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A arte farmacêutica no século XVIII, a farmácia conventual eo

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A <strong>arte</strong> farmacêutica <strong>no</strong> século <strong>XVIII</strong>, a farmácia <strong>conventual</strong> e oinventário da Botica do Convento de Nossa Senhora do Carmo 247primeira, como estudo de caso da produção científica oriunda da farmácia<strong>conventual</strong>.O facto de a Pharmacopeia Lusitana ter sido redigida por um religiosotraduz a importância na época da farmácia <strong>conventual</strong> bem como o nível deinstrução dos boticários religiosos. De resto, deve salientar‐se o valor dabiblioteca médico‐farmacêutica do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, quepodemos avaliar pelos exemplares que <strong>no</strong>s chegaram até hoje, existentes naBiblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra 41 .O interesse da <strong>arte</strong> farmacêutica, tanto do estudo das drogas como dapreparação de medicamentos por p<strong>arte</strong> de religiosos, encontra‐se bempatente em figuras como João Loureiro, João de Jesus Maria, Cristóvão dosReis, Maria<strong>no</strong> da Conceição Veloso, etc.Como referimos, a Pharmacopea Lusitana é a primeira farmacopeiaredigida em português, por um boticário português e publicada em Portugal.É, por conseguinte, a primeira farmacopeia portuguesa. Não eraoficial pois a sua publicação não dependeu de controlo governamental.Sabe‐se que em 1703 a farmacopeia já se encontrava redigida. Tem um totalde 431 páginas, para além de 8 folhas de introdução e 12 folhas finais deíndices 42 .No dizer de D. Caeta<strong>no</strong> de Santo António foram várias as razões qu<strong>eo</strong> motivaram a redigir uma obra daquela natureza: a necessidade de ter umafarmacopeia em língua portuguesa; o facto de os boticários portugueses nãodominarem línguas estrangeiras nem latim, o que dificultava o seu acesso aessas obras; a falta de motivação dos boticários para adquirirem obrasestrangeiras; a necessidade de substituir os apontamentos manuscritos commuita falta de rigor técnico e científico, utilizados pelos boticários para apreparação dos medicamentos; a consciência de que havia perigo para asaúde se os medicamentos fossem preparados com pouco rigor 43 .41Cf. Catálogos dos livros dos séculos XV, XVI, XVII e <strong>XVIII</strong> existentes na BibliotecaCentral da Faculdade de Medicina de Coimbra (Coimbra 1985).42Veja‐se, também, a edição fac‐simile editada em 2000, em Coimbra, pelaMinerva, com organização e <strong>no</strong>ta introdutória de João Rui Pita.43Cf. João Rui Pita, “A Pharmacopea Lusitana de D. Caeta<strong>no</strong> de Santo António ouquando se faz ‘Divi<strong>no</strong> o Remédio Huma<strong>no</strong>’”: Pharmacopea Lusitana (Coimbra 2000) IX‐‐XXV (Reprodução fac‐simile da primeira edição (1704) realizada a partir do exemplarÁgora. Estudos Clássicos em Debate 14.1 (2012)

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