administrativos para apurar a corrupçãonos órgãos <strong>do</strong> governo; proibiu que missesusassem biquínis nos desfiles; nomeou oprimeiro embaixa<strong>do</strong>r negro da história <strong>do</strong>Brasil; colocou as rinhas de briga de galona ilegalidade; acabou com a isenção de impostosde algumas grandes empresas; baniuo lança-perfume <strong>do</strong>s bailes de carnaval.Pouco antes de morrer, segun<strong>do</strong> a revistaVeja, Jânio teria confessa<strong>do</strong> ao neto o profun<strong>do</strong>arrependimento pela renúncia.É sal, é sol, é sul11 . Carlos Lacerda (centro) na Escola Superior deDesenho Industrial/Esdi10 . Che Guevara no Brasil, recebi<strong>do</strong> por Jânio QuadrosÉ inegável que, no setor das relações internacionais,a política externa brasileira ganhoumusculatura e independência, procuran<strong>do</strong>estabelecer laços comerciais e diplomáticoscom todas as nações <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que manifestasseminteresse em um intercâmbio pacífico.Em plena Guerra Fria, com os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>se a União Soviética disputan<strong>do</strong> palmoa palmo o poder e a influência no mun<strong>do</strong>,essa mudança provocou reações negativas<strong>do</strong>s norte-americanos e muitas críticas <strong>do</strong>ssetores conserva<strong>do</strong>res brasileiros.No dia 24 de agosto de 1961, no bojo demais uma crise institucional, Carlos Lacerdafez um discurso pelo rádio em que acusavao ministro da Justiça, Oscar Pedroso Horta,de estar preparan<strong>do</strong> um golpe de Esta<strong>do</strong>.Para espanto de muitos, em 25 de agosto,Jânio Quadros apresentou sua renúncia aoCongresso, que a aceitou imediatamente.Como mandava a Constituição, quem deveriaassumir o cargo era o vice-presidente JoãoGoulart, o Jango, que se encontrava comuma delegação de brasileiros na China paraalavancar negócios e parcerias comerciais.Mas Jango, <strong>do</strong> PTB, era muito malvisto pelosparti<strong>do</strong>s conserva<strong>do</strong>res e por parte <strong>do</strong>s militaresbrasileiros. Deputa<strong>do</strong> pelo Rio Grande<strong>do</strong> Sul, ocupara o posto de ministro <strong>do</strong>Trabalho durante o último mandato de Vargas.Durou pouco mais de sete meses nocargo, mas deixou uma marca profunda aose aproximar <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res e <strong>do</strong>s sindicatos,bem como <strong>do</strong>s socialistas e comunistas,sempre disposto a negociar. Com aperspectiva de ter um “esquerdista” à frente<strong>do</strong> país, um verdadeiro golpe se articuloupara evitar a posse de Jango.Um longo caminho de voltaMinha alma cantaVejo o Rio de JaneiroEstou morren<strong>do</strong> de saudadesRio, seu marPraia sem fimRio, você foi feito pra mimSamba <strong>do</strong> Avião(Tom Jobim)165
É sal, é sol, é sulAvisa<strong>do</strong> na China só 24 horas após a renúncia(à época, a velocidade das informaçõesera incrivelmente lenta comparada aos diasde hoje), Jango começou uma longa viagemao Brasil, enquanto seus partidários se mobilizavampara garantir a posse. A primeiraescala foi em Paris, onde, ao falar por telefonecom Leonel Brizola, governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> RioGrande <strong>do</strong> Sul e líder <strong>do</strong> movimento pró-Jango,foi informa<strong>do</strong> de que parte <strong>do</strong>s generaisnão aceitava que assumisse a presidência.Enquanto o Congresso e os militares buscavamuma solução para a crise, Brizola fun<strong>do</strong>ua Campanha da Legalidade, uma cadeiacom mais de cem rádios que exortavam apopulação a defender a Constituição e aposse de Jango. Outros governa<strong>do</strong>res queaderiram à campanha foram Ney Braga, <strong>do</strong>Paraná, e Mauro Borges, de Goiás. LeonelBrizola chegou a defender o uso das armaspara garantir a posse <strong>do</strong> cunha<strong>do</strong> (ele eracasa<strong>do</strong> com Neusa, irmã de Jango) e, efetivamente,chegou a criar grupos de militantesdispostos a ir à luta, se necessário fosse.seriam dividi<strong>do</strong>s com um primeiro-ministro.Jango, que àquela altura já estava em Montevidéu,aceitou o acor<strong>do</strong>. No dia 2 de setembrode 1961, o regime parlamentaristafoi aprova<strong>do</strong> pelo Congresso Nacional, e em7 de setembro João Goulart foi finalmenteempossa<strong>do</strong> presidente da República, ten<strong>do</strong>como primeiro-ministro Tancre<strong>do</strong> Neves.Como seria de se esperar, o presidente nãoia se acomodar em uma situação na qualseria impossível fazer as reformas que pensavanecessárias para que o Brasil seguissecrescen<strong>do</strong>, com mais igualdade na distribuiçãoda renda. Nos <strong>do</strong>is anos seguintes àposse, Jango operou politicamente no senti<strong>do</strong>de ter seus poderes devolvi<strong>do</strong>s, até queconseguiu aprovar, no Congresso, um plebiscitopara a população escolher entre o parlamentarismoe o presidencialismo. Apoia<strong>do</strong>em grande campanha publicitária, conseguiuem janeiro de 1963 a vitória de que necessitava,e o Brasil voltou a ter um presidente“forte”. No entanto, as contradições políticas,sociais e econômicas tornaram a já difíciltarefa de governar o Brasil em um projetoimpossível de ser realiza<strong>do</strong>.Brasil bom de bolaVocês vão ver como éDidi, Garrincha e PeléDan<strong>do</strong> seu banho de bolaQuan<strong>do</strong> eles pegam no couroO nosso escrete de ouroMostra o que é nossa escola.16612 . João Goulart, vice de Jânio, tornou-sepresidente em 1961Finalmente, chegou-se a um consenso: ainstituição <strong>do</strong> regime parlamentarista, emque os poderes <strong>do</strong> presidente da RepúblicaFrevo <strong>do</strong> Bi(Silvério Pessoa)Enquanto a temperatura aumentava na política,no esporte tu<strong>do</strong> era só felicidade. Depoisda grande conquista da Copa de 1958,o mun<strong>do</strong> esperava uma nova performance
- Page 1 and 2: O país se modernizavaTodos esses a
- Page 3 and 4: diferentes, criados por uma jovem e
- Page 5 and 6: do caminho havia a Revolução de 1
- Page 7 and 8: 14 . Wilson BatistaBrasil (Ary Barr
- Page 9 and 10: 18 . Avenida Beira-Mar, no começo
- Page 11 and 12: caminhava célere para se integrar
- Page 13 and 14: PANDOLFI, Dulce (org.). Repensando
- Page 15 and 16: Era Vargas 2 - A política da boa v
- Page 17 and 18: Era Vargas 2 - A política da boa v
- Page 19 and 20: Era Vargas 2 - A política da boa v
- Page 21 and 22: Era Vargas 2 - A política da boa v
- Page 23 and 24: Era Vargas 2 - A política da boa v
- Page 25 and 26: Era Vargas 2 - A política da boa v
- Page 27 and 28: Era Vargas 2 - A política da boa v
- Page 29 and 30: Anos 50 - De Getúlio a JKA volta d
- Page 31 and 32: Anos 50 - De Getúlio a JKO preside
- Page 33 and 34: Anos 50 - De Getúlio a JKPara Ruy
- Page 35 and 36: Anos 50 - De Getúlio a JK- a TV Tu
- Page 37 and 38: Anos 50 - De Getúlio a JKNo entant
- Page 39 and 40: Anos 50 - De Getúlio a JKlinguagen
- Page 41 and 42: Anos 50 - De Getúlio a JKEm termos
- Page 43 and 44: Anos 50 - De Getúlio a JKAviso aos
- Page 45 and 46: É sal, é sol, é sulDois encontro
- Page 47 and 48: É sal, é sol, é sul6 . O program
- Page 49: É sal, é sol, é sulde uma músic
- Page 53 and 54: É sal, é sol, é sulDe 1958 a 196
- Page 55 and 56: É sal, é sol, é sulCom o golpe d
- Page 57 and 58: Este mundo é meuEste mundo é meu1
- Page 59 and 60: não interessava, era pura alienaç
- Page 61 and 62: subdesenvolvimento e pretendiam mov
- Page 63 and 64: sambas, xotes, baiões, sambas-can
- Page 65 and 66: momentos dramáticos: “Eu, Vianin
- Page 67 and 68: CarcaráPega, mata e comeCarcaráN
- Page 69 and 70: amor”. Já Vandré atacava firme
- Page 71 and 72: __________. Reinventando o Otimismo
- Page 73 and 74: TropicáliaO poder jovemOs automóv
- Page 75 and 76: TropicáliaSeu assassinato provocou
- Page 77 and 78: TropicáliaPalmeira, que, diante da
- Page 79 and 80: TropicáliaNa abertura de caminhos
- Page 81 and 82: TropicáliaCapinam, Torquato Neto,
- Page 83 and 84: TropicáliaAinda no segundo semestr
- Page 85 and 86: TropicáliaOs Sonhadores (The Dream
- Page 87 and 88: Ninguém segura este paísSai um ge
- Page 89 and 90: Ninguém segura este paísOs grande
- Page 91 and 92: Ninguém segura este paísO governo
- Page 93 and 94: Ninguém segura este paísAo assumi
- Page 95 and 96: Ninguém segura este paísespinhosa
- Page 97 and 98: Ninguém segura este país________.
- Page 99 and 100: Que país é este?Os ventos da muda
- Page 101 and 102:
Que país é este?Mesmo durante os
- Page 103 and 104:
Que país é este?diferentes, em su
- Page 105 and 106:
Que país é este?e cadernetas de p
- Page 107 and 108:
Que país é este?Resgate do Cinema
- Page 109 and 110:
Que país é este?Para usar em sala
- Page 111 and 112:
Que país é este?Portal Brasilhttp
- Page 113 and 114:
Um time de craques: saiba mais sobr
- Page 115 and 116:
Alberto Jacob FilhoEquipe de produ
- Page 117 and 118:
Raízes indígenasAlberto Jacob Fil
- Page 119 and 120:
Músicas do programa(trechos)Todo D
- Page 121 and 122:
Quarup(Joyce Moreno e Paulo César
- Page 123 and 124:
Sérgio SantosNasceu em Minas Gerai
- Page 125 and 126:
Gongá(Sérgio Santos e Paulo Césa
- Page 127 and 128:
Ouro em MinasAlberto Jacob FilhoJoy
- Page 129 and 130:
Músicas do programa(trechos)Desenr
- Page 131 and 132:
Xica da Silva(Jorge Ben Jor)Xica da
- Page 133 and 134:
Clara SandroniFilha do jornalista C
- Page 135 and 136:
A cidade compra e vende, parece um[
- Page 137 and 138:
1808: O Segundo ReinadoAlberto Jaco
- Page 139 and 140:
Quem sabe se és constanteSe ainda
- Page 141 and 142:
Assim foi vista por um tal jovem po
- Page 143 and 144:
Pedro Paulo MaltaCantor, pesquisado
- Page 145 and 146:
E o padre me deixa entrarFoi lá qu
- Page 147 and 148:
LocaçõesAlberto Jacob FilhoAlbert
- Page 149 and 150:
Do alto da serraE a fonte a cantáC
- Page 151 and 152:
Era Vargas 1 - A Era do RádioAlber
- Page 153 and 154:
Nossas canções cruzando o espaço
- Page 155 and 156:
Era Vargas 2 - A políticada boa vi
- Page 157 and 158:
Músicas no programa(trechos)Vou-me
- Page 159 and 160:
Anos 50 - De Getúlio a JKAlberto J
- Page 161 and 162:
Músicas do programa(trechos)Molamb
- Page 163 and 164:
Estrada do Sol(Dolores Duran e Tom
- Page 165 and 166:
Cris DelannoNativa do Texas, aos 5
- Page 167 and 168:
Nanã(Moacir Santos e Mário Telles
- Page 169 and 170:
Samba do Avião(Tom Jobim)Samba de
- Page 171 and 172:
João CavalcantiFilho do cantor e c
- Page 173 and 174:
Daqui do morroEu não saio, nãoFal
- Page 175 and 176:
TropicáliaAlberto Jacob FilhoJoyce
- Page 177 and 178:
A certeza na frenteA história na m
- Page 179 and 180:
Da América do Sul, da América do
- Page 181 and 182:
Pedro MirandaComeçou tocando zabum
- Page 183 and 184:
Pesadelo(Maurício Tapajós e Paulo
- Page 185 and 186:
O Bêbado e a Equilibrista(João Bo
- Page 187 and 188:
Paulinho MoskaComeçou a aprender v
- Page 189 and 190:
Cartomante(Ivan Lins e Vitor Martin
- Page 191 and 192:
E Vamos à Luta(Gonzaguinha)Eu acre
- Page 193 and 194:
Ouro em Minasp. 41-541. Arte sobre
- Page 195 and 196:
9. Wikimedia Commons10. Acervo Arqu
- Page 197 and 198:
Ninguém segura este paísp. 203-21