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CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALEINSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDECURSO DE BIOMEDICINAJORGE ALESSANDRO DEOTTIDESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO PARA DETERMINAÇÃO DEFUROSEMIDA EM PLASMA E URINA POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDADE ALTA EFICIÊNCIANOVO HAMBURGO, JUNHO DE 2008


JORGE ALESSANDRO DEOTTIDESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO PARA DETERMINAÇÃO DEFUROSEMIDA EM PLASMA E URINA POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDADE ALTA EFICIÊNCIACentro Universitário FeevaleInstituto <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>Curso <strong>de</strong> BiomedicinaTrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso IProfessor Orientador: Profº. Dr. Rafael Lin<strong>de</strong>nNovo Hamburgo, Junho <strong>de</strong> 20082


DADOS DO PROJETO E DO PROPONENTETítulo do Projeto:Desenvolvimento <strong>de</strong> um método para<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong> em plasma eurina por cromatografia líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> altaeficiência( ) Imunologia( ) Hematologia( ) Líquidos Corporais( ) Micologia( ) BacteriologiaÁrea (s) <strong>de</strong> atuação em que se insere o( ) Bioquímica Clínicaprojeto (*):( ) Citopatologia( ) Genética( ) Parasitologia( x ) Toxicologia( ) OutrosOrientador do Projeto: Rafael Lin<strong>de</strong>nInstituição/Instituições Executora (s): - Centro Universitário FEEVALE;Data: Junho <strong>de</strong> 2008Palavras Chave: Furosemi<strong>da</strong>, CLAE, Plasma Urina.3


SUMÁRIO1. CARACTERIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA....................................................................... 062. OBJETIVOS.......................................................................................................................... 092.1. Objetivo Geral................................................................................................................. 092.2. Objetivos Específicos...................................................................................................... 093. EMBASAMENTO TEÓRICO............................................................................................. 103.1 Diuréticos........................................................................................................................ 103.2 Diuréticos <strong>de</strong> Alça........................................................................................................... 113.3 Furosemi<strong>da</strong>....................................................................................................................... 123.4 Métodos Cromatográficos............................................................................................... 133.5 Cromatografia Líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> Alta Eficiência...................................................................... 133.6 Preparação <strong>da</strong>s Amostras................................................................................................ 153.7 Análises Cromatográficas............................................................................................... 164. METODOLOGIA E ESTRATÉGIA DE AÇÃO............................................................... 174.1. Delineamento................................................................................................................... 174


4.2. Estratégia <strong>de</strong> ação............................................................................................................ 174.3. Solventes e Reagentes..................................................................................................... 184.4. Preparo <strong>da</strong>s Amostras...................................................................................................... 184.5. Preparação <strong>da</strong> Fase Móvel e Condições Cromatográficas............................................... 194.6. Curva <strong>de</strong> Calibração........................................................................................................ 194.7. Ensaios <strong>de</strong> precisão e exatidão........................................................................................ 194.8. Equipamento.................................................................................................................... 205. RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS................................................................... 216. RISCOS E DIFICULDADES............................................................................................... 227. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES.................................................................................. 238. ORÇAMENTO E FORMAS DE FINANCIAMENTO...................................................... 24REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................... 25ARTIGO.................................................................................................................................... 31RESUMO................................................................................................................................... 33ABSTRACT............................................................................................................................... 34INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 35MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................................... 38RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................................... 42CONCLUSÕES.......................................................................................................................... 47REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................... 48ANEXO....................................................................................................................................... 525


1 CARACTERIZAÇÃO E JUSTIFICATIVAA furosemi<strong>da</strong> é um potente diurético <strong>de</strong> alça com estrutura química mostra<strong>da</strong>na Figura 1 (WALSHE, 1996; EL-SAHARTY, 2003; DIAS, 2004; CAVALHEIRO etal., 2005; MARGALHO, 2005). Administra<strong>da</strong> tanto por via oral quanto intravenosa,com farmacocinética bem documenta<strong>da</strong> em indivíduos saudáveis (WENK et al., 2006).Figura 1. Estrutura química <strong>da</strong> furosemi<strong>da</strong>Este fármaco apresenta uma rápi<strong>da</strong> absorção pelo trato gastrointestinal,chegando a uma biodisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> oral <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 65% (MARGALHO etal., 2005; GILMAN, 2003; ABOU-AUDA et al., 2003), embora possa ocorrer umavariação <strong>de</strong> 10-100% (RIELLA, 2003).Freqüentemente usa<strong>da</strong> no tratamento <strong>de</strong> diversas patologias e condiçõesfisiológicas, a furosemi<strong>da</strong> é utiliza<strong>da</strong> basicamente na hipertensão (EL-SAHARTY,2003; CAVALHEIRO et al., 2005; MARGALHO et al., 2005; WENK et al., 2006;MOREIRA, 2005; BUFFIN-MEYER et al., 2004), insuficiência renal crônica ou agu<strong>da</strong>6


(WALSHE, 1996; EL-SAHARTY, 2003; DIAS, 2004; WENK et al., 2006; HO, 2006),alguns tipos <strong>de</strong> e<strong>de</strong>mas (EL-SAHARTY, 2003; DIAS, 2004; CAVALHEIRO et al.,2005; MARGALHO et al., 2005; WENK et al., 2006; MOREIRA, 2005; BUFFIN-MEYER et al., 2004; NORRIS et al., 2007), cirrose (WALSHE, 1996; EL-SAHARTY,2003 MARGALHO et al., 2005; WENK et al., 2006), insuficiência cardíaca congestiva(EL-SAHARTY, 2006; MARGALHO et al., 2005) e recuperações em cirurgiascardíacas (NORRIS et al., 2007).A ação diurética <strong>da</strong> furosemi<strong>da</strong> se dá na parte ascen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> alça <strong>de</strong> Henle,inibindo o co-transportador Na + -K + -2Cl - (MILLS et al., 1997; GILMAN, 2003;BUFFIN-MEYER et al., 2004). Com esta inibição ocorre primeiramente uma per<strong>da</strong> <strong>de</strong>Na + , principalmente pelos túbulos distais e ductos coletores dos rins (BUFFIN-MEYERet al., 2004; NORRIS et al., 2007). Esta per<strong>da</strong> <strong>de</strong> Na + continua até que o organismo sea<strong>da</strong>pte e diminua a excreção <strong>de</strong>ste eletrólito em particular (BUFFIN-MEYER et al.,2004). Um dos efeitos adversos observados no tratamento a longo prazo com essesfármacos é a per<strong>da</strong> excessiva <strong>de</strong> K + , que em alguns casos po<strong>de</strong> causar hipocalemia(BUFFIN-MEYER et al., 2004; NORRIS et al., 2007). Esta per<strong>da</strong> maciça <strong>de</strong> K + se <strong>de</strong>veao fato <strong>de</strong> a alta concentração <strong>de</strong> Na + no lúmen do ducto coletor aumentar a secreção <strong>de</strong>K + para a urina (BUFFIN-MEYER et al., 2004).Os fármacos <strong>de</strong>ste tipo têm sido utilizados em competições esportivas a fim <strong>de</strong>proporcionar uma maior per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso através <strong>de</strong> uma diurese aumenta<strong>da</strong>, por estemotivo, outros competidores passaram a utilizar este fármaco com o intuito <strong>de</strong> obteruma menor concentração <strong>de</strong> substâncias proibi<strong>da</strong>s pelo World Anti-Doping Agency(WADA) na urina dificultando ou até mesmo impossibilitando a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong>stas(WENK et al., 2006; MOREIRA, 2005).A <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong> em plasma e urina é emprega<strong>da</strong> em estudosfarmacocinéticos com pacientes, por exemplo, no tratamento com combinaçõesmúltiplas <strong>de</strong> fármacos, principalmente as que são excreta<strong>da</strong>s pela via renal, além <strong>de</strong>estudos <strong>de</strong> bioequivalência (WENK et al., 2006). Vários métodos <strong>de</strong> CromatografiaLíqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> Alta Eficiência (CLAE) têm sido <strong>de</strong>senvolvidos para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>furosemi<strong>da</strong> em fluidos biológicos (MILLS et al., 1997; WENK et al., 2006).7


A CLAE é o método <strong>de</strong> escolha para análise <strong>de</strong> diuréticos <strong>de</strong>vido ao custo <strong>da</strong>análise ser inferior e a facili<strong>da</strong><strong>de</strong> operacional, além <strong>da</strong> limita<strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>métodos alternativos como a técnica <strong>de</strong> cromatografia gasosa associa<strong>da</strong> com <strong>de</strong>tecçãoespectrométrica <strong>de</strong> massa (CG-EM). Para estes compostos, o uso <strong>de</strong> CG-EM é limitado<strong>de</strong>vido à baixa volatili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos compostos e a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma etapa adicional <strong>de</strong><strong>de</strong>rivatização (MOREIRA, 2005).8


2 OBJETIVOS2.1 Objetivo GeralDesenvolver um método para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong> em amostras <strong>de</strong>plasma pelo método <strong>de</strong> Cromatografia Líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> Alta Eficiência (CLAE).2.2 Objetivos Específicos- Realizar ampla revisão sobre a farmacocinética e farmacodinâmica <strong>da</strong>furosemi<strong>da</strong>;- Determinar condições para a preparação <strong>da</strong>s amostras;- Determinar condições analíticas por CLAE;- Obter uma curva <strong>de</strong> calibração;- Testar a precisão e exatidão do método;- Divulgar os resultados sob a forma <strong>de</strong> artigo em revista especializa<strong>da</strong>.9


3 EMBASAMENTO TEÓRICO3.1 DiuréticosPor <strong>de</strong>finição, os diuréticos são fármacos que aumentam a taxa do fluxo <strong>de</strong>urina (PADILLA et al., 2007; RIELLA, 2003; ZATZ, 2002), porém, estes que sãousados clinicamente também aumentam a taxa <strong>de</strong> excreção <strong>de</strong> cátions, principalmente oNa + , causando uma natriurese, além <strong>de</strong> um ânion associado, na sua gran<strong>de</strong> maioria o Cl -(GILMAN, 2003).Embora a administração contínua <strong>de</strong> um diurético provoque um déficit efetivoe duradouro do Na + corporal total, a escala temporal <strong>da</strong> natriurese é limita<strong>da</strong>, pois hámecanismos compensatórios renais que reequilibram a excreção do mesmo com suaingestão, fenômeno este conhecido como “freio diurético” (GILMAN, 2003;FERGUSON et al., 1997).Os diuréticos são em sua gran<strong>de</strong> maioria classificados <strong>de</strong> acordo com seu local<strong>de</strong> ação (diuréticos <strong>de</strong> alça), eficácia (diuréticos <strong>de</strong> alto limiar), entre outros (RIELLA,2003; ZATZ, 2002; BRATER, 1998), mas há também outra classificação <strong>de</strong> acordocom o mecanismo <strong>de</strong> ação ao qual o fármaco atua como, por exemplo, inibidores <strong>da</strong>anidrase carbônica, inibidores do simporte Na + -K + -2Cl - entre outros (GILMAN, 2003).O mecanismo <strong>de</strong> ação <strong>de</strong>stes quando atuam sob a forma <strong>de</strong> anti-hipertensivosrelaciona-se inicialmente aos seus efeitos diuréticos e natriuréticos, com diminuição do10


volume extracelular. Após 4 a 6 semanas, o volume circulante praticamente senormaliza e há redução persistente <strong>da</strong> resistência vascular periférica, on<strong>de</strong> se comprovasua eficácia na redução <strong>da</strong> morbi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> cardiovasculares (SOCIEDADEBRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007).Destaca-se que os mais usados como anti-hipertensivos são os <strong>da</strong> classe dosdiuréticos <strong>de</strong> alça e os tiazídicos, este último em baixas doses (PADILLA et al., 2007).Os diuréticos poupadores <strong>de</strong> potássio apresentam pequena eficácia diurética, mas,quando associados aos tiazídicos e aos diuréticos <strong>de</strong> alça, são úteis na prevenção e notratamento <strong>de</strong> hipopotassemia. Seu uso em pacientes com redução <strong>da</strong> função renalpo<strong>de</strong>rá acarretar hiperpotassemia (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,2007).Atletas utilizam diuréticos a fim <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r peso rapi<strong>da</strong>mente, além <strong>de</strong>diminuírem as concentrações <strong>de</strong> soluto na urina, o que não é permitido em competiçõesesportivas sendo estes proibidos, pois “mascaram” drogas com finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s ergogênicas.Por ocorrer uma diurese acentua<strong>da</strong>, eles promovem uma leve per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso permitindoassim competirem em categorias <strong>de</strong> peso inferior as suas, estabelecendo uma vantagemsobre os adversários (CARVALHO et al., 2003; MOREIRA, 2005).3.2 Diuréticos <strong>de</strong> AlçaRecebem este nome por serem inibidores do simporte Na + -K + -2Cl - no ramoascen<strong>de</strong>nte espesso <strong>da</strong> alça <strong>de</strong> Henle, sendo altamente eficazes quando comparados comdiuréticos que atuam no túbulo proximal, os diuréticos <strong>de</strong> alça são altamente eficazes,levando também o nome <strong>de</strong> diuréticos <strong>de</strong> alto limiar (GILMAN, 2003).Apresentam como principais fármacos o Ácido Etacrínico, Bumetani<strong>da</strong>,Torasemi<strong>da</strong> e Furosemi<strong>da</strong> (GILMAN, 2003; BRATER, 1998), sendo este último ofármaco <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>staque <strong>de</strong>ste grupo e que será abor<strong>da</strong>do neste trabalho.Os diuréticos <strong>de</strong> alça são usados principalmente em situações críticas <strong>de</strong>pacientes com insuficiência renal agu<strong>da</strong> (BAGSHAW et al., 2007) e acabam excretando11


altos volumes <strong>de</strong> Na + , K + , Ca + , Cl - em todos os estágios <strong>de</strong> insuficiência renal crônica(MOURA, 2002; RISLER et al., 1998).Em situações <strong>de</strong> hipertensão arterial são mais utilizados on<strong>de</strong> há associaçãocom insuficiência renal com taxa <strong>de</strong> filtração glomerular abaixo <strong>de</strong> 30 ml/min/1,73m 2 ena insuficiência cardíaca com retenção <strong>de</strong> volume (SOCIEDADE BRASILEIRA DECARDIOLOGIA, 2007).3.3 Furosemi<strong>da</strong>A furosemi<strong>da</strong> possui o nome químico <strong>de</strong> ácido 4-Cloro-N-furfuril-5-sulfamoilantranílico, com nome comercial Lasix ® , <strong>da</strong> marca Aventis, <strong>de</strong>ntre outros(CAVALHEIRO et al., 2005; PINGARRÓN et al., 2003; ZATZ, 2002).Acredita-se que o sítio <strong>de</strong> ação <strong>da</strong> furosemi<strong>da</strong> é na superfície do lúmen,possuindo assim uma alta variação na farmacocinética, <strong>de</strong>vido a este ter diferentesfunções em vários órgãos, ou os tipos <strong>de</strong> pacientes tratados com o mesmo e asdiferentes reações <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> indivíduo a diferentes protocolos <strong>de</strong> estudo (ABOU-AUDAet al., 1998).Alguns estudos têm <strong>de</strong>monstrado que este fármaco possui ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>santiinflamatórias, pois inibe a liberação <strong>de</strong> algumas citocinas e do fator <strong>de</strong> necrosetumoral (YUENGRIGUL, 1999; LAKHANI et al., 1997). Há relatos <strong>de</strong> que a inalação<strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong> alivia a sensação <strong>de</strong> dispnéia, <strong>de</strong>vido a broncodilatação, quando testadoem pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (IWAMOTO et al., 2003 ONGet al., 2004).O monitoramento <strong>da</strong> furosemi<strong>da</strong> em fluidos biológicos é importante não apenaspara a prática clínica e para o tratamento do paciente, mas também utiliza<strong>da</strong> no campo<strong>de</strong> controle <strong>de</strong> dopagem, como já foi abor<strong>da</strong>do anteriormente (SATÍNSKÝ et al., 2005).12


3.4 Métodos CromatográficosA cromatografia é um método físico-químico <strong>de</strong> separação, fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> namigração diferencial dos componentes <strong>de</strong> uma mistura, que ocorre <strong>de</strong>vido a diferentesinterações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase estacionária (DEGANI,1998).Conforme a Figura 2 (COLLINS et al., 2002) há diferentes tipos <strong>de</strong> métodoscromatográficos <strong>de</strong> acordo com a forma física do equipamento, pela fase móvel a seremprega<strong>da</strong>, pela <strong>de</strong> fase estacionária utiliza<strong>da</strong>, além do modo <strong>de</strong> separação (LOUGH,1995).Figura 2. Diferentes métodos cromatográficosNeste trabalho se <strong>da</strong>rá ênfase na Cromatografia Líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> Alta Eficiência(CLAE), como será abor<strong>da</strong>do melhor no próximo tópico.3.5 Cromatografia Líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> Alta Eficiência (CLAE)A Cromatografia Líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> Alta Eficiência (CLAE) é uma técnica <strong>de</strong>separação que, em menos <strong>de</strong> trinta anos, passou a ser um dos métodos analíticos maisutilizados para fins qualitativos e quantitativos (MAJORS, 1997). As razões para este13


crescimento estão relaciona<strong>da</strong>s à sua a<strong>da</strong>ptabili<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>de</strong>terminações quantitativascom boa sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> separar espécies não voláteis e termicamenteinstáveis, com <strong>de</strong>staque para a indústria farmacêutica, bem como as suas aplicações em<strong>de</strong>terminações ambientais e em muitos outros campos <strong>da</strong> ciência, como o <strong>da</strong> medicina(COLLINS et al., 2002).Estima-se que mais <strong>de</strong> 90% dos laboratórios <strong>de</strong> análise espalhados pelo mundoutilizam pelo menos um método que aplica a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> CLAE em fase reversa(FR) (MAJORS, 1997). Sistemas <strong>de</strong> CLAE-FR consistem <strong>de</strong> uma fase estacionária <strong>de</strong>menor polari<strong>da</strong><strong>de</strong> e uma fase móvel <strong>de</strong> maior polari<strong>da</strong><strong>de</strong>, enquanto a fase normal tem aspolari<strong>da</strong><strong>de</strong>s inverti<strong>da</strong>s. Estas fases apresentam várias vantagens, tais como: uso <strong>de</strong> fasesmóveis menos tóxicas e <strong>de</strong> menor custo, como metanol e água; fases estacionáriasestáveis <strong>de</strong> muitos tipos diferentes; rápido equilíbrio <strong>da</strong> coluna após a mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> fasemóvel; facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> empregar eluição por gradiente; maior rapi<strong>de</strong>z em análises e boareprodutibili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos tempos <strong>de</strong> retenção (COLLINS et al., 2002). Além disso, sãomuito aplica<strong>da</strong>s à separação <strong>de</strong> solutos <strong>de</strong> diferentes polari<strong>da</strong><strong>de</strong>s, massas molares efuncionali<strong>da</strong><strong>de</strong>s químicas em um fluxo líquido (SILVA, 2007).A fase móvel mais utiliza<strong>da</strong> é a mistura <strong>de</strong> acetonitrila e água, sendo aacetonitrila, quando necessário, substituí<strong>da</strong> por metanol ou tetrahidrofurano (SILVA,2007). O uso <strong>de</strong>sses três solventes apenas <strong>de</strong>ve-se à pequena quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> solventesorgânicos miscíveis com água, on<strong>de</strong> na fase reversa a retenção diminui para compostosmais hidrofílicos, assim quando um ácido ou uma base é ioniza<strong>da</strong> estes se tornammenos hidrofóbicos e, conseqüentemente, a retenção é reduzi<strong>da</strong> (BOTTOLI, 2008).Existem relatos <strong>de</strong> emprego <strong>de</strong> CLAE para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong> emurina, plasma, tecidos, fluido ascítico e formulações farmacêuticas (BARANOWSKA,2006).14


3.6 Preparação <strong>da</strong>s AmostrasDiversas metodologias são usa<strong>da</strong>s para preparação <strong>da</strong>s amostras a seremutiliza<strong>da</strong>s pelo método <strong>de</strong> CLAE, <strong>de</strong>scritas por Baranowska et al. (2006), El Saharty(2003), Abou-Au<strong>da</strong> et al. (1998), conforme Tabela 1.Tabela 1. Condições para a preparação <strong>de</strong> amostraBaranowska et al. (2006) El Saharty (2003) Abou-Au<strong>da</strong> et al. (1998)Volume<strong>de</strong>amostraSoluçãoparaajuste<strong>de</strong> pH0,75 mL 1,0 mL 0,5 mLTampão fosfato pH 6,0 Tampão fosfato pH 6,0 Tampão fosfato pH 6,515


3.7 Análises CromatográficasNa maior parte dos relatos encontrados, a análise é realiza<strong>da</strong> por CLAE,empregando diferentes fases móveis e estacionárias, conforme apresentado na Tabela 2.Tabela 2. Condições Cromatográficas Emprega<strong>da</strong>s para a Análise <strong>de</strong> Furosemi<strong>da</strong>em Amostra <strong>de</strong> Plasma e UrinaBaranowska et al. (2006) El Saharty (2003) Abou-Au<strong>da</strong> et al. (1998)ColunaFase reversa LiChrospherC18 (125 × 3 mm, partícula<strong>de</strong>5µm) com pré-colunaLiChrospher C18 (4 × 4mm, partícula <strong>de</strong> 5 µm)Nucleosil C18(250 x 4.6 mm, d.i.,partícula <strong>de</strong> 10 µm).Bon<strong>da</strong>pak C 18 fase reversa(150 x 3,9 mm, d.i, partícula<strong>de</strong> 10 µm) para plasma e C 18(15 x 3,9 mm, d.i., partícula<strong>de</strong> 5 µm) para urinaDiferentes proporções <strong>de</strong>Dihidrogenofosfato <strong>de</strong>Dihidrogenofosfato <strong>de</strong>Fase Móvelacetonitrila, metanol e ácidopotássio 20 mM pH 4,5 epotássio 10 mM pH 3,0,trifluoracético 0,05% emacetonitrila, (80:20, v/v),acetonitrila (62:38, v/v),águaajustado pH com H3PO4ajustado pH com H3PO4Modo <strong>de</strong>EluiçãoIsocrático Isocrático IsocráticoVazão(fluxo) FaseMóvel1,5 ml/min 3 ml/min 1,5 ml/minIntervaloDinâmicoComprimento0,05 – 18 µg/mL 0,1 – 200 µg/mL 0,05 – 2 µg/mL (plasma)0,5 – 50 µg/mL (urina)<strong>de</strong> On<strong>da</strong> 234 nm 235 nm 225 nmTemperatura Ambiente Ambiente AmbienteVolumeInjetado20 µl 20 µl 20 µl16


4 METODOLOGIA E ESTRATÉGIA DE AÇÃO4.1 DelineamentoDesenvolvimento <strong>de</strong> método analítico.4.2 Estratégia <strong>de</strong> AçãoSerá revisa<strong>da</strong> a bibliografia localiza<strong>da</strong> através do sítio <strong>da</strong> internet Scielo(http://www.scielo.org/php/in<strong>de</strong>x.php),PubMed(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/), Bireme (http://www.bireme.br/) utilizandocomo palavras-chave furosemi<strong>da</strong>, diuréticos <strong>de</strong> alça, anti-hipertensivos, HPLC, <strong>de</strong>ntreoutros. Também serão buscados em outras fontes bibliográficas tais como livros,monografias, dissertações e teses disponíveis em outros meios <strong>de</strong> publicação. Emsegui<strong>da</strong> será feito todo o embasamento teórico para finalização do projeto e suaconseqüente apresentação.Após a apresentação do mesmo, será iniciado o processo <strong>de</strong> formulação <strong>da</strong>metodologia a ser emprega<strong>da</strong> no teste no Laboratório <strong>de</strong> Análises Toxicológicas doCentro Universitário Feevale, seguindo alguns métodos já vali<strong>da</strong>dos em outros estudos.Caso a metodologia emprega<strong>da</strong> não atinja as expectativas, será realiza<strong>da</strong> outra17


metodologia e assim sucessivamente até obtermos o teste que cumpra os critérios <strong>de</strong>vali<strong>da</strong>ção. De acordo com que vamos obtendo os resultados, será feita to<strong>da</strong> a tabulaçãodos <strong>da</strong>dos para posterior re<strong>da</strong>ção do Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso, on<strong>de</strong> esta seráfeita também sob a forma <strong>de</strong> artigo científico para posterior publicação em revistaespecializa<strong>da</strong>.4.3 Solventes e ReagentesA água purifica<strong>da</strong> será obti<strong>da</strong> através <strong>de</strong> um sistema Elga Purelab Ultra (LaneEnd, Reino Unido). As soluções <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> Furosemi<strong>da</strong> serão prepara<strong>da</strong>s em sorohumano e urina a partir <strong>da</strong>s soluções comerciais <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong>. A fase móvel serácomposta por tampão fosfato pH 4,5, obtido através <strong>da</strong> dissolução <strong>de</strong>dihidrogenofosfato <strong>de</strong> potássio em água purifica<strong>da</strong> para obter uma solução <strong>de</strong> 20 mM. OpH será ajustado pela adição <strong>de</strong> ácido fosfórico (Merck, Darmstadt, Alemanha).4.4 Preparo <strong>da</strong>s AmostrasSerá transferido 1 mL <strong>de</strong> plasma humano para um tubo <strong>de</strong> ensaio <strong>de</strong> 15 mL (16x 125 mm) contendo 100 µl <strong>de</strong> propranolol HCl em água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong> como padrão interno(250 µg e 100 µl), 1,5 mL <strong>de</strong> acetonitrila e 2 mL <strong>de</strong> acetato <strong>de</strong> etila. A mistura seráhomogeneiza<strong>da</strong> em vórtex e após centrifugação, a fase orgânica será transferi<strong>da</strong> para umtubo <strong>de</strong> vidro e evapora<strong>da</strong> a 45 ºC. O resíduo será dissolvido em 100 µl <strong>da</strong> fase móvel e20 µl <strong>de</strong>sta solução será injetado no CLAE.Para obtenção <strong>da</strong> curva <strong>de</strong> calibração, concentrações <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong>, emsoluções metanólicas, serão adiciona<strong>da</strong>s a amostras <strong>de</strong> plasma e urina. As amostrascalibradoras serão trata<strong>da</strong>s <strong>da</strong> forma <strong>de</strong>scrita acima.18


4.5 Preparação <strong>da</strong> Fase Móvel e Condições CromatográficasA fase móvel será prepara<strong>da</strong> através <strong>da</strong> mistura <strong>de</strong> tampão fosfato 20 mM (pH4,5) e acetonitrila (80:20, v/v). Antes <strong>da</strong> utilização, a fase móvel será filtra<strong>da</strong> através <strong>de</strong>membrana <strong>de</strong> acetato <strong>de</strong> celulose com poros <strong>de</strong> 0,45 µm (Sartorius, Alemanha) e<strong>de</strong>sgaseifica<strong>da</strong> em banho ultra-sônico por 5 min. Será emprega<strong>da</strong> uma coluna analíticaLicrospher C18 (250 x 4.0 mm, tamanho <strong>da</strong> partícula <strong>de</strong> 5 µm). O fluxo <strong>da</strong> fase móvelserá <strong>de</strong> 1,0 mL/min. O volume <strong>de</strong> injeção será <strong>de</strong> 20 µL. A <strong>de</strong>tecção será realiza<strong>da</strong> a235 nm para todos os compostos, com a aquisição <strong>de</strong> espectros <strong>de</strong> varredura entre 200 e380 nm.4.6 Curva <strong>de</strong> CalibraçãoAs curvas <strong>de</strong> calibração serão obti<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> análise <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> sorofortifica<strong>da</strong>s com furosemi<strong>da</strong> na faixa <strong>de</strong> 0,1 a 200 µg/mL. Para a construção <strong>da</strong> curva <strong>de</strong>calibração, será utiliza<strong>da</strong> a média <strong>de</strong> seis <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> calibrador. Esta seráconstruí<strong>da</strong> através do estabelecimento <strong>da</strong> correlação entre a área dos picos referentes aca<strong>da</strong> analito (y) e as concentrações adiciona<strong>da</strong>s e será avalia<strong>da</strong> com base no coeficiente<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação (r²).4.7 Ensaios <strong>de</strong> Precisão e ExatidãoA precisão e a exatidão do método serão avalia<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> análises em trêsníveis <strong>de</strong> concentração para ca<strong>da</strong> analito, realiza<strong>da</strong>s em triplicata e repeti<strong>da</strong>s em 5 diasdiferentes. Os calibradores utilizados serão preparados em soro isento dos compostosavaliados. A precisão intra-ensaios e a precisão inter-ensaios foram calcula<strong>da</strong>s pelaanálise <strong>de</strong> variância (ANOVA), usando dia como variável agrupadora. A exatidão foicalcula<strong>da</strong> como percentagem média obti<strong>da</strong> do valor teórico adicionado na amostra.19


4.8 EquipamentoSerá utilizado um cromatógrafo líquido <strong>de</strong> alta eficiência Shimadzu Class VP(Kyoto, Japão), composto <strong>de</strong> um sistema quaternário <strong>de</strong> bombas LC-10AT, módulocontrolador SCL-10A, <strong>de</strong>sgaseificador DGV-14A, forno <strong>de</strong> coluna CTO-10AS, autoinjetorSIL-10AF e <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> arranjo <strong>de</strong> diodos SPD-M10A. A coluna utiliza<strong>da</strong> seráLiChrospher® RP 18ec (250 X 4 mm, d.i. 5µm) <strong>da</strong> Merck (Darmstadt, Alemanha). Osistema <strong>de</strong> cromatografia será controlado pelo programa Class VP 6.13 SP2, <strong>da</strong>Shimadzu.20


5 RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOSEspera-se padronizar uma metodologia a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>concentrações varia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong> em plasma e urina <strong>de</strong> diferentes indivíduos,possibilitando assim, auxiliar na terapêutica dos mesmos, para que haja uma avaliação<strong>de</strong> dose/resposta mais específica.Outro impacto esperado é a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento ou continuação<strong>de</strong> outros projetos que envolvam a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>ste fármaco no Laboratório <strong>de</strong>Análises Toxicológicas do Centro Universitário Feevale.21


6 RISCOS E DIFICULDADESPor ser uma vali<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> teste, este tem por apresentar como um dos principaisriscos a falta <strong>de</strong> tempo na obtenção <strong>de</strong> um teste preciso e exato, já que este necessitará<strong>de</strong> testes com diferentes protocolos para a obtenção dos mesmos, que dificulta a<strong>de</strong>terminação do fármaco.Devido ao aparelho <strong>de</strong> Cromatografia Líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> Alta Eficiência ser usado pordiversos projetos durante o an<strong>da</strong>mento dos testes, este po<strong>de</strong>rá apresentar algum <strong>de</strong>feito,impossibilitando a realização dos mesmos.Este po<strong>de</strong> apresentar dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s quanto às diluições a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para oprocessamento <strong>da</strong>s amostras, no que se refere a sua fase móvel, necessitando <strong>de</strong>diferentes concentrações para ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> procedimento.Caso ocorra algum problema que inviabilize o término <strong>de</strong>ste trabalho, o mesmoserá projetado apenas com amostra <strong>de</strong> plasma, e persistindo as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, será feitosob a forma <strong>de</strong> revisão bibliográfica.22


6 CRONOGRAMA DE ATIVIDADESJan/Fev/Mar/Abr/Mai/Jun/Jul/Ago/Set/Out/Nov/Dez/RevisãoBibliográficaEntrega do Pré-ProjetoEntrega doProjetoApresentação doProjetoFormulação e<strong>de</strong>senvolvimentodos testes08 08 08 08 08 08 08 08 08 08 08 08X X X X X X X X X X X XXXXX X X XAnálise <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos X X XRe<strong>da</strong>ção ArtigoFinalApresentação doTrabalho FinalXXX23


7 ORÇAMENTO E FORMAS DE FINANCIAMENTOO material necessário à realização <strong>de</strong>ste projeto <strong>de</strong> pesquisa encontra-se<strong>de</strong>scrito na Tabela 3.Tabela 3: Discriminação do material <strong>de</strong> pesquisa.MATERIAL QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO(R$)PREÇO MATERIAL(R$)Solvente para 1 Litro 10,00/L 10,00extraçãoSolução <strong>de</strong> 4 Litros 10,00/L 40,00furosemi<strong>da</strong>Solventes para 2 Litros 20,00/L 40,00cromatografiaTubos <strong>de</strong> ensaio 10 Unid. 1,00/Unid. 10,00Ponteiras 100 Unid. 0,01/Unid. 1,00Microtubos <strong>de</strong> 100 Unid. 0,01/Unid. 1,00polipropilenoMaterial <strong>de</strong>- - 200,00expediente (folhas <strong>de</strong>ofício, cartucho paraimpressão,fotocópias)Transporte- - 150,00(combustível)TOTAL 452,00* Os custos do projeto serão <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do acadêmico.24


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JORGE ALESSANDRO DEOTTIDESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO PARA DETERMINAÇÃO DEFUROSEMIDA EM PLASMA POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTAEFICIÊNCIACentro Universitário FeevaleInstituto <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>Curso <strong>de</strong> BiomedicinaTrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso: ArtigoProfessor Orientador: Prof. Dr. Rafael Lin<strong>de</strong>nNovo Hamburgo, Novembro <strong>de</strong> 200831


DESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO PARADETERMINAÇÃO DE FUROSEMIDA EM PLASMAPOR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTAEFICIÊNCIAJorge Alessandro Deotti, Marina Venzon Antunes, Rafael Lin<strong>de</strong>n*Laboratório <strong>de</strong> Análises Toxicológicas, Instituto <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, CentroUniversitário Feevale* Laboratório <strong>de</strong> Análises Toxicológicas, Instituto <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, CentroUniversitário FeevaleRodovia RS 239, n. 2755, 93352-000 – Novo Hamburgo – RS, BrasilEmail: rafael.lin<strong>de</strong>n@<strong>feevale</strong>.br32


RESUMOFurosemi<strong>da</strong> é um importante fármaco diurético, usado no tratamento <strong>de</strong>diversas patologias e condições fisiológicas. Um prático, seletivo e eficiente método porcromatografia líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> alta eficiência por fase reversa (CLAE-FR) foi <strong>de</strong>senvolvidopara a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong> em plasma humano. O fármaco foi eluído através <strong>de</strong>uma coluna Nucleosil ® C8 com uma fase móvel composta <strong>de</strong> tampão fosfato pH 2,3(50mM) e acetonitrila (63:37, v/v) e monitorados a 235 nm. Este método apresentoua<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> lineari<strong>da</strong><strong>de</strong> (r 2 > 0,99), utilizando calibradores nas concentrações 1 - 200µg/mL. A precisão intra-dias e inter-dias variaram <strong>de</strong> 5,11 a 8,82% e 3,31 a 9,62%,respectivamente, e a exatidão variou <strong>de</strong> 94 a 114%. Este método po<strong>de</strong> ser utilizado emestudos farmacocinéticos bem como ensaios <strong>de</strong> bioequivalência com furosemi<strong>da</strong>.UNITERMOS: Cromatografia líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> alta eficiência, furosemi<strong>da</strong>, plasma.33


ABSTRACTDevelopment of a method for <strong>de</strong>termination in plasma of furosemi<strong>de</strong> by highperformance liquid chromatographyFurosemi<strong>de</strong> is an important diuretic drug, used on treatment of various diseasesand physiological conditions. A practical, selective and efficient reversed-phase highperformanceliquid chromatography (RP-HPLC) method was <strong>de</strong>veloped for the<strong>de</strong>termination of furosemi<strong>de</strong> in human plasma. The drug was eluted through aNucleosil ® C8 column with a mobile phase composed of phosphate buffer pH 2.3 (50mM) and acetonitrile (63:37, v/v) and monitored at 235 nm. This method showe<strong>da</strong><strong>de</strong>quate linearity (r 2 > 0.99) using calibrators at concentrations 1 - 200 µg/mL. Theprecision intra and inter-<strong>da</strong>y ranged from 5.11 to 8.82% and 3.31 to 9.62%,respectively, and accuracy ranged from 94 to 114%. The method can be used either inpharmacokinetic studies as well as in bioequivalence assays of furosemi<strong>de</strong>.UNITERMS: High performance liquid chromatography, furosemi<strong>de</strong>, plasma.34


INTRODUÇÃOPor <strong>de</strong>finição, os diuréticos são fármacos que aumentam a taxa do fluxourinário (Zatz, 2002; Riella, 2003; Padilla et al., 2007), on<strong>de</strong> a furosemi<strong>da</strong> é um potentediurético <strong>de</strong> alça com estrutura química mostra<strong>da</strong> na Figura 1 (Walshe, Kelly, Smyth,1996; El-Saharty, 2003; Dias, Neto, Martins, 2004; Cavalheiro et al., 2005; Margalho etal., 2005). Administra<strong>da</strong> tanto por via oral quanto intravenosa, com farmacocinéticabem documenta<strong>da</strong> em indivíduos saudáveis (Wenk et al., 2006).FIGURA 1. Estrutura química <strong>da</strong> furosemi<strong>da</strong>Este fármaco apresenta uma rápi<strong>da</strong> absorção pelo trato gastrointestinal,chegando a ter uma biodisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> oral <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 65% (Abou-Au<strong>da</strong> etal., 1998; Gilman, Hardman, Limbird, 2003; Margalho et al., 2005), embora possaocorrer uma variação <strong>de</strong> 10-100% (Riella, 2003).Freqüentemente usa<strong>da</strong> no tratamento <strong>de</strong> diversas patologias e condiçõesfisiológicas, a furosemi<strong>da</strong> é utiliza<strong>da</strong> basicamente na hipertensão (El-Saharty, 2003;Buffin-Meyer et al., 2004; Moreira, Moreau, 2005; Cavalheiro et al., 2005; Margalho etal., 2005; Wenk et al., 2006), insuficiência renal crônica ou agu<strong>da</strong> (El-Saharty, 2003;35


Dias, Neto, Martins, 2004; Wenk et al., 2006; Ho, Sheri<strong>da</strong>n, 2006; Bagshaw et al.,2007), alguns tipos <strong>de</strong> e<strong>de</strong>mas (El-Saharty, 2003; Dias, Neto, Martins, 2004; Buffin-Meyer et al., 2004; Cavalheiro et al., 2005; Margalho et al., 2005; Moreira, Moreau,2005; Wenk et al., 2006; Norris et al., 2007), cirrose (El-Saharty, 2003, Margalho et al.,2005; Wenk et al., 2006), insuficiência cardíaca congestiva (El-Saharty, 2003;Margalho et al., 2005), recuperações em cirurgias cardíacas (Norris et al., 2007) esituações <strong>de</strong> hipercalcemia, on<strong>de</strong> há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um aumento <strong>da</strong> excreção urinária <strong>de</strong>Ca + , causa<strong>da</strong> por patologias específicas (Farias, 2005).A ação diurética <strong>da</strong> furosemi<strong>da</strong> se dá na parte ascen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> alça <strong>de</strong> Henle,inibindo o co-transportador Na + -K + -2Cl - (Mills et al., 1997; Gilman, Hardman,Limbird, 2003; Buffin-Meyer et al., 2004; Abbott, Kovacic, 2008). Com esta inibiçãoocorre primeiramente uma per<strong>da</strong> <strong>de</strong> Na + , principalmente pelos túbulos distais e ductoscoletores dos rins (Buffin-Meyer et al., 2004; Norris et al., 2007). Esta per<strong>da</strong> <strong>de</strong> Na +continua até que o organismo se a<strong>da</strong>pte e diminua a excreção <strong>de</strong>ste eletrólito emparticular (Buffin-Meyer et al., 2004). Um dos efeitos adversos observados notratamento a longo prazo com esses fármacos é a per<strong>da</strong> excessiva <strong>de</strong> K + , que em algunscasos po<strong>de</strong> causar hipocalemia (Buffin-Meyer et al., 2004; Norris et al., 2007). Estaper<strong>da</strong> maciça <strong>de</strong> K + se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> a alta concentração <strong>de</strong> Na + no lúmen do ductocoletor aumentar a secreção <strong>de</strong> K + para a urina (Buffin-Meyer et al., 2004).Os fármacos <strong>de</strong>ste tipo têm sido utilizados em competições esportivas a fim <strong>de</strong>proporcionar uma maior per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso através <strong>de</strong> uma diurese aumenta<strong>da</strong>, por estemotivo, outros competidores passaram a utilizar este fármaco com o intuito <strong>de</strong> obteruma menor concentração <strong>de</strong> substâncias proibi<strong>da</strong>s pelo World Anti-Doping Agency36


(WADA) na urina dificultando ou até mesmo impossibilitando a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong>stas(Carvalho et al., 2003; Moreira, Moreau, 2005; Wenk et al., 2006).A <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong> em plasma e urina é emprega<strong>da</strong> em estudosfarmacocinéticos com pacientes, por exemplo, no tratamento com combinaçõesmúltiplas <strong>de</strong> fármacos, principalmente as que são excreta<strong>da</strong>s pela via renal, além <strong>de</strong>estudos <strong>de</strong> bioequivalência (Wenk et al., 2006). Vários métodos <strong>de</strong> CromatografiaLíqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> Alta Eficiência (CLAE) têm sido <strong>de</strong>senvolvidos para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>furosemi<strong>da</strong> em fluidos biológicos (Mills et al., 1997; Wenk et al., 2006), mas tambémno campo do controle <strong>de</strong> dopagem (Satínský et al., 2005).A CLAE é o método <strong>de</strong> escolha para análise <strong>de</strong> diuréticos <strong>de</strong>vido ao custo <strong>da</strong>análise ser inferior e a facili<strong>da</strong><strong>de</strong> operacional, além <strong>da</strong> limita<strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>métodos alternativos como a técnica <strong>de</strong> cromatografia gasosa associa<strong>da</strong> com <strong>de</strong>tecçãoespectrométrica <strong>de</strong> massa (CG-EM) (Moreira, Moreau, 2005). Para estes compostos, ouso <strong>de</strong> CG-EM é limitado <strong>de</strong>vido à baixa volatili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos compostos e a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>uma etapa adicional <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivatização (Abou Au<strong>da</strong> et al., 1998; Moreira, Moreau, 2005;Gomez et al., 2005).O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi <strong>de</strong>senvolver um método para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>furosemi<strong>da</strong> em amostras <strong>de</strong> plasma pelo método <strong>de</strong> CLAE, empregando um <strong>de</strong>tector <strong>de</strong>arranjo <strong>de</strong> diodos (DAD), além <strong>da</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong>s condições para o preparo <strong>da</strong>samostras, condições analíticas por CLAE, obtenção <strong>de</strong> uma curva <strong>de</strong> calibração,testando a precisão e exatidão do mesmo.37


MATERIAIS E MÉTODOSReagentes e soluçõesCloridrato <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong> foi obtido <strong>da</strong> Henrifarma (São Paulo, Brasil).Cloridrato <strong>de</strong> propranolol foi proveniente <strong>da</strong> Purifarma (São Paulo, Brasil). Acetonitrilagrau HPLC e ácido fosfórico foram <strong>da</strong> Merck (Darmstadt, Alemanha). Fosfato <strong>de</strong>potássio monobásico foi adquirido pela Synth (Dia<strong>de</strong>ma, Brasil). Ácido clorídrico foi <strong>da</strong>Nuclear (São Paulo, Brasil). Metanol foi obtido pela JT Baker (Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do México,México). Éter etílico foi fornecido pela Mallinckrodt Chemicals (Phillipsburg, EUA).Água purifica<strong>da</strong> foi obti<strong>da</strong> através <strong>de</strong> um sistema Elga Purelab Ultra <strong>da</strong> Elga Labwater(Lane End, Reino Unido). A preparação do tampão fosfato foi feita através <strong>da</strong>dissolução <strong>de</strong> 6,66g <strong>de</strong> fosfato <strong>de</strong> potássio monobásico (KH 2 PO 4 ) em 900 mL <strong>de</strong> águapurifica<strong>da</strong>, segui<strong>da</strong> <strong>da</strong> adição <strong>de</strong> 4,8g <strong>de</strong> ácido ortofosfórico 85% (v/v). O volume foicompletado para a adição <strong>de</strong> 1000 mL com água purifica<strong>da</strong> e o pH (2,3) foi ajustadocom adição <strong>de</strong> ácido fosfórico 0,1 M. A preparação <strong>da</strong> solução-mãe <strong>de</strong> padrão interno(PI) foi feita através <strong>da</strong> dissolução <strong>de</strong> 10 mg <strong>de</strong> cloridrato <strong>de</strong> propranolol em 10 mL <strong>de</strong>metanol. A solução <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> padrão interno (300 µg/mL) foi obti<strong>da</strong> através <strong>da</strong>diluição <strong>da</strong> solução-mãe com metanol. A preparação <strong>da</strong> solução mãe <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong> foirealiza<strong>da</strong> através <strong>da</strong> dissolução <strong>de</strong> 111,035 mg <strong>de</strong> cloridrato <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong> em 10 mL<strong>de</strong> metanol, obtendo-se uma concentração <strong>de</strong> 10 mg/mL <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong>, sendo feitasdiluições para se obter as concentrações <strong>de</strong> 1, 5, 10, 50, 100 e 200 µg/mL.38


Análise cromatográficaFoi utilizado um cromatógrafo líquido <strong>de</strong> alta eficiência Shimadzu Class VP(Kyoto, Japão), composto <strong>de</strong> um sistema quaternário <strong>de</strong> bombas LC-10AT, módulocontrolador SCL-10A, <strong>de</strong>sgaseificador DGV-14A, forno <strong>de</strong> coluna CTO-10AS, autoinjetorSIL-10AF e <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> arranjo <strong>de</strong> diodos SPD-M10A. A coluna utiliza<strong>da</strong> foiNucleosil ® RP 8ec (250 X 4 mm, d.p. 5 µm) <strong>da</strong> Macherey Nagel (Düren, Alemanha). Osistema <strong>de</strong> cromatografia foi controlado pelo programa Class VP 6.13 SP2, <strong>da</strong>Shimadzu.Preparo <strong>da</strong> fase móvel e condições cromatográficasA fase móvel foi prepara<strong>da</strong> através <strong>da</strong> mistura <strong>de</strong> tampão fosfato pH 2,3(50mM) e acetonitrila (63:37, v/v). Antes <strong>da</strong> utilização, a mesma foi filtra<strong>da</strong> através <strong>de</strong>membrana <strong>de</strong> acetato <strong>de</strong> celulose com poros <strong>de</strong> 0,45 µm (Sartorius, Alemanha) e<strong>de</strong>sgaseifica<strong>da</strong> em banho ultra-sônico por 5 min. O fluxo <strong>da</strong> fase móvel foi <strong>de</strong> 1,0mL/min. A coluna foi manti<strong>da</strong> a 30 ºC durante a análise. O volume <strong>de</strong> injeção foi <strong>de</strong> 50µl. A <strong>de</strong>tecção foi realiza<strong>da</strong> a 235 nm, com aquisição <strong>de</strong> espectros <strong>de</strong> varredura entre200 e 380 nm.39


Curva <strong>de</strong> calibraçãoPara a construção <strong>da</strong> curva <strong>de</strong> calibração, foi utiliza<strong>da</strong> a média <strong>de</strong> seis<strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> calibrador A curva <strong>de</strong> calibração foi construí<strong>da</strong> através doestabelecimento <strong>da</strong> correlação entre a razão <strong>da</strong>s áreas dos picos referentes aos analitos edo padrão interno (y) e as concentrações adiciona<strong>da</strong>s (x). A curva foi avalia<strong>da</strong> com baseno coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação (r). Foram utilizados calibradores nas concentrações <strong>de</strong>1, 5, 10, 50, 100 e 200 µg/mL para furosemi<strong>da</strong>.Preparação <strong>da</strong> amostraInicialmente, a uma alíquota <strong>de</strong> 500 µL <strong>de</strong> plasma, branco ou calibradores foiadiciona<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50 µL <strong>de</strong> padrão interno (300 µg/mL <strong>de</strong> propranolol em Metanol), 100µL <strong>de</strong> HCl 0,1 M e 1000 µL <strong>de</strong> éter etílico, em microtubos <strong>de</strong> polipropileno <strong>de</strong> 2 mL.Esta mistura foi homogeneiza<strong>da</strong> em agitador vórtex por 30 s e posteriormentecentrifuga<strong>da</strong> a 12.000 RPM por 10 min, à temperatura <strong>de</strong> 4 ºC. A seguir, 900 µL dossobrena<strong>da</strong>ntes foram transferidos para vials, para posterior evaporação por banho seco a45 ºC. Em segui<strong>da</strong>, 100 µL <strong>de</strong> fase móvel foram colocados nos mesmos, com mais umaetapa <strong>de</strong> homogeneização em agitador <strong>de</strong> vórtex por 15 s e centrifugação a 1.500 RPMpor 15 min. Uma alíquota <strong>de</strong> 50 µL <strong>da</strong> solução resultante foi injeta<strong>da</strong> no CLAE-DAD.40


Ensaios <strong>de</strong> precisão e exatidãoA precisão e a exatidão do método foram obti<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> análises em trêsníveis <strong>de</strong> concentrações conheci<strong>da</strong>s <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong> em amostra <strong>de</strong> plasma para ca<strong>da</strong>analito, realiza<strong>da</strong>s em triplicata e repeti<strong>da</strong>s em 3 dias diferentes. Os calibradoresutilizados foram preparados em plasma isento dos compostos avaliados. A precisãointra-ensaios e a precisão inter-ensaios foram calcula<strong>da</strong>s pela análise <strong>de</strong> variância(ANOVA), usando dia como variável agrupadora. A exatidão foi calcula<strong>da</strong> comopercentagem média obti<strong>da</strong> do valor teórico adicionado na amostra. As concentraçõesutiliza<strong>da</strong>s no estudo <strong>de</strong> precisão e exatidão foram 4, 40 e 160 µg/mL <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong>.Limites <strong>de</strong> quantificaçãoOs limites e quantificação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> analito foram <strong>de</strong>terminados como sendo ovalor do menor calibrador com coeficiente <strong>de</strong> variação inferior a 20%, baseado segundoShah et al.. (2000)41


RESULTADOS E DISCUSSÃOSeparação e <strong>de</strong>tecção cromatográficaCom as condições cromatográficas utiliza<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>monstramos em amostra <strong>de</strong>plasma isento <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong>, que não houve a presença <strong>de</strong> picos interferentes nocromatógrafo, como po<strong>de</strong>mos notar na Figura 2. O padrão interno (propranolol) e afurosemi<strong>da</strong> foram claramente separados, sem nenhum comprometimento dos picos.Conforme apresentado na Figura 3, o tempo <strong>de</strong> retenção do padrão interno foi <strong>de</strong> 4,4minutos e o tempo <strong>da</strong> furosemi<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 7,1 minutos, com a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> resolução dosanalitos e com tempo total <strong>da</strong> análise cromatográfica <strong>de</strong> 10 min. Gomez et al. (2005)obtiveram como tempo <strong>de</strong> retenção 3,7 minutos para padrão interno (propranolol) e 7,9minutos para furosemi<strong>da</strong> e tempo total <strong>de</strong> análise igual ao nosso trabalho. Já Wenk et al.(2006) conseguiram 2,1 minutos para furosemi<strong>da</strong> e 3,7 para o padrão interno(naproxeno), com um fluxo <strong>de</strong> 3,5 mL/min, porém o tamanho <strong>da</strong> coluna utiliza<strong>da</strong> nestetrabalho foi <strong>de</strong> 100 mm, menor do que a nossa utiliza<strong>da</strong>, aumentando a pressão interna<strong>da</strong> mesma, diminuindo os tempos <strong>de</strong> retenção dos analitos. Em nosso método,utilizamos um fluxo <strong>de</strong> 1,0 mL/min, obtendo pressões operacionais mais baixas e porconseqüência evitando um maior <strong>de</strong>sgaste do equipamento.Como preconizado em nosso trabalho, para isolar a furosemi<strong>da</strong> <strong>de</strong> outrosinterferentes o método <strong>de</strong> extração utilizado foi na forma líquido-líquido, sendo este o42


mais comum e o que apresenta melhor eficácia (Abou Au<strong>da</strong> et al., 1998; Ab<strong>de</strong>l-Hamid,2000; Moreira , Moreau, 2005; Gomez et al., 2005; David et al., 2006). Em nossotrabalho utilizamos como solvente <strong>de</strong> extração éter etílico, mas há relatos do uso <strong>de</strong>acetato <strong>de</strong> etila, on<strong>de</strong> estes são mais empregados em procedimentos, como acidificação,etapas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sproteinização e adições <strong>de</strong> padrões internos (Jankowski, Skorek-Jankowska, Lamparczyk, 1997; Gomez et al., 2005; David et al., 2006 ). El Saharty(2003) utilizou como preparação <strong>da</strong>s amostras 1 mL <strong>de</strong> plasma e 2 mL <strong>de</strong> acetato <strong>de</strong>etila como solvente <strong>de</strong> extração. Abou Au<strong>da</strong> et al. (1998) utilizaram 0,5 mL <strong>de</strong> plasma e3 mL éter etílico, enquanto que Wenk et al. (2006) utilizaram 0,5 mL <strong>de</strong> plasma e 5 mL<strong>de</strong> éter etílico. No presente trabalho, empregamos apenas 1 mL <strong>de</strong> éter etílico para 0,5mL <strong>de</strong> plasma, diminuindo o gasto <strong>de</strong> solvente e conseqüentemente reduzindo o custo<strong>da</strong> análise, minimizando a produção <strong>de</strong> resíduos, com resultados semelhantes aos<strong>de</strong>mais trabalhos citados.mAU0 200 400 6006004002000mAU0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10MinutesFIGURA 2. Análise cromatográfica obti<strong>da</strong> com monitoramento em 235 nm <strong>de</strong> plasmaisento <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong>43


mAU0 200 400 600126004002000mAU0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10MinutesFIGURA 3. Separação cromatográfica obti<strong>da</strong> com monitoramento em 235 nm <strong>de</strong>plasma contendo PI (1) e furosemi<strong>da</strong> (2) na concentração <strong>de</strong> 50 µg/mL.Curva <strong>de</strong> calibração e vali<strong>da</strong>çãoA curva <strong>de</strong> calibração em plasma adicionado com concentrações <strong>de</strong> 1, 5, 10,50, 100 e 200 µg/mL <strong>de</strong> furosemi<strong>da</strong> está representa<strong>da</strong> na Figura 4. A curva expressapela função y = 0,0116x – 0,0025, on<strong>de</strong> x é representado pela concentração adiciona<strong>da</strong> aamostra e y como sendo a área dos picos do padrão interno e <strong>da</strong> furosemi<strong>da</strong>, apresentouexcelente lineari<strong>da</strong><strong>de</strong>, com coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação (r 2 ) <strong>de</strong> 0,9994, estecorroborando com outros trabalhos, como <strong>de</strong> Abou Au<strong>da</strong> et al. (1998), El Saharty(2003), Pingarrón et al. (2003), Cavalheiro et al. (2005) Wenk et al. (2006) on<strong>de</strong> estesapresentaram r 2 <strong>de</strong> 0,9980 a 0,9998. A preparação <strong>da</strong>s amostras foi simples, composta<strong>de</strong> poucas etapas, e rápi<strong>da</strong>, com um tempo total <strong>de</strong> preparação para posterior análise <strong>da</strong>44


amostra <strong>de</strong> no máximo 30 min, otimizando assim uma rotina <strong>de</strong> laboratório que possuauma gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> amostras a serem analisa<strong>da</strong>s. Os parâmetros precisão intradias,precisão inter-dias e exatidão, avaliados nas concentrações 4, 40, 160 µg/mL emtrês dias diferentes, foram calculados pelo método <strong>de</strong> ANOVA, sendo este métodopreciso e exato, com precisão intra-dias <strong>de</strong> 5,11 a 8,82%, precisão inter-dias <strong>de</strong> 3,31 a9,62% e exatidão <strong>de</strong> 94 a 114%, como po<strong>de</strong>mos visualizar na Tabela I, ficando <strong>de</strong>acordo com relatos <strong>de</strong> outros autores (Abou Au<strong>da</strong> et al., 1998; Valiza<strong>de</strong>h et al., 2006).Segundo Shah et al. (2000), estes resultados estão <strong>de</strong> acordo com os valores<strong>de</strong>terminados para vali<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> métodos bioanalíticos, que <strong>de</strong>termina como aceitávelvariações <strong>de</strong> até 20 % no coeficiente <strong>de</strong> variação. El Saharty (2003) teve comoresultados <strong>de</strong> precisão uma variação <strong>de</strong> 1,77 a 2,49% e exatidão <strong>de</strong> 99,5 a 100,9%enquanto que Wenk et al. (2006) encontraram uma variação na precisão <strong>de</strong> 2,4 a 7,0% eexatidão <strong>de</strong> 94,6 a 109%, resultado este similar ao <strong>de</strong>senvolvido em nosso trabalho.2,5Área Furosemi<strong>da</strong>/Área PI21,510,500 50 100 150 200 250Concentração (µg/mL)FIGURA 4. Curva <strong>de</strong> calibração <strong>da</strong> furosemi<strong>da</strong>45


TABELA I - Parâmetros <strong>de</strong> vali<strong>da</strong>ção do método para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Furosemi<strong>da</strong>em plasmaConcentraçãoPrecisão intra-diasPrecisão inter-diasExatidão(µg/mL)(C.V. %)(C.V. %)(%)160,0 7,29 9,07 9740,0 8,82 9,62 944,0 5,11 3,31 114O comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> para monitoramento dos cromatogramas utilizadoneste trabalho, 235 nm, foi o <strong>de</strong> maior absortivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> furosemi<strong>da</strong>, com menorinterferência <strong>de</strong> outros compostos e também foi aplicado em diversos trabalhosanteriores (Abou Au<strong>da</strong> et al., 1998; El Saharty, 2003; Cavalheiro et al., 2005; Wenk etal., 2006).Os parâmetros <strong>de</strong> precisão, exatidão, lineari<strong>da</strong><strong>de</strong>, especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> e sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>obtidos neste trabalho possibilitam a sua utilização nas rotinas laboratoriais, <strong>de</strong>vido aocusto baixo, rapi<strong>de</strong>z pelo qual é realiza<strong>da</strong> a análise e o emprego <strong>de</strong> eluição isocrática, aqual permite o emprego <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> CLAE mais simples, além <strong>da</strong> recirculação <strong>da</strong>fase móvel, o que contribui para a redução dos custos analíticos.46


CONCLUSÕESFoi <strong>de</strong>senvolvido e vali<strong>da</strong>do um método simples para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>furosemi<strong>da</strong> em amostras <strong>de</strong> plasma por Cromatografia Líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> Alta Eficiência(CLAE), utilizando coluna <strong>de</strong> fase reversa e eluição isocrática, tornando-o a<strong>de</strong>quadopara sua utilização em estudos farmacocinéticos além <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> bioequivalênciaenvolvendo o fármaco em questão.47


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASABBOTT, L.M.; KOVACIC, J. The pharmacologic spectrum of furosemi<strong>de</strong>. J. Vet. Emerg.Crit. Care., v. 18, n. 1, p. 26-39, 2008.ABDEL-HAMID, M.E. High-performance liquid chromatography–mass spectrometricanalysis of furosemi<strong>de</strong> in plasma and its use in pharmacokinetic studies. Il Fármaco., n. 55, p.448-454, 2000.ABOU-AUDA, H.S.; AL-YAMANI, M.J.; MORAD, A.M.; BAWAZIR, S.A.; KHAN, S.Z.;AL-KHAMIS, K.I. High performance liquid chromatographic <strong>de</strong>termination of furosemi<strong>de</strong> inplasma and urine and its use in bioavailability studies J. Chromatogr. B: Anal. Technol.Biomed. Life Sci., n. 710, p. 121-128, 1998.BAGSHAW, S.M.; DELANEY, A.; HAASE, M.; GHALI, W.A.; BELLOMO, R. Loopdiuretics in the management of acute renal failure, a systematic review and meta-analysis.Crit. Care Resusc., v. 9, n. 1, p. 60-68, 2007.BUFFIN-MEYER, B.; YOUNES-IBRAHIM, M.; EL MERNISSI, G.; CHEVAL, L.;MARSY, S.; GRIMA, M.; GIROLAMI, J.; DOUCET, A. Differential regulation of collectingduct Na, K – ATPase and K excretion by furosemi<strong>de</strong> and piretani<strong>de</strong>: role of bradykinin. J.Am. Soc. Nephrol., n. 15, p. 876–884, 2004.CARVALHO, T.; RODRIGUES, T.; MEYER, F.; LANCHA JR, A.H.; DE ROSE, E.H.Dietary changes, fluid replacements, food supplements and drugs <strong>de</strong>monstrations of ergogenicaction and potencial health risks. Rev. Bras. Med. Esp., v. 9, n. 2, p. 57-68, 2003.


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ANEXONormas <strong>da</strong> revista escolhi<strong>da</strong> (Revista Brasileira <strong>de</strong> Ciências Farmacêuticas)Instruções para apresentação dos trabalhos1. Estrutura dos originais1.1.Cabeçalho: constituído por:- Título do trabalho: <strong>de</strong>ve ser breve e indicativo <strong>da</strong> exata finali<strong>da</strong><strong>de</strong> do trabalho.- Autor(es) por extenso, indicando a(s) instituição(ões) a(s) qual(is) pertence(m)mediante números. O autor para correspondência <strong>de</strong>ve ser i<strong>de</strong>ntificado com asterisco,fornecendo o en<strong>de</strong>reço completo, incluindo o eletrônico. Estas informações <strong>de</strong>vem constar emnotas <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>pé.1.2 Resumo (em português): <strong>de</strong>ve apresentar a con<strong>de</strong>nsação do conteúdo, expondometodologia, resultados e conclusões, não exce<strong>de</strong>ndo 200 palavras. Os membros <strong>da</strong> Comissãopo<strong>de</strong>rão auxiliar autores que não são fluentes em português.1.3 Unitermos: <strong>de</strong>vem representar o conteúdo do artigo, evitando-se os <strong>de</strong> naturezagenérica e observando o limite máximo <strong>de</strong> 6(seis) unitermos.1.4 Introdução: <strong>de</strong>ve estabelecer com clareza o objetivo do trabalho e sua relaçãocom outros trabalhos no mesmo campo. Extensas revisões <strong>de</strong> literatura <strong>de</strong>vem ser substituí<strong>da</strong>spor referências aos trabalhos bibliográficos mais recentes, on<strong>de</strong> tais revisões tenham sidoapresenta<strong>da</strong>s.52


1.5 Material e Métodos: a <strong>de</strong>scrição dos métodos usados <strong>de</strong>ve ser breve, porémsuficientemente clara para possibilitar a perfeita compreensão e repetição do trabalho.Processos e Técnicas já publicados, a menos que tenham sido extensamente modificados,<strong>de</strong>vem ser apenas referidos por citação. Estudos em humanos <strong>de</strong>vem fazer referência àaprovação do Comitê <strong>de</strong> Ética correspon<strong>de</strong>nte.1.6 Resultados e Discussão: <strong>de</strong>verão ser acompanhados <strong>de</strong> tabelas e materialilustrativo a<strong>de</strong>quado, <strong>de</strong>vendo se restringir ao significado dos <strong>da</strong>dos obtidos e resultadosalcançados. É facultativa a apresentação <strong>de</strong>sses itens em separado.1.7 Conclusões: Quando pertinentes, <strong>de</strong>vem ser fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>s no texto.português.1.8 Resumo em inglês (ABSTRACT): <strong>de</strong>ve acompanhar o conteúdo do resumo em1.9 Unitermos em inglês: <strong>de</strong>vem acompanhar os unitermos em português.1.10 Agra<strong>de</strong>cimentos: <strong>de</strong>vem constar <strong>de</strong> parágrafos, à parte, antece<strong>de</strong>ndo asreferências bibliográficas.1.11 Referências: <strong>de</strong>vem ser organiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com as normas <strong>da</strong> ABNT NBR-6023, or<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s alfabeticamente no fim do artigo incluindo os nomes <strong>de</strong> todos os autores.A exatidão <strong>da</strong>s referências é <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos autores.2. Apresentação dos originaisOs trabalhos <strong>de</strong>vem ser apresentados em lau<strong>da</strong> padrão (<strong>de</strong> 30 a 36 linhas com espaçoduplo). Utilizar Programa Word for Windows. Os autores <strong>de</strong>vem encaminhar o trabalho53


acompanhado <strong>de</strong> carta assina<strong>da</strong> pelo autor <strong>de</strong> correspondência, que se responsabilizará pelatransferência dos direitos à RBCF.3. Infomações adicionais3.1 Citação bibliográfica: As citações bibliográficas <strong>de</strong>vem ser apresenta<strong>da</strong>s notexto pelo(s) nome(s) do(s) autor(es), com apenas a inicial em maiúsculo e segui<strong>da</strong> do ano <strong>de</strong>publicação. No caso <strong>de</strong> haver mais <strong>de</strong> três autores, citar o primeiro e acrescentar a expressãoet al. (em itálico)3.2 Ilustrações: As ilustrações (gráficos, tabelas, fórmulas químicas, equações,mapas, figuras, fotografias, etc) <strong>de</strong>vem ser incluí<strong>da</strong>s no texto, o mais próximo possível <strong>da</strong>srespectivas citações. Mapas, figuras e fotografias <strong>de</strong>vem ser, também, apresentados emarquivos separados e reproduzi<strong>da</strong>s em alta resolução (800 dpi/bitmap para traços) comextensão tif. e/ou bmp. No caso <strong>de</strong> não ser possível a entrega do arquivo eletrônico <strong>da</strong>sfiguras, os originais <strong>de</strong>vem ser enviados em papel vegetal ou impressora a laser.Ilustrações colori<strong>da</strong>s somente serão publica<strong>da</strong>s mediante pagamento pelos autores.As tabelas <strong>de</strong>vem ser numera<strong>da</strong>s consecutivamente em algarismos romanos e asfiguras em algarismos arábicos, seguidos do título. As palavras TABELA e FIGURA <strong>de</strong>vemaparecer em maiúsculas na apresentação no texto e na citação com apenas a inicial emmaiúsculo.3.3 Nomenclatura: pesos, medi<strong>da</strong>s, nomes <strong>de</strong> plantas, animais e substânciasquímicas <strong>de</strong>vem estar <strong>de</strong> acordo com as regras internacionais <strong>de</strong> nomenclatura. A grafia dosnomes <strong>de</strong> fármacos <strong>de</strong>ve seguir, no caso <strong>de</strong> artigos nacionais, as Denominações Comuns54


Brasileiras (DCB) em vigor, po<strong>de</strong>ndo ser mencionados uma vez (entre parênteses, com inicialmaiúscula) os registrados.55

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