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O olhar da Análise do Discurso sobre o texto publicitário - Eutomia

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499sujeito devoto à mulher: a segurança, e esse valor só será possível de ser alcança<strong>do</strong> através<strong>da</strong> segura<strong>do</strong>ra, ou seja, se o noivo adquirir o produto.O leitor é leva<strong>do</strong> a se identificar com o ethos <strong>do</strong> noivo. Por meio dessa identificação,o co-enuncia<strong>do</strong>r experimenta o sentimento de “formar corpo”, conforme afirmaMaingueneau (2001), com outros homens que tenham uma companheira e sintam anecessi<strong>da</strong>de de oferecer um seguro de vi<strong>da</strong> à ela como forma compensá-la pelasdificul<strong>da</strong>des encontra<strong>da</strong>s no casamento.Conforme vimos, as publici<strong>da</strong>des veicula<strong>da</strong>s em mídia impressa são usualmente<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s de linguagem verbal e não-verbal (visual), é relevante observarmos a articulaçãoentre essas duas linguagens para observarmos como as estratégias manipulativopersuasivasutiliza<strong>da</strong>s pelo enuncia<strong>do</strong>r persuadem seu co-enuncia<strong>do</strong>r.Deter-nos-emos primeiramente, apenas nos elementos verbais <strong>do</strong> <strong>texto</strong>. Podemosobservar determina<strong>da</strong>s expressões linguísticas que são essenciais para a construção desenti<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>texto</strong>, vejamos as expressões em destaque:“Você não pode PROMETER que nunca irá magoá-la. Você não pode PROMETER queto<strong>do</strong>s os jantares serão à luz de velas. Você não pode PROMETER que vai reparar to<strong>da</strong> vezque ela cortar o cabelo. Você não pode PROMETER que sempre irá acertar no presente.Você não pode PROMETER que vai lembrar de to<strong>da</strong>s as <strong>da</strong>tas importantes. Você não podePROMETER que vai viver ao la<strong>do</strong> dela até o último segun<strong>do</strong>, mas você pode garantir queela vai passar por tu<strong>do</strong> isso com mais segurança.”No <strong>texto</strong> <strong>da</strong> propagan<strong>da</strong>, podemos perceber que o enuncia<strong>do</strong>r se refere diretamenteao co-enuncia<strong>do</strong>r que é manifesta<strong>do</strong> através <strong>do</strong> pronome “você”. Desse mo<strong>do</strong>, cria-se oefeito de senti<strong>do</strong> de subjetivi<strong>da</strong>de, uma estratégia argumentativa para se aproximar <strong>do</strong>leitor. Ao tentar essa aproximação, o enuncia<strong>do</strong>r o trata por “você”, estabelecen<strong>do</strong>, dessemo<strong>do</strong>, relação mais íntima ao ponto de aconselhá-lo, mostran<strong>do</strong> a forma de como protegera sua família.É recorrente no <strong>texto</strong> a estrutura “você não pode prometer”, essa construção érepeti<strong>da</strong> em to<strong>do</strong>s os enuncia<strong>do</strong>s com orações distintas como complemento. Embora essasorações se manifestem em ca<strong>da</strong> perío<strong>do</strong> de forma distinta: “que nunca irá magoá-la”, “queto<strong>do</strong>s os jantares serão à luz de velas”, (...) o conteú<strong>do</strong> permanece o mesmo, enfatizan<strong>do</strong> aincapaci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> noivo de ser sempre um sujeito totalmente dedica<strong>do</strong> à sua esposa.

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