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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - PEGS

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47defrontar-se com o capitalismo de mercado no início do século XX,passa a orientar-se por ele. Nos idos do século XX, a realidade dedesigualdades e desfragmentações gera a necessidade de formasalternativas e de alternativas às formas modernas de pensar, agir e viver.Desse contexto, reverbera com maior ênfase o par Estado/sociedadecivil, pensado como força capaz de harmonizar os excessos e devaneiosda lógica dominante na economia de mercado.Após o período da economia de governo, keynesiana, que seinicia com a bancarrota de 1929 e se prolonga até o final da década de60, a intervenção estatal na economia é substituída por uma lógicaneoliberal, da eficiência do mercado em relação ao Estado, cujomovimento da Nova Administração Pública é o exemplo mais concreto.Se, por um lado, o modelo estatal de sociedade ruiu pelo inchaço, omodelo econômico de sociedade peca pelo pouco que faz, por agravarprogressivamente as distâncias sociais entre os diversos segmentos dapirâmide, notadamente, entre o topo e a base. Surge, disso, aimportância de uma nova concepção de Estado 18 e de sua administração,de vertente mais societária (TENÓRIO, 2007a), preocupada com a“gestão dos processos de mudança que visem lograr valores societáriospublicamente definidos” (<strong>DE</strong>NHARDT, 2011, p. 23), e de estudos nessesentido, que, outrossim, reúnam subsídios para romper com as clássicasdicotomias entre política e administração, teoria e prática, crítica etransformação social.A relação do Estado com a comunidade, a partir de uma gestãodiferenciada, mais societária, democrática e dialógica, é o linde temáticoda pesquisa. O entendimento dessa relação e da mediaçãocorrespondente gerará reflexões teóricas e possibilitará a construção demodelos analíticos capazes de contribuir para a emancipação decomunidades historicamente carentes. A oportunidade teórica eacadêmica, como visto, é propícia para tanto.De outro lado, o entendimento das articulações entre a ágora, ousociedade civil, o lugar público-privado onde os indivíduos sereencontram, discutem, intercambiam, e a ekklessia, ou o lugar públicopúblico,onde se exerce, existe e se deposita o poder político, é umcaminho possível para, de um lado, a contenção da sociedadeadministrada pelo mercado, e, de outro, para o delineamento de umasociedade multicêntrica em que a emancipação seja possível. NemEstado, nem comunidade, tampouco o indivíduo, isolados, reúnem18 Cuja importância é reforçada pelo argumento empírico de que, na maioria dospaíses, o Estado representa o principal investidor social (TOURAINE, 1999).

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