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O olhar da Análise do Discurso sobre o texto publicitário - Eutomia

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500É importante ressaltarmos que ca<strong>da</strong> elemento no <strong>texto</strong> publicitário não é escolhi<strong>do</strong>aleatoriamente, mas, sim, com o objetivo de construir o discurso persuasivo. Entre oselementos encontra<strong>do</strong>s no <strong>texto</strong> que exercem essa função, destaca-se o verbo “prometer”.Este verbo pode ser considera<strong>do</strong> como performativo, na terminologia de Austin (1990), ouseja, ele, ao mesmo tempo em que descreve a ação <strong>do</strong> co-enuncia<strong>do</strong>r, implica a própriaação ou ato de prometer, um fazer pela linguagem. No caso <strong>da</strong> propagan<strong>da</strong>, o sujeito éjulga<strong>do</strong> como incapaz de fazer a promessa. O verbo prometer também remete a própriacena <strong>do</strong> casamento religioso, ou seja, ao <strong>texto</strong> que os noivos pronunciam na cerimôniareligiosa como forma de concretizar a união: “eu te prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te,na alegria e na tristeza, na saúde e na <strong>do</strong>ença, to<strong>do</strong>s os dias <strong>da</strong> nossa vi<strong>da</strong>.”Conforme já afirmamos, os <strong>texto</strong>s publicitários têm por objetivo convencer oconsumi<strong>do</strong>r à aquisição <strong>do</strong> produto. Esse objetivo é alcança<strong>do</strong> por meio de seleção <strong>do</strong>sargumentos, que encontram na língua um <strong>do</strong>s meios de estruturação. E o “mas”, é uma <strong>da</strong>spossibili<strong>da</strong>des linguísticas de expressão argumentativa.O enuncia<strong>do</strong>r afirma que o noivo não pode prometer que atenderá to<strong>da</strong>s asexpectativas <strong>da</strong> sua futura esposa, mas afirma que ele pode oferecer segurança a suafamília. A partir dessa oposição afirmação/negação <strong>da</strong> competência <strong>do</strong> co-enuncia<strong>do</strong>r, seexpressa o valor argumentativo <strong>da</strong> propagan<strong>da</strong>. Com relação ao conector argumentativo“mas”, podemos afirmar que possui uma importante função no <strong>texto</strong>, ou seja, lançar oargumento que convencerá o leitor a adquirir o serviço: “mas você pode garantir que ela vaipassar por tu<strong>do</strong> isso com mais segurança.”Em suma, o caráter contraditório <strong>da</strong> formulação nos leva a pensar que é aimponência <strong>do</strong> “mas” que direciona o leitor a “aceitar” o argumento como estrutura<strong>do</strong>,completo e verificável. O seu uso gera um efeito de senti<strong>do</strong> <strong>sobre</strong> o leitor e a sua eficáciaargumentativa reside na orientação <strong>do</strong> leitor para uma conclusão.Outro elemento responsável pela construção de senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> propagan<strong>da</strong> é o aspectoverbal. O <strong>texto</strong> deixa claro que em momento algum o enunciatário poderá prometer que<strong>da</strong>rá to<strong>da</strong> a sua atenção à esposa, através <strong>da</strong> locução “não poder prometer”. Determina<strong>do</strong>selementos presentes no <strong>texto</strong> irão representar a negação <strong>da</strong> repetição de ações, como oadvérbio de negação “nunca”: “nunca irá magoá-la”. Nas expressões, “sempre / to<strong>da</strong> vez/to<strong>do</strong>s”, o enuncia<strong>do</strong>r nega possibili<strong>da</strong>de de tornar essas ações sempre recorrentes,habituais na relação <strong>do</strong> casal: “sempre irá acertar no presente”, “ reparar to<strong>da</strong> vez que ela

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