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O olhar da Análise do Discurso sobre o texto publicitário - Eutomia

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495• o co-enuncia<strong>do</strong>r incorpora, assimila, desse mo<strong>do</strong>, um conjunto deesquemas que definem para um <strong>da</strong><strong>do</strong> sujeito, pela maneira de controlarseu corpo, de habitá-lo, uma forma específica de se inscrever no mun<strong>do</strong>;• essas duas primeiras incorporações permitem a constituição de umcorpo, o <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de imaginária <strong>do</strong>s que comungam na adesão a ummesmo discurso (MAINGUENEAU, 2001, p. 99-100).O sujeito enuncia<strong>do</strong>r é construí<strong>do</strong> pelo discurso, por meio <strong>da</strong>s marcas visíveis naenunciação. E o ethos se constrói no conjunto, na totali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s marcas enunciativas. E asmarcas enunciativas possibilitam a emergência de uma imagem que determina osprocessos de interação e a configuração <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de.Não podemos deixar de ressaltar a relação entre a ethos e as cenas <strong>da</strong> enunciação.Segun<strong>do</strong> Maingueneau (1997b), instaura-se, na interação entre enuncia<strong>do</strong>r e co-enuncia<strong>do</strong>rno discurso, uma cena enunciativa. Ambos, valen<strong>do</strong>-se de suas formações discursivas,assumem uma identi<strong>da</strong>de no discurso, mas uma identi<strong>da</strong>de construí<strong>da</strong> no e pelo discurso.Desse mo<strong>do</strong>, resulta uma estreita relação entre ethos e cena enunciativa.Segun<strong>do</strong> Maingueneau (2001), a cena de enunciação de um <strong>texto</strong> envolve três cenas.A primeira, denomina<strong>da</strong> de cena englobante, corresponde ao tipo de discurso (religioso,político, publicitário, etc.). A segun<strong>da</strong>, chama<strong>da</strong> cena genérica, está relaciona<strong>da</strong> ao tipo degênero (anúncio, bilhete, poema, etc.) e a terceira, a cenografia, com a qual se defrontadiretamente o co-enuncia<strong>do</strong>r, é instituí<strong>da</strong> no próprio enuncia<strong>do</strong>. Esta última engloba umatopografia (um lugar) e uma cronografia (um momento), um enuncia<strong>do</strong>r e um coenuncia<strong>do</strong>r(imagens de um eu e um tu construí<strong>da</strong>s na enunciação).Se a interação está relaciona<strong>da</strong> com o processo de comunicação, segun<strong>do</strong> Barros(2003), está também liga<strong>da</strong> à construção de senti<strong>do</strong>s e de identi<strong>da</strong>des. O ethos, portanto, éconstruí<strong>do</strong> no processo de interação verbal, no funcionamento <strong>da</strong> linguagem, nas diferentesescolhas lexicais realiza<strong>da</strong>s pelos falantes. Desse mo<strong>do</strong>, podemos resumir a noção de ethosde acor<strong>do</strong> com Maingueneau:O ethos é uma categoria social, uma noção discursiva, ele se constitui pormeio <strong>do</strong> discurso, não é uma “imagem” <strong>do</strong> locutor exterior à fala;O ethos é fun<strong>da</strong>mentalmente um processo interativo de influência <strong>sobre</strong> ooutro;O ethos é uma noção fun<strong>da</strong>mentalmente híbri<strong>da</strong> (sociodiscursiva), umcomportamento socialmente avalia<strong>do</strong>, que não pode ser apreendi<strong>do</strong> forade uma situação comunicativa precisa, ela própria integra<strong>da</strong> a umaconjuntura sócio-histórica determina<strong>da</strong> (MAINGUENEAU, 2001, p. 139).

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