12.07.2015 Views

A arte farmacêutica no século XVIII, a farmácia conventual eo

A arte farmacêutica no século XVIII, a farmácia conventual eo

A arte farmacêutica no século XVIII, a farmácia conventual eo

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A <strong>arte</strong> farmacêutica <strong>no</strong> século <strong>XVIII</strong>, a farmácia <strong>conventual</strong> e oinventário da Botica do Convento de Nossa Senhora do Carmo 243oportunidade de estudar. Entre as instituições religiosas mais relevantesneste domínio assinalem‐se, por exemplo, os cónegos regrantes de SantoAgostinho, os dominica<strong>no</strong>s, os jesuítas, os carmelitas, os benediti<strong>no</strong>s, os oratoria<strong>no</strong>s.É possível assinalar o destaque dado à <strong>arte</strong> farmacêutica <strong>no</strong>Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, <strong>no</strong> Convento da Ordem de Cristo, emTomar e <strong>no</strong> Convento de Mafra. Mas também <strong>no</strong> Convento de S. Domingosem Lisboa e da mesma Ordem <strong>no</strong>s Conventos de Aveiro e da Batalha.Nestes comercializava‐se a “água celeste” um remédio secreto utilizadopara o paludismo. Em Lisboa assinalem‐se as boticas muito importantes dosjesuítas, do Colégio de Santo Antão e da Casa Professa de S. Roque e podemassinalar‐se muitas outras boticas afectas à Companhia de Jesus como as deÉvora, Coimbra, Bragança, Goa, Macau e muitas dispersas <strong>no</strong> Brasil.Mas podíamos assinalar muitas outras boticas conventuais em todo o territórioportuguês. As boticas, muitas vezes, funcionavam como relevantefonte de financiamento da Ordem a que estava afecta pois muitas delasforneciam medicamentos a hospitais e à população, funcionando assimcomo uma grande botica de produção e de fornecimento de medicamentosa quem deles necessitava. Deste modo as boticas conventuais tornavam‐sesérias concorrentes das boticas laicas. Este estado de coisas foi contestadopor várias boticas de particulares. As boticas conventuais por vezes preparavammedicamentos mais sofisticados que fugiam aos medicamentos maisusuais. Há conhecimento de preparação e fornecimento de medicamentoscomo pedras cordiais, a teriaga brasílica e mesmo medicamentos secretoscomo a tão conhecida Água de Inglaterra. Esta era vendida em Lisboa pelospadres jesuítas a partir da produção de Jacob de Castro Sarmento e dafórmula de Fernando Mendes.Embora a <strong>arte</strong> farmacêutica fosse uma actividade masculina ou praticamentemasculina até ao século XX, deve sublinhar‐se que a <strong>arte</strong> farmacêutica<strong>conventual</strong> não era apenas realizada por homens. Em conventos deOrdens religiosas femininas temos <strong>no</strong>tícias de exercício da <strong>arte</strong> farmacêuticaa ser realizado por mulheres. Temos <strong>no</strong>tícia, por exemplo, de freiras boticáriasque exerciam a sua <strong>arte</strong> em boticas conventuais. Com elas aprenderamoutras mulheres que queriam ficar habilitadas como boticárias. É ocaso de Ana Fortunata Quaresma de Almeida, de Penela, que praticouÁgora. Estudos Clássicos em Debate 14.1 (2012)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!