O Devoto do Sutra de Lótus - SGI-USA

O Devoto do Sutra de Lótus

Buda.No 28° dia do 4° mês de 1253, em Seicho-ji, o templo onde ele havia começado suaeducação, Nitiren refutou os ensinos da escola Terra Pura e audiciosamente recitou Nammyoho-renge-kyo,declarando publicamente pela primeira vez o correto ensino para afelicidades das pessoas dos Últimos Dias da Lei. Ao invés da criação de uma nova ordembudista, isso é considerado mais precisamente a criação de um princípio religioso – a Leiessencial do Nam-myoho-renge-kyo. Além disso, esta foi a ocasião onde Nitiren, comodevoto do Sutra de Lótus, dedicou sua vida à emancipação das pessoas dos Últimos Dias daLei. E partir daquele dia, ele nunca recuou apesar dos grandes obstáculos e perseguições.Neste momento, ele mudou seu nome de Rentyo, explicando: “Minha escolha do nomeNitiren (Lótus do Sol) se originou de minha própria iluminação considerando o veículo doBuda” (“Letter to Jakunichi-bo,” WND-1, 993). Em outras palavras, ele mudou seu nomecomo uma expressão de sua profunda consciência da Lei e da iluminação do Buda e de suadeterminação de cumprir a missão do Bodhisattva Práticas Superiores.O caracter niti de Nitiren indica o sol. O Sutra de Lótus declara: “Tal como a luz do sol e dalua/dissipam toda a obscuridade e penumbra,/assim esta pessoa em sua passagem pelomundo/consegue limpar toda a escuridão dos seres viventes” (The Lotus Sutra and ItsOpening and Closing Sutras, p. 318). A respeito desta passagem, Nitiren explica que o papeldo Bodhisattva Práticas Superiores de iluminar a escuridão e ignorância com os cincocaracteres de Nam-myoho-rengue-kyo (veja “Letter to Jakunichi-bo,” WND-1,pág. 993).A Lei Mística brilha como o sol dentro da vida de uma pessoa que despertou para a Lei. Sualuminosidade é expessa em seu caráter, discurso e comportamento, que por sua vez, podedissipar a escuridão do sofrimento que paira sobre a vida das pessoas.Ren de Nitiren indica a flor de lótus, que floresce lindamente, apesar da lagoa lodosa emque ela cresce. Essa é uma metáfora para a Lei Mística, a condição de vida de Buda quefloresce puramente dentro da vida das pessoas comuns, não importando o quanto elassejam impuras oy imperfeitas. Ren, assim, manifesta a dignidade inerente e a preciosidadeda vida humana.Enfrentando perseguiçõesNitiren Daishonin enfrentou perseguições releigiosas a partir do dia que declarou oestabelecimento de seus ensinos em 1253. Com a apresentação de “O Estabelecimento doEnsino Correto Para a Paz da Nação” em 1260, a oposição cresceu e ele foi confrontandopor grandes perseguições, uma após a outra. Ele escreve, “As perseguições e obstáculosinsignificantes são tão numerosos que é impossível contá-los, mas as grandes perseguiçõesse resumem em quatro” (“The Opening of the Eyes,” WND-1, 240). As quatro maioresperseguições são: 1) Perseguição de Matsubagayatsu (1260), 1 2) Exílio de Izu (1261), 2 3)Perseguição de Komatsubara (1264) 3 e 4) Perseguição de Tatsunokuti e seu consequenteexílio na ilha de Sado (1271). 4Nitiren foi desprezado e difamado por pessoas de vários níveis da sociedade. Ele foi exiladoduas vezes por autoridades do governo e quase morto em uma dessas ocasiões, incluindoum ataque de guerreiros armados e uma tentativa de decapitá-lo.O Sutra de Lótus ensina que o devoto do sutra, ou verdadeiro praticante, nos Últimos Dias daLei vai enfrentar oposição sob a forma de “três poderosos inimigos”. 5Além disso, o 13° capítulo do Sutra de Lótus “Devoção Encorajadora”, descreve o devotocomo enfrentando várias dificuldades, incluindo ataques com espadas e bastões, sendoexilado várias vezes e amaldiçoado, caluniado e envergonhado (veja LSOC, 232-34).As perseguições e dificuldades que Daishonin enfrentou e sua determinação em continuar

propagando a Lei está em concordância com esta passagem. Ele descreve seu subtimento atudo isso como a leitura do sutra em sua vida (veja “Banishment to Sado”, WND-1,pág. 202).Sem desanimar, ele continuou a propagar seus ensinamentos e tendo a ação compassiva desalvar todas as pessoas da miséria e do sofrimento. Ele o fez com a mais profundaconvicção de um devoto do Sutra de Lótus.A Lei Mística brilha como o sol no interior da vida da pessoa que despertou para estaLei.Este brilho é expresso em seu próprio caráter, discurso e comportamento, que por suavez pode dissipar as trevas do sofrimento que paira sobre a vida das pessoas.

Uma pessoa comum é um Buda. Um Buda é uma pessoa comum.Em “Abertura dos Olhos”, Nitiren Daishonin escreve: “Quando o assunto é o Sutra de Lótus,minha capacidade de compreensão é somente uma pequena fração da vasta capacidadeque Tient’ai e Dengyo possuíam. Todavia, considerando minha capacidade de enfrentarperseguições e minha enorme benevolência, creio que eles se surpreenderiam” (WND-1,pág. 242). A partir disso, podemos supor que sua condição de vida de grande compaixãohabilitou-o a suportar graves opressões.No mesmo escrito ele declara: “Declaro aqui que não importa que os deuses me abandonem.Não importa que eu tenha de enfrentar todas as perseguições. Ainda assim, darei minha vidaem prol da Lei...Eu serei o pilar do Japão. Eu serei os olhos do Japão. Eu serei o grandenavio que conduzirá o Japão. Este é meu juramento, e jamais recuarei um único passo!”(WND-1, págs. 280-81).Esta passagem é o “rugir do leão” de Nitiren, expressando sua resolução de superar todas asperseguições a fim de salvar todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei do sofrimento. Alémdisso, por estabelecer, “Eu, Nitiren, sou o soberano, mestre e pais de todas as pessoas doJapão” (WND-1, pág. 287), ele declara que possui as três virtudes de um Buda.Ao enfretar perseguições contínuas, como previsto do Sutra de Lótus e saindo vitorioso acada de cada uma delas, ele exemplificou o próprio espírito do sutra – onde uma pessoacomum pode revelar a tremenda força do estado fundamental de Buda, que uma pessoacomum é um Buda e um Buda é uma pessoa comum.Ele declara: “Se não fosse por Nitiren, nos Últimos Dias da Lei, o Buda teria se tornado umgrande contador de mentiras, e os testemunhos dados por Muitos Tesouros e pelos budasdas dez direções teriam sido falsos. Nos mais de 2.230 anos desde o falecimento do Buda,Nitiren é a única pessoa, em todo o Jambudvipa, que cumpriu as palavras do Buda. (“OnPersecutions Befalling the Sage,” WND-1, pág. 997).Cheio de poderes para propagar a essência dos ensinamentos do Buda, Práticas Superiorespode ser visto como o “senhor dos ensinos” (um tpitulo dado a Sakyamuni nos sutras), ou overdadeiro mestre dos Últimos Dias da Lei. Nitiren Daishonin provou por meio de suas açõesque ele próprio era o “senhor dos ensinos” dos Últimos Dias, esforçando-se na capacidadede aliviar o sofrimento de todas as pessoas.Abandonar o transitório e revelar o verdadeiroNo final da tarde do dia 12 do 9° mês de 1271, Hei-no-Saemon e várias centenas desoldados vestidos com armaduras prenderam Nitiren Daishonin. Poucas horas depois, eledesfilou pela cidade como se fosse um traidor e foi decidido em um julgamento, que ele seriaexilado na ilha de Sado. Nitiren declara: “Ostensibly I was being banished to a distantregion, but secretly it had been decided that I would have my head cut o ” (“Letter toShimoyama,” WND-2, pág. 701).Levado para a praia de Tatsonokuti no meio da noite, estando ele pronto para enfrentar aespada de seu carrasco, Nitiren disse a seu discípulo Shijo Kingo, “Que alegria maior poderiahaver?” (“The Actions of the Votary of the Lotus Sutra,” WND-1,pág. 767), manifestando suaboa sorte em ter a oportunidade de dar sua vida pelo Sutra de Lótus.Pouco tempo depois, uma esfera luminosa apareceu de repente brilhando no céu,assustando o carrasco, acompanhado dos soldados, que não conseguiram cumprir suamissão. Nitiren foi então exilado na ilha de Sado.Em razão da Perseguição de Tatsunokuti, Nitiren efetivou o princípio “abandonar o trasitório erevelar o verdadeiro.” Em “Abertura dos Olhos”, escrito em Sado na sequência da

perseguição, ele explica o significado: “No décimo segundo dia do nono mês do anopassado, entre as horas do rato e do boi (entre 23h e 3h da madrugada), essa pessoachamada Nitiren foi decapitada.185 Foi seu espírito que veio para esta Ilha de Sado e, nosegundo mês do ano seguinte, preso na neve, ele está escrevendo esta carta para enviá-laaos seus discípulos mais fiéis” (WND-1, pág. 269).O presidente Ikeda comenta: “Ao dizer que seria 'decapitado', quando na verdade ele não foi,Daishonin indica o 'eu' que ele tinha sido e que chegou ao fim quando foi levado ao lugar daexecução em Tatsunokuti. Para explicar de uma maneira simples, ele conclui que haviarenascido com um novo eu. Na frase, 'É sua alma que chegou a esta ilha de Sado', “alma”significa esta nova auto-identidade – a verdadeira identidade que Daishonin manifestoudurante a Perseguição de Tatsunokuti” (The World of Nichiren Daishonin’s Writings, vol. 2,pág. 82).Em “abandonar o transitório”, Nitiren descarta sua identidade transitória, seu status depessoa comum que permanece “no fase de escutar o nome e as palavras da verdade”. O“nome e as palavras da verdade” significam as palavras do ensinamento do Buda. “na fase”se refere a uma pessoa que aceita e compreende as palavras do Buda e está dando oprimeiro passo na prática budista, sem ainda ter recebido quaisquer resultados dessa prática.Isto descreve um principiante, uma pessoa comum, que deseja praticar os ensinamentos doBuda.“Revelar a verdade” significa que Nitiren manifestou a sua verdadeira identidade como oBuda da ilimitada alegria, 6 que brilhantemente manifesta a eterna vida do Buda na vida deuma pessoa comum. Em outras palavras, mantendo-se uma pessoa comum, NitirenDaishonin revelou sua identidade como o Buda dos Últimos Dias da Lei.O presidente Ikeda enfatiza o seguinte ponto: “Quando dedicamos nossa vida ao kossenrufu,superando dolorosos sofrimentos e perseverando na fé, nós, também podemos realizaro princípio de 'abandonar o provisório e revelar o verdadeiro'. Como pessoas comunspodemos manifestar a mesma vida que Nitiren Daishonin possuiu” (The World of NichirenDaishonin’s Writings, vol. 2, pág. 85).Depois de deixar de lado seu estado transitório e revelado sua verdadeira identidade, eleentão inscreveu o mandala chamado Gohonzon – uma forma gráfica de sua vida iluminadacom o Nam-myoho-rengue-kyo escrito no centro. Ele estabeleceu o Gohonzon como objetode devoção para todas as pessoas, um meio para revelar o estado de Buda inerente dentrode suas vidas.Na essência, em razão das perseguições que Nitiren sofreu é que ele pode revelar suaidentidade como devoto do Sutra de Lótus. Com a convicção de que ele estava cumprindo asprevisões do Buda Sakyamuni, ele firmemente avançou na propagação de seusensinamentos para a paz e felicidade de toda a humanidade.1. Perseguição de Matsubagayatsu: ocorreu no dia 27 de agosto de 1260.Em agosto de 1253, Nitiren estabeleceu-se numa pequena cabana num local chamado Matsubagayatsuna região sudeste de Kamakura. Em sua morada e nas casas daqueles que o apoiavam, ele começou afalar sobre os ensinos do Sutra de Lótus.Suas investidas despertaram a ira não somente dos líderes religiosos mas também das autoridadesgovernamentais, uma vez que estas muitas vezes eram ardentes defensoras da Nembutsu e da Zen.Logo Nitiren encontrou uma forte oposição, porém ele continuou com seus esforços de conversão.No início de 1256, o Japão sofreu uma série de calamidades como tormentas, enchentes e secas. Em1257, um terrível terremoto destruiu muitos templos, edifícios do governo e casas em Kamakura,enquanto que em 1259 e em 1260 a população foi assolada pela fome e epidemias.Nitiren Daishonin acreditava que havia chegado o momento de explicar a causa básica dessascatástrofes. Em 16 de julho de 1260, Nitiren Daishonin apresentou um tratado intitulado “Tese sobre o

estabelecimento do ensino correto para a paz da nação” à pessoa mais poderosa do país na época,Hojo Tokiyori, um ex-regente do xogunato Kamakura. Nele, Daishonin atribui a causa daquelas recentescalamidades à calúnia das pessoas ao correto ensino do budismo e à sua crença em falsas doutrinas. Anação não teria nenhum alívio para seu sofrimento a menos que as pessoas renunciassem às suascrenças errôneas e aceitassem os ensinos do Sutra de Lótus.Parece que Tokiyori e as autoridades governamentais não foram notificados sobre o tratado. Entretanto,quando as notícias chegaram até os seguidores da Nembutsu, eles ficaram enraivecidos. Um grupo daseita invadiu repentinamente a cabana de Daishonin em Matsubagayatsu com a intenção de matá-lo.Daishonin escapou por pouco com alguns discípulos para a província de Shimosa, onde permaneceupor um tempo na residência de Toki Jonin, seu seguidor e figura influente na região.2. Exílio em Izu: Ao escapar do ataque em sua cabana em Matsubagayatsu, Nitiren Daishonin foi acolhidocom segurança na residência de Toki Jonin, em Shimosa (atual norte da Província de Tiba). Tokiconstruiu um santuário para Daishonin e lhe pediu que realizasse explanações diárias; ele concordou.Samurais locais assistiram às explanações e, entre eles, os que se converteram na fé foram SoyaKyoshin, Ota Jomyo e Akimoto Taro Hyoe-no-jo. Um grupo especial de fortes discípulos estavarapidamente se formando.No entanto, o inextinguível desejo de Nitiren Daishonin de salvar o povo japonês o conduziu de volta aKamakura na primavera do ano seguinte. Ainda irados, os bonzos e adeptos da Nembutsu conspiraramcom o governo para apresentar uma acusação de difamação contra ele.Os clérigos da escola Nembutsu, alarmados com seu sucesso em atrair seguidores, levantaram falsasacusações contra Nitiren Daishonin e os submeteram ao governo de Kamakura. O regente da épocaera Hojo Nagatoki, um sacerdote do templo Gokurakuji e inimigo declarado de Daishonin. Sem inquéritoou julgamento, Nagatoki considerou as acusações e, em 12 de maio de 1261, decretou o exílio deNitiren Daishonin para a desolada costa ao longo da Península de Izu, uma fortaleza de seguidores daNembutsu.Essa foi a primeira perseguição direta por parte do governo sofrida por Daishonin.Izu era um reduto da escola Nembutsu. Portanto, o exílio a essa localidade significava que a vida deDaishonin corria grande perigo. Porém, felizmente Daishonin foi escolhido por Funamori Yasaburo, umpescador local, e sua esposa. Eles o trataram com muita generosidade. Mais tarde, Daishoninconquistou a confiança de Ito Sukemitsu, o administrador da área, que se converteu a seu ensinoquando Daishonin orou com êxito para a recuperação de sua saúde. Na época, o governo,aparentemente instigado pelo ex-regente Hojo Tokiyori, decretou o perdão, e Daishonin retornou aKamakura em fevereiro de 1263, triunfando mais uma vez.3. Perseguição de Komatsubara: A terceira grande perseguição sofrida por Nitiren Daishonin.Após ser perdoado do exílio em Izu, no outono de 1264, Nitiren Daishonin, preocupado com sua idosamãe, retornou para sua terra natal em Awa. Seu pai já havia falecido e ele encontrou sua mãegravemente enferma. Daishonin orou fervorosamente por sua recuperação e ela pôde vencer a doençae viver por aproximadamente mais quatro anos. Infelizmente, a notícia de seu retorno chegou aoadministrador local Tojo Kaguenobu, que nutria um grande ódio por Nitiren Daishonin desde que elerevelou o Nam-myoho-rengue-kyo em 28 de abril de 1253.Os discípulos de Daishonin na região estavam ansiosos por vê-lo e insistiram que visitasse a residênciade Kudo Yoshitaka, um seguidor da localidade. Nitiren Daishonin partiu em 11 de novembro de 1264com um grupo de discípulos para visitar Yoshitaka. Já anoitecia quando chegaram a um local chamadoKomatsubara, onde Kaguenobu e seu bando estavam escondidos e os cercaram.A confusão começou. Os discípulos se agruparam ao redor de Daishonin para protegê-lo, e KudoYoshitaka e outros correram para ajudá-los. Seus discípulos o protegeram utilizando espadas, flechas eo próprio corpo como escudo. Os homens de Kaguenobu mataram Yoshitaka e outro discípulo chamadoKyonin-bo. Daishonin levou um corte de espada na testa e teve a mão esquerda quebrada. Apesar deduas mortes, Daishonin e seus protetores conseguiram, com muita dificuldade, afastar os agressores.4. Perseguição de Tatsunokuti: Após a Perseguição de Komatsubara, em 1264, Daishonin permaneceunos arredores de sua província natal, Awa (atual província de Tiba) até 1267, e conduziu uma vigorosacampanha de propagação misturando-se com as pessoas comuns e dialogando com elas da maneiracomo compreendiam. Seus esforços resultaram em várias conversões e uma sociedade religiosacomeçou a tomar forma.Em 1268, Daishonin retornou a Kamakura, onde uma iminente crise lhe possibilitou desafiar asautoridades religiosas e tentar convencer os oficiais do governo da exatidão do seu budismo. Essa crise

era a ameaça de uma invasão estrangeira, o que Daishonin havia predito oito anos antes, na Tesesobre o estabelecimento do ensino correto para a paz da nação.Nesse ano, chegou a Kamakura uma carta dos mongóis exigindo que o Japão declarasse lealdade aogoverno mongol. As autoridades perceberam que a nação encontrava-se em grande perigo.Imediatamente foram erguidas fortificações defensivas e foi ordenado a todos os templos e santuáriosdo país que oferecessem orações pela derrota do inimigo.Nitiren Daishonin estava convicto de que havia chegado o momento de agir. Ele enviou onze cartas deadvertência às mais importantes autoridades, incluindo o regente Hojo Tokimune; o sub-chefe da políciamilitar, Hei no Saemon, e dois dos mais influentes clérigos de Kamakura na época, Doryu, da escolazen, e Ryokan, da escola Ritsu. Essas cartas resumidamente reafirmavam a declaração feita na Tesesobre o estabelecimento do ensino correto para a paz da nação, ou seja, se o governo não aceitasse ocorreto ensino, o país sofreria os dois últimos desastres preditos no Sutra — invasão estrangeira e lutasdentro do clã governante. Todos os onze homens decidiram ignorar as advertências.Em 1271, o país foi assolado por uma seca persistente. O governo, temendo a fome, ordenou a Ryokanque orasse por chuva. Quando Daishonin soube disso, desafiou Ryokan por meio de uma carta,declarando estar disposto a tornar-se seu discípulo se ele fosse bem sucedido em fazer chover. Mas, sefalhasse, Ryokan deveria tornar-se seu discípulo.Ryokan aceitou o desafio, mas apesar das suas orações e das de centenas de reverendos assistentes,nenhuma chuva caiu. Ao contrário, Kamakura foi assolada por fortes ventanias. No final, Ryokan não sóse recusou a seguir Daishonin como também começou a tramar contra ele junto com Hei no Saemon.Tanto Ryokan como o clérigo zen Doryu chefiavam templos fundados por importantes autoridadespertencentes à família Hojo. Embora os fundadores já tivessem falecido, suas esposas ainda exerciamforte influência no governo. Ryokan e Doryu despertaram a ira dessas mulheres dizendo-lhes queDaishonin, em suas cartas de advertência, havia falado desrespeitosamente de seus falecidos maridos.Como resultado das maquinações desses clérigos, uma lista de acusações contra Nitiren foi submetidaao governo.Em 10 de setembro de 1271, Hei no Saemon intimou Nitiren Daishonin a comparecer à corte pararesponder às acusações. Esse fato marcou o início da segunda fase de perseguições movidas pelasautoridades. Daishonin refutou eloqüentemente todas as acusações e repetiu suas predições deinvasão estrangeira e lutas dentro do clã governante. Dois dias após o inquérito, em 12 de setembro,Hei no Saemon e seus soldados invadiram a morada de Daishonin. Embora inocente de todas asacusações, ele foi preso e sentenciado ao exílio na Ilha de Sado.Entretanto, Hei no Saemon estava determinado a decapitar Nitiren Daishonin em Tatsunokuti, nasproximidades de Kamakura. Nitiren Daishonin e seus seguidores acreditavam que sua morte eraiminente mas, no momento da execução, um objeto luminoso surgiu repentinamente no céuaterrorizando os soldados e o carrasco, então, desistiu de seu intento.Depois disso, Daishonin declarou ter nascido de novo, deixando sua condição provisória e revelandosua verdadeira identidade como o Buda dos Últimos Dias da Lei. Ele triunfou corajosamente sobre osque tentavam impedi-lo de cumprir o seu juramento de concretizar infalivelmente a paz e a felicidadedos povos do mundo. No décimo dia do décimo mês de 1271, ele foi enviado para a ilha de Sado. Elevoltou do exílio para Kamakura no 26° dia do terceiro mês de 1274.5. Três poderosos inimigos: De acordo com a classificação definida pelo Grande Mestre Miao-lo (711-782)da Escola Tendai da China, os Três Poderosos Inimigos são:1. Leigos arrogantes: refere-se às pessoas que desconhecem o budismo e perseguem os praticantesdo Sutra de Lótus. Elas os menosprezam, insultam e chegam até a atacar com espadas e bastões.2. Bonzos arrogantes: refere-se às pessoas que seguem o sacerdócio budista e perseguem ospraticantes do Sutra de Lótus. Por manterem uma fé distorcida, não conseguem discernir o verdadeiroensino do budismo. Conseqüentemente, apegados a conceitos próprios, presumem que são superioresaos outros e atacam os seguidores do Sutra de Lótus.3. Sacerdotes arrogantes: refere-se às pessoas que fingem ser sábios e desfrutam do respeito dopúblico, sendo adorados como sumo sacerdotes budistas. Vivem geralmente em locais retirados nasmontanhas. São ávidos por fama e dinheiro e não têm escrúpulos em obtê-los perseguindo os devotosdo Sutra de Lótus. Por gozarem de certa influência no mundo religioso, acusam-nos de serem heréticose induzem as autoridades governamentais a persegui-los e a bani-los de suas terras.6. Buda da alegria ilimitada: o Buda que abriu o ilimitado poder do mundo de Buda ao perceber que aprópria vida eterna é originalmente e eternamente dotada do estado de vida de Buda.