medi<strong>da</strong> que aumenta a tecnologia e apopulação nos gran<strong>de</strong>s <strong>centro</strong>s urbanos, aumentam os traumatismos, seja em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>


16fatores envolvendo o trabalho, o trânsito e a violência urbana. (FELICETTI &CAMARGO,2001).É a causa direta <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 30% <strong>da</strong>s mortes traumáticas na América do Sul, noBrasil, mais <strong>de</strong> 600 pessoas morrem ou são feri<strong>da</strong>s diariamente por aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito, e amédia <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sses aci<strong>de</strong>ntados é <strong>de</strong> 30 anos (FELICETTI & CAMARGO, 2001).O tratamento para as alterações do tórax associa<strong>da</strong>s e específicas para ca<strong>da</strong> doençavaria <strong>de</strong> profissional para profissional, porém o método mais utilizado é a drenagem torácica,que é um procedimento cirúrgico a<strong>de</strong>quado que promove a saí<strong>da</strong> contínua <strong>de</strong> qualquerconteúdo localizado na cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> pleural. Para que o tratamento seja mais eficaz a fisioterapiaatua no restabelecimento precoce <strong>da</strong> função pulmonar e a alta do paciente, evitando assim,possíveis complicações pertinentes a internação. Surge com o tratamento fisioterapêutico apossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>utilização</strong> <strong>da</strong> técnica “Breath-Stacking” para expansão pulmonar, que seráutiliza<strong>da</strong> no presente estudo com o objetivo geral <strong>de</strong> verificar a efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> técnica <strong>de</strong>Breath-Stacking na reexpansão pulmonar em pacientes com dreno <strong>de</strong> tórax. Objetivosespecíficos: verificar a função pulmonar dos pacientes com dreno <strong>de</strong> tórax antes e após otratamento com a técnica, verificar o tempo <strong>de</strong> permanência com dreno, normalização domurmúrio vesicular e a expansão pulmonar através do radiograma <strong>de</strong> tórax.


171 EMBASAMENTO TEÓRICO1.1 Anatomia e fisiologia do tórax1.1.1 PulmãoOs pulmões são duas vísceras situa<strong>da</strong>s uma <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> lado no interior do tórax, on<strong>de</strong> sedá o encontro do ar atmosférico com o sangue circulante, a fim <strong>de</strong> enriquecê-lo <strong>de</strong> oxigênio,diminuindo o gás carbônico. Os pulmões são divididos em lobos, o direito com lobo superior,inferior e médio, e o esquerdo com o lobo superior, inferior e a língula que correspon<strong>de</strong> aolobo médio neste pulmão (TORTORA, 2000; CASTRO, 2005; AIRES, 1999).Essa divisão em lobos é estabeleci<strong>da</strong> por sulcos profundos existentes em suasuperfície, que são as fissuras. Ca<strong>da</strong> lobo pulmonar é subdividido em segmentos, queconstituem uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s pulmonares completas por apresentarem ramos próprios <strong>de</strong> artérias eveias pulmonares (TORTORA, 2000).Os pulmões são envoltos por uma membrana serosa que recebe o nome <strong>de</strong> pleura. Apleura visceral ou pulmonar envolve o pulmão, a pleural parietal ou diafragmática revesteinteriormente o tórax. A expansão e o retraimento do pulmão durante a respiração sãoassegurados pelo <strong>de</strong>slizamento que se processa entre a pleura pulmonar e parietal. Entre essaspleuras há vácuo relativo, o que é importante, por que a movimentação do pulmão não é ativae sim passiva. Os movimentos que <strong>de</strong>terminam aumento <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> torácica forçam aexpansão do pulmão como que succionado pelo vácuo interpleural (TORTORA, 2000;CASTRO, 2005; AIRES, 1999).


181.1.2 Espaço pleuralO volume <strong>de</strong> líquido que permanece no espaço pleural em condições fisiológicasnormais é estimado em 0,1 a 0,2 ml/kg por hora sendo reabsorvido pelos linfáticos <strong>da</strong> pleuraparietal que se localizam predominantemente nas regiões mediatinais, diafragmáticas e costaisinferiores.Um aumento patológico do volume <strong>de</strong> líquido no espaço pleural (ar, exsu<strong>da</strong>to ousangue), vai afetar a força aspirativa que <strong>de</strong>veria se mantiver com uma pressão negativa préexistente,resultante do campo <strong>de</strong> forças exerci<strong>da</strong>s pelo tecido pulmonar e pela pressãointerpleural coloidosmótica, irá então diminuir ou mesmo ser anula<strong>da</strong> com conseqüentecolapso pulmonar, parcial ou total.A pleura é uma membrana que separa o pulmão <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> torácica, diafragma emediastino. A pleura parietal a<strong>de</strong>re ao interior <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> torácica, a pleura visceral circun<strong>da</strong> ospulmões, exceto os hilos on<strong>de</strong> os brônquios e vasos sanguíneos maiores entram nos pulmões.As membranas pleurais são revesti<strong>da</strong>s com células mesoteliais. O espaço entre as pleurascontém aproxima<strong>da</strong>mente 5 ml <strong>de</strong> líquido lubrificante e está livre <strong>de</strong> ar, e as membranaspleurais são funcionalmente a<strong>de</strong>rentes, <strong>de</strong>vido à pressão negativa no espaço pleural (LUCE,1995).As duas pleuras não se separam porque a cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> pleural é fecha<strong>da</strong> e existe em seuinterior uma película líqui<strong>da</strong> que as une, <strong>da</strong> mesma forma que uma gota <strong>de</strong> água entre duaslâminas <strong>de</strong> vidro permite que <strong>de</strong>slizem uma sobre a outra, porém impe<strong>de</strong> que se separemfacilmente, exercendo uma pressão negativa em torno <strong>de</strong> 4 cmH 2 O o que representa atendência para a expansão do espaço pleural criado pelas forças opostas <strong>da</strong> retração pulmonare expansão <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> (AIRES, 1999).Conforme LUCE (1995), na capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> residual funcional (CRF) a tendência <strong>da</strong>pare<strong>de</strong> torácica é <strong>de</strong> retrair para fora e a dos pulmões <strong>de</strong> retrair para <strong>de</strong>ntro como a pressão noespaço pleural é negativa, ou seja, no espaço pleural a CRF é <strong>de</strong> 755 mmHg compara<strong>da</strong> àpressão atmosférica <strong>de</strong> 760 mmHg a pressão pleural é negativa (-5 mmHg), durante ainspiração a pare<strong>de</strong> torácica se move para fora se tornando mais negativa ain<strong>da</strong> (-20 mmHg)


19<strong>de</strong>vido a ve<strong>da</strong>ção entre as superfícies pleurais pela presença <strong>de</strong> água, a retração interna dospulmões é venci<strong>da</strong> e eles se expan<strong>de</strong>m.1.1.3 Músculos RespiratóriosA função principal do sistema respiratório é promover a troca <strong>de</strong> oxigênio e gáscarbônico entre a atmosfera e as células do corpo, <strong>de</strong> forma coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e rítmica. Para isso,este sistema faz com que o ar inspirado entre em contato com o fluxo sanguíneo capilarpulmonar, assegurando um intercâmbio rápido e eficiente <strong>de</strong> oxigênio e gás carbônico.Vários músculos contribuem para o movimento <strong>de</strong> gás para <strong>de</strong>ntro e para fora dospulmões agindo sobre a caixa torácica para que seja cria<strong>da</strong> uma diferença <strong>de</strong> pressão entre omeio interno e externo do corpo. Esses músculos po<strong>de</strong>m ser divididos em duas categorias. Porum lado, estão os músculos inspiratórios que, por sua vez, po<strong>de</strong>m ser divididos em principaise acessórios.O diafragma e os intercostais externos são os músculos inspiratórios principais. Elessão ativos tanto durante a respiração calma quanto durante o aumento <strong>da</strong> ventilação. Osmúsculos acessórios inspiratórios auxiliam os principais quando a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> ventilatóriaaumenta, como durante exercícios. Os escalenos, os esternocleidomastoí<strong>de</strong>os, os peitoraismaiores, o trapézio superior e os abdominais são os músculos inspiratórios acessóriospredominantes (CARVALHO, 2001; KAPANDJI, 2000; SCANLAN, WILKINS &STOLLER, 2004).Por outro lado estão os músculos expiratórios, os quais não são divididos emprincipais e acessórios, visto que a expiração é um processo passivo durante a respiraçãonormal e ocorre <strong>de</strong>vido à elastici<strong>da</strong><strong>de</strong> dos pulmões e <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> torácica, além do relaxamentodos músculos inspiratórios. À medi<strong>da</strong> que a respiração fica mais intensa, como nos exercícios,ou mais trabalhosa, como na doença respiratória, ou quando a expiração é realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong>maneira força<strong>da</strong>, o processo expiratório <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser passivo e passa a utilizar os músculosexpiratórios acessórios, que são constituídos pelos abdominais (reto, oblíquos internos,externos, e transverso do abdômen), intercostais internos, quadrado lombar e triangular do


20esterno (CARVALHO, 2001; KAPANDJI, 2000; SCANLAN, WILKINS & STOLLER,2004).O diafragma po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito como uma lâmina músculo-tendinosa, com formato <strong>de</strong>uma cúpula volta<strong>da</strong> cranialmente, que serve <strong>de</strong> apoio para as vísceras torácicas na posiçãoereta, e que se dispõe transversalmente entre o tórax e o abdômen. Segundo alguns estudiosos,este músculo separa anatomicamente a cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> abdominal <strong>da</strong> torácica e, segundo outros, asaproxima. No tórax, está em contato direto com os pulmões e coração; no abdômen, com ofígado, estômago, baço, pâncreas, rins e supra-renais (IRWIN & TECKLIN, 1997;TARANTINO, 2002; TRIBASTONE, 2001).O diafragma é um músculo ímpar e assimétrico, essencialmente inspirador, cujasfibras musculares têm origem na região vertebral lombar, na porção posterior processo xifói<strong>de</strong>e nas seis últimas costelas.Segundo Scanlan, Wilkins e Stoller (2004), como o fígado se encontraimediatamente abaixo <strong>da</strong> hemicúpula direita, esta se encontra cerca <strong>de</strong> 1 a 2 cm mais alta queesquer<strong>da</strong> ao final <strong>de</strong> uma respiração calma. Isto posiciona a cúpula direita na altura <strong>da</strong> nonavértebra torácica posteriormente e <strong>da</strong> quinta costela anteriormente, enquanto que, no ladoesquerdo, o diafragma se encontra na altura <strong>da</strong> décima vértebra torácica posteriormente e <strong>da</strong>sexta costela anteriormente, revelando que este músculo se dispõe obliquamente, com suaporção anterior mais eleva<strong>da</strong>. Porém, para Bethlem (2002), Carvalho (2001) e Tarantino(2002), não é o fígado que faz elevar a hemicúpula diafragmática direita, mas sim o peso docoração que faz a cúpula esquer<strong>da</strong> ser mais baixa.Segundo Azeredo (2002), o diafragma é o principal músculo <strong>da</strong> respiração,contribuindo em aproxima<strong>da</strong>mente 75% <strong>da</strong>s alterações do volume torácico que ocorre durantea respiração calma. Este músculo atua 24 horas por dia, <strong>de</strong> forma ininterrupta. Sua principalcaracterística é a resistência ao trabalho, ou seja, ele possui gran<strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar suafunção durante um longo período <strong>de</strong> tempo sem fadigar. Isto po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong>cerca <strong>de</strong> 55% <strong>de</strong> fibras musculares oxi<strong>da</strong>tivas do tipo I, altamente resistentes à fadiga.Durante a respiração calma, normal, este músculo se move aproxima<strong>da</strong>mente 1,5 cm,po<strong>de</strong>ndo chegar a 3 cm <strong>de</strong> excursão. Ca<strong>da</strong> centímetro <strong>de</strong> movimento vertical, num adulto


21médio, acarreta uma alteração <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 350 ml. Em níveis elevados <strong>de</strong>ventilação o diafragma é capaz <strong>de</strong> mover-se <strong>de</strong> 6 a 10 cm (BETHLEM, 2002; SCANLAN,WILKINS & STOLLER, 2004).Os mesmos autores afirmam que, durante a respiração calma, a excursão <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>hemidiafragma é praticamente igual. Porém, na respiração profun<strong>da</strong>, a cúpula direita po<strong>de</strong><strong>de</strong>scer mais que a esquer<strong>da</strong>. Entretanto, para Tarantino (2002), a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> normal <strong>da</strong>scúpulas frênicas po<strong>de</strong> ser igual ou haver predominância <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>las em até 1,5 cm. Alémdisso, Tarantino (2002, p.1025) cita que “é o lado esquerdo que excursiona ligeiramente maisque o direito”. Percebem-se, então, certas contradições entre diferentes autores.1.1.4 Volumes e capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s pulmonaresA dinâmica respiratória permite <strong>de</strong>finir um conjunto <strong>de</strong> volumes pulmonares, sendoestes <strong>de</strong>scritos a seguir:• Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> Residual funcional (CRF): volume <strong>de</strong> ar nos pulmões após uma expiraçãonormal: CRF= VRE + VR;• Volume Residual (VR): volume <strong>de</strong> ar que permanece nos pulmões após uma expiraçãoo mais força<strong>da</strong> possível, (aproxima<strong>da</strong>mente 1200 ml);• Volume Reserva Expiratória: (VRE): volume <strong>de</strong> ar adicional que é possível expirarapós o volume corrente (aproxima<strong>da</strong>mente 1100 ml);• Volume Corrente (VAC): volume expirado ou inspirado durante ca<strong>da</strong> movimentorespiratório;• Volume <strong>de</strong> Reserva Inspiratória (VRI): volume <strong>de</strong> ar adicional que é possível inspirarapós o volume corrente (aproxima<strong>da</strong>mente 3000 ml);• Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> Inspiratória (CI): volume máximo que po<strong>de</strong> ser inspirado a partir do final<strong>de</strong> uma expiração normal. CI = VRI + VAC;• Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> Vital (CV): volume máximo que po<strong>de</strong> ser expirado após uma inspiraçãomáxima. CV = VRE + VAC + VRI;• Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> Pulmonar Total (CPT): volume <strong>de</strong> ar nos pulmões após uma inspiraçãomáxima. CPT = CV + VR (SILVA et al., 2005);


22• Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> Vital Força<strong>da</strong> (CVF): volume expirado com esforço máximo e o maisrapi<strong>da</strong>mente possível, a partir <strong>de</strong> uma inspiração máxima.• Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> Vital Lenta (CVL): volume máximo que po<strong>de</strong> ser eliminado após ainspiração máxima, no entanto, sem exigência <strong>de</strong> esforço rápido e intenso. A CVL costuma serigual à CVF, salvo nos pacientes que apresentem obstrução severa, quando a CVF po<strong>de</strong> tornarseinferior à CVL, <strong>de</strong>vido ao alçaponamento <strong>de</strong> ar que po<strong>de</strong> ocorrer na expiração força<strong>da</strong>.• Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1): volume expirado noprimeiro segundo <strong>da</strong> CVF (SILVA et al., 2005; RODRIGUES et al., 2002).1.2 Dreno <strong>de</strong> tóraxSilva (2001) <strong>de</strong>monstrou experimentalmente que o colapso pulmonar parcial ou total<strong>de</strong>termina na redução <strong>da</strong> PaO 2 arterial não só por redução do recrutamento alveolar periféricocausado pelas áreas <strong>de</strong> atelectasia, como também por shunt intrapulmonar causado pordistúrbios na relação ventilação/perfusão. Tendo essas alterações reverti<strong>da</strong>s imediatamenteapós a drenagem na cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> pleural e reexpansão pulmonar. A hipoxemia arterial <strong>de</strong>corrente<strong>da</strong> hipoventilação <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia o espasmo arteriolar pulmonar, que diminui a perfusão dosalvéolos colabados na tentativa <strong>de</strong> minimizar o <strong>de</strong>sequilíbrio <strong>da</strong> relação V/Q.O conceito <strong>de</strong> drenagem pleural fecha<strong>da</strong> foi <strong>de</strong>scrito por Playfair, em 1875 naInglaterra. Em 1910, Robinson introduziu a aspiração do sistema usando vácuo, mas seumétodo só foi difundido e ganhou importância mundial após o período <strong>de</strong> 1918, por ocasião<strong>da</strong> primeira guerra mundial, quando Evarts Grahan reduziu a mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> do empiema <strong>de</strong> 30para 3%. Lilienthal <strong>de</strong>screveu um método simples: um par <strong>de</strong> frascos coletores e o uso do selod’água no período pós-operatório, em 1926. Estes <strong>da</strong>dos foram confirmados por Brum, em1929, e finalmente adotados como procedimento <strong>de</strong> rotina em cirurgia torácica (BEYRUTI ecols 2002).A drenagem pleural ou torácica é um procedimento cirúrgico a<strong>de</strong>quado que promovea saí<strong>da</strong> contínua <strong>de</strong> qualquer conteúdo localizado na cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> pleural. Esta técnica é indica<strong>da</strong>em pneumotórax, <strong>de</strong>rrames pleurais (parapneumônicos, empiema pleural, hemotórax equilotórax). Segundo Silva (1983), a drenagem pleural promove a rápi<strong>da</strong> evacuação <strong>da</strong> câmara


23<strong>de</strong> ar e assegura à manutenção <strong>da</strong> expansão pulmonar, com o que se obtém a restauraçãofuncional e se provoca a aposição <strong>da</strong>s superfícies pleurais, um elemento importante para aprecoce cicatrização <strong>da</strong> fístula bronquiolopleural.A drenagem pleural quando realiza<strong>da</strong> com técnica correta, tanto cirúrgica quantoanti-sepsia, tem se mostrado um procedimento seguro, rápido e efetivo, com gran<strong>de</strong> beneficioaos doentes. Millikan et al. <strong>de</strong>mostraram em 447 drenagens pleurais <strong>de</strong>vido a traumatismotorácico agudo somente 1% <strong>de</strong> complicações (duas lesões diafragmáticas, uma lesão pulmonare um tubo intra-abdominal) e índice <strong>de</strong> empiema <strong>de</strong> 2,4% variando na literatura <strong>de</strong> 1 a 16% <strong>de</strong>incidência, sendo na maior parte <strong>da</strong>s séries em torno <strong>de</strong> 3%, índice este consi<strong>de</strong>rável comoaceitável em <strong>centro</strong>s <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> traumatismo (LIMA e cols 2006).Segundo Piva (1997), a drenagem pleural mais comumente realiza<strong>da</strong> é drenagempleural fecha<strong>da</strong>, na qual o dreno torácico é conectado a um tubo cuja extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> permanecemergulha<strong>da</strong> em um frasco com líquido. O líquido funciona como uma válvula unidirecionalque permite apenas a saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> ar e ou líquido intra-torácico.Faria (1997), afirmou que o frasco <strong>de</strong> drenagem funciona como um mecanismovalvular, que permite ao mesmo tempo, drenar fluídos do tórax e impedir a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> ar domeio externo. No dreno funcionante verificam-se as variações <strong>de</strong> pressão intrapleural em cmH 2 O através <strong>de</strong> oscilações <strong>de</strong> 6 a 7 cm do nível líquido durante as duas fases <strong>da</strong> respiração.Estas oscilações são proporcionais aos esforços respiratórios do mesmo, sendo que durante aexpiração do paciente ocorre a expulsão <strong>de</strong> fluídos patológicos. Isto se explica pelo fato <strong>da</strong>pressão ser menos negativa durante a expiração, fazendo com que o nível <strong>de</strong>sça no tubo <strong>de</strong>vidro. A drenagem recebe também influência <strong>da</strong> pressão hidrostática que, em função <strong>da</strong>gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> e altura do tórax em relação à posição do frasco, auxilia na <strong>de</strong>sci<strong>da</strong> <strong>da</strong> secreção.Com o intuito <strong>de</strong> prevenir o refluxo <strong>de</strong> ar ou fluídos para a cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> pleural, osdrenos torácicos tem sido então conectados usualmente a frascos sob selo d’água, o quemuitas vezes confina o paciente ao leito ou à ca<strong>de</strong>ira, dificultando a <strong>de</strong>ambulação. Os frascos<strong>de</strong>vem ser mantidos em níveis inferiores ao tórax do paciente, além do inconveniente <strong>da</strong>possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s conexões entre o tubo e o frasco, que<strong>da</strong> e vazamento <strong>de</strong>água, o que po<strong>de</strong> ocasionar um pneumotórax rapi<strong>da</strong>mente progressivo (BEYRUTI e cols2002).


24Segundo Parra e Saad (1998), o local <strong>de</strong> inserção varia <strong>de</strong> acordo com o produto a serremovido e sua localização. No entanto as vias mais comuns para pneumotórax são no 2° e 3°espaço intercostal anterior, na linha média clavicular e para drenagem <strong>de</strong> líquidos no 4° e 6°espaço intercostal, na linha axilar média.Segundo Filho (2006), a drenagem pleural em pneumotórax espontâneo primáriopo<strong>de</strong> ser realiza<strong>da</strong> com drenos pouco calibrosos, pois se trata <strong>da</strong> saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> ar apenas. Sãorecomen<strong>da</strong>dos drenos finos (12F, tipo “pig tail”), que po<strong>de</strong>m ser colocados na intersecção dosegundo espaço intercostal com a linha hemiclavicular, ou na intersecção do quinto espaçocom a linha axilar anterior.1.2.1 Colocação do drenoConforme Richardson et al (2002), o posicionamento do tubo <strong>de</strong> toracotomia <strong>de</strong>ve terum cui<strong>da</strong>do básico quanto a sua incisão, que <strong>de</strong>ve ser feita pela pele no tecido subcutâneo emum inter-espaço abaixo do escolhido para inserção do tubo. A dissecação <strong>de</strong>ve ser feitasuperficialmente, criando uns 2 ou 3 cm <strong>de</strong> túnel subcutâneo na extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> antes <strong>de</strong> entrarno espaço pleural. Isto evita <strong>da</strong>nos quando o tubo <strong>de</strong> tórax for retirado. O <strong>de</strong>do médio <strong>de</strong>veentão ser inserido pela abertura indo até o espaço pleural para confirmar que a entra<strong>da</strong> foi feitana cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> pleural do pulmão. Uma vez que o espaço pleural foi indicado, o tubo <strong>de</strong> tórax<strong>de</strong>verá ser introduzido pela dissecação, acima <strong>da</strong> costela, avançando em direção posterior esuperior.1.2.2 Sistema com um frascoO sistema com um frasco ou selo d’água é o tipo mais simples <strong>de</strong> dispositivo <strong>de</strong>drenagem. A extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> distal do tubo conectado ao paciente é mergulha<strong>da</strong> em 2cm <strong>de</strong>solução <strong>de</strong> soro fisiológico normal num frasco aberto para atmosfera. O tubo funciona comoum canudo colocado sob a água. À medi<strong>da</strong> que a pressão cresce no espaço pleural, o ar é


25forçado para fora <strong>da</strong> extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> do tubo, quando sua pressão exce<strong>de</strong> a <strong>da</strong> coluna d’águaacima <strong>da</strong> extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> distal do tubo. No entanto se a pressão pleural ficar negativa, o ar nãoconseguirá entrar nos tubos porque a água cria um selo. A transmissão <strong>da</strong> pressão pleuralforça o nível <strong>da</strong> água a subir e cair, permitindo que a pressão seja medi<strong>da</strong> e confirma que otubo está funcionando apropria<strong>da</strong>mente. É necessário que o frasco tenha um respiradouro parasaí<strong>da</strong> do ar drenado, para impedir que a pressão suba no frasco, à medi<strong>da</strong> que o ar ou adrenagem se acumula. Desta forma, o sistema <strong>de</strong> um frasco po<strong>de</strong> ser usado somente quando oespaço pleural contiver primariamente ar.1.2.3 Remoção do tubo <strong>de</strong> drenagem torácicaSegundo Luce 1995, os tubos torácicos são removidos quando o escape pleuralestiver selado e o pulmão estiver reexpandido, quando o líquido <strong>de</strong> drenagem tiver cessado ouestiver abaixo <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 75 ml dia num adulto. São usa<strong>da</strong>s as radiografias <strong>de</strong> tóraxpara <strong>de</strong>terminar a a<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> remoção do tubo torácico.Para Filho (2006), a retira<strong>da</strong> do dreno torácico <strong>de</strong>ve ser feita com a garantia <strong>de</strong>ausência <strong>de</strong> fístula aérea, baixo volume <strong>de</strong> líquido <strong>de</strong> drenagem e total expansão pulmonar,são convenientes manter a drenagem por pelo menos 24 horas após a última evidência <strong>de</strong>escape <strong>de</strong> ar pelo dreno antes <strong>de</strong> retirá-lo.1.3 E<strong>de</strong>mas <strong>de</strong> Reexpansão PulmonarPacientes com gran<strong>de</strong>s colapsos pulmonares com mais <strong>de</strong> 72 horas <strong>de</strong> evoluçãopo<strong>de</strong>m apresentar e<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> reexpansão pulmonar após o procedimento <strong>de</strong> drenagem, o e<strong>de</strong>ma<strong>de</strong> reexpansão é uma complicação que, conforme a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> acaba por tornar-se umproblema <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> gravi<strong>da</strong><strong>de</strong>, implicando em insuficiência respiratória, instabili<strong>da</strong><strong>de</strong>hemodinâmica, e até óbito (FILHO, 2006; GENOFRE, E. 2003).


261.4 Causas <strong>da</strong> colocação do dreno <strong>de</strong> tórax1.4.1 Trauma torácicoSouza et al (2002) em um estudo epi<strong>de</strong>miológico realizado na UTI do trauma doHospital <strong>de</strong> Pronto Socorro <strong>de</strong> Porto Alegre fez um levantamento estatístico referente aotrauma revelando uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> alarmente, 100 pacientes vítimas <strong>de</strong> trauma em um período<strong>de</strong> 80 dias com maior incidência em homens, com i<strong>da</strong><strong>de</strong> media <strong>de</strong> 29,5 anos, tiveram o crânio(53%) como parte mais afeta<strong>da</strong> do corpo segui<strong>da</strong> do trauma <strong>de</strong> tórax (39%), membros (31%) eabdômen (9%). O que assume gran<strong>de</strong> importância <strong>de</strong>vido ao aumento <strong>da</strong> gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong>mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> causa<strong>da</strong>s pelas lesões.O pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto, hemotórax, quilotórax, tóraxinstável e tamponamento cardíaco, implicam em risco imediato a vi<strong>da</strong>, já a contusãomiocárdica, ruptura aórtica, ruptura traumática do diafragma, laceração traqueobrônquica elaceração esofágica implicam em risco potencial a vi<strong>da</strong>, conforme Puglia e Volpiani (2000).As lesões <strong>de</strong> tórax po<strong>de</strong>m ser dividi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com o risco acarretado, isto se <strong>de</strong>ve a ummaior número e à varie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos mecanismos lesivos, que po<strong>de</strong>m ser por aci<strong>de</strong>ntesautomobilísticos, violência urbana, bem como o po<strong>de</strong>r lesivo por arma <strong>de</strong> fogo e arma branca(SOUZA et al, 2002).O trauma torácico po<strong>de</strong> resultar em lesão aberta que é caracteriza<strong>da</strong> pelos ferimentospenetrantes sendo os mais comuns por arma <strong>de</strong> fogo e arma branca; e a lesão fecha<strong>da</strong>caracteriza-se pelo trauma cego on<strong>de</strong> o mais comum são as contusões (PUGLIA EVOLPIANI, 2000).Para Richardson (2002), o aci<strong>de</strong>nte automobilístico é o principal responsável pelaslesões fecha<strong>da</strong>s, em um estudo feito com 427 pacientes admitidos com trauma torácico 75%apresentaram lesão fecha<strong>da</strong>, sendo que <strong>de</strong>stes 268 pacientes por aci<strong>de</strong>ntes automobilísticos, 68foram aci<strong>de</strong>ntes com motocicletas, 49 por que<strong>da</strong>s, 28 sofreram atropelamentos e 14 pacientespor esmagamento.


27Segundo Felicetti e Andra<strong>de</strong> (2001), menos <strong>de</strong> 10% dos traumatismos fechados esomente <strong>de</strong> 15 a 30% <strong>da</strong>s lesões penetrantes <strong>de</strong> tórax exigem uma toracotomia como forma <strong>de</strong>tratamento, a maioria dos traumatizados po<strong>de</strong>ria ser trata<strong>da</strong> com medi<strong>da</strong>s reanimadoras queenvolvem o restabelecimento <strong>da</strong> via aérea, e no máximo, drenagem tubular para tratamento <strong>de</strong>intercorrência pleural. Evitando que muitas mortes ocorressem se fossem toma<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>sdiagnósticas e terapêuticas imediatas.1.4.2 Derrame PleuralDerrame pleural é o acúmulo <strong>de</strong> líquido no espaço pleural. O líquido continuamentevaza <strong>de</strong> capilares que revestem as pleuras viscerais e parietais e é reabsorvido por linfócitos.Secreção e reabsorção <strong>de</strong> líquidos pleurais são afeta<strong>da</strong>s pelas pressões capilares hidrostáticas eoncóticas, permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> capilar e a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> linfáticos para drenagem (LUCE,1995; GENOFRE, 2006).O <strong>de</strong>rrame pleural po<strong>de</strong> ser causado por:Pneumotórax: esta anormali<strong>da</strong><strong>de</strong> se associa a um pequeno <strong>de</strong>rrame pleural emaproxima<strong>da</strong>mente 25% dos casos. O líquido geralmente é um exsu<strong>da</strong>to, causado por irritação<strong>da</strong> pleura pelo ar.Derrames parapneumônicos: são <strong>de</strong>rrames pleurais provenientes <strong>de</strong> pneumonias,geralmente são exsu<strong>da</strong>tivas refletindo inflamação pleural e <strong>de</strong>saparecendo quando apneumonia se resolve.Empiema: quando o líquido pleural for purulento ou se o número <strong>de</strong> leucócitos foralto. Uma gran<strong>de</strong> coleção <strong>de</strong> pus no espaço pleural é chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> piotórax. Empiema <strong>de</strong>qualquer tamanho em geral requer pronta drenagem, se não drenado po<strong>de</strong> locular e causarfibrotórax que limita a expansão pulmonar.


28Quilotórax: uma coleção <strong>de</strong> linfa no interior <strong>de</strong> um espaço pleural po<strong>de</strong> ser causa<strong>da</strong>pela obstrução linfática difusa, linfagiomiomatose pulmonar, por obstrução por linfoma ou porruptura traumática do ducto torácico.1.5 PneumotóraxDenomina-se pneumotórax o rompimento <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s pleuras ocorrendo àcomunicação do espaço pleural com o meio, on<strong>de</strong> o ar será aspirado para <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>quele pelapressão sub-atmosférica e os pulmões separar-se-ão <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> torácica, seguindo suastendências elásticas (AIRES, 1999).O pneumotórax existe quando há vazamento <strong>de</strong> ar no espaço pleural entre a pleuravisceral e parietal, geralmente é classificado com base no mecanismo geral responsável pelodistúrbio, po<strong>de</strong> ocorrer pneumotórax traumático após uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> lesões incluindoaci<strong>de</strong>ntes automobilísticos, ferimentos por armas <strong>de</strong> fogo e com faca, e outros tipos <strong>de</strong>traumatismos torácicos (TEKLIN e IRWIN, 1997).Para Acampora (2006), o pneumotórax ocorre quando o ar entra no espaço pleuralcomo resultado <strong>da</strong> ruptura <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s superfícies pleurais, essa ruptura po<strong>de</strong> envolver tanto apleura visceral como a parietal causa<strong>da</strong> por um mecanismo traumático.Segundo Silva 1991, qualquer abertura que comunique a cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> pleural com oexterior através <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> torácica ou <strong>da</strong> árvore brônquica <strong>de</strong>termina um pneumotórax,quebrando a situação <strong>de</strong> equilíbrio imposta pela pressão negativa intrapleural on<strong>de</strong> a tendência<strong>da</strong> caixa torácica a expansão contrapõe-se a retração elástica pulmonar. Estabeleci<strong>da</strong> essacomunicação haverá a passagem continua<strong>da</strong> <strong>de</strong> ar para cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> pleural até que se feche aperfuração ou que as pressões se tornem iguais.Segundo Luce (1995) ocorre pneumotórax simples quando o ar se acumula no espaçopleural, mas a pressão pleural não exce<strong>de</strong> significativamente a pressão atmosférica. O ar po<strong>de</strong>entrar <strong>de</strong> fora <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> torácica, como ocorre com ferimentos ou procedimentos terapêuticosque penetram na pare<strong>de</strong> parietal, via pulmão, através <strong>de</strong> uma bucha na pleura visceral ou <strong>da</strong>pleura mediastinal.


29O pneumotórax é o acúmulo <strong>de</strong> ar entre as pleuras parietal e visceral, levando aoaumento <strong>da</strong> pressão intra-torácica, com colapso do tecido pulmonar ipsilateral, resultando emgrave anormali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> relação ventilação-pefusão, redução <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> vital, do volumeminutoe do retorno venoso, levando à hipóxia por aumento do shunt pulmonar (MEGA ecols., 2004).O pneumotórax diminui a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> vital pulmonar, causa um gradiente alvéoloarterial<strong>de</strong> oxigênio e um grau variável <strong>de</strong> shunt, resultando na hipoxemia, cuja severi<strong>da</strong><strong>de</strong> édiretamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do volume do pneumotórax. Se o pulmão é isento <strong>de</strong> doença préexistente,a hipoxemia é geralmente transitória e <strong>de</strong>saparece, à medi<strong>da</strong> que o pulmãocolapsado diminui; se o pulmão afetado tem capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> vital diminuí<strong>da</strong> por doença pulmonarsubjacente, ocorrerá hipercapnia. Mesmo em pacientes portadores <strong>de</strong> doenças pulmonaresobstrutivas crônicas ou enfisema on<strong>de</strong> a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> elastici<strong>da</strong><strong>de</strong> do pulmão ocorre menorgradiente <strong>de</strong> pressão entre o espaço alveolar e o espaço pleural, o colapso po<strong>de</strong> ser menosintenso e ocorrer mais lentamente, mas mesmo assim essas pequenas reduções <strong>de</strong> volumepulmonar po<strong>de</strong>m aumentar o trabalho respiratório e <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar a insuficiência respiratória(ACAMPORA, 2006; FILHO, 2006).1.5.1 Pneumotórax espontâneoOcorre sem um evento <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante, existem dois tipos o primário e o secundário.O primário ocorre na ausência <strong>de</strong> patologia pleuro-pulmonar concomitante, o secundárioocorre sem estimulação em paciente com doença pulmonar concomitante que predispõe aopneumotórax. Pneumotórax espontâneo po<strong>de</strong> ocorrer em DPOC, fibrose pulmonar,histiocitose (granuloma eosinofílico do pulmão), neoplasia primária e secundária,particularmente sarcoma ostrogênico metastásico (KATZ, 2000).A patogênese do pneumotórax espontâneo está implica<strong>da</strong> nas bolhas apicais. Tanto oprimário quanto o secundário apresentam recorrência, quase que 50% dos pacientesapresentarão um pneumotórax ipsilateral, normalmente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> dois anos após o episódioinicial (KATZ, 2000; ACAMPONA, 2006).


301.5.1.1 Pneumotórax espontâneo primárioPara Filho (2006), o pneumotórax espontâneo primário ocorre em pacientes semdoença pulmonar evi<strong>de</strong>nte, já o pneumotórax espontâneo secundário ocorre comocomplicação <strong>de</strong> doença pulmonar conheci<strong>da</strong>, como enfisema bolhoso, asma, ou rolha <strong>de</strong>secreção em pacientes com doença obstrutiva crônica.Para Acampona (2006), pneumotórax espontâneo primário é atribuído à ruptura <strong>de</strong>bolhas subpleurais (blebs), localiza<strong>da</strong>s freqüentemente nas porções apicais dos lobossuperiores e dos segmentos superiores dos lobos inferiores. A bolha subpleural é um espaçopreenchido por ar entre o parênquima pulmonar e a pleura visceral, que se <strong>de</strong>senvolve pelaruptura <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> alveolar com dissecção intrapulmonar do ar livre para a região subpleural. Aincidência <strong>de</strong> bolhas subpleurais <strong>de</strong>monstráveis radiologicamente é aproxima<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> 15%(ACAMPONA, 2006; FILHO, 2006; THOMSON, e cols., 2000).Conforme Filho (2006), o tabagismo aumenta muito os riscos <strong>de</strong> aparecimento dopneumotórax espontâneo primário, on<strong>de</strong> a incidência para o aparecimento <strong>de</strong>sta patologia ediretamente proporcional ao consumo do cigarro. Acampora (2006), também relata fatoresfamiliares e o hábito <strong>de</strong> fumar como riscos para <strong>de</strong>senvolver um pneumotórax, e que somente20% dos casos estão relacionados a esforços físicos.Ocorre pneumotórax espontâneo em indivíduos saudáveis, mais comumente emhomens altos e magros e com i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 20 e 40 anos, e ocasionalmente em pacientes comenfisema ou em pacientes cujas pare<strong>de</strong>s alveolares estejam altera<strong>da</strong>s por líquido intersticial oufibrose (LUCE, 1995; ACOMPORA, 2006).Em 76% a 100% dos pacientes submetidos à cirurgia torácica ví<strong>de</strong>o-assisti<strong>da</strong>, evirtualmente em todos os pacientes submetidos à toracotomia no pneumotórax espontâneoprimário são encontra<strong>da</strong>s bolhas ou lesões subpleurais, particularmente nos ápices; natomografia computadoriza<strong>da</strong> <strong>de</strong> tórax observam-se bolhas ipsilaterais na maioria dospacientes, a ruptura <strong>de</strong>ssas bolhas subpleurais é o fator responsável por este tipo <strong>de</strong>pneumotórax e há também a tendência familiar e genética por transmissão autossômicadominante (FILHO, 2006).


31No pneumotórax espontâneo primário as recidivas a partir do primeiro episódiovariam <strong>de</strong> 20 a 50%, enquanto que as recidivas a partir do segundo episódio saltam para níveis<strong>de</strong> 60 a 80%. A recidiva contralateral aparece nas maiores estatísticas variando <strong>de</strong> 5% a 14%,e chega a 40% nos pacientes com i<strong>da</strong><strong>de</strong> menor <strong>de</strong> vinte anos. Na presença <strong>de</strong> bolhassubpleurais vistas na radiografia do tórax este número salta para 29% e chega a 60% no grupo<strong>de</strong> pacientes com i<strong>da</strong><strong>de</strong> menor <strong>de</strong> vinte anos (FILHO, 2006; ACAMPORA, 2006).O pneumotórax espontâneo primário é um pouco mais comum no lado direito, epneumotórax simultâneo bilateral ocorrem em 3% dos pacientes, a incidência é <strong>de</strong> 10 casospor 100 mil habitantes por ano (ACAMPORA, 2006).O tratamento do pneumotórax espontâneo primário <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>da</strong> etiologia,magnitu<strong>de</strong> e condições clínicas do paciente, sendo que a conduta inicial é sempreconservadora <strong>da</strong>ndo priori<strong>da</strong><strong>de</strong> ao uso <strong>de</strong> analgésicos e repouso relativo por pelo menos quatrohoras no hospital sendo reavaliado clinicamente e radiologicamente quando for umpneumotórax <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> pequena (FILHO, 2006).Em um pneumotórax gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser realizado algum procedimento invasivo queassegure a reexpansão do parênquima pulmonar colapsado, sendo este por punções aspirativasou por drenagem pleural, em drenos que po<strong>de</strong>m ser conectados em selo d’agua ou por válvula<strong>de</strong> Heimlich, a reexpansão do pulmão <strong>de</strong>ve ser assegura<strong>da</strong> (FILHO, 2006).E em casos <strong>de</strong> recidivas não basta apenas procedimentos <strong>de</strong> reexpansão pulmonar, énecessário a realização <strong>de</strong> algum procedimento que propicie o controle <strong>da</strong>s recidivas quepo<strong>de</strong>m ser a vi<strong>de</strong>otoracoscopia ou toracoscopia, e na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> uma região suspeita paraa gênese do vazamento <strong>de</strong> ar, como bolhas subpleurais, é feita a ressecção <strong>de</strong>ste segmentopulmonar por meio <strong>de</strong> grampeadores lineares cortantes, alguma forma <strong>de</strong> pleuro<strong>de</strong>se <strong>de</strong>ve serfeita para complementar o procedimento, por simples abrasão pleural ou por pleurectomiaapical (FILHO, 2006).1.5.1.2 Pneumotórax espontâneo secundário


32Pneumotórax espontâneo ou secundário é visto em muitas doenças pulmonares nãoassocia<strong>da</strong>s com traumatismo, como a asma, fibrose cística, enfisema pulmonar,pneumoconiose <strong>de</strong> diversos tipos, infecções, maligni<strong>da</strong><strong>de</strong>, empiema (TEKLIN, 2000).O pneumotórax espontâneo secundário ocorre comumente em pacientes portadores<strong>de</strong> doença obstrutiva crônica on<strong>de</strong> ocorre o rompimento <strong>da</strong>s bolhas <strong>de</strong> enfisema, chama<strong>da</strong>s <strong>de</strong>bullae, que são forma<strong>da</strong>s por <strong>de</strong>struição progressiva <strong>da</strong>s pare<strong>de</strong>s alveolares. Também po<strong>de</strong>ocorrer secundário a pneumonia causa<strong>da</strong> pelo Pneumocystis Carinii, e em pacientesportadores <strong>de</strong> HIV+, além <strong>da</strong>s outras doenças já menciona<strong>da</strong>s acima. Além <strong>de</strong>ssas associaçõeso pneumotórax catamenial (associação com a menstruação) é outra causa bem estabeleci<strong>da</strong><strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> pneumotórax (FILHO, 2006; ACOMPORA, 2006; NAUDE, 2001).O pneumotórax espontâneo secundário esta <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto relacionado com apatologia primária que originou o episódio, on<strong>de</strong> não basta consi<strong>de</strong>rar apenas o tratamento dopneumotórax, mas também <strong>da</strong> doença primária, é resultante <strong>de</strong> complicações <strong>de</strong> uma doençapré-existente (FILHO, 2006; ACOMPORA, 2006).O tratamento do pneumotórax espontâneo secundário esta <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contextorelacionado com a patologia primaria que originou o episódio, no caso em que a patologiaprimaria esta controla<strong>da</strong> segue-se as mesmas regras do pneumotórax espontâneo primário,mas com internação hospitalar obrigatória. A drenagem tubular é sempre o tratamento inicial<strong>de</strong> escolha, exceto em pacientes estáveis com pneumotórax muito pequeno (FILHO, 2006).1.5.2 Pneumotórax hipertensivo ou <strong>de</strong> tensãoPneumotórax <strong>de</strong> tensão ocorre quando á vazamento <strong>de</strong> ar e este funciona comomecanismo <strong>de</strong> válvula que permite que o ar entre, mas não saia do espaço pleural, on<strong>de</strong> opulmão ipsilateral, o mediastino e por fim o pulmão contra lateral po<strong>de</strong> ser comprimido, esteimplica em risco <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> (TEKLIN, 2000).Segundo Acampora (2006), quando a pressão intrapleural ultrapassa 15 cm H 2 O,ocorre a angulação dos vasos <strong>da</strong> base, diminuição do débito cardíaco e choque por obstáculo


33do retorno venoso ao coração (PVC alta), as causas mais comuns são ventilação mecânicacom PEEP, pneumotórax espontâneo e laceração pulmonar traumática.O pneumotórax hipertensivo ocorre quando o espaço virtual passa a ter pressãopositiva pelo aumento rápido <strong>de</strong> ar coletado na cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> pleural, esse aumento <strong>de</strong> pressão noespaço pleural causa compressão e <strong>de</strong>slocamento <strong>da</strong>s estruturas mediastinais para o ladooposto, este <strong>de</strong>svio do mediastino <strong>de</strong>sloca o coração para o lado oposto angulando a junçãocavo-atrial, diminuíndo o retorno venoso. Quando a pressão na câmera do pneumotórax chegaa 20 cm H 2 O o retorno venoso está niti<strong>da</strong>mente comprometido (FELICETTI e ANDRADE,2001).O pneumotórax hipertensivo <strong>de</strong>senvolve-se a partir <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> ar no espaço pleuralatravés <strong>de</strong> uma válvula unidirecional no pulmão ou pare<strong>de</strong> torácica. Conseqüentemente, apressão interpleural aumenta <strong>de</strong> forma progressiva, colabando o pulmão ipsilateral e<strong>de</strong>slocando o mediastino e a traquéia contra lateralmente, comprimindo o pulmão sadio ereduzindo o retorno venoso e o débito cardíaco, com rápi<strong>da</strong> <strong>de</strong>teriorização dos sinais vitais.Um pneumotórax simples po<strong>de</strong> se transformar em hipertensivo quando é instituí<strong>da</strong> aventilação mecânica com pressão positiva (MEGA e cols., 2004).Para Luce (1995), o pneumotórax hipertensivo caracteriza-se não somente pelastrocas gasosas anormais, mas também por um aumento progressivo <strong>da</strong> pressão pleural,suficiente para comprometer a circulação. O ar que se acumula não somente causa colapso dopulmão ipsilateral, mas também <strong>de</strong>svia o mediastino e seu conteúdo para hemitórax oposto.Esta distorção compromete o retorno venoso para ventrículo direito comprometendo asfunções pulmonares contralaterais. O pneumotórax hipertensivo causa intensa dispnéia,seguido <strong>de</strong> para<strong>da</strong> cardiorrespiratória, po<strong>de</strong>ndo ser fatal, principalmente se ocorrer durante aventilação mecânica, a menos que o ar seja <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente evacuado por meio <strong>de</strong> uma agulha <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> calibre ou num tubo <strong>de</strong> toracotomia.Conforme Felicetti (2001), se o pulmão esta colabado, além <strong>da</strong> repercussãohemodinâmica <strong>de</strong> diminuição do retorno venoso, tem-se um déficit respiratório pelo colapsopulmonar, on<strong>de</strong> o diagnóstico clínico é a toracocentese <strong>de</strong>scompressiva imediata segui<strong>da</strong> <strong>de</strong>uma drenagem pleural, que po<strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong> maneira eletiva e programa<strong>da</strong> com raio-x <strong>de</strong>tórax convencional.


34O paciente apresenta dispnéia, cianose, taquicardia, hipotensão artérial, turgênciajugular, <strong>de</strong>svio contralateral <strong>da</strong> traquéia, <strong>de</strong>svio contralateral do ictus cordis, diminuição ouausência do murmúrio vesicular, timpanismo e abaulamento do hemitórax contralateral, otratamento consiste em <strong>de</strong>scompressão imediata <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> pleural, segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> drenagemfecha<strong>da</strong> <strong>de</strong> tórax (ACAMPORA, 2006; FILHO, 2006; NAUDE, 2001; KATZ, 2000).1.5.3 HemotóraxHemotórax ou hemopneumotórax é quando o pneumotórax é acompanhado <strong>de</strong>hemorragia <strong>da</strong> pleura, geralmente causado por traumatismo (TEKLIN, 2000).O sangue acumulado na cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> pleural <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> estrutura torácica lesa<strong>da</strong>, <strong>da</strong>magnitu<strong>de</strong> do trauma e <strong>da</strong> duração <strong>da</strong> hemorragia. Tanto nos ferimentos penetrantes quantonos fechados a freqüência cumulativa é superior a 70%, e a mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> nos traumas fechadosé <strong>de</strong>z vezes maior que nos trauma penetrantes. Freqüentemente as estruturas lesa<strong>da</strong>s são osgran<strong>de</strong>s vasos, hilo pulmonar e cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> cardíaca, mas a causa mais comum <strong>de</strong> hemotórax é otrauma fechado com fratura <strong>de</strong> costelas com lesão do nervo intercostal (FELICETTI, 2001).O paciente apresenta sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrame pleural e hipovolemia po<strong>de</strong>ndo ocasionar umchoque hipovolêmico se não tratado imediatamente. Mais <strong>de</strong> 80% dos casos são solucionadoscom drenagem tubular simples que restabelece o volume circulante efetivo e <strong>de</strong>scompressão<strong>da</strong> cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> pleural, a simples reexpansão pulmonar funciona como um fator limitante dosangramento (FELICETTI, 2001; ACAMPORA, 2006).1.5.4 HemopneumotóraxHemopneumotórax com sangramento importante ocorre em 1 a 12% dos casos <strong>de</strong>pneumotórax espontâneo e geralmente resulta <strong>da</strong> ruptura <strong>de</strong> um pequeno vaso localizado nasa<strong>de</strong>rências entre a pleura visceral e parietal, é o acúmulo <strong>de</strong> sangue e ar no espaço pleural(THOMSON, 2000).


351.5.5 QuilotóraxQuilotórax quando ocorre ruptura traumática do ducto torácico permitindo que omaterial <strong>de</strong> drenagem linfática entre no espaço pleural (TEKLIN, 2000).1.6 Manifestações clínicasO traumatismo torácico é responsável por 25% dos óbitos nas vítimas <strong>de</strong> trauma emgeral, e 12% dos traumatismos torácicos isolados não sobrevivem, muitas vezes estandoassociados a traumatismos <strong>de</strong> outros segmentos corporais e aumentando assim a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>do atendimento. A maior parte dos doentes vítimas <strong>de</strong> traumatismo torácico agudo é trata<strong>da</strong>com drenagem pleural tubular fecha<strong>da</strong> e somente 15% <strong>de</strong>stes doentes necessitam <strong>de</strong>tratamento cirúrgico no tórax propriamente dito (LIMA e cols., 2006).As manifestações clínicas resultantes do traumatismo torácico reduzem ou eliminama pressão intrapleural negativa, causando um colapso pulmonar (PUGLIA & VOLPIANI,2000).O pneumotórax não produz sintomas graves, a menos que comprometa mais que 40%do volume pulmonar, ou ocorra em pacientes com pneumopatia pré-existente; ou ain<strong>da</strong>, queseja um pneumotórax hipertensivo (MEGA e cols., 2004).Segundo Silva 1991, quando a pleura parietal adoece po<strong>de</strong> haver dor que se exacerbapelos movimentos ventilatórios, a dor pleural tem sua atenuação e <strong>de</strong>saparecimento com ainterrupção respiratória, e a palpação <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> torácica produz apenas dolorimento surdo,muito menos intenso do que a dor espontânea.Conforme Silva 1991, a dispnéia relaciona-se com o componente ventilatório <strong>da</strong>função pulmonar, em contraposição com a função <strong>de</strong> troca gasosa. Quando a dispnéia for <strong>de</strong>início súbito, indica doença agu<strong>da</strong> como no caso do pneumotórax espontâneo, se a dispnéia ésúbita e acompanha<strong>da</strong> <strong>de</strong> dor ventilatório <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, localiza<strong>da</strong> ou unilateral <strong>de</strong>ve-se


36consi<strong>de</strong>rar diagnóstico <strong>de</strong> pneumotórax espontâneo ou trauma torácico. No pneumotóraxespontâneo, a dor torácica é quase uma constante, enquanto a dispnéia é o segundo sintomamais comum.O diagnóstico <strong>de</strong> pneumotórax é feito através dos sinais e sintomas que os pacientesapresentam, normalmente eles reclamam <strong>de</strong> dor ventilatório-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> início agudo, quepo<strong>de</strong> ser pleurítica, e <strong>de</strong> dispnéia, no exame físico bulhas cardíacas são abafa<strong>da</strong>s, o murmúriovesicular é diminuído e <strong>de</strong>svios contralaterais do mediastino em pneumotórax pequeno oumo<strong>de</strong>rados. O raio-x é a melhor forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção do pneumotórax, se for realizado na faseexpiratória na incidência ântero-posterior o aumento relativo na porcentagem do tóraxocupado pelo pneumotórax e o aumento do contraste entre o pneumolucente e o pulmãoadjacente mais radio<strong>de</strong>nso eleva a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do exame (KATZ, 2000).1.7 Radiografia <strong>de</strong> tóraxNas imagens radiológicas conforme Nevilline (1999) o espaço pleural, emboranormalmente vazio e colapsado, po<strong>de</strong> conter líquido ou ar, ou ambos, qualquer dos quais iráalterar o aspecto do filme do tórax. Uma coleção maciça <strong>de</strong> líquido em um lado po<strong>de</strong> <strong>de</strong>slocaro mediastino em direção ao lado oposto, <strong>de</strong>primir o diafragma, colabar parcialmente o pulmãoe tornar todo o hemitórax <strong>de</strong>nso e branco.A radiologia <strong>de</strong> tórax normalmente é característica, mostrando ar e ausência <strong>de</strong>marcas pulmonares periféricas, porém limitados por uma margem pleural níti<strong>da</strong> com marcaspulmonares mediais indicando a posição do pulmão colapsado. Um pneumotórax pequenopo<strong>de</strong> passar <strong>de</strong>spercebido numa radiografia inspiratória <strong>de</strong> rotina, mas é obvio na radiografiaem expiração <strong>de</strong>vido ás alterações <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e tamanho do pulmão. O mediastino <strong>de</strong>slocasecontra lateralmente, especialmente com pneumotórax gran<strong>de</strong> (BERKOW, 2000).A absorção total <strong>de</strong> um espaço aéreo maior po<strong>de</strong> levar 2 a 4 semanas, no qual persistea incerteza quanto ao término do vazamento pleural e quanto ao aparecimento <strong>de</strong> fluídopleural e exsu<strong>da</strong>to fibrinoso epipleural, nesse caso a evolução po<strong>de</strong> ser encurta<strong>da</strong> pelaintrodução <strong>de</strong> drenagem com um dreno torácico com selo d’água (BEERS, 2000).


37Poucos estudos foram feitos para discutir a eficácia dos raios-x <strong>de</strong> tórax inicial ainserção <strong>de</strong> um tubo torácico. Três estudos mostram que aproxima<strong>da</strong>mente 10% dos tubos sãomal posicionados, e muitos <strong>da</strong>s anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s por raios-x são pequenos e nãoresultam na mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> posição dos tubos. Imediatamente após a inserção, o filme mostrará aposição do tubo, o sucesso <strong>da</strong> drenagem e complicações <strong>da</strong> entubação. Assim a obtenção <strong>de</strong>um filme após a inserção parece ser justifica<strong>da</strong>. Além <strong>de</strong>ste ponto, filmes <strong>de</strong> acompanhamentopara simplesmente avaliar a posição do tubo não se justificam. Muitos <strong>de</strong>stes pacientes terãoradiografias seria<strong>da</strong>s feitas <strong>de</strong> qualquer forma, <strong>de</strong>vido à doença pleural complexa e doençaparenquimatosa pulmonar (SILVA, 2005).I<strong>de</strong>ntifica-se um pneumotórax em um exame <strong>de</strong> raio-x on<strong>de</strong> a linha pleural visceralaparece mais clara <strong>de</strong> um lado pelo pulmão aerado e do outro lado por ar livre no espaçopleural. Uma área hiperlucente <strong>de</strong>vido a marcações broncovasculares não é o suficiente paradiagnosticar o pneumotórax. O ar livre migra para porções mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do espaçopleural, ou seja, em pacientes em bipe<strong>de</strong>stação o pneumotórax é mais facilmente visualizadoem ápice pulmonar (KATZ, 2000).1.7.1 Sinais do pneumotórax no raio-x• Hiperlucência <strong>da</strong> base pulmonar;• Rebaixamento aparente do ângulo costofrênico;• Aparente presença <strong>de</strong> duas interfaces pulmão-diafragma (KATZ, 2000).1.8 FisioterapiaA fisioterapia respiratória em pacientes com dreno <strong>de</strong> tórax visa à reexpansãopulmonar <strong>da</strong> área afeta<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> o tratamento <strong>de</strong>ve prosseguir até que a expansão torácica sejacompleta e as imagens radiológicas estejam melhores.


38A inspirometria <strong>de</strong> incentivo tem sua aplicação muito bem <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como um recursoterapêutico que possibilita a insuflação pulmonar, restaurando volumes e capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>spulmonares. Para Costa (1999), a inspirometria <strong>de</strong> incentivo é uma <strong>da</strong>s aju<strong>da</strong>s mecânicas paraterapia <strong>de</strong> reexpansão pulmonar e para prevenção <strong>de</strong> atelectasias, shunts, hipoxemia ehipercapnia.Overente et al. (2001) em um estudo realizado com 245 pacientes <strong>de</strong> cirurgiacardíaca <strong>de</strong>monstrou que no grupo controle a incidência <strong>de</strong> atelectasia <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong> por imagemradiológica foi <strong>de</strong> 25%, e no grupo que realizou inspiração máxima sustenta<strong>da</strong> cominspirometria <strong>de</strong> incentivo o índice <strong>de</strong> atelectasia caiu para 9%.Azeredo (1999) <strong>de</strong>screve como técnicas básicas para expansão pulmonar alveolar, aexpansão por aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> inspiratória, utilizando inspirações máximas sustenta<strong>da</strong>sque proporcionam um feedback que encorajam o paciente a realizar inspirações profun<strong>da</strong>s e asustentá-las. Adolfo e Dickiman (1995) testaram à efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> funcional e clínica expansãoalveolar <strong>de</strong> 30 pacientes com incentivador inspiratório, e concluíram que a inspirometria <strong>de</strong>incentivo é uma técnica efetiva na redução <strong>de</strong> atelectasia e complicações pulmonares.1.8.1 Técnica <strong>de</strong> Breath-StackingA técnica <strong>de</strong> Breath-Stacking é um método alternativo <strong>de</strong> incentivação <strong>da</strong> inspiração.Trata-se <strong>de</strong> uma válvula unidirecional com o ramo expiratório ocluído, acoplado a umainterface (máscara ou bucal) ao rosto do paciente, on<strong>de</strong> o mesmo realiza inspiraçõesseqüenciais, sem exalar, até que atinja involuntariamente volumes inspiratórios máximos,ativando uma maior expansão pulmonar (MAZOCHI et al., 2006).Atelectasia é um problema comum nos pacientes doentes pós-operatórios críticos,aumentam o trabalho respiratório, prejudica as trocas gasosas e encoraja a infecçõespulmonares, a <strong>utilização</strong> <strong>da</strong> manobra <strong>de</strong> Breath-Stacking visa à retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> secreção e ativa asustentação <strong>de</strong> altos volumes <strong>de</strong> ar nos pulmões, favorece a respiração profun<strong>da</strong> evitando ocolapso e favorecendo a reexpansão pulmonar (BAKER, 1990).


39Segundo Marini 1986, mantendo o pulmão em altos volumes durante a manobra <strong>de</strong>Breath-Stacking melhoram potencialmente a ventilação colateral e entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> ar em espaçosalveolares com canais bloqueados. Em um estudo realizado pelo mesmo autor, on<strong>de</strong> foicorrelacionado o volume <strong>de</strong> ar corrente <strong>de</strong> 30 sujeitos normais com 20 pacientes ambulatoriaiscom diferentes patologias respiratórias o mesmo obteve resultados satisfatórios quandoaplica<strong>da</strong> à técnica <strong>de</strong> Breath-Stacking, observando que o volume <strong>de</strong> ar corrente aumentou emvisões clínicas on<strong>de</strong> metodologia convencional não po<strong>de</strong> ser fielmente aplica<strong>da</strong>.1.9 Teste <strong>de</strong> função pulmonar1.9.1 ManovacuômetriaO conjunto <strong>da</strong>s ações dos músculos respiratórios com as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s mecânicas dospulmões e <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> torácica é que <strong>de</strong>terminam à capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> ventilatória. A força dosmúsculos respiratórios só po<strong>de</strong> ser realiza<strong>da</strong> por medi<strong>da</strong>s indiretas, através <strong>da</strong>s pressõesexerci<strong>da</strong>s contra uma via aérea ocluí<strong>da</strong> (DALCANALE, 2004).Um dos principais métodos para avaliar a força <strong>da</strong> musculatura respiratória consisteem mensurar as pressões respiratórias máximas através <strong>de</strong> um manovacuômetro, o qual é umaparelho que tem por finali<strong>da</strong><strong>de</strong> medir as pressões positivas (manômetro) e negativas(vacuômetro). A PImáx (pressão negativa), avalia a força dos músculos inspiratórios,enquanto que a PEmáx (pressão positiva), avalia a força dos músculos expiratórios.O método i<strong>de</strong>al para a mensuração <strong>da</strong> PImáx é que a inspiração se inicie a partir dovolume residual (VR), ou seja, após uma expiração força<strong>da</strong>, pois se sabe que o diafragma écapaz <strong>de</strong> gerar maior força quando se encontra entre 5% e 10% acima do seu comprimento <strong>de</strong>repouso, o que ocorre ao nível do final <strong>de</strong> uma expiração máxima (AZEREDO, 2002;Diretrizes para teste <strong>de</strong> função pulmonar, 2002).Já para a mensuração <strong>da</strong> PEmáx é cabível que a expiração se inicie ao nível <strong>da</strong>capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> pulmonar total (CPT), ou seja, após uma inspiração profun<strong>da</strong>, pois os músculos


40expiratórios geram maiores forças quando se encontram nesta posição (AZEREDO, 2002;Diretrizes para teste <strong>de</strong> função pulmonar, 2002).A mensuração <strong>de</strong>ve ser feita com o paciente sentado, formando um ângulo <strong>de</strong> 90°entre o tronco e as coxas, com a via aérea ocluí<strong>da</strong> com um clip nasal, solicita-se umaexpiração máxima até o nível do volume residual (VR), e em segui<strong>da</strong> um esforço inspiratóriomáximo, que <strong>de</strong>ve ser mantido por cerca <strong>de</strong> um segundo conectando-se o manovacuômetro nopaciente por meio <strong>de</strong> um bucal ou diretamente sobre a traquéia usando conectores especiais(Diretrizes para teste <strong>de</strong> função pulmonar, 2002; DIAS, 2001).A leitura é feita diretamente no visor do manovacuômetro, as manobras são repeti<strong>da</strong>s<strong>de</strong> três a cinco vezes, com intervalo <strong>de</strong> 1 minuto, sendo consi<strong>de</strong>rado o maior valor <strong>da</strong> PImáx.Para verificação <strong>da</strong> PEmáx, utiliza-se a mesma técnica <strong>da</strong> PImáx, solicita-se um esforçoinspiratório máximo, empregando as mesmas regras utiliza<strong>da</strong>s para medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> PImáx (DIAS,2001).Os valores <strong>da</strong>s pressões respiratórias máximas <strong>de</strong>terminam, com eficiência, a força <strong>da</strong>musculatura respiratória e, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos números alcançados, ela po<strong>de</strong>rá ser classifica<strong>da</strong>como normal, com fraqueza muscular, com fadiga muscular, ou com falência muscular(AZEREDO, 2002; SIMÕES, 2006; DIAS, 2001).A PImáx tem seu valor normal compreendido, em um adulto jovem, na faixa <strong>de</strong> - 90a - 120 cm H 2 O, enquanto que a PEmáx tem seu valor normal compreendido, em um adultojovem, na faixa <strong>de</strong> + 100 a + 150 cm H 2 O. Sabe-se que a partir dos 20 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> ocorreum <strong>de</strong>créscimo anual <strong>de</strong> 0,5 cm H 2 O nestes valores (AZEREDO, 2002).O mesmo autor afirma que para a caracterização <strong>da</strong> fraqueza, fadiga, ou falênciamuscular respiratória é necessário que os valores <strong>da</strong> PImáx estejam entre - 70 a - 45 cm H 2 O, -40 a - 25 cm H 2 O, e menos do que - 20 cm H 2 O, respectivamente. A capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> umapessoa respirar com gran<strong>de</strong>s volumes pulmonares e tossir efetivamente estará sempre altera<strong>da</strong>se sua PImáx estiver abaixo <strong>de</strong> - 50 cm H 2 O.Para Simões (2006), a PEmáx indica a força dos músculos abdominais e intercostais,já a Pimáx indica a força do principal músculo inspiratório, o diafragma, sendo este teste


41utilizado para i<strong>de</strong>ntificar possível fraqueza, fadiga ou até falência dos músculos respiratórios.Para Dias (2001), trata se <strong>de</strong> um exame <strong>de</strong> fácil realização e que necessita <strong>de</strong> um aparelho <strong>de</strong>baixo custo, o manuvacuômetro.Contudo, as Diretrizes para teste <strong>de</strong> função pulmonar (2002) propõem que sejamusa<strong>da</strong>s as equações (Anexo l) para o cálculo <strong>da</strong>s pressões respiratórias máximas, em função <strong>da</strong>i<strong>da</strong><strong>de</strong> e do sexo do indivíduo (Black e Hyatt, 1969).Para ca<strong>da</strong> parâmetro, o limite inferior <strong>de</strong> normali<strong>da</strong><strong>de</strong> é calculado subtraindo-se ovalor previsto do seguinte produto: 1,645 x EPE (erro padrão <strong>de</strong> estimativa). A mensuração <strong>da</strong>força dos músculos respiratórios tem, então, inúmeras aplicações, como: diagnosticarinsuficiência respiratória por falência muscular; diagnosticar fraqueza, fadiga e/ou falênciamuscular respiratória; auxiliar na elaboração <strong>de</strong> protocolos terapêuticos, entre outras funções.Uma <strong>de</strong>svantagem que po<strong>de</strong> ser aponta<strong>da</strong> pelo uso <strong>da</strong> manovacuometria para amensuração <strong>da</strong> força dos músculos respiratórios é o fato <strong>de</strong> este método avaliar somente aforça do conjunto dos músculos inspiratórios ou expiratórios, e não <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> músculoisola<strong>da</strong>mente. Além disso, as mensurações <strong>da</strong>s pressões respiratórias máximas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>da</strong>compreensão <strong>da</strong>s manobras a serem executa<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> vonta<strong>de</strong> do indivíduo em cooperar,realizando esforços respiratórios realmente máximos (Diretrizes para teste <strong>de</strong> funçãopulmonar, 2002).1.9.2 EspirometriaA espirometria é a medi<strong>da</strong> do ar que se move durante várias respirações. Permite<strong>de</strong>terminar quanto <strong>de</strong> ar po<strong>de</strong> ser exalado e inalado, e quão rapi<strong>da</strong>mente. É uma provafuncional respiratória que avalia as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s mecânicas do sistema respiratório, atravésdos volumes e débitos expiratórios e <strong>da</strong> observação <strong>de</strong> débito volume e curvas volumes etempo. A espirometria permite a avaliação <strong>de</strong> uma multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> parâmetros, porém osmais importantes do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> aplicação clínica são a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> vital força<strong>da</strong> (CVF),volume expiratório forçado no 1° segundo (VEF 1 ) e a relação VEF 1 /CVF, pois mostram avariabili<strong>da</strong><strong>de</strong> inter e intra-individual. Po<strong>de</strong> ser realiza<strong>da</strong> durante a respiração lenta ou durante


42manobras expiratórias força<strong>da</strong>s (SILVA et al., 2005; ATS, 2002, Diretrizes para teste <strong>de</strong>função pulmonar, 2002, PEREIRA, 2002).Para que a espirometria seja confiável, são necessários alguns cui<strong>da</strong>dos na suaaplicação, tal como compreensão e colaboração do paciente, equipamento calibrado e <strong>de</strong> boaquali<strong>da</strong><strong>de</strong>, comando <strong>de</strong> voz do examinador e conhecimento técnico do mesmo. Enright (2003)salienta a atenção nas três fases <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> vital força<strong>da</strong>, em que <strong>de</strong>screve como primeirafase <strong>da</strong> manobra (expiração máxima), cita<strong>da</strong> como sendo a mais importante e que <strong>de</strong>veriareceber mais ênfase; segun<strong>da</strong> fase (explosão), incentivar o paciente a expirar um fluxomáximo; terceira fase (final <strong>da</strong> expiração), incentivar o paciente a continuar soprando. Alémdisso, é importante que o examinador <strong>de</strong>monstre para o paciente para que o mesmocompreen<strong>da</strong> o que está sendo solicitado. O teste <strong>de</strong>ve ser repetido três ou cinco vezes e omelhor resultado <strong>de</strong>ve ser selecionado, sem esquecer-se do risco <strong>da</strong> má interpretação que po<strong>de</strong>ocorrer por falta <strong>de</strong> conhecimento do examinador.Conforme a American Thoracic Society (ATS, 2002), as indicações básicas dos testes<strong>de</strong> função pulmonar passaram a ter critérios melhor <strong>de</strong>finidos, visando <strong>de</strong>terminar a presença<strong>de</strong> anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, natureza fisiopatológicas dos distúrbios, gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>sfuncionais, riscos e tolerância a procedimentos diagnósticos e terapêuticos, resultando <strong>de</strong>tratamentos e prognósticos, e dos critérios <strong>da</strong> alta.Devem ser registrados i<strong>da</strong><strong>de</strong>, sexo, peso e altura, que são utilizados na obtenção dosvalores previstos, para população brasileira a raça não tem importância para obtenção <strong>de</strong>ssesvalores. A espirometria <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong> em ambiente calmo, permanecendo o paciente naposição senta<strong>da</strong> ao longo <strong>de</strong> todo o exame. O bucal do espirômetro é posicionadocorretamente para que não haja fuga <strong>de</strong> ar (DIAS, 2001).A espirometria é um exame simples e <strong>de</strong> fácil compreensão, sendo seus resultadosconfiáveis e reprodutíveis (SILVA et al, 2000). O volume eliminado em manobra expiratóriaforça<strong>da</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> Pulmonar Total (CPT) até o Volume Residual (VR) é aCapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> Vital Força<strong>da</strong> (CVF). O Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo(VEF 1 ) é a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ar eliminado no primeiro segundo <strong>da</strong> manobra expiratória força<strong>da</strong>, éa medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> função pulmonar mais útil clinicamente. Índice <strong>de</strong> Tiffenau (VEF 1 / CVF)i<strong>de</strong>ntifica a limitação <strong>de</strong> fluxo aéreo (PEREIRA, 2002, SILVA, 2000).


431.9.3 CirtometriaA cirtometria dinâmica ou toracometria é a medi<strong>da</strong> do perímetro torácico durante osmovimentos respiratórios e é segundo Carvalho (2001) e Costa (1999), a maneira maisindica<strong>da</strong> para medir a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> tóraco-abdominal. Como existe uma relação entre acontração diafragmática e expansibili<strong>da</strong><strong>de</strong> torácica, <strong>de</strong>vido à ação <strong>de</strong>ste músculo sobre a caixatorácica, é possível utilizar a cirtometria para avaliar, indiretamente, a eficiência do diafragma.Assim, quanto maior for à expansão <strong>da</strong> caixa torácica, maior será o trabalho e a força dodiafragma.Esta técnica consiste na mensuração <strong>da</strong>s circunferências torácicas realiza<strong>da</strong>s nas fasesexpiratória e inspiratória máximas. A diferença entre essas duas medi<strong>da</strong>s fornece informaçõesacerca do grau <strong>de</strong> expansibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> retração dos movimentos torácicos, estabelecendo achama<strong>da</strong> elastici<strong>da</strong><strong>de</strong> torácica ou coeficiente <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> torácica. Essas medi<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m serfeitas com uma fita métrica e <strong>de</strong>vem ser realiza<strong>da</strong>s em, no mínimo, dois pontos diferentes:região axilar e xifoidiana, para o tórax (CARVALHO, 2001).A cirtometria <strong>de</strong>ve ser feita fixando-se o ponto zero <strong>da</strong> fita métrica na região anteriordo nível que está sendo medido, enquanto que a outra extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> fita, após contornar todoo tórax ou abdômen com pressão máxima possível, <strong>de</strong>verá ser traciona<strong>da</strong> pelo avaliador aofinal do movimento respiratório sobre esse ponto fixo. A pressão máxima possível <strong>da</strong> fita nocorpo do paciente visa prevenir que estruturas moles interfiram nas medi<strong>da</strong>s (COSTA, 1999).A mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> toracoabdominal varia <strong>de</strong> acordo com a anatomia <strong>da</strong>s costelas.Fisiologicamente, as costelas inferiores são mais oblíquas que as superiores, e quanto maiorfor o grau <strong>de</strong> obliqüi<strong>da</strong><strong>de</strong>, maior será o movimento que po<strong>de</strong>m realizar. Conseqüentemente, aexpansão <strong>da</strong> caixa torácica é maior na sua porção inferior em comparação com a porçãosuperior, e é proporcional à amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> elevação <strong>da</strong>s costelas (YOKOHAMA, 2004).


44A expansão <strong>da</strong> caixa torácica também se dá em função do comprimento <strong>da</strong>scartilagens costais, cujo comprimento aumenta <strong>da</strong> 1ª a 10ª costela. Assim, a parte inferior dotórax é mais móvel que a superior (TRIBASTONE, 2001).


452 METODOLOGIA2.1 Delineamentos do estudoTabela 1- Delineamento do estudoParadigmaMetodologiaTipo <strong>de</strong> estudoAmostraPer<strong>da</strong>sLocalInstrumentosQuantitativoEstudos <strong>de</strong> casosAntes e <strong>de</strong>pois com um grupoQuatro pacientes, três do sexomasculino e 1 do feminino, com i<strong>da</strong><strong>de</strong>média <strong>de</strong> 23,5 anos, com dreno <strong>de</strong> tórax.Um Paciente do sexo feminino.Hospital Municipal <strong>de</strong> NovoHamburgo, situado na Rua Pedro A<strong>da</strong>msFilho, 6540, NH.• Máscara simples;• Válvula unidirecional;• Microespirômetro Spirodoc®;• Manovacuômetro ComercialMédica®;• Fita métrica;• Estetoscópio Rappaport®;• Radiografia <strong>de</strong> tórax;• Ficha <strong>de</strong> avaliação (Apêndice B);


46• Termo <strong>de</strong> consentimento livre eesclarecido (Apendice A);• Escala analógica <strong>da</strong> dor (AnexoB);• Maquina fotográfica digitalOlympus X-715®.Critérios <strong>de</strong> inclusãoCritérios <strong>de</strong> exclusãoCritérios <strong>de</strong> per<strong>da</strong>sPaciente <strong>de</strong>ve apresentar dreno <strong>de</strong>tórax com colocação no dia do início <strong>da</strong>intervenção, paciente estar lúcido,orientado e coerente, não estar fazendo uso<strong>de</strong> oxigenioterapia, ter lido e assinado otermo <strong>de</strong> consentimento livre esclarecido,ter i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 18 e 65 anos.Pacientes que apresentaremdoenças pulmonares obstrutivas crônicas,enfisema subcutâneo, a não aceitação emparticipar do estudo.Pacientes que por algum motivonão possam concluir o protocolo <strong>de</strong>atendimento.Para realização <strong>de</strong>ste trabalho foram utilizados o microespirômetro <strong>da</strong> marcaSpirodoc® (Figura 1), manovacuometro Comercial Médica® (Figura 2), fita métrica, umacâmera digital <strong>da</strong> marca Olympus® para fotografar as imagens radiológicas <strong>de</strong> antes e <strong>de</strong>pois<strong>da</strong> colocação do dreno e <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> sua retira<strong>da</strong>, estetoscópio Rappaport® (Figura 3) paraavaliar a ausculta pulmonar diária do paciente.Figura 1-Microespirômetro Figura 2- Manovacuômetro Figura 3- Estetoscópio


47Para realização dos exames espirométricos e avaliação <strong>da</strong> força muscular ventilatóriaforam segui<strong>da</strong>s às normas <strong>da</strong> American Thoracic Society (ATS, 2002), do ConsensoBrasileiro <strong>de</strong> Espirometria. O paciente permanecia em se<strong>de</strong>stação durante o exame, formandoum ângulo <strong>de</strong> 90° entre o tronco e as coxas, com a cabeça em posição neutra e fixa, e com onariz clipado para impedir o escape <strong>de</strong> ar, o bucal era bem posicionado <strong>de</strong> modo que nãoocorresse a fuga <strong>de</strong> ar pela boca. Os exames radiológicos eram fotografados a uma distância<strong>de</strong> 40 cm do megatoscópio, como forma <strong>de</strong> padronizar as fotos <strong>de</strong> todos os exames analisados.A cirtometria era realiza<strong>da</strong> na linha axilar na inspiração máxima e na inspiração máxima e noprocesso xifói<strong>de</strong> na inspiração máxima e na expiração máxima, com o paciente formando umângulo <strong>de</strong> 90° entre o tórax e as coxas.2.2 Procedimentos2.2.1 Contato inicialPara realização <strong>de</strong>ste trabalho foi necessária à aprovação <strong>da</strong> banca examinadoracomposta por professoras do Centro Universitário Feevale, em segui<strong>da</strong> foi encaminhado parao diretor do Hospital Municipal <strong>de</strong> Novo Hamburgo, on<strong>de</strong> a pesquisadora conversou com omesmo explicando os procedimentos a serem realizados no estudo, tendo consentimentoimediato. Após o projeto passou pelo Comitê <strong>de</strong> Ética e Pesquisa do Centro UniversitárioFeevale, com o processo n° 4.05.03.06.458, sendo aprova<strong>da</strong> no dia 06 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2007, <strong>da</strong><strong>da</strong>aprovação, <strong>de</strong>u-se início a aplicação <strong>da</strong> pesquisa.A partir <strong>da</strong>í os prontuários eram verificados diariamente nos turnos <strong>da</strong> manhã e <strong>da</strong>tar<strong>de</strong> em busca <strong>de</strong> pacientes que tivessem dreno <strong>de</strong> tórax e se enquadrassem nos critérios <strong>de</strong>inclusão <strong>da</strong> pesquisa, sendo que aqueles que não estavam nos critérios pré-estabelecidos eramatendidos pela equipe <strong>de</strong> fisioterapia do hospital. E os que se incluíam nos critérios <strong>de</strong>inclusão recebiam apenas o atendimento proposto na pesquisa sem receber atendimento pelaoutra equipe.


48O contato iniciava com apresentação <strong>da</strong> pesquisadora e do seu respectivo trabalho,sendo este explicado <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>mente com os objetivos e condutas, após era entregue o Termo<strong>de</strong> Consentimento Livre Esclarecido (Apêndice A) para que o mesmo lê-se e assinasse casoconcor<strong>da</strong>sse em participar, permanecendo uma cópia com o paciente e outra com apesquisadora.2.3 Projeto PilotoO projeto piloto teve início no dia 28 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2007, a fim <strong>da</strong> pesquisadora sefamiliarizar com os métodos utilizados na pesquisa, a<strong>de</strong>quar os instrumentos aos participantes<strong>da</strong> pesquisa, retificar possíveis erros apresentados, além <strong>de</strong> servir como período <strong>de</strong>aprendizagem e treinamento do pesquisador.A amostra foi constituí<strong>da</strong> <strong>de</strong> um paciente do sexo masculino, com i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 53 anos,com diagnóstico <strong>de</strong> hemotórax a E <strong>de</strong>corrente trauma torácico por aci<strong>de</strong>nte automobilístico.Após coleta dos <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do prontuário, foi realiza<strong>da</strong> a avaliação dopaciente (Apêndice B), utilizando como instrumento Microespirometro <strong>da</strong> marca Spirodoc <strong>da</strong>Medican International Research®, estetoscópio <strong>da</strong> marca Rappaport®, Manovacuometro <strong>da</strong>Comercial Médica®, para verificação <strong>da</strong> expansibili<strong>da</strong><strong>de</strong> torácica foi utilizando uma fitamétrica com 1 centímetro <strong>de</strong> largura, com comprimento <strong>de</strong> 1,5 metros, gradua<strong>da</strong> emmilímetros.O atendimento fisioterapêutico foi realizado duas vezes ao dia nos turnos <strong>da</strong> manhã etar<strong>de</strong>, tendo intervalo <strong>de</strong> 6 horas entre os mesmos, nos plantões a rotina se manteve. Aavaliação e reavaliação (Apêndice B) foram realiza<strong>da</strong>s pela pesquisadora, bem como todos osatendimentos.A sessão <strong>de</strong> fisioterapia foi elabora<strong>da</strong> <strong>da</strong> seguinte forma:• Com o paciente em <strong>de</strong>cúbito dorsal no leito, com a cabeceira eleva<strong>da</strong> a 75°,com a cabeça relaxa<strong>da</strong> no travesseiro.• Coleta dos sinais vitais: freqüência cardíaca, freqüência respiratória, auscultapulmonar e temperatura corporal.


49• A<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong> máscara simples no rosto do paciente, com o mesmo respirandosem oclusão <strong>da</strong> válvula unidirecional por alguns ciclos (Figura 4);• Conexão <strong>da</strong> válvula unidirecional e novamente o paciente respira sem aoclusão <strong>da</strong> expiração por alguns ciclos;• Após a a<strong>da</strong>ptação do paciente a máscara e a válvula unidirecional <strong>de</strong>ram-seinicio a pesquisa propriamente dita, com inspirações sucessivas do pacienteenquanto que a pesquisadora ocluía a saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> ar com a palma <strong>da</strong> mão (Figura5). Eram realiza<strong>da</strong>s seis séries <strong>de</strong> seis inspirações ca<strong>da</strong>, com intervalo <strong>de</strong> doisminutos entre ca<strong>da</strong> ciclo.Figura 4 – A<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong> máscaraFigura 5 – Aplicação <strong>da</strong> técnicaBreath-StackingParecer do projeto pilotoNo primeiro atendimento, observou-se que para o sucesso do trabalho era necessáriacompreensão do paciente em relação aos testes <strong>de</strong> espirometria e manovacuometria, bemcomo modificar a forma <strong>de</strong> realização <strong>da</strong> técnica <strong>de</strong> Breath-Stacking para posição <strong>de</strong> 75° aoinvés <strong>de</strong> 90° como havia sido proposto no projeto <strong>de</strong> pesquisa, on<strong>de</strong> o paciente pu<strong>de</strong>sserelaxar a cabeça e não forçar ela contra a máscara, impedindo que o mesmo fizesse um esforço<strong>de</strong>snecessário. Foi retirado também <strong>da</strong> avaliação <strong>de</strong> coleta dos <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> saturação, pois auni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento não disponibilizava do aparelho <strong>de</strong> oximetria <strong>de</strong> pulso.Não foi possível obter o controle do líquido drenado do paciente, pois adisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> horários para pesquisa, rotinas no setor e <strong>da</strong> evolução nos prontuáriosimpossibilitaram essa aferição.


502.4 Estudo principalFoi realizado no mês <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2007, com uma amostra <strong>de</strong> três pacientes com dreno<strong>de</strong> tórax, todos do sexo masculino e com i<strong>da</strong><strong>de</strong> variando entre 19 e 23 anos, selecionadosconforme os critérios <strong>de</strong> inclusão e exclusão pré-<strong>de</strong>terminados no projeto.O presente estudo apresentou os mesmos critérios <strong>de</strong> avaliação e reavaliação doprojeto piloto, mantendo o mesmo número <strong>de</strong> repetição <strong>da</strong> técnica e respeitando o tempo <strong>de</strong>intervalo entre ca<strong>da</strong> ciclo, citado anteriormente. A média <strong>de</strong> dias <strong>de</strong> atendimentos foi <strong>de</strong> doisdias.


513 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS3.1 Descrições <strong>da</strong> amostraA discussão dos <strong>da</strong>dos <strong>de</strong>ste trabalho foi realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>scritiva através <strong>da</strong>análise <strong>da</strong>s tabelas que compõem o mesmo.Conforme <strong>de</strong>scrito na tabela 1, este estudo constou com a colaboração <strong>de</strong> trêspacientes homens e uma paciente mulher, com i<strong>da</strong><strong>de</strong> media <strong>de</strong> 23,5 anos, todos apresentaramo pneumotórax como o tipo <strong>de</strong> efusão pleural, sendo o tratamento realizado à drenagempleural simples em selo d‘água. O local <strong>de</strong> inserção do tubo <strong>de</strong> drenagem foi em 3 pacientesno 4° espaço intercostal, e em 1 paciente no 5° espaço intercostal.Como per<strong>da</strong> amostral obteve-se o caso 4 por se tratar <strong>de</strong> pneumotórax espontâneo <strong>de</strong>repetição. Para essa paciente foi indicado tratamento cirúrgico por se tratar do terceiropneumotórax em 34 meses, foi realiza<strong>da</strong> uma toracotomia lateral com ressecção <strong>da</strong>s bolhaspor simples ligadura, com sutura manual, em ápice esquerdo.TABELA 2 - Características dos colaboradores estu<strong>da</strong>dosCaso 1 Caso 2 Caso3 Caso 4Sexo M M M FI<strong>da</strong><strong>de</strong> 23 19 20 32Tipo <strong>de</strong> efusãopleuralPneumotórax Pneumotórax Pneumotórax Pneumotórax


52Local <strong>de</strong>inserção dodrenoTempo <strong>de</strong>permanênciacom o drenoPatologias4° espaçointercostal nalinha axilaresquer<strong>da</strong>5° espaçointercostal nalinha axilaresquer<strong>da</strong>4° espaçointercostal nalinha axilaresquer<strong>da</strong>4° espaçointercostal nalinha axilaresquer<strong>da</strong>4 dias 2 dias 2 dias 2 diaLaceração dofígado e baçoassocia<strong>da</strong>s Nenhuma NenhumaNenhumaOutrosLaparotomiaprocedimentoscirúrgicosNenhumaNenhumaExploradoraToracotomiaAci<strong>de</strong>ntePneumotóraxFerimentoporPneumotóraxCausasautomobilísticoespontâneoprimárioarma brancaespontâneoprimário<strong>de</strong>repetição3.2 Espirometria e manovacuometria:TABELA 3 - Resultados <strong>da</strong> EspirometriaESPIROMETRIAVEF 1 CVF VEF 1 /CVFANTES DEPOIS ∆ ANTES DEPOIS ∆ ANTES DEPOIS ∆CASO 1 46 72 26 58 68 10 89 112 23CASO 2 77 80 3 66 69 3 119 119 0CASO 3 42 48 6 42 58 16 112 90 -22MÉDIA 55 66 55 65 106 107Na tabela 3, foram analisados os resultados do VEF 1 , CVF e VEF 1 /CVF referentes àespirometria antes e <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> aplicação do tratamento fisioterapêutico, proposto nessetrabalho nos três casos analisados. Conforme vários autores e <strong>de</strong> acordo com os critérios <strong>da</strong>ATS (2002), consi<strong>de</strong>ra-se o nível percentual <strong>de</strong> 80%, com relação aos valores previstos para


53altura, peso e sexo, como limite inferior <strong>da</strong> normali<strong>da</strong><strong>de</strong> para os parâmetros: CVF, VEF 1 erelação VEF 1 /CVF. De acordo com Turino (2001), os principais parâmetros espirométricos <strong>de</strong>interesse para quantificação <strong>da</strong> função pulmonar são o volume expiratório forçado no primeirosegundo (VEF 1 ), a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> vital força<strong>da</strong> (CVF) e a relação VEF 1 e a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> vitalforça<strong>da</strong> (VEF 1 /CVF).Neste estudo, todos os pacientes apresentaram uma melhora na CVF em comparaçãodo teste realizado antes <strong>da</strong> aplicação do tratamento com o teste realizado no últimoatendimento, tendo uma diferença na média <strong>de</strong> 55% inicial para uma média <strong>de</strong> 65% no final.O caso 3 apresentou a maior diferença tendo um aumento na CVF <strong>de</strong> 16%, conforme<strong>de</strong>monstra a tabela 3.A espirometria po<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar a presença e gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> doença pulmonar, mascomo <strong>da</strong>do isolado não oferece informações suficientes na predição <strong>de</strong> risco paracomplicações pulmonares (SAAD et al, 2001).Segundo Paiva et al. (2003), a espirometria realiza<strong>da</strong> em pacientes pós-operatório <strong>de</strong>cirurgia torácica apresenta diminuição nos volumes <strong>de</strong> CVF e VEF 1 , o que possibilita aformação <strong>de</strong> atelectasia e anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>s na relação ventilação-perfusão.Quando a CVF está reduzi<strong>da</strong> na presença <strong>de</strong> razão VEF 1 /CVF normal ou eleva<strong>da</strong>, odistúrbio ventilatório restritivo po<strong>de</strong> ser inferido, como é o caso <strong>da</strong> amostra on<strong>de</strong> todos ospacientes se encontram em um estado <strong>de</strong> restrição pulmonar. Já os pacientes sintomáticos queapresentam VEF 1 normal e VEF 1 /CVF reduzido po<strong>de</strong>m ser classificados como portadores <strong>de</strong>distúrbio ventilatório obstrutivo (SAAD et al. 2001). Na amostra estu<strong>da</strong><strong>da</strong> a média do VEF 1dos pacientes na primeira avaliação, ou seja, antes <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> técnica foi <strong>de</strong> 55%, já apóso tratamento fisioterapêutico a média final do VEF 1 obteve um aumento <strong>de</strong> 11% chegando á66%. No caso 1 o aumento do VEF 1 foi mais representativo comparado aos outros pacientes,isso se justifica ao maior número <strong>de</strong> sessões <strong>de</strong> fisioterapia com aplicação <strong>da</strong> técnica <strong>de</strong>Breath-Stacking e ao maior tempo <strong>de</strong> permanência com o dreno <strong>de</strong> tórax que foi <strong>de</strong> 4 diasenquanto que os outros colaboradores permaneceram por dois dias com o mesmo.Analisando os valores do índice <strong>de</strong> Tiffenau antes e <strong>de</strong>pois (106% vs. 107%) po<strong>de</strong>-seobservar que o valor é normal, porém os valores <strong>da</strong> CVF foram reduzidos nos três casos sendo


54a média antes e <strong>de</strong>pois (55% vs. 65%), que segundo a ATS (2002) é consi<strong>de</strong>rado um distúrbioventilatório restritivo. Não foi possível observar a alteração <strong>da</strong> CVF e do VEF 1 para valoresnormais nesses indivíduos durante o período <strong>de</strong> aplicação <strong>da</strong> técnica, apesar do aumento dosvalores refletirem uma melhora na expansão pulmonar. Para Saad et al (2006) os pacientessubmetidos à cirurgia torácica só apresentarão sinais <strong>de</strong> melhora na função pulmonar a partirdo terceiro mês após o período pós-operatório, assim, o estudo <strong>de</strong>monstrou uma melhora <strong>da</strong>função pulmonar já nos primeiros dias <strong>de</strong> realização <strong>da</strong> fisioterapia com a técnica “BreathStacking”, apesar <strong>de</strong> não ter os valores normais preditos pelas Diretrizes <strong>de</strong> Testes <strong>de</strong> FunçãoPulmonar <strong>de</strong> 2002, conforme a i<strong>da</strong><strong>de</strong>, o sexo, o peso e a altura.Para Baker (1990), o principal objetivo <strong>da</strong> inspirometria <strong>de</strong> incentivo é favorecer arespiração profun<strong>da</strong>, evitar áreas <strong>de</strong> colapso e aju<strong>da</strong>r na reexpansão pulmonar. A duração <strong>da</strong>manobra <strong>de</strong> inspiração é tão importante quanto o volume ativado, bloquear a expiração<strong>de</strong>ixando a respiração seguir apenas um caminho facilita a insuflação do pulmão por permitirprogressivamente que os volumes <strong>de</strong> ar alcançado em ca<strong>da</strong> esforço inspiratório provoquemum aumento no volume torácico.Po<strong>de</strong>-se notar que o caso 1, apresentou aumento do VEF 1 <strong>de</strong> 26% quandocomparados os valores antes e <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> técnica <strong>de</strong> “Breath-Stacking”. Já opaciente 2, quando feita a mesma comparação observa-se um discreto aumento do VEF 1 . ParaCVF, o caso 3 foi o que mais teve aumento, sendo 6% maior que o caso 1, que po<strong>de</strong> estarrelacionado pela maior limitação ventilatória inicial ao tratamento fisioterapêutico.Nos quadros agudos <strong>de</strong> complicações pulmonares, o VEF 1 e a CVF po<strong>de</strong>m sofrermarca<strong>da</strong>s diminuições, mas que são recupera<strong>da</strong>s com o tratamento. Portanto, medi<strong>da</strong>sindividuais <strong>da</strong> função pulmonar po<strong>de</strong>m ser úteis para avaliar a extensão <strong>da</strong> anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>, aprogressão <strong>da</strong> doença e a resposta individual ao tratamento (ANDRADE et al., 2001).Conforme a tabela 3, po<strong>de</strong>-se verificar que os valores <strong>da</strong> espirometria tem umcomportamento relacionado aos resultados, que são semelhantes, em função <strong>de</strong> que os trêscasos foram consi<strong>de</strong>rados restritivos e por isso os valores expressos na tabela 4 <strong>de</strong>monstramuma PImáx maior que a PEmáx dos indivíduos pesquisados, isso porque se entrar menorquanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ar nos pulmões menor vai ser a retração elástica <strong>da</strong> caixa torácica e dospulmões para realizar pressões expiratórias. O <strong>de</strong>sempenho ventilatório <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> não apenas


55<strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s mecânicas dos pulmões (vias aéreas e parênquima), mas também <strong>da</strong>integri<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> torácica e <strong>da</strong> ação dos músculos respiratórios (SILVA, L. et al., 2000).Segundo as Diretrizes para teste <strong>de</strong> função pulmonar (2002), pacientes com doençaspulmonares restritivas apresentam baixos valores <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> pulmonar total (CPT), o queexplica o baixo valor <strong>da</strong> PEmáx encontra<strong>da</strong> nos pacientes. A dor também po<strong>de</strong> terinfluenciado nos baixos valores encontrados na PEmáx, pois todos os pacientes referiram dorno local <strong>da</strong> drenagem na realização dos testes <strong>de</strong>vido ao esforço físico. Além disso, o caso 1havia sofrido um aci<strong>de</strong>nte automobilístico e apesar <strong>de</strong> não apresentar nenhuma fratura,apresentava dores na região cervical, e o caso 3 havia realizado uma laparotomia exploradoraa fim <strong>de</strong> verificar se havia sofrido mais alguma lesão <strong>de</strong>vido ao FAB.Segundo Baker (1990), em um estudo realizado com 26 pacientes vítimas <strong>de</strong> traumatorácico, cirurgia torácica ou doença crítica que foram utiliza<strong>da</strong>s as técnicas <strong>de</strong> inspiraçãomáxima, e a técnica <strong>de</strong> “Breath-Stacking” no tratamento <strong>da</strong>s possíveis complicações, a válvulado caminho único que seletivamente bloqueia a expiração, possibilitava ao paciente orelaxamento dos músculos inspiratórios sem <strong>de</strong>sinsuflação dos pulmões. On<strong>de</strong> os volumesinspiratórios adquiridos pelas respirações sucessivas são maiores pela ação <strong>da</strong> válvula, quepermite aumento <strong>da</strong> caixa torácica em contrabalanço aos esforços musculares.TABELA 4 – Resultados <strong>da</strong> ManovacuometriaPI MáxPE MáxANTES DEPOIS ∆ ANTES DEPOIS ∆CASO 1 -90 -150 -60 125 150 25CASO 2 -90 -150 -60 90 100 10CASO 3 -105 -140 -35 65 80 15MÉDIAS -95 -146 93 110Apesar <strong>de</strong> nenhum paciente apresentar quadro <strong>de</strong> fadiga, fraqueza ou falência <strong>da</strong>musculatura respiratória, todos os pacientes apresentaram melhora dos valores <strong>da</strong> PImáx ePEmax pós tratamento, conforme <strong>de</strong>monstra a tabela 4. Esses valores obtidos estavamrelacionados a tabela Black & Hyatt (Anexo A), que prediziam os valores consi<strong>de</strong>radosnormais para sua i<strong>da</strong><strong>de</strong> e sexo, exceto para o caso 3, que continuou com a PEmáx baixa,


56justifica<strong>da</strong> pelo fato <strong>de</strong> o mesmo ter realizado uma laparotomia exploradora na regiãoabdominal.TABELA 5 – Escala <strong>da</strong> dorANTES DEPOIS ∆CASO 1 8 2 6CASO 2 6 0 6CASO 3 7 2 5MÉDIAS 7 1,3Na tabela 5 foi analisa<strong>da</strong> a escala <strong>da</strong> dor (Anexo B), realiza<strong>da</strong> antes e após ca<strong>da</strong>atendimento, tendo uma média dos 3 casos antes e <strong>de</strong>pois (7 vs. 1,3) <strong>de</strong>monstrando umadiminuição importante <strong>da</strong> percepção subjetiva <strong>da</strong> dor em todos os pacientes no dia <strong>da</strong> retira<strong>da</strong>do dreno, ou seja, no dia <strong>da</strong> avaliação final do trabalho.Para Baker (1990), mesmo um paciente plenamente cooperativo e motivado pararealização do tratamento com a técnica <strong>de</strong> inspiração <strong>de</strong> incentivo po<strong>de</strong> ser comprometido peladispnéia, fraqueza muscular ou pela dor, já que a fraqueza e a “per<strong>da</strong> <strong>de</strong> folego”, e a dor dospacientes os tornam incapazes <strong>de</strong> exercer esforços inspiratórios suficientes para <strong>da</strong>r um altovolume <strong>de</strong> ar no pulmão e sustentar isso uma vez ativado.Outro fator relevante ao quadro do paciente é a dor <strong>de</strong>vido à colocação do tubo dodreno <strong>de</strong> tórax, on<strong>de</strong> a incisura <strong>de</strong>ste atravessa a pele, o gradil costal e to<strong>da</strong> musculatura <strong>da</strong>caixa torácica até chegar às pleuras, esse corte normalmente tem 2 a 3 cm <strong>de</strong> comprimento,sendo um corte profundo e agressivo.TABELA 6 - Cirtometria <strong>da</strong> Linha AxilarLINHA AXILARANTES DEPOIS ANTES DEPOISINS MÁX INSP MÁX ∆ EXP MÁX EXP MÁX ∆CASO 1 94 96,5 2,5 92,5 93,5 1CASO 2 91 93 2 90 90 0CASO 3 99,5 103 3,5 97,5 100 2,5


57Neste trabalho, a cirtometria foi realiza<strong>da</strong> antes e após ca<strong>da</strong> atendimento, sendocoletado na tabela 6 a primeira e a última averiguação do tratamento, na inspiração máxima etambém na expiração máxima. Observou-se que na linha axilar o caso 3 teve um aumento <strong>de</strong>3,5 cm em relação ao dia <strong>da</strong> avaliação inicial, seguido pelo caso 1 com 2,5 cm e pelo caso 2com 2 cm, caracterizando uma expansão torácica. Já na expiração máxima, a comparação doantes e <strong>de</strong>pois também teve o caso 3 com valores maiores, com uma diferença <strong>de</strong> 2,5 cm,caracterizando uma maior mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> torácica com maior <strong>utilização</strong> <strong>da</strong> musculaturaexpiratória.TABELA 7 - Cirtometria do Processo Xifói<strong>de</strong>PROCESSO XIFÓIDEANTES DEPOIS ANTES DEPOISINSP MÁX INSP MÁX ∆ EXP MÁX EXP MÁX ∆CASO 1 87 89 2 85 85 0CASO 2 83 85,5 2,5 82,5 83 0,5CASO 3 89,5 92,5 3 87,5 90 2,5Na tabela 7 foram analisados os resultados <strong>da</strong> cirtometria do processo xifói<strong>de</strong> noantes e <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> primeira avaliação com a última avaliação, sendo que o caso 3 teve ummaior aumento na expansão <strong>da</strong> caixa torácica com a média <strong>de</strong> 3 cm na inspiração máxima e2,5 cm <strong>de</strong> média na expiração máxima comparado ao caso 2 que teve aumento <strong>de</strong> 2,5 cm nainspiração máxima e 0,5 cm na expiração máxima, para 2 cm <strong>de</strong> média na inspiração máximano caso 3 e 0 cm <strong>de</strong> expansibili<strong>da</strong><strong>de</strong> na expiração máxima.As costelas inferiores são mais oblíquas que as superiores, e quanto maior for o grau<strong>de</strong> obliqüi<strong>da</strong><strong>de</strong> maior será o movimento que po<strong>de</strong>m realizar. Conseqüentemente, a expansão<strong>da</strong> caixa torácica na sua porção inferior é maior em comparação com os níveis superior emédio (YOKOHAMA, 2004). A expansibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> caixa torácica também se dá em funçãodo comprimento <strong>da</strong>s cartilagens costais, as quais aumentam progressivamente <strong>da</strong> 1a a 10acostela. Assim, o tórax inferior é mais móvel que o superior (TRIBASTONE, 2001).Diferente do citado por ambos os autores acima, nesse trabalho po<strong>de</strong>-se verificar quea expansibili<strong>da</strong><strong>de</strong> na linha axilar foi <strong>de</strong> igual à maior que no processo xifói<strong>de</strong> para todos oscasos, que caracteriza a <strong>utilização</strong> <strong>de</strong> uma respiração mais apical associa<strong>da</strong> a uma freqüência


58respiratória mais eleva<strong>da</strong> conforme <strong>de</strong>monstram as médias na tabela 7. Quando avaliado aausculta pulmonar na tabela 8 po<strong>de</strong>-se verificar ocorreram alterações do murmúrio vesicularno primeiro e no último atendimento, com melhora no ápice, o que justifica a melhorexpansão <strong>da</strong> linha axilar.TABELA 8 – Freqüência respiratória e cardíacaFCFRANTES DEPOIS ∆ ANTES DEPOIS ∆CASO 1 (6 atendimentos) 59 65 6 23 17 -6CASO 2 (4 atendimentos) 55 63 8 29 24 -5CASO 3 (4 atendimentos) 64 62 -2 27 24 -359,3 63,3 4 26,3 21,6 -4,6Quanto aos sinais vitais não foi observado nenhuma alteração em relação à <strong>utilização</strong><strong>da</strong> manobra <strong>de</strong> Breath-Stacking em pacientes com dreno <strong>de</strong> tórax. A média <strong>da</strong> freqüênciacardíaca manteve-se em 63 bpm, e a freqüência respiratória manteve uma média <strong>de</strong> 20 a 26irpm, apresentando quadro <strong>de</strong> taquipnéia, o que justifica a diminuição do murmúrio vesicularem bases tendo uma diminuição do volume <strong>de</strong> ar corrente.3.3 Tempo <strong>de</strong> permanência com o dreno <strong>de</strong> tórax e radiografia <strong>de</strong> tóraxConforme <strong>de</strong>monstrado na tabela 1 o tempo <strong>de</strong> permanência com o dreno <strong>de</strong> tóraxobteve a média <strong>de</strong> 2,6 dias, este valor quando comparado com o radiograma <strong>de</strong> tórax<strong>de</strong>monstra que, quanto maiores às alterações referentes à elevação <strong>da</strong>s hemicúpulasdiafragmáticas, diminuição dos espaços intercostais, diminuição <strong>da</strong> contagem do número <strong>de</strong>costelas sobrepostas à imagem do parênquima pulmonar e opaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos campospulmonares, antes do tratamento, maior será o tempo <strong>de</strong> permanência com dreno. Nos trêscasos, a radiografia simples <strong>de</strong> tórax geralmente confirma o diagnóstico através <strong>da</strong> presença<strong>da</strong> faixa <strong>de</strong> ar entre a pare<strong>de</strong> e /ou diafragma e a pleura visceral, conforme as figuras 6, 7 e 8,foi possível verificar este comportamento, caracterizando uma redução <strong>da</strong> função pulmonar,um maior tempo <strong>de</strong> permanência com o dreno e melhora após a aplicação <strong>da</strong> técnica “BreathStacking”, com redução <strong>de</strong>ste parâmetro radiológico <strong>de</strong>scrito anteriormente. Sendo assim, ocaso 1 ficou quatro dias com o dreno <strong>de</strong> tórax, e obteve os melhores resultados na espirometria


59<strong>de</strong>scritos na tabela 3, que po<strong>de</strong> também estar relacionado ao maior número <strong>de</strong> sessões <strong>de</strong>fisioterapia que totalizaram oito sessões.FIGURA 6 – Radiografia <strong>de</strong> tórax do caso 1Dreno <strong>de</strong> tórax no pulmão E, póspneumotórax.Retira<strong>da</strong> do dreno <strong>de</strong> tórax apósreexpansão do pulmão EFIGURA 7 – Radiograma <strong>de</strong> tórax do caso 2Figura 3 – Radiograma <strong>de</strong> tórax caso 3Pneumotórax espontâneo à E comReexpansão pulmonar completaDrenagem pleural em ápice E. após drenagem pleural à E.


60FIGURA 8 – Radiograma <strong>de</strong> tórax do caso 3Reexpansão pulmonar completa apósdrenagem pleural à E3.4 Murmúrio vesicularNo exame físico <strong>de</strong> uma pessoa que possui um pneumotórax, quando se utiliza oestetoscópio, geralmente observa-se redução do murmúrio vesicular e do frêmito toraco-vocal,e esta manifestação po<strong>de</strong> estar associa<strong>da</strong> a um som “oco”, caracterizado como diferente,durante a percussão do tórax em pacientes com pneumotórax (FELICETTI e ANDRADE,2001). Conforme a tabela 8, todos os pacientes obtiveram melhora na ausculta pulmonar,sendo esta realiza<strong>da</strong> antes e após ca<strong>da</strong> atendimento.TABELA 9 - Ausculta PulmonarPRIMEIRO ATENDIMENTOÚLTIMO ATENDIMENTOCASO 1 MV ↓ em hemitórax E SRA MV ↓ em base E SRACASO 2 MV ↓ em ápice E, abolido em base E SRA. MV ↓ em base E SRACASO 3 MV abolido em base E SRA MV ↓ em base e roncos em ápice bilateral


61CONCLUSÃOCom a realização <strong>de</strong>ste trabalho po<strong>de</strong>-se verificar a eficácia <strong>da</strong> técnica Breath-Stacking como um recurso fisioterapêutico na reexpansão pulmonar <strong>de</strong>ste grupo <strong>de</strong> pacientescom dreno <strong>de</strong> tórax.Todos os pacientes do estudo melhoraram sua função pulmonar após a aplicação <strong>da</strong>técnica.A média do tempo <strong>de</strong> permanência com o dreno foi pequena no grupo estu<strong>da</strong>do.O murmúrio vesicular melhorou com a aplicação <strong>da</strong> técnica nos casos estu<strong>da</strong>dos.Ocorreram modificações radiológicas que apresentam uma expansão do pulmãoacometido pelo pneumotórax.Apesar <strong>de</strong> todos os pacientes terem apresentado uma melhora, são necessário estudoscom um número maior <strong>de</strong> indivíduos e que tenham um grupo controle para comparar aeficácia <strong>da</strong> <strong>utilização</strong> <strong>da</strong> técnica.


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ANEXOS69


70ANEXO A – Tabela <strong>de</strong> Black e HyattPressãoPI máxSexoHMI<strong>da</strong><strong>de</strong>20-54 55-59 60-64 65-69 70-74124±4487 ±32103±3277±26103±3273±26103±3270±26103±3265±26PE máxHM233±84152±54218±74145±40209±74140±40197±74135±40185±74128±40Valores <strong>de</strong> Referência do ManovacuômetroBlack e Hyatt. Amer Ver of Resp Dis 1969; 99: 696-72


71ANEXO B - ESCALA ANALÓGICA DA DOR 1Função <strong>da</strong> Escala analógica <strong>da</strong> dor:Etapa 1: o terapeuta apresenta ao paciente uma linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>z centímetro <strong>de</strong> comprimento na(horizontal e não na vertical), traça<strong>da</strong> sobre um papel com item em ca<strong>da</strong> extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas semnenhuma outra referência. O paciente indica, por uma marca, o ponto on<strong>de</strong> situa a dor no instantepresente. Ele nunca <strong>de</strong>ve rever o que fez anteriormente: a ca<strong>da</strong> vez, apresenta-se a ele uma escalaem branco.Etapa 2: sem que o paciente veja, o terapeuta atribui um valor <strong>de</strong> 0 a 10 à marca feita(0=dor ausente, 10=dor insuportável).Material necessário: uma folha <strong>de</strong> papel e uma linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>z centímetros <strong>de</strong> comprimento.\__________________________________________ /Dor ausenteDor insuportável1 VIEL, 2001.


APÊNDICES72


APÊNDICE A73


76APÊNDICE BFicha <strong>de</strong> avaliação FisioterapêuticaNome:Data <strong>de</strong> nascimento: I<strong>da</strong><strong>de</strong>: Sexo:Numero do leito e do quarto:Data <strong>de</strong> internação:Motivo <strong>da</strong> internação:Tipo <strong>de</strong> dreno:Diagnóstico clínico:Doenças associa<strong>da</strong>s:Laudo radiológico:Sinais Vitais:FCFRAusculta PulmonarSpO 2TemperaturaMicroespirometria:Dia avaliaçãoDia retira<strong>da</strong> do dreno1 2 3 4 5 1 2 3 4 5Vef 1 Vef 1CVFCVFTiffyneouTiffyneouManovacuometria:PIMáxPEMáxDia avaliaçãoDia <strong>da</strong> retira<strong>da</strong> do dreno1 2 3 4 5 1 2 3 4 5PIMáxPEMaxCirtometria:Linha axilarLinha do processoxifói<strong>de</strong>Inspiração máximaExpiração máxima

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