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amor-degradação-morte em dois contos de lygia fagundes telles

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Revista Litteris Literatura Número 6Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2010TELLES, Lygia Fagun<strong>de</strong>s. S<strong>em</strong>inário dos Ratos. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Rocco, 1998.____.Antes do Baile Ver<strong>de</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Rocco, 1999.NOTAS1 Freud <strong>de</strong>nominou essas duas forças conflitantes e inerentes ao psiquismo humano <strong>de</strong> pulsão <strong>de</strong> vida(representada por Eros) e pulsão <strong>de</strong> <strong>morte</strong> (representada por Thanatos).2 Para a análise <strong>de</strong>stes <strong>contos</strong>, utilizamos a edição <strong>de</strong> 1998, Ed. Rocco, do livro S<strong>em</strong>inário dos Ratos; e a <strong>de</strong>1999, Ed. Rocco, do livro Antes do Baile Ver<strong>de</strong>.3 No conto “O Jardim Selvag<strong>em</strong>”, a personag<strong>em</strong> Ed morre, não se sabe ao certo se foi suicídio, eutanásia ou umhomicídio praticado pela própria esposa; <strong>em</strong> “Venha ver o pôr-do-sol”, Ricardo ao sentir-se rejeitado, pr<strong>em</strong>editao assassinato da mulher que o <strong>de</strong>sprezou, Raquel, <strong>de</strong>ixando-a trancafiada numa catacumba; <strong>em</strong> “Apenas umSaxofone”, po<strong>de</strong> ter ocorrido o suicídio do jov<strong>em</strong> que tocava saxofone; <strong>em</strong> “Um coração ar<strong>de</strong>nte”, Atos, filho donarrador-protagonista, suicida-se aos vinte anos, ao saber da <strong>morte</strong> da noiva.4 Silva (1985, p. 79) ao analisar a figura do anão na ficção <strong>de</strong> Telles, argumenta: “Assim como o centauro, sermitológico s<strong>em</strong> equivalente real, congrega <strong>em</strong> si a natureza humana e animal, ao mesmo t<strong>em</strong>po, o anão parecereunir características <strong>de</strong> menino, pela estatura reduzida, e <strong>de</strong> hom<strong>em</strong>, pelo <strong>de</strong>senvolvimento das d<strong>em</strong>aisfaculda<strong>de</strong>s. Essa ambivalência aparece claramente no anão do antiquário, vestido <strong>de</strong> smoking, porém calçadocom infantis „sapatinhos <strong>de</strong> fivela‟, repete-se no quadro exposto <strong>em</strong> que Cupido „era um menininho encaracoladoe nu‟, não obstante ter como companheira uma mulher, „a amante tão pálida, tão dolorida‟; e <strong>em</strong> Miguel, marido<strong>de</strong> Lorena, que mantém conversações próprias <strong>de</strong> criança.5 Lamas (2004, p.145) ao referir-se ao simbolismo do espelho no conto “O Noivo”, <strong>de</strong> Lygia Fagun<strong>de</strong>s Telles,esclarece:”no imaginário da humanida<strong>de</strong>, o espelho po<strong>de</strong> representar o reflexo da verda<strong>de</strong> e da sabedoria.Durand (1989), na análise <strong>de</strong> diversas imagens literárias <strong>de</strong> vários autores, observa que seriam „sensíveis àvertente íntima, tenebrosa e por vezes satânica, da pessoa, a esta „transluci<strong>de</strong>z cega‟ que o espelho simboliza,instrumento <strong>de</strong> Psique, e que a tradição pictural perpetua‟(p. 68)”.6 O jardim, a alameda, a estátua e o banco <strong>de</strong> pedra são el<strong>em</strong>entos recorrentes na obra <strong>de</strong> Telles, conformeanálise <strong>de</strong> Silva (1985, p.54).7 O vento seria o el<strong>em</strong>ento que supostamente introduziria a dimensão fantástica.8 Carrozza (1992, p. 143) ao comentar o final <strong>de</strong>ste conto, assinala: “Vale a pena mencionar ainda que, segundovários pesquisadores, a palavra „borboleta‟, proveniente do grego, significa „psique‟, e o símbolo „pássaro‟, namitologia grega, ligava-se ao <strong>de</strong>us Eros”. Esses el<strong>em</strong>entos autorizariam, segundo a pesquisadora, interpretar amet<strong>amor</strong>fose dos <strong>dois</strong> jovens como „uma luta <strong>em</strong> que o lado físico do <strong>amor</strong>, representado pelo passarinho(equivalente a uma carga erótica), sobrepuja o lado psíquico (a alma, a mente), na imag<strong>em</strong> da borboleta”.Revista Litteris www.revistaliteris.com.br ISSN: 1983 7429www.revistaliteris.com.br Número 6

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