201 INTRODUÇÃONa década <strong>de</strong> 50, a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) estabeleceu asdoenças bucais <strong>de</strong> interesse <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva, sendo a cárie <strong>de</strong>ntária, as doençasperiodontais, más oclusões, câncer <strong>de</strong> boca e fissura labiopalatinas as <strong>de</strong> maiorprevalência. Tal or<strong>de</strong>m po<strong>de</strong> ser modificada <strong>em</strong> função <strong>das</strong> características <strong>de</strong>espaço e t<strong>em</strong>po e <strong>de</strong>fini<strong>das</strong> segundo critérios <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> levando-se <strong>em</strong>consi<strong>de</strong>ração a morbida<strong>de</strong> dos agravos à saú<strong>de</strong> bucal (RONCALLI, 2005).Embora ressaltada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prevenção, a prática odontológicapredominante ainda não t<strong>em</strong> participado efetivamente no processo <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> bucal, uma vez que a atuação dos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas, <strong>de</strong> maneira geral, nãoestá sendo feita <strong>de</strong> forma sist<strong>em</strong>ática e contínua. Além disto, as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>estão volta<strong>das</strong> somente para a cárie e doença periodontal, restritas a <strong>de</strong>terminadosgrupos populacionais, tanto na clínica privada, quanto no serviço público, nãoalcançando a população <strong>de</strong> modo geral, n<strong>em</strong> to<strong>das</strong> as doenças bucais existentes(SILVEIRA et al., 2008).Segundo Simões (1978) as más oclusões compreendi<strong>das</strong> como probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong>crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento que afetam a oclusão dos <strong>de</strong>ntes, po<strong>de</strong>m serconsi<strong>de</strong>ra<strong>das</strong> um probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, pois apresentam alta prevalência epossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prevenção e tratamento, além <strong>de</strong> provocar impacto social pelainterferência na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos indivíduos afetados.As más oclusões constitu<strong>em</strong> o grupo <strong>de</strong> terceira maior prevalência <strong>de</strong>ntre aspatologias bucais, sendo inferior, apenas, à cárie e à doença periodontal. Contudo, amedição <strong>de</strong>sta prevalência t<strong>em</strong> mostrado ser complexa, os seus resultadosconsi<strong>de</strong>rados controvertidos e difíceis <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> comparados, o que aponta para anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> novos estudos e índices que sejam mais amplamenteutilizados (SULIANO et al., 2005).Juntamente com os distúrbios oclusais, a verificação <strong>das</strong> condições <strong>de</strong><strong>higiene</strong> bucal através do Índice <strong>de</strong> Placa Visível (IPV) e Sangramento Gengival vêma contribuir com o esclarecimento <strong>das</strong> condições <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>lesões cariosas frente a probl<strong>em</strong>as oclusais tais como apinhamentos e falta <strong>de</strong>espaço no arco. Dados do Levantamento Epi<strong>de</strong>miológico Nacional realizado <strong>em</strong>
212003 revelaram um quadro insatisfatório da saú<strong>de</strong> bucal dos adolescentesbrasileiros, com discrepâncias regionais, quando se comparam as regiões norte enor<strong>de</strong>ste com o sul e su<strong>de</strong>ste do país, e <strong>de</strong>monstrou um caráter mais crítico quandose verifica que, <strong>em</strong> todo o território nacional, cerca <strong>de</strong> 14% dos adolescentesbrasileiros nunca foram ao <strong>de</strong>ntista e, no nor<strong>de</strong>ste, esse percentual se eleva para22% (BRASIL, 2004; SANTOS et al., 2007).Segundo Marinho (2009), as crianças e adolescentes do PETI (Programa <strong>de</strong>Erradicação do Trabalho Infantil) da comunida<strong>de</strong> Santa Clara da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> JoãoPessoa (PB) apresentam um alto índice CPO-D/ ceo-d (Índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes cariados,perdidos e obturados): CPO-D (7-8 anos: média 2,40, <strong>de</strong>svio padrão ± 1,71; 9-10anos; média 3,16, <strong>de</strong>svio padrão ± 3,22; 11-12 anos: média 4,50, <strong>de</strong>svio padrão ±2,32 e 13-14 anos: média 5,89, <strong>de</strong>svio padrão ± 6,74) e uma saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong>ficiente,tornando-se evi<strong>de</strong>nte a inserção <strong>de</strong> medi<strong>das</strong> <strong>de</strong> promoção e prevenção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> afim <strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> da saú<strong>de</strong> bucal dos integrantes <strong>de</strong>sta comunida<strong>de</strong>.Entretanto, a cárie <strong>de</strong>ntária não <strong>de</strong>ve ser o único fator <strong>de</strong>terminante <strong>das</strong>condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população, especialmente <strong>em</strong> crianças e adolescentes. NoLevantamento Epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> 2003 (SB Brasil), a prevalência da condiçãooclusal muito severa ou incapacitante foi <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 21% nas crianças <strong>de</strong> 12 anos ecerca <strong>de</strong> 19% <strong>em</strong> adolescentes <strong>de</strong> 15 a 19 anos (BRASIL, 2004).Dessa forma, a investigação <strong>das</strong> condições <strong>de</strong> <strong>higiene</strong> bucal e <strong>de</strong> oclusão<strong>de</strong>ntária <strong>das</strong> crianças e adolescentes do Programa <strong>de</strong> Erradicação do TrabalhoInfantil da Comunida<strong>de</strong> Santa Clara a qual o presente trabalho se propôs, preten<strong>de</strong>esclarecer o perfil epi<strong>de</strong>miológico daquela população <strong>em</strong> relação às condiçõesinvestiga<strong>das</strong> e assim contribuir para o planejamento e continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ações <strong>de</strong>prevenção e promoção da saú<strong>de</strong> ali realiza<strong>das</strong>, assim como com o <strong>de</strong>vidoencaminhamento para ações curativas <strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>manda <strong>em</strong>ergida doprocesso.
- Page 1: 1UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBACE
- Page 4: 4M528aMelo, Marcelo Lucena de.Avali
- Page 7 and 8: 7AGRADECIMENTOSA toda minha famíli
- Page 9 and 10: 9“... Existem momentos que nunca
- Page 11 and 12: 11ABSTRACTIn the '50s, the World He
- Page 13 and 14: 13LISTA DE TABELASTabela 1. Distrib
- Page 15 and 16: 15LISTA DE FIGURASFigura 1. Associa
- Page 17 and 18: 17SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO .........
- Page 19: 191 Introdução
- Page 23 and 24: 232 REVISÃO DE LITERATURA2.1 PETI
- Page 25 and 26: 252.2 Levantamentos Epidemiológico
- Page 27 and 28: 27meio da Estratégia Saúde da Fam
- Page 29 and 30: 29superfícies dentais com placa vi
- Page 31 and 32: 31uma ocorrência de oclusopatias n
- Page 33 and 34: 33Apinhamento e espaçamento foram
- Page 35 and 36: 35observada em 60,4%, enquanto 34,5
- Page 37 and 38: 37Santos et al., (2007) em seu estu
- Page 39 and 40: 393 OBJETIVOSAvaliar as condições
- Page 41 and 42: 414 METODOLOGIAFoi utilizada a refe
- Page 43 and 44: 43a inclusão de seus filhos no nos
- Page 45 and 46: 454.4.1 Índice de Estética Dental
- Page 47 and 48: 473 OclusãoA oclusão é avaliada
- Page 49 and 50: 49Quadro 1. Códigos e critérios p
- Page 51 and 52: 51parede do tecido mole do sulco ou
- Page 53 and 54: 535 Resultados
- Page 55 and 56: 55100,0%80,0%60,0%83,33%97,61%40,0%
- Page 57 and 58: 57Tabela 4. Distribuição em núme
- Page 59 and 60: 59Tabela 6. Número e porcentagem e
- Page 61 and 62: 61Tabela 8. Relação entre os aspe
- Page 63 and 64: 636 Discussão
- Page 65 and 66: 65razão para se procurar o atendim
- Page 67 and 68: 67(2009) 1,6%, Utomi; Oyneaso (2009
- Page 69 and 70: 697 Conclusão
- Page 71 and 72:
71Referências
- Page 73 and 74:
73BRASIL. Ministério da Saúde. Pr
- Page 75 and 76:
75LUX, C. J.; DUCKER, B.; PRITSCH,
- Page 77 and 78:
77the Index of Orthodontic Treatmen
- Page 79 and 80:
79APÊNDICESAPÊNDICE A - TERMO DE
- Page 81 and 82:
81Ficha nº. _______APÊNDICE B - E
- Page 83 and 84:
83Os dentes duram a vida toda?Sim N
- Page 85 and 86:
85APÊNDICE D - FICHAS PARA EXAMES
- Page 87 and 88:
87ANEXOSAnexo 1Anexo 2
- Page 89:
89CARTA DE ANUÊNCIA 2UNIVERSIDADE