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Cidades italianas e brasileiras viabilizam ... - Comunità italiana

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CapaCooperaçãodescentralizadaFórum ampliou a integração entre cidades e regiões da Itália e BrasilMinas Gerais — Brasil e Itália nuncaestiveram tão próximos. E no quedepender dos resultados do II Fórumde Cooperação Descentralizada FederativaItália Brasil, realizado no fim de julho,em Belo Horizonte, a distância geográfica seráum detalhe que passará despercebido na relaçãoeconômica, política e social entre os dois países.Como prova disso, basta dizer que um dospontos mais altos do acontecimento foi a assinaturade um protocolo de intenções entre oMinistério das <strong>Cidades</strong> e a Associação de Transportesda Itália (ASSTRA).Na ocasião, foi firmado um convênio entreas cidades de Belo Horizonte e de Turim, abrangendoas áreas de política habitacional, mobilidadeurbana, infância e juventude, direito dasmulheres, gestão de resíduos sólidos e hídricos.O documento foi assinado pelo secretário deRelações e Cooperação Internacional de Turim,Michele Dell´Utri, e pelo secretário de RelaçõesInternacionais da Prefeitura de Belo Horizonte,Rodrigo Perpétuo.Além de ter como objetivos a troca de experiênciasde gestão e a apresentação de práticasadministrativas, o evento significou tambémum marco na história da nova era vividapela comunidade <strong>italiana</strong>. Afinal de contas, ofórum contou com a participação do subsecretáriodo Ministério das Relações Exteriores daItália, Donato Di Santo, cuja vinda representoua primeira aproximação concreta do governodo premier Romano Prodi, eleito recentemente,com o Brasil. A abertura da solenidadeaconteceu no Museu de Arte da Pampulha(MAP), um dos mais belos cartões postais deBelo Horizonte.A iniciativa, que atraiu a atenção de 280pessoas, entre brasileiros e italianos, foi baseadaem cinco oficinas, nas quais foram abordadostemas sobre políticas habitacionais, mobilidadeurbana, infância e juventude, direitodas mulheres, saneamento, planejamento ambiental,resíduos sólidos urbanos e gestão derecursos hídricos.O encontro foi organizado pelas prefeiturasde Belo Horizonte e Turim e pela Província deSpezia, com parceria da Agência de Cooperaçãode Entes Locais Italianos (ACEL), da Agência deCooperação dos Municípios Brasileiros (ACMB),da Frente Nacional de Prefeitos - Brasil (FNP),Associação Nacional de Prefeituras ItalianasPaulo F. CunhaEspecial para Comunità(ANCI), da União das Províncias da Itália (UPI),da Presidência da República Federativa do Brasile do Ministério das <strong>Cidades</strong>.Entre as autoridades <strong>brasileiras</strong> estavam oprefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel,o ministro das <strong>Cidades</strong>, Márcio Fortes de Almeida,o presidente do Instituto de DesenvolvimentoIntegrado de Minas Gerais, Reginaldo Braga,que representou o governador Aécio Neves, osecretário de Relações Internacionais da prefeiturade Belo Horizonte, Rodrigo Perpétuo. Haviatambém prefeitos e secretários de municípiosparticipantes do Programa 100 <strong>Cidades</strong> para 100Projetos Itália-Brasil [que promove o intercâmbio,o diálogo e a identificação de projetos dasvárias entidades <strong><strong>italiana</strong>s</strong> e <strong>brasileiras</strong>].Já no lado italiano, prestigiaram o fórum oembaixador da Itália no Brasil, Michele Valensise,a presidente da região de Piemonte, MercedesBresso, o vice-presidente da Região de Liguria,Massimiliano Costa, o secretário de Relaçõese Cooperação Internacional de Turim, MicheleDell´Utri, que representou o prefeito de Turim,o representante da região da Umbria, VicenzoRiommi, além de outros representantes e presidentesde entidades e associações <strong><strong>italiana</strong>s</strong>.Fotos: Paulo F. CunhaDi Santo: “Honra em dialogar”Entre os discursos na abertura do evento,sem dúvida, o do subsecretário das RelaçõesExteriores da Itália, Donato Di Santo era omais aguardado. Em sua primeira visita oficialao Brasil, Di Santo confirmou o interessedo governo Prodi em aproximar ainda mais asrelações da Itália com o Brasil e países da Américado Sul.— Em nome do novo governo italiano, ficamoshonrados em ter esse privilégio de dialogar,em nível de sociedade civil e entidades locais,no plano da cooperação, da colaboração. Buscamosum plano de desenvolvimento integrado,pensando numa interdependência e nos objetivoscomuns. Isso tudo representa o interesse recíproco,prioritário, de países que estão equivalentes,mas claro, com problemáticas e experiênciasdiferentes — comenta o subsecretário dasRelações Exteriores da Itália, Donato Di Santo.Para ele, atualmente, a idéia de solidariedade,na interpretação literal da palavra, já éalgo ultrapassado, pois o que se busca hoje é odesenvolvimento integrado e não apenas umaação filantrópica entre países.— É o que pode resumir a importância dessainiciativa. Temos que fazer as coisas de umamaneira igual, equivalente. Porque de um ladoexiste uma experiência.Do outro, diferentesrealidades. São necessidadesque devemser colocadas juntascom recursos como ainteligência e o materialhumano. Essa éa verdadeira cooperaçãodo futuro, que é ainterdependência, asparcerias — define.Ao longo de seu‘Este fórum apontaum caminho parao mundo enquantotodos assistem cenasde guerras’Fernando Pimentel,prefeito de Belo HorizonteO embaixador da Itália no Brasil,Michele Valensise, o subsecretárioitaliano do ministério das RelaçõesExteriores, Donato Di Santo e oprefeito de BH, Fernando Pimentelpronunciamento, DonatoDi Santo lembrouque, nos últimos anos,algumas iniciativas dessaespécie foram deixadasum pouco de lado. Segundo ele, ações como oprograma 100 <strong>Cidades</strong> devem ser desvinculadas dequalquer publicidade política, institucional, paraque sejam fruto genuíno e autêntico das relaçõesentre países e suas realidades locais.De acordo com ele, é importante estimularque esses agentes de realização social, de desenvolvimentointegrado e de interdependência nãoencontrem “um vazio ao olharem para trás”.— O que importa é que encontrem seus própriosrepresentantes, independentemente do governoatual. Neste caso, o governo da Itália e doBrasil se propõem a ter este comportamento, ouseja, a dar essas orientações políticas — explica.Sobre a sua viagem pela América do Sul, DiSanto destacou que também tem se reunido comOrganizações Não-Governamentais (ONGs) <strong><strong>italiana</strong>s</strong>atuantes nesta região. Segundo ele, essesórgãos são “antenas” sensíveis e importantes,atentos à realidade local, demonstrando grandeexperiência e conhecimento que não podem serdesperdiçados.— Acredito que a sinergia entre todas essasiniciativas possa gerar uma nova idéia de cooperação.Também existemoutros agentes que serãode qualquer maneirarecuperados nesteesforço comum. Por exemplo, no Brasil há cercade 25 milhões de pessoas que descendem dositalianos. No seu patrimônio genético, elas têmessa origem. São grandes comunidades que estãointegradas e fazem parte deste grande e maravilhosopaís — ressalta.Di Santo disse que as comunidades <strong><strong>italiana</strong>s</strong>no Brasil são conhecedoras da realidadelocal e podem exercer papéis interessantes,pois, de maneira voluntária e inteligente, têma possibilidade de contribuir nesse processo.O subsecretário completou dizendo que osimigrantes brasileirosna Itália também desempenhamfunçõesimportantes.— Nós podemosfazer com que elessejam participantesativos do nosso esforçocoletivo. Acreditoque isso possa serpossível. Estes cidadãossão justamenteos mais sensíveis paraesta iniciativa porquevivem na pele esta realidade— admite.No que se refereaos programas e projetosde cooperação com o Brasil, Donato DiSanto descreveu o país como um grande parceirodo desenvolvimento comum e não apenasum território receptor de cooperação e outrosprojetos.— O Brasil já deu um salto de qualidadee se propôs a ser ativo — destaca, citando,como exemplo, a proposta do governo brasileirofeita, recentemente, ao da Itália parauma cooperação triangular em relação a umoutro país, no caso Moçambique. — Nós podemosfazer da união, experiência, inteligênciae o profissionalismo do Brasil e da Itáliauma cooperação triangular para uma realidadecomo a de Moçambique, país que tem relaçõeshistóricas com o Brasil, entre outros tantosmotivos presentes também no lado italiano— complementa.Ainda em discurso, Donato Di Santo encerroudizendo que o governo italiano quer acompanhar,estar atento e participar dessas experiências,oferecendo plena autonomia mas, aomesmo tempo, estando presente e acompanhandoa nova realidade.Aprimoramentopara o BrasilAo confirmar aimportância dosdebates e intercâmbiode experiênciase informaçõessobre as temáticasdo programa100 <strong>Cidades</strong> para 100Projetos Itália – Brasil, o Ministro das<strong>Cidades</strong>, Marcio Fortes de Almeida, reiterouque a cooperação descentralizadarepresenta para o Brasil uma importante via deaprimoramento para a federação. Segundo ele,deste modo, os municípios brasileiros assumemum papel de maior relevância nos processos dedesenvolvimento local, cada vez mais marcadospelas mudanças globais que têm ocorrido nasúltimas décadas.— Este fórum deu continuidade a um relacionamentoque já existe entre o Brasil e a Itália noâmbito do saneamento, por sinal, muito produtivo.Agora também aprofundamos nas áreas demobilidade e habitação, com as quais esperamostambém ter uma colaboração de maneira aindamais profícua — analisa o ministro, acrescentandoque alguns cursos de capacitação já têmsido oferecidos através da Escola Internacionalde Água para o Desenvolvimento (Hydroaid), deTurim. A instituição, segundo ele, já formou 38técnicos em gestão e manejo integrado de águase resíduos urbanos no ano passadoNo campo da mobilidade urbana, ele aindadisse que, este ano, já foram dados os primeirospassos de relacionamento com a Itália.— Após uma viagem a Turim e à região doPiemonte, pudemos constatar o potencial cooperativode um grupo de transportes e umaassociação do mesmo ramo na Itália com osquais compartilhamos uma abordagem comumda circulação urbana. A próxima etapa tem opropósito de concluir um protocolo bilateralde intenções neste setor e realizar oficinasde mobilidade, envolvendo potenciais parceirosinteressados em desenvolver projetos concretos,possivelmente no planejamento e naconstituição de consórcios públicos de âmbitoregional — relata.16 C o m u n i t à I t a l i a n a / A g o s t o 2 0 0 6A g o s t o 2 0 0 6 / C o m u n i t à I t a l i a n a17

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