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Em voz altaMULTIPLICAM-SEACUSAÇÕESCONTRA SOLDADOSAMERICANOSNO IRAQUEJúlio Conradoe os enredos da críticaandarilhoO exército americano confronta-se comuma multiplicação de acusações contra osseus soldados no Iraque, após as revelaçõesdo massacre de civis atribuído aosMarines em Haditha em Novembro passadoe a divulgação das imagens de um outromorticínio em Ishaqi.Após o bombardeamento de civis, osmaus-tratos infligidos aos prisioneiros emAbu Ghraib, e as acções que custaram avida, em Março de 2005, ao agente italianoNicola Calipari ou, em Junho, a uma mulhergrávida, as acusações são cada vezmais numerosas e começam a pesar.Em Haditha, Ishaqi ou Hamandiya, os soldadosamericanos são acusados de matara sangue frio dezenas de civis, entre elesmulheres e crianças.A TV britânica BBC exibiu imagens de corposde vários adultos e crianças iraquianasque, segundo a polícia local, integravamum grupo de 11 civis executados por tropasamericanas em Março.O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow,confirmou que há três investigações emcurso sobre supostos actos ilegais dasforças americanas no Iraque em três lugaresdiferentes: na cidade de Haditha, na deIshaqi e próximo de Hamandiya.O general americano Donald Campbell tambémafirmou que decorrem investigaçõespara determinar se soldados americanosmataram deliberadamente civis iraquianos,entre eles crianças, no dia 15 de Março emIshaqi. “Investigamos todas as denúncias demau comportamento dos soldados”, declarouo general numa entrevista colectiva à imprensatransmitida por vídeo desde Bagdad.Imagens que parecem mostrar uma matançade civis iraquianos por soldadosamericanos foram divulgadas pela TV britânicaBBC. A rede britânica informou queas provas identificadas no vídeo parecemcontradizer a versão que os Estados Unidosderam dos factos.Um relatório da polícia iraquiana acusa astropas americanas de cercar um local e matardeliberadamente 11 pessoas que estavamnuma casa, incluindo cinco crianças equatro mulheres, antes de fazerem explodira propriedade. As imagens mostram várioscorpos, incluindo três crianças, que parecemter sido abatidas à bala. Um fotógrafo daAFP viu vários corpos de crianças no local.O jornalista da BBC em Bagdad, Ian Pannell,disse que as imagens foram comparadascom outras similares captadas no momentodos factos, e que são autênticas.“Numa sociedade transparente como anossa haverá uma investigação completae a fundo” sobre o massacre, disse, entretanto,o presidente Bush quando confrontadopor jornalistas.O Exército americano tem vindo a ser submetidoa forte pressão da opinião públicaapós diversas acusações sobre ataques contracivis em operações militares no Iraque.Fonte: AFPDesde sempre se sabe que a crítica se revela, quandoexercida de modo honesto e independente, como umaforma de diálogo, que se processa através do livro quese analisa e pelas observações ou comentários feitosem seu redor. Por isso, criticar um livro é quase sempreretomar noutra perspectiva o sentido que o livro suscitaou alongar o sentido de um “discurso” literário muitasvezes semelhante, outras vezes contrário e ainda outrasnem uma coisa nem outra, deixando de lado algunsaspectos que se não afiguram de importância ou nãomerecem uma análise mais demorada.Assim, críticas “negativas” ou críticas “positivas”, umasque desvalorizam as obras em apreciação e outras queenaltecem o que nos livros se aceita realmente com interesse,todas as restrições ou anotações elogiosas (ounão) têm um efeito de aceitação ou de recusa por partedos autores que nem sempre são as melhores ou nãocoincidem com as expectativas que cada um colocanos livros que escreve e publica. Mas, por ser uma facade dois gumes, a crítica exerce sempre alguma influênciano leitor, retoma por outros caminhos a discussãodos mesmos problemas ou denuncia a qualidade (oufalta dela) em obras que não passam sem a atenção dequem, contra ventos e marés, desempenha a funçãocrítica e não deixa sem registo os livros e autores quese editam e hoje cada vez em maior número, ainda quea qualidade literária, na maioria deles, não acompanhea avalanche de livros que surgem no mercado. Mas isso,claro, é outra conversa. E por isso lembramos quehá alguns anos, como forma de defender a literatura,Claude Roy pôde afirmar que “os bons romancistasfazem vida sobre a vida, os verdadeiros poetas fazemvida sobre a vida e os bons críticos fazem vida a partirdos livros sobre a vida”.Ora, tudo isto nos ocorre na leitura do livro que JúlioConrado acaba de publicar - «Nos Enredos da Crítica»-, onde se reúnem notas e comentários críticos de umafunção que desempenhou regularmente durante os últimos40 anos nas colunas de “Jornal de Notícias”,“Diário Popular”, “República”, “Diário de Lisboa”,“O Século“, “Vida Mundial”, “JL” ou “Colóquio/Letras“,não só como um “apostolado” crítico de reconhecidomérito, mas acima de tudo como forma devocação e ao mesmo tempo de afirmação da suaprópria aventura pelos caminhos da ficção. Assim,nesta forma de balanço, e na releitura de muitosdos textos de intervenção crítica que sempre pudemosler ao longo do tempo, sabemos (e agora oconfirmamos) que Júlio Conrado chamou a si umaforma de “trincheira” em que se barricou e dela fezo fogo cruzado que foi possível em relação às obrasde autores da mais recente literatura portuguesa,sem nunca deixar de pôr o seu dedo crítico nos malese fantasmas dos chamados “best-sellers” quetodos os dias aparecem nos escaparates, tantasvezes através de livros escritos sem verve nem gramática,os tais que se dizem “para ler e deitar fora”,como se a literatura, na lembrança sempre de LuizPacheco, pudesse ser “comestível”. Não queriammais nada.«Nos Enredos da Crítica» é um livro, pois, que seafirma não apenas como um balanço pessoal desseexercício crítico em todos os quadrantes, mas éessencialmente um “resumo” dos trabalhos e diasde um crítico que, na curva dos anos e às portasdos seus setenta anos, quer ter agora o tempo sópara si e para os romances que ainda sabe queescreverá. E, se é legítimo este pousar de armas,também se lamenta que Júlio Conrado se preparepara deixar a crítica em paz e que outros agarremnesse facho com a mesma atenção e independênciacríticas.Júlio ConradoNOS ENREDOS DA CRÍTICAed. Instituto Piaget / Lisboa, 2006IE / FNO ESPÍRITOe a letraSerafim FerreiraEscritor e critico literário29a páginada educaçãojunho 2006

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