A arte farmacêutica no século XVIII, a farmácia conventual eo
A arte farmacêutica no século XVIII, a farmácia conventual eo
A arte farmacêutica no século XVIII, a farmácia conventual eo
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A <strong>arte</strong> farmacêutica <strong>no</strong> século <strong>XVIII</strong>, a farmácia <strong>conventual</strong> e oinventário da Botica do Convento de Nossa Senhora do Carmo 235setecentistas, Baumé legou‐<strong>no</strong>s uma importante obra química a par de obrafarmacêutica. Entre várias obras refira‐se a publicação dos Eléments depharmacie théorique et pratique (1ª ed. 1762).Em vários países europeus, desde finais do século XVII, a publicaçãode farmacopeias foi uma realidade muito forte e que se veio a acentuar <strong>no</strong>decurso do século <strong>XVIII</strong>. Neste século, surgem e divulgam‐se farmacopeiasoficiais. As farmacopeias eram, na generalidade, um inventário de drogas,de operações farmacêuticas e de formulários. Estava em causa sistematizara medicação, as drogas, valorizando o que era mais útil e benéfico. As farmacopeiasreflectem, por isso, as diferentes correntes fármaco‐terapêuticasque iam influenciando a medicina e a farmácia europeias 15 . Havia farmacopeiasacentuadamente de natureza mais galénica e outras de naturezamais química. Mais tarde, já <strong>no</strong> século <strong>XVIII</strong>, sobretudo na sua segundametade, esta distinção não se colocava.As primeiras farmacopeias não eram oficiais e eram redigidas por umautor. No século <strong>XVIII</strong> difundiram‐se as primeiras farmacopeias oficiais queacompanharam o movimento sanitário internacional. A publicação de obrasdesta natureza reflectiam a vontade <strong>no</strong>rmalizadora do Estado ou o perfilracionalista da época também nesta área, designadamente a preparação demedicamentos, a conservação das drogas e a prescrição médica 16 .Muitas farmacopeias cuja origem remonta a meados do século XVIIpermaneceram em circulação <strong>no</strong> século <strong>XVIII</strong> com edições actualizadas. Eraessa a lógica das farmacopeias: a sua actualização permanente. Algumasfarmacopeias tiveram uma circulação muito larga e outras tiveram umacirculação muito reduzida. Entre muitos exemplos de farmacopeias refiramse:a Pharmacopea Augustana (1601, com outras edições até 1794), a Pharmacopeasive de vera pharmaca conficiendi et praeparandi methodo… (Veneza, 1617,com reedições até 1790), a Pharmacopea Londinensis (1618, com outras ediçõesaté ao século XIX), a Pharmacopoea Amstelredamensis (Amsterdam, 1636),a Pharmacopea Parisiensis (Paris, 1638), a Pharmacopea Bruxelensis (Bruxelas,15Cf. Glenn Sonnedecker, “The founding period of the U. S. Pharmacopeia. I.,European Antecedents”: Pharmacy in History 4 (1993) 151‐162.16Cf. Ana L<strong>eo</strong><strong>no</strong>r Pereira; João Rui Pita, “Liturgia higienista <strong>no</strong> século XIX —pistas para um estudo”: Revista de História das Ideias 15 (1993) 437‐559.Ágora. Estudos Clássicos em Debate 14.1 (2012)