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CASA DA MEMÓRIA DE CAMPO BOM - TC-online - Feevale

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61 INTRODUÇÃOA proposta deste trabalho é armazenar fatos, dados e informações diversasque servissem de embasamento para o entendimento e conhecimento do contextohistórico, cultural e social da área em questão em relação ao Município de CampoBom, para então assim, analisar soluções arquitetônicas que contemplam umprograma de necessidades atualizado a realidade dos acervos e considerando ascaracterísticas preexistentes do sítio como parte importante do processo dedesenvolvimento do partido.Informações como os dados do Município, sua localização, população, pontosturísticos, além da história de sua colonização e desenvolvimento urbano e social, oentorno, o lote, as legislação municipais, regime urbanístico e à capacidadeconstrutiva da mesma, são informações imprescindíveis para se conseguir atingir osobjetivos de maneira satisfatória.O complexo da Casa da Memória não pretende ser uma gigantesca esculturana cidade, nem impactante contradição ao contexto urbano. Será um complexointrospectivo que se encaixe na categoria dos acervos específicos, dedicado aarmazenar e expor a memória de um povo, década, civilização.1.1 Apresentação do TemaEste trabalho tem o objetivo de apresentar o tema do Trabalho Final deGraduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade <strong>Feevale</strong>. Otrabalho apresentará o projeto do Complexo da Casa da Memória de Campo Bom.Com a finalidade de contribuir com o crescimento cultural, histórico e econômico domunicípio. Tem como um dos objetivos a restauração total de duas casas erestauração das ruínas de um moinho e um paiol. Há também a proposta de umnovo bloco, que abrigará o acervo histórico da cidade e irá expor obras permanentese temporárias.O Complexo da Casa da Memória de Campo Bom irá abrigar dentro de suaestrutura física os espaços essenciais, para o desenvolvimento de ações culturais e


7educativas junto à comunidade. Uma instituição permanente, aberta ao público, semfins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, que adquire,conserva, pesquisa, expõe e divulga as evidências materiais e os bensrepresentativos do homem e da natureza, com a finalidade de promover oconhecimento, a educação e o lazer.1.2 JustificativaNa década de 1990 foi realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico eArtístico Nacional (IPHAN) levantamento das edificações de valor histórico aoMunicípio de Campo Bom. Esta relação dos bens inventariados, foram fornecidos aoMunicípio, ficando o mesmo responsável pela elaboração da lei de tombamento. Atéo presente momento isso não ocorreu, o que levou a uma perda considerável dopatrimônio histórico-cultural.A proposta da Casa da Memória de Campo Bom, vai de encontro apreservação deste patrimônio cultural. O local onde será inserida a proposta possuiquatro edificações inventariadas, sendo que duas (residências) estão em condiçõesde completo restauro e as outras duas (moinho e paiol), estão em ruínas,transformando o lote em um Parque Histórico Cultural contribuindo para o resgate damemória da colonização e imigração e preservação da identidade local.Recentemente, foi criada uma entidade civil, em defesa do patrimônio culturalde Campo Bom – Associação de Amigos de Campo Bom, onde se encontra umimportante acervo museológico da indústria calçadista de Campo Bom. Este acervo,composto por mais de três mil peças, ainda não possui um local apropriado para serexposto, embora seja de interesse histórico cultural.Objetiva-se transformar a Casa da Memória de Campo Bom em umimportante centro de valorização e difusão do patrimônio cultural do município eregião sul. Dentro da proposta de revitalização e dinamização da Casa da memóriaé prioritário o desenvolvimento de um programa de educação Patrimonial, quemotive as crianças e jovens a conhecer, valorizar e, conseqüentemente preservarsua historia. É preciso que todos se apropriem de seus bens culturais, pois só assimpoderemos enriquecer e tornar consistentes nossos projetos de futuro.


8Esta pesquisa servirá como embasamento para o desenvolvimento daproposta do projeto do Complexo da Casa da Memória de Campo Bom. A partirdeste estudo será possível conhecer as diretrizes para a realização de projetostécnicos a serem desenvolvidos no Trabalho Final de Graduação do Curso deArquitetura e Urbanismo da Universidade <strong>Feevale</strong>.


92. O MUNICÍPIO <strong>DE</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>2.1 Dados GeraisA Cidade de Campo Bom está situada no Estado do Rio Grande do Sul epertence a região metropolitana de Porto Alegre, distante 57 km da capital, dispondode uma área superficial de 61,4Km². Limita-se ao norte com as cidades de DoisIrmãos e Sapiranga, ao Sul com Novo Hamburgo, ao leste com Sapiranga e a oestecom Novo Hamburgo (Mapa 1). Possui dois principais acesso sendo um pela BR116 e outra pela RS 239.Mapa 1 – Divisas do Município de Campo BomFonte: INSTITUTO BRASILEIRO <strong>DE</strong> GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, [2008].


10Possui uma população atual de 57.226 habitantes (INSTITUTO BRASILEIRO<strong>DE</strong> GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, [2008]). É um município que conta com as águasdo Rio dos Sinos e registra as temperaturas mais quentes do Estado do Rio Grandedo Sul no verão e até mesmo algumas vezes durante o ano.Algumas das mais importantes empresas do estado estão situadas em CampoBom, como a Artecola, Box Print Embalagens e Displays, Caeté Embalagens, FCC,Getnet Tecnologia, Metalgrin, e Arezzo S.A, Gvd Internacional Trading S/A, SchutzCalçados e Secullum Sistemas de Ponto, Acesso e CFTV . Estas últimas atuam nomercado nacional e internacional.A cidade ainda conta com um Teatro e duas Salas de Cinema de modernainfra-estrutura no Centro de Educação Integrada de Campo Bom (C.E.I), ondetambém está localizada a Estação Rodoviária.Apresenta diversos pontos turísticos abaixo relacionados:a) Prédio da Prefeitura - Edificação com linhas modernas e cinco pavimentos.Localiza-se na parte central da cidade, na Av. Independência, 800;b) Largo Irmãos Vetter (Foto 1) - Criado para a prática de atividades culturaise recreativas da comunidade e da região. Mostra o perfil inovador domunicípio que buscou preservar todos os elementos e estruturas originais,valorizando os símbolos do passado;c) Biblioteca Pública Municipal Dr. Liberato (Foto 2) - Prédio histórico comgrande apelo cultural. Foi edificado entre 1934 e 1935 pra servir de estaçãoferroviária. Atualmente abriga a Biblioteca Pública;d) Monumento do Sapateiro - Criado pelo artista Ernesto Federico Scheffel em1981, em homenagem ao primeiro sapateiro, figura anônima querepresenta o pioneirismo da produção e do desenvolvimento da cidade;e) Monumento das Tábuas da Lei (Os Dez Mandamentos) - Monumento naPraça da Bandeira. Foi doado à comunidade pelos Jovens Adventistas doSétivo Dia, em 1990;f) Prédio do Cinema Imperial (Foto 3) - Fundado em 1935 por Luiz Frainer,chama a atenção por seu valor histórico;g) Igreja Evangélica - Foi a primeira igreja evangélica a ser construída naregião Sul do Brasil, em 1851. Também era utilizada como escola pelacomunidade evangélica. Em 1994, seu prédio foi escolhido como símbolo


11do Patrimônio Histórico e Cultural de Campo Bom. Fica localizada na Av.Brasil, 2475;h) Cemitério Evangélico - Construído em 1826. Nesse cemitério estãoenterrados os primeiros alemães que chegaram no município. As lápides,com inscrições em alemão gótico, informam sobre aspectos culturais ereligiosos do local;i) Igreja Evangélica da Trindade - Com o objetivo de preservar o prédiohistórico da Igreja, foi construída ao lado da antiga capela, a Igreja daTrindade, um prédio novo com espaços mais amplos para os cultos dacomunidade;j) Igreja Católica Santa Terezinha - Em 1930 foi lançada a pedra fundamentalda Capela que tem pinturas dos Irmãos Nilo;k) Igreja da Paz - No bairro central, é a segunda Igreja Luterana mais antigado Brasil;l) Porto Blos - Local, nas margens do Rio dos Sinos, utilizado pelos tropeiroscomo ponto de repouso. Neste espaço os barcos e lanchões costumavamancorar. Através deles realizavam as trocas comerciais com Porto Alegre;m) Roteiro Arquitetônico - Campo Bom é um espaço atraente, procurado pormuitas pessoas que desejam manter o contato com a natureza próxima doscentros urbanos e conhecer a arquitetura local que conta um pouco de suahistória, através de 31 propriedades (Foto 4);n) Artesanato - O município é conhecido pela sua técnica e criatividade emobjetos para os lares e escritórios. O artesanato em cerâmica feito com obarro retirado da beira do Rio dos Sinos encanta quem chega. Flores,folhas, sementes e madeira são outros elementos retirados da naturezalocal e que incrementam e embelezam ainda mais os produtos criadospelos profissionais da Associação Cerâmica da Barrinha. Mais do queconhecer a inspiração de cada um dos artesãos, o grande atrativo dopasseio é a possibilidade de conferir de perto todo o processo defabricação, como a extração do barro e da argila. Informações com aPrefeitura Municipal;o) Ciclovia - Com um total de 18Km de extensão é considerada a primeira naAmérica Latina. Possui um anel que circunda o centro da cidade com 7.200metros de extensão;


12p) Parcão - Parque Municipal da Integração (Foto 5). Localizado na Av. dosMunicípios, próximo ao centro da cidade. Oferece a Casa dos Escoteiros,quadra de areia, cancha de bocha;q) Praça João Blos - Inicialmente chamava-se Praça Campo Bom. Mais tarde,em homenagem à família que doou as terras, passou a chamar-se JoãoBlos. Em 1988 recebeu remodelação paisagística, tornando-se um atrativopara visitação;r) Sociedade 15 de Novembro (Foto 6) - Em 1893 foi fundada a SociedadeAtiradores, atual Clube 15 de Novembro. Construída em estilo eclético nasprimeiras décadas do século XX, ao redor dos anos 30, está perfeitamenterestaurada, e faz parte do patrimônio histórico;s) Estádio Esporte Clube 15 de Novembro - Em 1911 os operários daempresa Vetter & Irmãos fundaram o Esporte Clube 15 de Novembro. Osjogos ocorriam em um potreiro no Morro das Pulgas. Os próprios atletascusteavam suas despesas com uniformes e excursões. Para jogar emLomba Grande viajavam a cavalo passando por São Leopoldo ou peloPasso da Cruz, em Sapiranga;t) Chaminé - A chaminé fazia parte de uma antiga fábrica de cerâmicas daregião, chamada São Geraldo, onde eram produzidos canos de barroutilizados nas tubulações;u) Parque Délcio Afonso Lauer - Possui estrutura organizada de brinquedospara as crianças feitos em madeira, coreto e outros espaços utilizados pelacomunidade local;v) Rota Caminhos do Vale - Rota formatada pelo SEBRAE que une 6municípios pertencentes à Região Turística vale do Rio dos Sinos.Municípios Participantes: Campo Bom, Dois Irmãos, Igrejinha, Ivoti, NovoHamburgo (Lomba Grande) e Sapiranga.


13Foto 1 – Largo Irmãos VetterFonte: <strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>, [200-].Foto 2 – Atual Biblioteca PúblicaFonte: <strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>, [200-].Foto 3 – Cinema ImperialFonte: <strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>, [200-].Foto 4 – Roteiro ArquitetônicoFonte: <strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>, [200-].


14Foto 5 – Parque Municipal da IntegraçãoFonte: <strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>, [200-].2.2 HistóricoO município de Campo Bom no início de sua história era colônia de SãoLeopoldo, habitada por índios popularmente chamados de bugres. A ocupação porimigrantes europeus deu-se a partir de 1814. Em 1838, transformou-se em vila. Aorigem do nome deve-se às ótimas pastagens daquela região. Esse novo municípiomantém sua área, não tendo contribuído para a formação de nenhum municípiomais recente.Entre dezembro de 1825 e janeiro de 1826, utilizando o Rio dos Sinos,desembarcaram no Porto Blos algumas famílias de origem alemã.As terras 'campobonsenses', antes da instalação da colônia Alemã de São Leopoldo,em 1824, serviram como ponto de passagem das tropeadas de gado, que desciamdos Campos de São Francisco e Vacaria, em direção à capital da província. Ostropeiros acabaram denominando a área de Campo Bom. O nome adveio das boaspastagens e abundância de água, que possibilitaram aos tropeiros acamparem.No ano de 1926, Campo Bom passa a categoria de Vila, e no ano seguinte éconsiderada 2º Distrito de São Leopoldo. Em 31 de janeiro de 1959, Campo Bomemancipou-se de São Leopoldo. O período de urbanização veio em 1959,juntamente com a emancipação.


15<strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>Mapa 2 – Rio Grande do Sul e localização do Município de Campo Bom(Adaptado: APONTADOR, 2010)Mapa 3 – Município de Campo Bom e aproximação da área em estudoFonte: <strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>, [200-].


16A cultura da comunidade ‘Campobonense’ está alicerçada na colonizaçãoalemã. Os Imigrantes aqui chegados em 1825 encontraram muitas dificuldades, masadaptaram-se às peculiaridades humanas e geográficas encontradas. Criarammodelo único de produção agrícola, territorial, econômica, comércio, indústriaartesanal, educação, religiosidade e convívio social, fazendo em Campo Bom umahistória ímpar.Prosperou o novo modelo de ocupação territorial, no lugar das florestas quecobriam a região: surgiu a agricultura diversificada e destinada para a subsistênciada família. A comunidade se organizou em torno das escolas, igrejas, capelas, casascomerciais, instalações artesanais, sociedades, associações, clubes, resultando emcomunidades organizadas, que encontravam nelas os meios e as estratégias pararesolver seus problemas e enfrentar os desafios.Como em toda região de colonização alemã, educação e escola foram umadas maiores preocupações, preservando um nível cultural e educacional muitoacima da média do país, garantindo as bases para uma população que foi capaz delevar o Município a ocupar atualmente uma posição de destaque até em nívelnacional. Os Imigrantes alemães trouxeram um nível religioso intenso, tanto do ladoprotestante como do Católico, enriquecendo ainda hoje a história do Município demaneira significativa. As atividades desenvolvidas pelas comunidades e associaçõesligadas às confissões religiosas marcaram a história da cidade.Desde os primeiros anos de colonização instalaram-se artesanatos, olarias,serrarias, atafonas, e os curtumes artesanais de fundo de quintal.As sapatarias e selarias familiares acabaram evoluindo para indústriasmodernas capazes de competir com o comércio internacional.O fato dos alemães terem um instinto de associar-se para qualquer finalidade,fez com que a vida associativa, principalmente para o fim de lazer prosperasse emdiversos clubes, associações e sociedades (Foto 10).O trabalho, a religiosidade, a educação, e a integração são os principaisvalores herdados da cultura germânica, que permanecem vivos até os dias de hoje.A origem do nome “Campo Bom” se deve aos tropeiros, que, vindos dosCampos de Cima da Serra, elegeram o lugar como ponto de parada obrigatória parao gado, pela fartura de pastagens e água.


17Os primeiros colonizadores de Campo Bom foram: João Pedro Hirth (católico),João Pedro Rieth (evangélico), João Blos (evangélico), João Vetter (evangélico),João Felipe Hoffmeister (evangélico).Foto 6 – Cinema Imperial (Década de 40)Fonte: SCHMIDT, 2010.Foto 7 – Estação FerroviáriaFonte: ATKINSON, 2019.Foto 8 – Villa Julieta – Demolida (Década de 50)Fonte: SCHMIDT, 2010.


18Foto 9 – Villa Ida - DemolidaFonte: SCHMIDT, 2010.Foto 10 – Sede Sociedade 15 de NovembroFonte: SCHMIDT, 2010.2.2.1 Histórico da Família Proprietária do Lote em EstudoPara colonizar a Província de São Pedro, o governo Imperial contratou oMajor Georg Anton Von Schaeffer para ser o agenciador de colonos na Prússia. Oscontatos mantidos com possíveis imigrantes foram imediatos. Muitas levas deimigrantes deixaram a Europa com destino ao Brasil.


19Numa dessas levas, vieram Johannes Blos, solteiro, e sua irmã Agnes,casada com George Martins. Johannes nasceu em 22.04.1799 em Albig, Canton-Alzei, filho de Johann Wilhelm Blos e Margharetha Elisabetha Volz Porth.Zarparam do Porto de Amsterdam, em 25.08.1825, e chegaram ao Rio deJaneiro 73 dias depois, em 08.11.1825. Em 15.12.1825 embarcaram no naviocosteiro brasileiro, com destino à Província de São Pedro, para a colônia de SãoLeopoldo. Chegaram em 15.01.1826. Johannes fixou-se em Campo Bom, residindoinicialmente com sua irmã e cunhada, até que se casou. Recebeu as suas terras nomorro das Pulgas (Flehberg), hoje bairro Rio Branco.Casou em 25.05.1828 com Johanna Philippina Bauermann, que nasceu em24.09.1808, em Horn-Simmern, próximo a Koblenz-Hunsruck, filha de GerhardBauermann e Christina Reinig.Johannes e Philippina tiveram 13 filhos: Georg, Conrad, Michael, Johannes,Friedrich Carl, Philipp, Wilhelm, Philippina, Catharina Caroline, Jacob (Foto 11),Catharina, Peter e Maria Suzana.Montou um moinho, no Morro das Pulgas, juntamente com um descascadorde cereais. Este moinho ainda existe, pertencia à Helmuth Deuner (Foto 11). A forçamotriz do moinho era uma roda d’água (azenha). Para movimentar esta azenha,desviou a água de um arroio.O negócio progredia e acrescentou a este moinho uma atafona, para aprodução de farinha de mandioca, assim como uma indústria de extração de óleo deamendoim, de mamona, e de linhaça.Foi considerado o maior industrial ‘campobonense’ no período de 1830 a1880, quando possuía um grande número de empresas. Johannes faleceu em 28 deagosto de 1878, em Campo Bom, na casa de sua filha Catharina Caroline, casadacom Karl Dreyer.


200206090103041012131405 0708111516Foto 11 – Família DeunerFonte: SCHMIDT, 2010.Legenda identificação: 1. Hulda Dreger Blos; 2. Jabob Blos; 3. Maria Deuner (parteira de Campo Bom); 4. OscarKorndöerfer; 5. João Deuner; 6. Helmuth Deuner; 7. Olívia Helfenstein; 8. Ottomar Deuner; 9. Pastor Wülforst;10. Lúcia Korndöerfer Stumpf; 11. Emília Land Deuner; 12. Edmundo Engelmann; 13. Litta Blos Engelmann; 14.Ella Deuner; 15. Lauro Korndöerfer; 16. Nadir Engelmann Junges. Os demais não foram identificados.


213. O LOTE3.1 Localização e JustificativaO lote está situado na Rua dos Andradas, no Bairro Rio Branco no municípiode Campo Bom no Estado do Rio Grande do Sul. Seu acesso se dá pela Avenidados Municípios, Rua dos Andradas e Avenida dos Estados. Sendo o objetivo, abusca, resgate e preservação da história e após pesquisas realizadas no Municípiode Campo Bom, chega-se a esta área, pelos fatores históricos em que está inserida.As edificações existentes foram do ano de 1993 e 1994, inventariadas pelo IPHAE efarão parte do complexo cultural proposto.O lote está muito próximo do Centro de Educação Integrada (CEI) e a EstaçãoRodoviária da cidade, sendo de fácil acesso e localização.No ano de 1977 foi realizado Projeto Urbanístico (Anexo C) para executar oLoteamento Colina Deuner na área em estudo. O mesmo foi encaminhado junto aPrefeitura Municipal de Campo Bom. Até o momento as obras não foram realizadas.A área foi vendida recentemente ao Senhor Paulo Leão. O mesmo já demonstrouinteresse em realizar o empreendimento, salientando não haver intenção pelapreservação do patrimônio histórico-cultural existentes.


22Foto 12 – Área em estudoFonte: Adaptado pelo autora do Google Maps, 2010.Temos na área quatro edificações (Mapa 4 e 5) que no ano de 1993, foraminventariadas pelo IPHAE, sendo descriminadas abaixo. Além das edificaçõesexistentes, a área é contemplada por uma vegetação atrativa e bela, compondo eemoldurando as edificações históricas.


23Mapa 4 - Situação das edificações inventariadas no loteFonte: A Autora, 2010Mapa 5 - Localização das edificações inventariadas no loteFonte: A Autora, 2010


24A área é atravessada por um arroio, sendo que este, após sofrer desvio decurso, servia como força motriz para as rodas de moer. Está previsto o alargamentoda Avenida, criando um canteiro central, que acompanhará o curso do arroio.3.1.1 Casa dos Deuner (Foto 13, 14 e 15) – Rua dos Andradas, n° 1360O prédio foi edificado em 1916, por Adolfo Hoffmeister e posteriormente, como moinho, vendido a João Deuner, que o passou a Helmuth Deuner (<strong>DE</strong>UNER,1994).Foto 13 – Fachada Frontal da Casa dos Deuner (Década de 90)Fonte: <strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong> [200-].Foto 14 – Detalhe da Esquadria, Cunhamento e CornijasFonte: MELLO, 2010.


25Foto 15 – Vista do Sistema Construtivo, Cunhamento e Cornijas.Fonte: MELLO, 2010Atualmente a residência está sendo ocupada por uma família que cuida dolocal. Em seu interior é possível identificar as intervenções (Foto 16, 17 e 18). Estáem mau estado de conservação.Foto 16 – Vista interna dormitório – janela em madeira.Fonte: MELLO, 2010


26Foto 17 – Vista interna acesso principal.Fonte: MELLO, 2010Foto 18 – Vista interna dormitório – janela em madeira.Fonte: MELLO, 2010


273.1.2 Moinho dos Deuner (Foto 19) – Rua dos Andradas, n° 1360O Moinho Deuner foi construído por volta de 1890, por Felipe Blos, no qualfuncionava atafona, moinho e fabrica de óleo de amendoim (utilizado comocombustível as lamparinas e “pomada” para passar no corpo). A residência foiconstruída por Adolfo Hoffmeister. O conjunto de prédios foi vendido por volta de1921, a João Deuner, quando ficou conhecido como Moinho Deuner. Os dadoshistóricos informam que a denominação original foi Atafona e Moinho Felipe Blos. Adesativação ocorreu na década de trinta, quando Campo Bom passou a preocuparsecom a produção de chinelos e relegando a agricultura de subsistência a planosecundário (KORNDOERFER; <strong>DE</strong>UNER, 1994a);Foto 19 – Visão Atual das Ruínas do Moinho dos DeunerFonte: MELLO, 2010.Apresenta estrutura auto-portante em enxaimel, roda d’água em chapa deferro. Na época em que foi realizado o levantamento (1994), parte do equipamentode moagem estava conservada (Foto 20). Atualmente a edificação se encontra emruínas.


28Foto 20 – Equipamentos Existentes na Época do Levantamento no Moinho (1994)Fonte: <strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>, [200-].Atualmente está em ruínas (Fotos 21,22, 23 e 24), não sendo possível realizara completa restauração da edificação. Não se encontra mais no local, osequipamentos de moagem que outrora existiam.Foto 21 – Estado de Conservação Atual do MoinhoFonte: MELLO, 2010.


29Foto 22 – Sistema Construtivo Usado no MoinhoFonte: MELLO, 2010.Foto 23 – Estado Atual da Estrutura do MoinhoFonte: MELLO, 2010


30Foto 24 – Vista do Sistema Construtivo, Cunhamento e Cornijas.Fonte: MELLO, 20103.1.3 Paiol dos Deuner (Foto 25, 26 e 27) – Rua dos Andradas, n° 1360O paiol faz parte de um conjunto arquitetônico formado pela Atafona, MoinhoDeuner. Foi edificado por volta de 1890, por Felipe Blos e serviu de depósito demateriais e mercadorias. Perdeu a importância na medida da desativação doconjunto arquitetônico, quando Campo Bom passou da fase colonial para o ciclo daprodução calçadista (<strong>DE</strong>UNER; KORNDOERFER; <strong>DE</strong>UNER, 1994).Foto 25 – Estado de Conservação do Paiol na Época do Levantamento (1994)Fonte: Campo Bom, [200-].


31Atualmente o paiol está em ruínas, não sendo possível realizar suarestauração por completo.Foto 26 – Situação Atual do Paiol - RuínasFonte: MELLO, 2010.Foto 27 – Situação Atual do Paiol - RuínasFonte: MELLO, 2010.


323.1.4 Casa de Guilherme Korndoerfer (Foto 28, 29 e 30) – Rua dos Andradas, n° 1348Residência edificada por volta de 1901 por Guilherme Korndorfer e Sofia Blos(filha de Felipe Blos, construtor da atafona, moinho e fábrica de óleo de amendoimdo atual Moinho Deuner). A casa foi vendida posteriormente para Bruno Weber. OGuilherme edificou o prédio com recursos provenientes do trabalho assalariado decortador de chinelos na fábrica dos Vetter, acrescidos de ganhos da lavoura desubsistência, efetuados nos fins de semana. Nasceu na casa o Oscar. Apareceramantes do alargamento da rua dois pés de cinamomo (KORNDOERFER; BLOS,1994).Foto 28 – Estado de Conservação da Casa de Guilherme na Época do Levantamento (1993)Fonte: <strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>, [200-].Atualmente a residência está sendo ocupada por uma família que cuida dolocal. Está em estado regular de conservação.


33Foto 29 – Situação atual da Casa de GuilhermeFonte: MELLO, 2010Foto 30 – Situação Atual da Casa de GuilhermeFonte: MELLO, 20103.2 EntornoO lote escolhido encontra-se afastado do centro da cidade. No entornoencontra-se grandes indústrias, áreas verdes e edificações com valor histórico earquitetônico (MAPA 6). O acesso acontece através da Avenida Brasil (FOTO 31),Avenida dos Municípios (FOTO 32), Rua dos Andradas (FOTO 33) e Rua ArlindoHilgert, estando todas pavimentadas com asfalto.


34Foto 31 – Vista da rótula para a Avenida dos Estados.Fonte: MELLO, 2010Foto 32 – Vista da rótula para a Avenida dos Município emdireção ao Município de Sapiranga.Fonte: MELLO, 2010Foto 33 – Vista da rótula para a Rua dos Andradas – Acesso.Fonte: MELLO, 2010


350801060310091304141211020705Mapa 6 – EntornoFonte: GOOGLE MAPS, [2010].Legenda identificação: 1. Casa Korndörfer; 2. Ciclovia na Avenida dos Municípios; 3.Rural-Urbano Parte II –Causa Fauth; 4. Casa Schuck; 5.Igreja Evangélica Luterana da Paz; 6.Rural Urbano; 7.Sede Social do Clube XVde Novembro; 8.Fundos da Casa Grün; 9.Casa Grün; 10. Antiga Sede da Sociedade Rio Branco e Casa Grün aofundo; 11.Rua dos Andradas; 12. Ciclovia de Campo Bom; 13. Casa Deuner; 14. Casa Histórica.Foto 34 – Casa Korndöerfer – Bem InventariadoFonte: GOOGLE MAPS, [2010].Foto 35 – Ciclovia na Avenida dos MunicípiosFonte: GOOGLE MAPS, [2010].


36Foto 36 – Rural-Urbano Parte II – Casa FauthFonte: GOOGLE MAPS, [2010].Foto 37 – Casa Schuck – Prédio HistóricoFonte: GOOGLE MAPS, [2010].Foto 38 – Igreja Evangélica Luterana da PazFonte: GOOGLE MAPS, [2010].


37Foto 39 – Rural UrbanoFonte: GOOGLE MAPS, [2010].Foto 40 – Sede Social do Clube 15 de NovembroFonte: GOOGLE MAPS, [2010].Foto 41 – Fundos da Casa Grün - Bem Inventariado e DesfiguradoFonte: GOOGLE MAPS, [2010].


38Foto 42 – Casa Grün – Bem InventariadoFonte: GOOGLE MAPS, [2010].Foto 43 – Antiga Sede Social da Sociedade Rio Branco e Casa Grün ao FundoFonte: GOOGLE MAPS, [2010].Foto 44 – Rua dos AndradasFonte: GOOGLE MAPS, [2010].Foto 45 – Ciclovia de Campo BomFonte: GOOGLE MAPS, [2010].


39Foto 46 – Casa Deuner – Bem InventariadoFonte: GOOGLE MAPS, [2010].Foto 47 – Casa HistóricaFonte: GOOGLE MAPS, [2010].3.3 Regime UrbanísticoConforme estudo e levantamento do Plano Diretor de DesenvolvimentoIntegrado do Município de Campo Bom (PDDUA) - Lei Municipal Nº 2.988, de 10 deoutubro de 2006 (<strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>, 2010), o lote em questão está na Zona Residencial3 (ZR3). Segue abaixo tabela com os seus respectivos índices (QUADRO 1)ZONEAMENTO - ZR3IA 2,00TO 70%RECUO FRONTAL 4,0 metrosLATERAL2,0 metrosQuadro 1 – Índices UrbanísticosFonte: A autora, 2010.


404. MÉTODO <strong>DE</strong> PESQUISA4.1 Pesquisa de CampoForam realizadas visitas de campo, no intuito de conhecer, estudar, analisar eregistrar o entorno do lote em estudo, o funcionamento dos fluxos viários, insolação,relação com a vizinhança, equipamentos urbanos, entre outros. Após estereconhecimento foram realizadas visitas diversas a área, onde além doreconhecimento e análise da mesma, foram realizados levantamento das edificaçõesexistentes e registros fotográficos.4.2 Coleta de dadosFoi inicialmente agendada entrevista com a Arquiteta e Urbanista do Municípiode Campo Bom, Senhora Andréa Kneutz. Nesta data, a Arquiteta informou haverbens inventariados pelo IPHAE (Anexo B), cadastramento este realizado entre o anode 1993 e 1994, chegando-se a área em estudo. A mesma forneceu as fichas dosbens inventariados, registros fotográficos, mapas entre outros. Em data posterior,realizou vistoria “in loco”, onde se pode efetuar registro fotográfico atual, mediçãodas edificações existentes e reconhecimento da área e seu entorno.Posteriormente, seguiu-se com demais entrevistas, moradores locais, entreestes, sito o Grupo de Amigos de Campo Bom, interessados na preservação dahistória da colonização de Campo Bom. Houve grande colaboração de informações,além de empréstimo de materiais (fotos, documentos, etc.).Para complementação, se buscou referências em livros e internet, além deimagens e textos para a complementação e suporte para este estudo. Para a coletade dados históricos, além das informações fornecidas nas entrevistas, se usoudocumentos antigos e informações em diversos endereços eletrônicos.Ainda a necessidade de ressaltar a busca e estudo de diversas legislações,entre elas a Lei Municipal Nº 2.988, de 10/10/2006 - Reestrutura o Plano Diretor de


41desenvolvimento integrado do Município de Campo Bom e dá outras providências(<strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>, 2010); Lei Municipal Nº 3.382, de 22/04/2009 - Dispõe sobre apolítica ambiental do Município de Campo Bom, e dá outras providências (<strong>CAMPO</strong><strong>BOM</strong>, 2010); Lei Municipal Nº 422, de 20/01/1977 - Código de Edificações (<strong>CAMPO</strong><strong>BOM</strong>, 2010); Portaria Normativa N° 1, de 5 <strong>DE</strong> JULHO <strong>DE</strong> 2006 - Dispõe sobre aelaboração do Plano Museológico dos museusdo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,e dá outras providências (<strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>, 2010); entre outras.


425. O PROJETO5.1. Intenções de ProjetoCriar um espaço interativo, educativo e contemporâneo com potencial dedivulgação e pesquisa, com a intenção de resgatar e preservar a cultura dosimigrantes e a história da colonização da cidade de Campo Bom para as futurasgerações, através de espaços projetados para abrigar de forma organizada, segurae adequada seu acervo histórico. E como muito bem sintetizou Magalhães, 1997apud Centro Universitário Barriga Verde, [2010?] “mudando o necessário econservando o imprescindível, talvez possamos preservar a memória nacional – atéaquela feita em barros pelas mãos humildes e anônimos artesãos”.A Casa de Cultura de Campo Bom tem como proposta de ser uma instituiçãopermanente, aberta ao público, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seudesenvolvimento, que adquire, conserva pesquisa, expõe e divulga as evidênciasmateriais e os bens representativos do homem e da natureza, com a finalidade depromover o conhecimento, a educação e o lazer.Propõem-se a restauração das edificações existentes, inventariadas peloIPHAE, nos anos de 1993 e 1994. As duas edificações de uso residencial, apósrestauro, serão mobiliadas com móveis, objetos da época, etc. estando aberta àvisitação pública. As edificações de serviços, moinho e paiol, atualmente estão emruínas, não sendo possível sua completa restauração. Assim, propõem-se arestauração parcial e estabilização das estruturas e paredes. Nestes espaços serãorealizadas visitação ao ar livre.Será criado novo bloco para a <strong>CASA</strong> <strong>DA</strong> <strong>MEMÓRIA</strong> <strong>DE</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>, paraabrigar sala de exposição, sala de ação educativa, biblioteca histórica, espaçomultifuncional, ambientes de apoio em geral, Bar Café e Restaurante. Estes terãoseu funcionamento 24 horas, com atendimento aos visitantes, moradores locais eeventos pré-agendados. Esta nova construção, com proposta contemporânea,deverá assumir o papel de centro cultural avançado, onde se prioriza a valorização ea reflexão sobre a arte.


435.2. Programa de necessidades(...) é uma arquitetura que, partindo da atividade interior, busca os focos deluz natural e as vistas para o entorno... diante da complexidade interior doespaço do museu e da necessária adaptação às características singularesde cada lugar. Esta ênfase na especificidade dos espaços interiores é umareação contra... a indeterminação da planta livre do museu moderno, que sepropõem como contentor neutro. Entende-se que a essência real do museuconsiste em reconhecer as peças da própria coleção, conferindo-lhesespaços à sua medida, conformes às suas características... É uma posiçãoque se fundamenta no respeito aos dados preexistentes: para o interior,coleção e critérios museológicos, e para o exterior, espaço urbano, jardins epaisagem (MONTANER, 2003, p. 76).Abaixo relacionada, encontra-se tabela com o estudo do Programa deNecessidades do complexo: <strong>CASA</strong> <strong>DA</strong> <strong>MEMÓRIA</strong> <strong>DE</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong> (Quadro 2).Estão relacionados os ambientes, área prevista e descrição do uso. Por se tratar deuma Casa da Memória, onde deverão ser “garimpados” o acervo, e a grande gamade variedade dos mesmos, há dificuldade em se preverem qualitativos, quantitativose especificações de objetos, registros fotográficos, registros documentais,equipamentos, utensílios, entre outros a serem expostos nas salas. Sendo que osmuseólogos e historiadores são os profissionais mais habilitados para avaliaçãoquanto a real relevância de um objeto no contexto histórico em questão e indicaçãodos mesmos.Pode-se citar a Portaria Normativa n° 01, publicada em 11 de julho de 2006,que Dispõe sobre a elaboração do Plano Museológico dos museus do Instituto doPatrimônio Histórico e Artístico Nacional e dando outras providências (Anexo I),Artigo 1º,” Instituir parâmetros gerais de organização da gestão das instituiçõesmuseológicas do IPHAN, compreendendo o Plano Museológico como ferramentabásica de planejamento estratégico, de sentido global e integrador, indispensávelpara a identificação da missão da instituição museal e para a definição, oordenamento e a priorização dos objetivos e das ações de cada uma de suas áreasde funcionamento.” (BRASIL, 2006), complementar e revalidar a importância daassessoria dos profissionais desta área.Propõem-se ainda, uma sala de exposição temporária, oportunizando aintegração de outras artes, épocas e estilos, proporcionando uma interação eintegração entre diferentes universos. “A sabedoria é uma abstração do passado,mas o passado é a promessa do futuro” (HOLMES,apud ARQUITETURA, [200-]).


45Sanitários Funcionários 24,00Reserva Técnica 60,00Sala para Conservação eManutenção do acervo24,00Gerência Administrativa 40,00Gerência Museológica 40,00Gerência de Segurança 30,00Apoio Administrativo 50,00Bar/Café 80,00Restaurante 170,00Lojas 50,00Estacionamento 1.200,00Bloco 02 – RestauraçãoCasa dos Deuner -Casa de Guilherme Korndoerfer -Paiol dos Deuner -Moinho dos Deuner -Bloco 03 - Acessos, Caminhos e SuporteGalpão/oficina 100,00Acessos e Caminhos -Unidade Sanitária com a finalidade deatender aos funcionários femininos emasculinos em geral. Previsão de SanitáriosPNEEspaço onde o acervo é guardado, catalogado,cadastrado, inventariado, restaurado econtextualizado antes de ser expostoEspaço destinado à manutenção e aconservação do que está exposto, comotambém do que será mostrado nas exposiçõestemáticas e/ou temporáriasEspaço destinado à execução de atividadesadministrativasEspaço destinado a elaboração, estudo dasatividades e programação, segundo oscritérios museográficos definidos entre omuseólogo e o historiadorEspaço destinado ao controle emonitoramento da segurança do complexoEspaço destinado a áreas de apoio (depósitos,copa, estar, etc) funcionáriosBar/Café com capacidade de 50 pessoas.Atendimento mesmo após o encerramento dasatividades na Casa da MemóriaRestaurante tem por objetivo atender públicoem geral, grupos de visitação, reservas paraeventos diversosEspaço destinado à duas lojas para venda deprodutos artesanais locais e souvenirsPrevisão de 60 vagas estacionamento públicoem geral e 20 vagas estacionamentofuncionáriosCasa de alvenaria, edificada em 1916.Serárestaurada, após mobiliada com os móveis eutensílios da época. Memória de vida, doscostumes e das tradições. Aberto a visitaçãopúblicaCasa de alvenaria, edificada em 1901.Serárestaurada, após mobiliada com os móveis eutensílios da época. Memória de vida, doscostumes e das tradições. Aberto a visitaçãopúblicaO Paiol e o moinho foram edificados por voltade 1890. Estão em ruínas, não sendo maispossível fazer sua completa restauração,desta forma será restaurado e preservado asruínas existentes, ficando em área aberta,para visitaçãoEspaço destinado a serviços de apoio aempreendimento. Reparos e manutenção emgeral nas edificações e área livreEspaços destinados ao acesso às edificaçõesrestauradas para visitação e paisagem local.OBS: Em todos os espaços e acessos está sendo observado a ABNT NBR 9050:2004.Quadro 2 – Programa de Necessidades: Casa da Memória de Campo BomFonte: A autora, 2010.


466. Projetos Análogos6.1 Museu do Pão – Moinho CologneseO restauro do moinho Colognese, no centro da cidade gaúcha de Ilópolis(Mapa 7), inaugurou uma nova rota turística denominada Caminho dos Moinhos.Além da reabilitação do edifício do moinho, que agora abriga um bar, padaria e café,foram instalados mais dois blocos de concreto para o Museu do Pão e a Oficina dePanificação.Mapa 7 – Localização Cidade de Ilópolis/RSFonte: ILIÓPOLIS [2010].Para dar vida ao Caminho dos Moinhos, era necessário o desenvolvimento deatividades de apoio que atraíssem visitantes. A restauração do Moinho Colognesefocou no caráter documental da construção, com alterações pontuais. Manteve-se omaquinário de madeira original (Foto 48), embora com uma produção pequena,demonstrativa para grupos de cerca de dez visitantes. Com essa mudança daprodução, o espaço adjacente que servia de depósito de sacos ficou ocioso. Asolução foi transformá-lo numa combinação de bodega, padaria e café, para dar vidaao edifício e integrá-lo à comunidade. Na parede que separa os dois ambientes,atrás do balcão da bodega, instalou-se um amplo vidro, através do qual se vêem asmáquinas em funcionamento.


47Foto 48– Maquinário de Madeira Original do Museu do PãoFonte: REVISTA AU, 2010.Dois novos volumes (Foto 49) dão conta dos programas adicionais – o Museudo Pão e a Oficina de Panificação. Com uma escala respeitosa, eles não se impõemnem se anulam diante do moinho (Foto 50). Embora se identifiquem no uso deconcreto aparente, os dois blocos exploram idéias opostas. O espaço expositivo écompletamente transparente (Foto 51), fechado com panos de vidro e protegido daincidência solar por painéis de madeira corrediços externos. Assim como o moinho(Foto 52), o museu flutua sobre palafitas conforme o terreno segue em seu levedeclive. Sua cobertura, que se afina conforme se aproxima das bordas, tambémflutua sobre três pilastras com delgados capitéis de madeira.Foto 49 – Blocos NovosFonte: REVISTA AU, 2010.


48Foto 50 – Relação dos Novos Volumes com MoinhoFonte: REVISTA AU, 2010.Foto 51 – Espaço ExpositivoFonte: REVISTA AU, 2010.


49Foto 52 – Moinho CologneseFonte: REVISTA AU, 2010.Por sua vez, o programa da oficina, que inclui uma cozinha-escola ebanheiros, exige mais privacidade. Foi abrigado, portanto, em um bloco monolítico,impermeável, contundentemente cravado no terreno de brejo (Foto 53). À noite, comas aberturas quadradas do subsolo iluminadas, parece um navio encalhado na areia.A transparência proposital da área de exposição (Foto 54) aguça a curiosidade dopúblico, que é estimulado a conhecer as instalações pela fluidez de comunicaçãoentre os edifícios.A transparência do museu atrai a curiosidade. A ausência de muros instiga aspessoas a descobrirem que cozinha é aquela, que filme está passando no auditório,o que há na bodega do moinho restaurado. O fato de o piso do museu ser umaextensão da calçada e manter a mesma quota de nível nos demais volumes, de oterreno não ser cercado e de ter um gramado convidativo estimula as pessoas ausufruírem o espaço.


50Foto 53 – Bloco Oficina (Cozinha Escola)Fonte: REVISTA AU, 2010.Foto 54 – Espaço ExpositivoFonte: REVISTA AU, 2010.6.2 Museu do Pão - PortugalO Museu do Pão (Foto 55) está localizado em Portugal. É um complexo queengloba um museu, um bar/biblioteca, um restaurante, onde se pode ver astradições e a história do pão português, isto tudo num espaço de mais de 3.500 m².


51O visitante encontra uma gama de atividades destinadas à cultura, pedagogia elazer (Foto 56).Foto 55 – Fachada do Museu do pãoFonte: MUSEU DO PÃO, [2010].Foto 56 – Objeto da Exposição no Museu do PãoFonte: MUSEU DO PÃO, [2010].Encontra-se uma mercearia, reconstrução de uma mercearia de antigamente(Foto 57), que vende os produtos da zona, e onde se pode encontrar diversasvariedades de pão que é feito hora a hora. O Museu do Pão abraça vários projetos,entre eles tertúlias, colóquios, exposições e algumas atividades direcionadas aosmais pequenos.


52Foto 57 – Mercearia do Museu do PãoFonte: MUSEU DO PÃO, [2010].Através de quatro salas expositivas e de vários outros espaços do complexomuseológico, se poderá conhecer os antigos saberes e sabores da terra portuguesa.Em espaço contíguo, uma biblioteca especializada permite o estudo de assuntosrelacionados com a temática do Museu. Existe também neste complexo, um bar(Foto 58 e 59) que mantém-se aberto após o encerramento do museu. O lazer e osaber coexistem neste espaço.Foto 58 – Interior do Bar do Museu do PãoFonte: MUSEU DO PÃO, [2010].


53Foto 59 – Interior do Bar do Museu do PãoFonte: MUSEU DO PÃO, [2010].6.3 Fundação Iberê CamargoO edifício projetado pelo arquiteto português Álvaro Siza Vieira abriga oacervo da Fundação Iberê Camargo. Com 8.250 m² de área, o museu foi construídona cidade de Porto Alegre (capital do Rio Grande do Sul), em um terreno irregular deforma alongada na Avenida Padre Cacique, limitado ao sul por uma ladeiraescarpada e ao norte pela larga dimensão do rio Guaíba.O programa arquitetônico do museu engloba áreas de exposição,estacionamento, depósitos, biblioteca, oficinas artísticas, loja, cafeteria, auditório eáreas administrativas. Estas áreas estão distribuídas ao longo de um subsolo sob oterreno e a avenida, e em três volumes edificados – duas edificações térreas e umaprincipal com três pavimentos, todas em concreto armado com cimento brancoaparente.No projeto do museu Iberê (FOTO 60, 61 e 62) identifica-se um partido muitobem definido e apropriado à situação do terreno, buscando o equilíbrio entre aautonomia da forma e as especificidades do entorno. Trata-se de entender oconceito atual de funcionalidade do museu e estudar precisamente o lote junto aoprograma exigido.Uma busca pela essencialidade da arquitetura, sem devaneios e exageros,atenta aos usos e suas mutabilidades, conceituando o espaço do museu de formapoética e ao mesmo tempo como uma arte de construir.


54Foto 60 – Maquete do Museu Iberê CamargoFonte: VIEIRA, 1995-1999.Foto 61 – Maquete do Museu Iberê CamargoFonte: VIEIRA, Álvaro Siza. El Croquis. Madrid: Nº: 95, 1995/1999Foto 62 – Maquete do Museu Iberê Camargo – Corte esquemáticoFonte: VIEIRA, Álvaro Siza. El Croquis. Madrid: Nº: 95, 1995/1999


557. Projetos Referenciais7.1 Museu ao Ar Livre de Orleans/SCEntre o Mar, as Termas, a Serra do Rio do Rastro e o Planalto Serrano,Orleans (Mapa 8) é uma cidade de colonização italiana, que se destaca entre umcomplexo de cultura originada também por outras etnias, como: alemã, polonesa eportuguesa. A passagem se dá através da rodovia estadual SC-438, de todosaqueles que do planalto Serrano se dirigem às águas termais e às praias de Laguna.Igualmente obrigatório o trajeto para quem demanda das Termas e das Praias emdireção à Serra do Rio do Rastro.Mapa 8: Localização da Cidade de Orleans/SCFonte: CENTRO UNIVERSITÁRIO BARRIGA VER<strong>DE</strong>, [2010?].O Museu ao Ar Livre de Orleans-SC é uma instituição permanente, aberta aopúblico, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, queadquire, conserva, pesquisa, expõe e divulga as evidências materiais e os bens


56representativos do homem e da natureza, com a finalidade de promover oconhecimento, a educação e o lazer.É um parque de preservação das indústrias dos colonizadores. No parque épossível realizar viagem temporal a diversos locais, através de objetos,equipamentos, edificações, entre outros abaixo relacionados, que nos remontam aopassado, criando imagens mentais sobre as atividades que se desenvolviam e seuscostumes e modo de vida.a) Açude (Foto 63) - Represa que servia como reservatório de água, ondeesta era canalizada através de valas abertas no chão ou calhas de madeirapara movimentar as rodas d’água;b) Balsa - Esse tipo de embarcação, a balsa, era a forma de travessia dos riospelos colonos, pondo, a vida deles em risco. Houve muitos naufrágios,inclusive com mortos. Esse equipamento não oferecia a segurançanecessária nem em relação a força das águas. Era frágil e o materialutilizado era somente a madeira. Nem sempre tinham técnicas adequadaspara construí-la com maior segurança. Muitos dependiam dela. Eramcomuns filas de gente, veículos e carga que tinham que aguardar sua vezpara a travessia das águas;c) Capela - A capela é uma amostra de como os imigrantes implantavamtemplos religiosos em suas comunidades, nos católicos que eram maioria,o interior eram ornamentado com imagens sacras. Escolhia-se um santocomo padroeiro para o qual, anualmente realizava-se fastas em sua honra.Caso de templo de origem protestantes, o interior é sempre mais simples,despojado mesmo. Continham um mobiliário específico para ascelebrações. Era indispensável a mesa da comunhão, mesa do altar, osbancos para os fieis sentarem, confessionário além de oratório comimagens;d) Casa do Colono (Foto 64) - Esse modelo de casa começou a ser construídana região, aproximadamente trinta anos depois da ocupação das terras,representa uma melhoria importante. Era muito comum entre os imigrantesprincipalmente o italiano, usar o porão, todo fechado com parede degranito, como cantina, para fabricar o vinho e também laticínios e derivadosde carne como salames e linguiça e outros derivados: vinho, cachaça etc.;


57e) Atafona - Aparelho para moer o milho, transformando-o em fubá, para fazerpolenta ou pão. Também ali se moia o grão de trigo. Atafona Manual -Temas mesmas características da anterior quanto a estrutura, porem é movidapela força manual;f) Ferraria - Nessa unidade, forja-se o ferro para produzir ferramentas.g) Roda d'água (Foto 65, 66, 67 e 68) - Aparelho que produz energiamecânica para o funcionamento das máquinas;h) Oficinas Naturais - Essa unidade tem três oficinas montadas para trabalharcom equipamentos manuais;i) O Museu da Imigração Conde D’Eu (Foto 69) – Foi inaugurado em 30 deagosto de 1970, é formado de um acervo com um valor histórico grandioso.São muitas coleções que compõem o referido acervo: ferramentas detrabalho; utensílios domésticos; imagens e objetos sacros; objetos deadorno, de conforto e auxílio pessoal; mobília; objetos de adorno parainteriores de residências; numismática; acervo arqueológico; indumentárias;uma coleção de minérios regionais; dentre outros. Este acervo começou aser formado em 1967, através de um trabalho realizado pelo Seminário SãoJosé e coordenado pelo Padre João Leonir Dall Alba. No ano de 2002, omuseu foi reaberto para visitação na Casa de Pedra, no Museu ao Ar Livre;j) Biblioteca Histórica Ethienne Stawiarski - Neste local encontramos umacervo com obras raras nas mais variadas áreas do conhecimento:Biologia, Religião, Medicina, Matemática, Literatura, Português, Mecânica,Astrologia, Psicologia, Geometria, Eletricidade entre outros. Estes estão emvários idiomas: alemão, italiano, francês, inglês e português. Esta coleçãopertenceu a um dos Superintendentes da Empresa de Terras deColonização: “Ethienne Stawiarski”. Em sua homenagem e como forma deagradecimento, a biblioteca foi intitulada com o nome do proprietário“Ethienne Stawiarski”;k) Centro de Documentação Histórica Plínio Benício - Este centro é dotado dedocumentos referentes a Empresa de Terras e Colonização, que selocalizava na rua XV de Novembro, mais precisamente no Largo daPrefeitura Municipal, hoje neste local se localiza o Banco do Brasil e aAgência de Correios de Orleans. Além destes documentos da Empresatambém fazem parte do acervo, documentos históricos do Poder Legislativo


58e Executivo; documentos do Poder Judiciário e documentos do SetorEclesiástico (da paróquia de Orleans).;l) Casa de Pedra (Foto 70) - Esta foi uma obra realizada pelo Lions Clube,Fundação Educacional Barriga Verde, Governo Municipal de Orleans eGoverno Estadual, comunidade e em especial empresários e simpatizantesdos projetos de preservação do patrimônio cultural de Orleans. Obra que foiiniciada por volta de 1986, e apenas em 2001, por iniciativa da FundaçãoEducacional Barriga Verde, da Plaszon - Indústria de Plásticos, e daPrefeitura Municipal de Orleans a obra obteve conclusão. A partir destadata, a Casa de Pedra passou a abrigar o Centro de DocumentaçãoHistórica Plínio Benício, um auditório para palestras e reuniões, a reservatécnica do Museu Conde D’Eu, laboratório audiovisual, e laboratórios deconservação e restauração de objetos e papéis;Juntamente com o objetivo de visitação do parque, há preocupação em sedesenvolver trabalhos de revitalização e dinamização do museu através dodesenvolvimento de um programa de educação Patrimonial, que motive as criançase jovens a conhecer, valorizar e, conseqüentemente preservar sua historia.Foto 63 – Açude do Museu ao Ar Livre de Orleans/SCFonte: CENTRO UNIVERSITÁRIO BARRIGA VER<strong>DE</strong>, [2010?].


59Foto 64 – Casa do Colono do Museu ao Ar Livre de Orleans/SCFonte: CENTRO UNIVERSITÁRIO BARRIGA VER<strong>DE</strong>, [2010?].Foto 65 – Roda d’água do Museu ao Ar Livre de Orleans/SCFonte: CENTRO UNIVERSITÁRIO BARRIGA VER<strong>DE</strong>, [2010?].Foto 66 – Roda d’água do Museu ao Ar Livre de Orleans/SCFonte: CENTRO UNIVERSITÁRIO BARRIGA VER<strong>DE</strong>, [2010?].


60Foto 67 – Roda d’água do Museu ao Ar Livre de Orleans/SCFonte: CENTRO UNIVERSITÁRIO BARRIGA VER<strong>DE</strong>, [2010?].Foto 68 – Engenho de Farinha e Roda d’água do Museu ao Ar Livre de Orleans/SCFonte: CENTRO UNIVERSITÁRIO BARRIGA VER<strong>DE</strong>, [2010?].Foto 69 – Museu da Imigração Conde D’EuFonte: CENTRO UNIVERSITÁRIO BARRIGA VER<strong>DE</strong>, [2010?].


61Foto 70 – Casa de Pedra do Museu ao Ar Livre de Orleans/SCFonte: CENTRO UNIVERSITÁRIO BARRIGA VER<strong>DE</strong>, [2010?].Foto 71 – Paisagem local do Museu ao Ar Livre de Orleans/SCFonte: CENTRO UNIVERSITÁRIO BARRIGA VER<strong>DE</strong>, [2010?].7.2 Museu ao Ar Livre da EstôniaO Museu ao Ar Livre da Estônia (Foto 72) está localizado em um pequenolugar chamado Rocca Al Maré. Neste lugar conservam-se grande parte dasestruturas de madeira mais antigas da Estónia. Trata-se principalmente de quintas ecasas, umas 72 (Fotos 73 e 74), mas também podemos encontrar uma escola, umposto de bombeiros, uma capela e até um moinho. Todo o museu continua damesma forma como era há 150 anos (Foto 75), e se pode ver pessoas do campo acoser, a fazer ramos para decorar e fazer vedações (Foto 76), e pessoas a dar os


62últimos retoques às suas instalações com madeira do bosque autêntica. Pode-seainda, ver como cozinhavam e comiam (Foto 77).Foto 72 – Paisagem local do Museu ao Ar Livre da EstôniaFonte: MUSEU, [20--]Foto 73 – Quintas e Casas do Museu ao Ar Livre da EstôniaFonte: MUSEU, [20--]


63Foto 74 – Quintas e Casas do Museu ao Ar Livre da EstôniaFonte: MUSEU, [20--]Foto 75 – Maquinário usado nos trabalhos da época no Museu ao Ar Livre da EstôniaFonte: MUSEU, [20--]


64Foto 76 - Camponesa a fazer ramos para decorar e fazer vedaçõesFonte: MUSEU, [20--]Foto 77 – Sistema de cozimento dos alimentosFonte: MUSEU, [20--]


658 CONCLUSÃODurante o desenvolvimento deste trabalho, foram coletadas informações,dados, referências, que compiladas e analisadas servirão de orientação para aproposta da solução arquitetônica que satisfaça o programa de necessidades doComplexo da Casa da Memória, respeitando o sítio como processo dedesenvolvimento do partido.Conclui-se que a busca pela neutralidade e simplicidade do espaço internonão é uma tentativa de diluir e desmaterializar o edifício na paisagem, que apreocupação com o entorno imediato não é uma busca pela transparência ou pelasformas que se escondem atrás de edifícios ou se espalham no espaço urbano. OComplexo da Casa da Memória será um equipamento de forte valor representativo ecultural para cidade, portanto não se deverá escondê-lo. Possuirá um caráter próprioe manterá as ligações com o meio a que pertence.A concentração de esforços voltados ao entendimento da contextualizaçãohistórica, do programa de necessidades, junto a um denso estudo daspeculiaridades da área, fará com que o Complexo da Casa da Memória se coloquecomo parte da cidade de Campo Bom, e assim acrescentará valores culturais a ela.


66BIBLIOGRAFIAAPONTADOR. Campo Bom, RS. [S.l.], 2010. Disponívelem:. Acesso em: 15 abr. 2010.ARQUITETURA de Museu. [S.l.], EbaH!, [200-]. Disponível em:. Acesso em: 22jun. 2010.ARQUIVO NACIONAL <strong>DA</strong> TORRE DO TOMBO. [O arquivo...]. Lisboa: ANTT,[2010a]. Disponível em: . Acesso em: 05 abr. 2010._____. História. Lisboa: ANTT, [2010b]. Disponível em:. Acesso em: 05 abr.2010.______. Missão e Objectivos. Lisboa: ANTT, [2010c]. Disponível em:. Acesso em:05 abr. 2010.ATKINSON, Roberto. Informações, dados, fotos e documentos históricos sobreo Município de Campo Bom. [Campo Bom], 18 abr. 2010. Entrevista concedida aCarolina de MelloBRASIL. Ministério da Cultura. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.Portaria Normativa Nº 1, de 5 julho de 2006. Dispõe sobre a elaboração do PlanoMuseológico dos museus do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, edá outras providências. Revista Museu, Rio de Janeiro, [20--]. Seção Legislação.Disponível em:. Acesso em: 20 abr. 2010.<strong>CAMPO</strong> <strong>BOM</strong>. Câmara Municipal. Legislação. Campo Bom, 2010. Disponível em:. Acesso em: 21 jun. 2010.______. Prefeitura Municipal. Dados gerais do município. Campo Bom, [200-].Disponível em: . Acesso em: 21 jun. 2010.


67CENTRO UNIVERSITÁRIO BARRIGA VER<strong>DE</strong>. Museu ao Ar Livre. Orleans, SC:UNIBAVE, [2010?]. Disponível em: .Acesso em: 14 maio 2010.CONFE<strong>DE</strong>RAÇÃO NACIONAL <strong>DE</strong> MUNICÍPIOS (Brasil). Municípios Brasileiros:Campo Bom-RS. Brasília, DF: CNM, [20--]. Disponível em: .Acesso em: 17 jun. 2010.<strong>DE</strong>UNER, Helmuth. Depoimento [sobre a] Casa dos Deuner. [17 jun. 1994a].Entrevista concedida a Guido Lang.______; KORNDOERFER, Guilherme; <strong>DE</strong>UNER, Lídia. Depoimento [sobre o]Paiol dos Deuner. [maio 1994b]. Entrevista concedida a Guido Lang.FE<strong>DE</strong>RAÇÃO <strong>DA</strong>S ASSOCIAÇÕES <strong>DE</strong> MUNICÍPIOS DO RIO GRAN<strong>DE</strong> DO SUL.Dados gerais – Campo Bom, RS. Porto Alegre, FAMURS, [2000?]. Disponível em:. Acesso em: 17 jun. 2010.GOOGLE MAPS. Campo Bom, RS. [S.l], 2010. Disponível em:. Acesso em: 21 jun. 2010.ILÓPOLIS. Prefeitura Municipal. Museu do Pão. Iliópolis, [2010]. Disponível em:. Acesso em: 18 jun. 2010.INSTITUTO BRASILEIRO <strong>DE</strong> GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Mapas: Campo Bom.[Brasília, DF]: IBGE, [2008]. Disponível em:. Acesso em: 21 jun.2010.INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO<strong>DE</strong> MINAS GERAIS. Superintendência de Conservação e Restauração. Setor deProjetos. Normas para apresentação de projetos de restauração do patrimônioedificado. Belo Horizonte: IEPHA, 2008. Disponívelem:. Acesso em: 22jun. 2010.KNEWTZ, Andréia. Informações técnicas sobre o Município de Campo Bom.[Campo Bom], 15 jun. 2010. Entrevista concedida a Carolina de Mello.


68KORNDOERFER, Guilherme; <strong>DE</strong>UNER, Lídia. Depoimento [sobre o] Moinho dosDeuner. [25 jun. 1993]. Entrevista concedida a Guido Lang.KORNDOERFER, Oscar; BLOS, Lydia. Depoimento [sobre a] Casa de GuilhermeKorndoerfer. [10 maio 1994]. Entrevista concedida a Guido Lang.MELLO, Carolina de. Visita de campo da área em estudo. Campo Bom, 2010.Fotografias.MONTANER, Josep Maria. Museus para o século XXI. Barcelona: Gustavo Gili,2003.MUSEU ao Ar Livre, Tallinn, Estónia. Madrid: Minube, [20--]. Disponível em:. Acesso em: 10 abr.2010.MUSEU DO PÃO. [O Museu...]. Serra da Estrela, [2010?]. Disponível em:. Acesso em: 18 jun. 2010.MUSEU HISTÓRICO <strong>DE</strong> JARAGUÁ DO SUL EMILIO <strong>DA</strong> SILVA. [O Museu...].Jaraguá do Sul, [20--b]. Disponível em:. Acesso em: 15 maio2010.MUSEU NACIONAL <strong>DA</strong> ENFERMAGEM ANNA NERY. [O museu...]. Salvador:MUNEAN, [20--c]. Disponível em:. Acesso em: 5 jun. 2010.NEVES, Maria de Fátima Rodrigues das. A nova morada do Tombo. Revista deHistória, São Paulo, n.125-126, jul. 1992. Disponível em:. Acesso em: 05 abr. 2010.REVISTA AU: Arquitetura e Urbanismo. [S.l.], Pinni, [2010]. Disponível em:. Acesso em: 22 jun. 2010.SANTA CATARINA. Governo Estadual. Secretaria de Estado de Infraestrutura.Departamento Estadual de Infraestrutura. Diretoria de Obras Civis. Instruções paraelaboração de projetos de restauração de edificação. Florianópolis:<strong>DE</strong>INFRA, [200-]. Disponível em:


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ANEXO A - Portaria Normativa N°1, de 5 de julho de 2006 (D.O.U. de 11/07/2006)70


71INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONALMINISTÉRIO <strong>DA</strong> CULTURAPORTARIA NORMATIVA N° 1, <strong>DE</strong> 5 <strong>DE</strong> JULHO <strong>DE</strong> 2006(D.O.U. de 11/07/2006)Dispõe sobre a elaboração do Plano Museológico dos museusdo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,e dá outras providências.O Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN, no uso de suasatribuições legais e regimentais, especialmente no disposto no inciso V do art. 21 do Anexo I doDecreto n° 5.040, de 07 de abril de 2004, e na Portaria IPHAN nº 302, de 07 de julho de 2004, econsiderando a necessidade de organização da gestão dos museus do IPHAN, capaz de propiciar oestabelecimento de maior racionalidade e eficiência do fazer museal; resolve:Art. 1º. Instituir parâmetros gerais de organização da gestão das instituições museológicas doIPHAN, compreendendo o Plano Museológico como ferramenta básica de planejamento estratégico,de sentido global e integrador, indispensável para a identificação da missão da instituição museal epara a definição, o ordenamento e a priorização dos objetivos e das ações de cada uma de suasáreas de funcionamento.Parágrafo único. Por seu caráter político, técnico e administrativo, o Plano Museológico éinstrumento fundamental para a sistematização do trabalho interno e para a atuação do museu nasociedade.Art. 2°. O Plano Museológico trata de estabelecer a missão e os programas do museu, as suasdiretrizes de funcionamento e as orientações necessárias para o desenvolvimento de projetos eatividades específicos.Art. 3°. A elaboração do Plano Museológico baseia-se em diagnóstico completo da instituição,levando em conta os pontos fortes e frágeis, as ameaças e oportunidades, os aspectos socioculturais,políticos, técnicos, administrativos e econômicos pertinentes à atuação do museu.Parágrafo único. O diagnóstico, de caráter participativo, é parte integrante do PlanoMuseológico, que deve ser apresentado de forma clara e precisa, contando na sua elaboração com aatuação direta da equipe do museu, além de colaboradores externos.Art. 4°. Os projetos que compõem os programas do Plano Museológico têm comocaracterísticas:I – A exeqüibilidade e a adequação às especificações dos programas distintos, inclusive ocronograma de execução.II – A explicitação da metodologia adotada.III – A descrição das ações planejadas.IV – A indicação de um sistema de avaliação permanente.Art. 5°. O Plano Museológico adotado para os museus do IPHAN é composto pelas seguintespartes:I – Identificação da Instituição:a) Definição operacional, com apresentação das características gerais da instituição, destacando suatrajetória e histórico de suas coleções e de seu território.


72b) Identificação da missão, com apresentação da missão, do campo de atuação, da função social,das metas e objetivos da instituição.II – Programas:a) Programa institucional, aquele que trata do desenvolvimento e da gestão política, técnica eadministrativa do museu.b) Programa de gestão de pessoas, aquele que apresenta as ações destinadas à valorização,capacitação e bem estar do conjunto de trabalhadores do museu, independentemente do tipo decontratação, assim como aponta um diagnóstico da situação funcional existente e das necessidadesde ampliação do quadro de pessoal, incluindo estagiários e servidores.c) Programa de acervos, aquele que organiza o gerenciamento dos diferentes tipos de acervos dainstituição, incluindo os de origem arquivística e bibliográfica, podendo ser dividido em diferentessubprogramas, tais como: aquisição, documentação, conservação e restauração.d) Programa de exposições, aquele que trata de todos os espaços e processos de exposição domuseu, sejam eles intra ou extramuros, de longa, média ou curta duração.e) Programa educativo e cultural, aquele que compreende os projetos e atividades educativo-culturaisdesenvolvidos pelo museu, destinados a diferentes públicos e articulados com diferentes instituições.f) Programa de pesquisa, aquele que contempla o processamento e a disseminação de informações,destacando as linhas de pesquisa institucional e de projetos voltados para estudos de público, depatrimônio cultural, de museologia, de história institucional e de outros estudos.g) Programa arquitetônico, aquele que trata da identificação, da conservação e da adequação dosespaços livres e construídos, bem como das áreas de entorno da instituição, contendo descrição dosespaços e instalações, além de informar sobre os aspectos de acessibilidade, conforto ambiental,circulação, identidade visual e possibilidades de expansão.h) Programa de segurança, aquele que trata de todos os aspectos relacionados à segurança domuseu, da edificação, do acervo e dos públicos interno e externo, incluindo além de sistemas,equipamentos e instalações, a definição de rotinas de segurança e estratégias de emergência.i) Programa de financiamento e fomento, aquele que trata do planejamento de estratégias voltadaspara captação, aplicação e gerenciamento dos recursos econômicos oriundos de diversas fontes.j) Programa de difusão e divulgação, aquele que trata da divulgação e popularização dos projetos eatividades da instituição, além da disseminação, difusão e consolidação da imagem institucional nosâmbitos local, regional, nacional e internacional; podendo ser dividido em diferentes subprogramas,tais como: editorial, de intercâmbio institucional, de comunicação social, de comunicação visual eoutros.Parágrafo único. Na consolidação do Plano Museológico deve-se considerar o carátertransversal dos Programas.Art. 6°. O Plano Museológico, por seu caráter interdisciplinar, será elaborado de formaparticipativa, envolvendo o conjunto dos servidores do museu e de outras áreas do IPHAN, além deespecialistas e consultores externos.Art. 7°. O Plano Museológico deverá ser avaliado permanentemente e revisado com umintervalo mínimo de 3 (três) e máximo de 5 (cinco) anos.Art. 8°. A elaboração e revisão do Plano Museológico devem estar em consonância com asdiretrizes da Política Nacional de Museus, instituída pelo Ministério da Cultura.


73Art. 9°. O Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN supervisionará a elaboraçãoe a execução dos Planos Museológicos.Art. 10. Os museus do IPHAN elaborarão ou adaptarão seus Planos Museológicos no prazomáximo de 1 (um) ano, a contar da data de publicação desta Portaria.Art. 11. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.LUIZ FERNANDO <strong>DE</strong> ALMEI<strong>DA</strong>


74ANEXO B - Fichas inventários dos bens culturais do Rio Grande do Sul – MINC –12ª CR IBPC – SE<strong>DA</strong>C – IPHAEPRS/91-0026-00046 – Casa de Guilherme KorndoerferPRS/91-0026-00047 – Casa dos DeunerPRS/91-0026-00048 – Moinho dos DeunerPRS/91-0026-00049 – Paiol dos Deuner


ANEXO C - Projeto Urbanístico do Loteamento Colina Deuner da referida área75

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