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O olhar da Análise do Discurso sobre o texto publicitário - Eutomia

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493seduzin<strong>do</strong> o consumi<strong>do</strong>r para que este, depois de manipula<strong>do</strong>, considere o produto umanecessi<strong>da</strong>de em sua vi<strong>da</strong>; desse mo<strong>do</strong>, objetivamos analisar a construção <strong>da</strong> imagem <strong>do</strong>ethos no discurso publicitário como uma estratégia manipulativo-persuasiva utiliza<strong>da</strong> peloenuncia<strong>do</strong>r para persuadir seu leitor-consumi<strong>do</strong>r.Selecionamos para a nossa análise um anúncio impresso <strong>do</strong> Itaú Seguros, veicula<strong>do</strong>na revista Veja. O trabalho está situa<strong>do</strong> no âmbito <strong>da</strong> Análise <strong>do</strong> <strong>Discurso</strong> de linha francesa.Publici<strong>da</strong>des veicula<strong>da</strong>s em mídia impressa são usualmente <strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s de linguagemverbal e não-verbal (visual). Com isso, trazem mecanismos argumentativo-persuasivos eefeitos de senti<strong>do</strong> ímpares a considerar. Desse mo<strong>do</strong>, iremos analisar a articulação entre alinguagem verbal e a não-verbal e as estratégias manipulativo-persuasivas gera<strong>da</strong>s nessediscurso.A nossa pesquisa está organiza<strong>da</strong> <strong>da</strong> seguinte forma: inicialmente, apresentamos aconcepção de ethos que norteou este estu<strong>do</strong>; em segui<strong>da</strong>, tecemos algumas consideraçõesacerca <strong>do</strong> discurso publicitário; depois, realiza-se a análise propriamente dita; e, por fim, asconsiderações finais.2. Considerações <strong>sobre</strong> o conceito de ethosO ethos não é um assunto recente, desde a antigui<strong>da</strong>de já começa a ser estu<strong>da</strong><strong>do</strong>. Osestu<strong>do</strong>s de Aristóteles na Arte Retórica e Arte Poética são os primeiros a tratar dessefenômeno. Segun<strong>do</strong> o filósofo grego, há três formas de a imagem de si no discurso seconstruir: prhonesis que diria respeito ao caráter de ponderação, sabe<strong>do</strong>ria e racionali<strong>da</strong>decom que se apresenta um ora<strong>do</strong>r; areté que diria respeito à sinceri<strong>da</strong>de e simplici<strong>da</strong>de <strong>do</strong>ora<strong>do</strong>r; e eunóia que se definiria pela imagem de gentileza e agra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong>de que um ora<strong>do</strong>rmostra de si.A retórica antiga serviu de ponto de parti<strong>da</strong> para outros estu<strong>do</strong>s acerca <strong>do</strong> ethos,contu<strong>do</strong>, apenas nos anos 80, essa categoria passou a ser explora<strong>da</strong> em termos pragmáticosou discursivos. Ducrot (1987) retomou os estu<strong>do</strong>s aristotélicos <strong>sobre</strong> o ethos, conceituan<strong>do</strong>esse fenômeno com sua distinção entre o “locutor L” (= o enuncia<strong>do</strong>r) e o “locutor-lamb<strong>da</strong>”(= o locutor enquanto ser <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>), que atravessava a distinção <strong>do</strong>s pragmatistas entre

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