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karawa, iri' wari' - Fundação Nacional de Saúde - Funasa

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7acúmulo <strong>de</strong> conhecimentos sobre o tema e da complexificação das análises, a naturezacomplexa e multifatorial da <strong>de</strong>snutrição ainda <strong>de</strong>safia o sucesso das intervenções junto apopulações humanas.Nos Estados Unidos é criado, em 1940, o Committee on Food Habits, do NationalResearch Council, com a participação <strong>de</strong> profissionais das áreas <strong>de</strong> antropologia,sociologia, economia doméstica, psicologia e saú<strong>de</strong> pública. Ao longo dos anosseguintes, tiveram lugar diversos inquéritos regionais - contemplando inclusivepopulações indígenas - sobre práticas alimentares e condições nutricionais, com oobjetivo adicional <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> intervenção e, ainda, <strong>de</strong> <strong>de</strong>linearestratégias <strong>de</strong> pesquisas apropriadas. Um aspecto particularmente significativo naatuação do Committee on Food Habits, no entanto, foi o fato <strong>de</strong> constituir a primeirainiciativa <strong>de</strong> intervenção junto a populações pertencentes a nações <strong>de</strong>senvolvidas, noque contrastava com as iniciativas do Diet Committee britânico, direcionadas àscolônias inglesas na África (Freedman, 1977). Kan<strong>de</strong>l et al. (1980) <strong>de</strong>stacam aimportância do Committee on Food Habits no reconhecimento do papel central <strong>de</strong>fatores não-nutricionais nas condutas alimentares da população norte-americana, com apublicação, em 1945, do Manual for the Study of Food Habits: A Report of theCommittee on Food Habits, sob a coor<strong>de</strong>nação da antropóloga Margaret Mead.A <strong>de</strong>speito do acúmulo <strong>de</strong> evidências, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, que apontam nesta direção edo crescente número <strong>de</strong> investigações que adotam as mais diversas diferentesperspectivas sobre o tema, o panorama não mudou radicalmente, ou pelo menos nãoimediatamente. A proposta <strong>de</strong> contextualização das questões nutricionais em um quadromais amplo, on<strong>de</strong> interagem aspectos que transcen<strong>de</strong>m a esfera estritamente biológica,passou a tomar corpo principalmente a partir da década <strong>de</strong> 70. Ainda assim, já nos anos80 Douglas (1982) ainda chamava a atenção para o contraste entre o volume <strong>de</strong>pesquisas sobre a fisiologia da nutrição e a escassez <strong>de</strong> análises que discutissem osfatores <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m social a serem abordados em pesquisas <strong>de</strong> campo, <strong>de</strong> modo a subsidiara implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> intervenção junto a sistemas alimentares tradicionais.Cattle (1977) aponta a articulação entre a antropologia e as ciências nutricionaiscomo uma alternativa à tendência particularizante dos estudos em nutrição, em umacrítica que ainda hoje, quase três décadas <strong>de</strong>pois, parece atual. Particularizante nosentido <strong>de</strong> manter as análises restritas aos pressupostos <strong>de</strong> disciplinas específicas, comoa bioquímica ou a economia. A autora indica justamente a inexistência <strong>de</strong> uma<strong>de</strong>limitação clara das fronteiras <strong>de</strong> um “campo” da nutrição, ou seja, a sua naturezainerentemente multidisciplinar, como um gran<strong>de</strong> obstáculo à compreensão dos

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