a se preparar para o teste, utilizou asapostilas oferecidas gratuitamentena página do <strong>Detran</strong>/PR na internet(www.detran.pr.gov.br). “O acessoao conteúdo foi muito simples.Entrei no site do <strong>Detran</strong> e pude ler alimesmo, na tela do <strong>com</strong>putador asapostilas, que por sinal são de fácilleitura”. As apostilas também sãovendidas nos postos de atendimentodo <strong>Detran</strong>/PR, e custamR$ 15,36.F e r n a n d a M a y aGomes (29) partilha da mesmaopinião de Morsalik <strong>com</strong>relação à simplicidade e facilidadeem estudar e fazer aprova, porém, antes de ler asapostilas e fazer o teste elanão acreditava na funcionalidadedeste novo método de renovaçãoda CNH. “Achavaque não me <strong>ser</strong>ia útil em nadaesta prova. Depois de ler asapostilas, pude perceber <strong>com</strong>oesquecemos alguns procedimentosimportantes dotrânsito”. Fernanda ainda relembraa importância do papeldo motorista para efetividadedeste processo. “Acreditoque esta prova pode contribuirpara atualizar e relembrarconhecimentos. Mas,mais do que a prova os motoristasprecisam se conscientizarde suas <strong>responsabilidade</strong>s.Não basta ir bem na provae continuar desrespeitandoas leis de trânsito e dirigindode maneira imprudente. É precisoaplicar o que está nas apostilastambém no dia-a-dia”, conclui a motoristaaprovada <strong>com</strong> 28 acertos.No Paraná, a prova é feita nopróprio <strong>Detran</strong>, e não tem custo adicionalpara realizá-la. Ela contém 30questões de múltipla escolha, sendonecessário acertar no mínimo 70%(21 questões) para <strong>ser</strong> aprovado.Mas, para quem não conseguir <strong>ser</strong>aprovado na primeira tentativa, existeuma segunda chance de fazer a prova.Das pessoas que fizeram a provaaté maio de 2007, apenas 17%(23.631) reprovaram e destas,10.456 tiveram êxito na segunda tentativa.Apenas 5,9 %, ou seja, 8.133pessoas reprovaram nas duas tentativas.“Não passei no primeiro teste.Mas não desisti. Preparei-me melhor,estudei um pouco mais, e na segundatentativa fui aprovada”, contaDolores Hass Krelling (61), aluna nota10 e que na segunda prova realizadaacertou as 30 questões.Motoristas <strong>com</strong>o Dolores sãoFernanda Maya: “Depois de ler as apostilas,pude perceber <strong>com</strong>o esquecemos alguns procedimentosimportantes do trânsito”sempre motivos de alegria paraMarinez Bassanello, uma das aplicadorasda prova de renovação do<strong>Detran</strong>/PR. “Às vezes, antes mesmode tentarem a prova, algumas pessoassentem-se incapazes de conseguir passar.Por isso, é muito bom ver a vibraçãodas pessoas depois da aprovação.Já ganhei até beijo no rosto de umacandidata que não se continha de tantaalegria depois de ter passado na prova”,conta Marinez.A prova é agendada <strong>com</strong> antecedência,e dependendo do númerode vagas pode <strong>ser</strong> realizada no mesmodia em que o condutor inicia oprocesso de renovação da CNH.“Algumas vezes vejo as pessoas irritadas<strong>com</strong> o fato de ter que fazer o teste.Porém, depois de feito percebo amudança de <strong>com</strong>portamento das mesmaspessoas, antes descontentes <strong>com</strong>o novo método de renovação. Isso é omais importante, a consciência deque esta medida é em prol de um trânsitomais seguro, <strong>com</strong> menos acidentese mortes”, conclui Marinez.Foto: Anderson MacielAlternativas à provaPara quem não quer fazer aprova no <strong>Detran</strong>, ou reprovounas duas tentativas do teste,existe o curso presencial realiza d o n o s C e n t r o s d eFormação de Condutores(CFC). Nestes cursos, os candidatosterão aulas teóricas deprimeiros socorros e direçãodefensiva, <strong>com</strong> duração totalde 15 horas.A mudança de <strong>com</strong>portamentodos motoristas tambémé nítida nos cursos realizadosnos CFC’s. “Pelo menos umaluno de cada turma inicia ocurso reclamando. Reclamado <strong>Detran</strong>, reclama do CFC, reclamado curso, e lógico, daprofessora também. Mas, noúltimo dia do curso é sempreeste aluno, que antes xingava atudo e a todos, a pessoa quemais reconhece os conhecimentosadquiridos durante otempo que esteve aqui. Issosem contar aqueles que voltampara contar algo queaprenderam no curso e aplicaram emdeterminada situação. Ou seja, é notávela eficácia e importância do curso”,conta Danielle Moro Silveira(30), instrutora de curso presencialem Centro de Formação deCondutores. Ela diz <strong>ser</strong> freqüente achegada de motoristas desatualizados<strong>com</strong> relação ao trânsito atual.“Tem pessoas que não sabem da importânciaem sinalizar bem um acidentee nem <strong>com</strong>o fazer em acidentes<strong>com</strong> vítimas. Não sabem quem chamar,para onde ligar e já ouvi pessoasdizendo que se verem alguém acidentadosaem correndo”, revelaDanielle.Adulce de Souza (53), habi-litada a dirigir desde 1976, preferiufazer o curso por acreditar em <strong>ser</strong>uma maneira mais consistente deaprender e se atualizar sobre primeirossocorros e direção defensiva.“Como tinha tempo para freqüentaras aulas optei pelo curso, pois assima<strong>com</strong>panho passo a passo às explicaçõese se tiver dúvida já pergunto nahora para o professor. Tanto o cursoquanto a prova são válidos. Qual dosdois fazer fica a critério de cada um,o ideal <strong>ser</strong>iam os dois”. Ela ainda confessater sido uma motorista imprudentee acredita que, assim <strong>com</strong>o ela,outras pessoas podem melhorar o<strong>com</strong>portamento no trânsito depoisde realizado o curso. “Eu fui aprendendo<strong>com</strong> o tempo a <strong>ser</strong> uma motoristamais prudente. Mas tem genteque não aprende, nem <strong>com</strong> váriasmultas pesando no bolso. Algumaspessoas transpareciam um <strong>com</strong>portamentonervoso e agressivo antes de<strong>com</strong>eçar o curso. Ficava imaginando<strong>com</strong>o <strong>ser</strong>iam elas no trânsito.Quando terminava o curso, essasmesmas pessoas reconheciam que estavamabusando da sorte no trânsitoe repensavam sobre seu <strong>com</strong>portamento<strong>com</strong>o condutores”, dizAdulce, esperançosa de que seus colegasde curso possam utilizar nodia-a-dia o conteúdo aprendido duranteas aulas.Maria Aparecida Farias, coordenadorado setor de habilitaçãodo <strong>Detran</strong>/PR, explica que os condutoresque já fizeram o curso de primeirossocorros e direção defensivapodem tentar validá-lo junto ao departamento.“Existem motoristas,principalmente os de empresas detransporte, que já realizaram curso similaroferecido pelas próprias empresas.Estes poderão pedir a análisede seus certificados, e caso aceitosnão precisarão fazer a prova”. Nestecaso <strong>ser</strong>á verificada a carga horária, aqual deve <strong>ser</strong> de no mínimo 10 horas/aulade direção defensiva e 5 horas/aulade primeiros socorros, <strong>com</strong>otambém a validade do certificado levando-seem conta a data de realizaçãoe a instituição onde foi realizadoo curso, que deve <strong>ser</strong> reconhecida eautorizada pelas entidades de trânsitobrasileiras.Passo a Passo da RenovaçãoAntes de procurar o <strong>Detran</strong> verifique a data devencimento da sua habilitação. No Paraná só poderá<strong>ser</strong> feita a renovação 30 dias antes de expirar a data devalidade da CNH. Só precisarão fazer a prova ou o curso,os condutores habilitados antes de 21 de janeiro de1998.As questões da prova são baseadas nas apostilasfornecidas gratuitamente no site do <strong>Detran</strong>/PR(www.detran.pr.gov.br), as quais também são vendidasnos postos de atendimento no valor de R$ 15,36.Quem optar em fazer o curso em Centro deFormação de Condutores (CFC) pode iniciar a montagemdo processo pela internet, no <strong>Detran</strong> ou no próprioCFC. As taxas referentes aos <strong>ser</strong>viços do<strong>Detran</strong>/PR podem <strong>ser</strong> pagas pelos próprios motoristasnas agências do Banco do Brasil.Lembre-se que o CFC deve ter autorização do<strong>Detran</strong>/PR para ministrar o curso. Confira a relaçãodos CFC autorizados na página do <strong>Detran</strong>/PR na internet.No site você também terá acesso a outras informações,<strong>com</strong>o, valor de taxas, documentação a <strong>ser</strong> apresentadae demais <strong>ser</strong>viços realizados peloDepartamento.138.387Em 1 anoFIZERAM A PROVA NO <strong>Detran</strong>REPROVARAM 2 VEZES NA PROVAREPROVARAM 1 VEZ E PASSARAMNA SEGUNDA TENTATIVA14 158.13310.456
Foto: SMCSENTREVISTAAs vozes do trânsito em CuritibaJurandir Ambonatti: “Os veículos de <strong>com</strong>unicaçãopoderiam participar mais das campanhas educativas,<strong>com</strong>o parceiros, ou criando campanhas próprias”Anderson MacielAcontece um acidente emum cruzamento bastante movimentadode Curitiba. Para piorar, este cruzamentofaz parte da sua rota diáriade ida e volta do trabalho ou dos estudos.Você ainda não tem conhecimentode que o tráfego se intensificoue que certamente enfrentará umcongestionamento em razão do acidente.E agora quem poderá lhe ajudar?Na capital paranaense,o rádio tornou-se um aliado na buscapor um trânsito melhorA resposta está nas ondas dorádio: Jurandir Ambonatti e FlávioKrüger. Munidos de suas armas, osmicrofones e telefones, os dois <strong>com</strong>unicadoresfazem do rádio um meio capazde auxiliar os motoristas e autoridadesligadas ao trânsito a manteremo tráfego fluindo da melhor maneirapossível. Ambonatti (54), que éradialista há 35 anos, e Krüger (39),jornalista há 16 anos, são as vozesdos boletins de trânsito transmitidosdiariamente por 15 rádios da capitalparanaense.Os dois também são os responsáveispela produção dos boletinse para isso contam <strong>com</strong> o apoio ecolaboração de órgãos de trânsito dacapital e do Batalhão de Polícia deTrânsito (BPTran). A entrevista destaedição da Detrânsito mergulha nasondas do rádio <strong>com</strong> esta dupla de <strong>com</strong>unicadoresdo trânsito.Como surgiu a idéia dos boletinsde trânsito?Jurandir Ambonatti: Emabril de 1997 um ouvinte sugeriu o<strong>ser</strong>viço ao diretor de jornalismo daCBN, José Wille, que repassou aidéia à Prefeitura de Curitiba e estapor sua vez, firmou a parceria <strong>com</strong> oBPTran. Um mês depois, em maio,<strong>com</strong>eçou a transmissão dos boletins.Eu pela manhã e o Flávio Kruger àtarde. O trânsito de Curitiba estavaapresentando os primeiros sinais deproblemas mais sérios, <strong>com</strong> lentidãonas ruas mais movimentadas. No início,os boletins foram ao ar apenas naCBN. Não demorou muito e outrasemissoras se interessaram pelas informações.Como funcionam esses boletins(periodicidade, assuntosabordados, onde são veiculados)?Flávio Krüger: As informaçõessão transmitidas em 15 rádios,entre elas quatro FM, sete AM, duasrádios <strong>com</strong>unitárias, uma rádio universitáriae também a rádio web daprefeitura de Curitiba. São, em média,100 boletins diários, de segundaà sexta-feira. Os alertas são, na maioriadas vezes, de acidentes, obras emudanças de sentido das vias.Quais são as dificuldadesde se trabalhar <strong>com</strong> este tema norádio?Jurandir Ambonatti: Não<strong>ser</strong>ia dificuldade, mas preocupaçãoem transmitir a informação <strong>com</strong> precisão,porque dependemos do que épassado pelos policiais do BPTran,no caso dos acidentes, e pelos agentesda Diretran, em outras situações,<strong>com</strong>o passeatas e <strong>ser</strong>viços de emergência,por <strong>exemplo</strong>. É muito raro,mas às vezes uma informação incorretaatrapalha um pouco nosso trabalho.Mas por outro lado, a satisfaçãode realizar este trabalho é imensa.Tanto que um fato curioso e inusitadorepresenta <strong>com</strong>o é gratificante este<strong>ser</strong>viço por nós realizado. Umavez me ofereci para ajudar um deficientevisual a atravessar a rua. Eu disse:“Quer ajuda?”. Ele respondeu deimediato: “Quero sim, JurandirAmbonatti”. Perguntei então <strong>com</strong>oele sabia quem eu era, e ele disse queme conhecia pela voz, de tanto ouviros boletins de trânsito. Sinceramente,fiquei emocionado.Flávio Krüger: É importanteexplicar para o ouvinte exatamenteonde está o problema, seja eleum acidente, congestionamento,obras, etc. Se ele conhecer a cidade,certamente conseguirá fugir dostranstornos. Nem sempre, o ouvinte/motoristaconsegue entender rapidamentea informação. Por isso, àsvezes, ao final do boletim de trânsitoé importante repetir de forma muitosimples a informação. O boletimtem, aproximadamente, um minutode duração. No final de cada boletim,reforçamos a informação: “... portanto,trânsito <strong>com</strong>plicado naMarechal Deodoro, na região centralda cidade, por causa de um acidente”.Por mais que o ouvinte não tenhaentendido toda a informação, ele saberáonde está a situação.Como surgiu o seu interesse pelo tematrânsito?Flávio Krüger: Bem antesdo nosso <strong>ser</strong>viço, em 1997. Na verdade,quando tirei a CNH, em 1986,já percebia quantos problemas existiamno trânsito, principalmente, porculpa do motorista, muitas vezes imprudentee impaciente. Aquilo sempreme in<strong>com</strong>odava. Como até hojeocorre. Mas felizmente, pelo menosagora, existe alguém que também estápreocupado <strong>com</strong> o seu bem-estarno trânsito. E depois do início do nossotrabalho, o interesse aumentou aindamais.Jurandir Ambonatti:Profissionalmente, <strong>com</strong> o surgimentodos boletins, em 1997. Já trabalhavana CBN e recebi a proposta para fazeros boletins. A partir daí, passei aler sobre o assunto e a ob<strong>ser</strong>var o<strong>com</strong>portamento dos motoristas, paracriar algumas frases. Dois <strong>exemplo</strong>s:“Motorista, seja educado no trânsito.Trate os outros do jeito que você gostade <strong>ser</strong> tratado”; e “Motorista, dirija<strong>com</strong> cuidado.No trânsito, um descuidopode <strong>ser</strong> fatal”. As frases até se tornaramum caso interessante. As pessoasrepetem, em conversas informais,algumas frases usadas nos boletinsde trânsito. A mais <strong>com</strong>um é:“motorista, utilize caminhos alternativos”.Recentemente foi inauguradauma rádio em São Paulo totalmentededicada ao trânsito.Você acredita <strong>ser</strong> possível implantaro mesmo conceito emCuritiba?Jurandir Ambonatti: Entendoque ainda é cedo para a implantaçãode um projeto semelhante. Otrânsito de São Paulo é um caso a parte,<strong>com</strong> longos congestionamentos diários.Para muitas pessoas a maior preocupaçãoé saber <strong>com</strong>o estão as ruas dacidade, principalmente nos horáriosde maior movimento. Algumas rádiosusam helicópteros para transmitir osboletins. Daqui a alguns anos o trânsito<strong>ser</strong>á a principal informação tambémaqui em Curitiba.Flávio Krüger: O trânsitode Curitiba tem ficado cada vez maisdifícil. A frota cresce a cada dia.Além disso, as pessoas têm maior facilidadepara aquisição de um veículo,até pelas facilidades e promoçõesque as lojas oferecem. Atualmente,penso que a capital do estado aindanão tenha a necessidade de uma emissora<strong>com</strong> informações exclusivas sobreo trânsito. Mas se continuar nes<strong>ser</strong>itmo, talvez isso seja necessário.Acho que não dá para <strong>com</strong>parar otrânsito de São Paulo <strong>com</strong> o deCuritiba. Aqui temos trânsito lentoem horários de pico, mas não engarrafamentos.E <strong>com</strong>o você analisa o papeldos meios de <strong>com</strong>unicação emrelação ao trânsito?Jurandir Ambonatti: Osveículos de <strong>com</strong>unicação poderiamparticipar mais das campanhas educativas,<strong>com</strong>o parceiros, ou criandocampanhas próprias. Reportagenspouco ajudam, porque são muito rápidas.Por que não fazer uma campanhapedindo para o pedestre atravessara rua na faixa? Segundo o Corpode Bombeiros, os atropelamentos representam20% do número de aci-16 17