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26 | Outlook | Sábado, 17.4.2010VIDA“Escrevo para o leitorpensar que sonhei”Gay TaleseTEXTO LUIZ HENRIQUE LIGABUE, DE NOVA YORKFOTOS JEFFREY ALAN MILLERAos 78 anos, o jornalista e escritor americano Gay Talese,um dos ícones do New Journalism — estilo celebrizadopor escribas como Tom Wolfe, Norman Mailer,Truman Capote e o próprio, que usavam técnicasliterárias para contar histórias de não ficção —, agoravai direto ao ponto. Ao retornar um recado deixadoem sua secretária eletrônica, propondo a entrevistaao <strong>Brasil</strong> Econômico, a voz é firme e sem delongas:“Luiz, é o Gay Talese, vamos fazer isso logo”.Talese recebe o colega brasileiro em sua casa, umprédio (inteiro) de três andares, a três quadras doCentral Park, num dos endereços mais chiques deNova York. Ali vive com a mulher, a editora Nan Talese,e dois Australian Terriers — Blenchley, de 7anos, e Barkley, de 5. Está impecavelmente vestido.Mesmo sendo primavera, um colete emoldura a distintíssimagravata rosa com finos detalhes dourados.A camisa, cinza claro, faz o pano de fundo para acomposição sóbria. Um lenço da cor da gravata, nobolso do paletó, completa o visual com o que nosacostumamos a vê-lo mesmo em Paraty, na descontraçãodo Rio de Janeiro, durante a Festa Literáriado ano passado.Nascido em New Jersey, Gay Talese foi repórterdo jornal The New York Times entre 1956 e 1965. Desdeentão, escreve para diversas publicações americanas,como as revistas Esquire, The New Yorker e Harper’sMagazine, além do próprio Times. Autor de oitolivros — a Companhia das Letras já publicou no <strong>Brasil</strong>Vida de Escritor, Fama & Anonimato, A Mulher doPróximo e O Reino e o Poder —, tem no perfil “FrankSinatra Está Resfriado” um dos textos jornalísticosmais famosos de todos os tempos.Prêmios, distinções, meridianos e algumas geraçõesseparam o mestre da “arte de escrever a realidadede uma forma visual, como se ela fosse imaginada”do jovem sentado à sua frente. O idioma também— e esta a desculpa perfeita para sacar o gravador,considerado por Talese um dos maiores inimigosdo jornalismo.Em mais de duas horas de conversa, o veteranorepórter destrinchou os limites entre a ficçãoearealidade,narrou bastidores de suas reportagens, falousobre novas tecnologias e suas implicações na profissãode que tanto se orgulha. Ao final, terá o desprazerde ver (ele não lê em português) mais uma matéria noformato pergunta-e-resposta — para ele, uma pragado jornalismo pós-gravador.

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